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Poesia Estrangeira - Academia Brasileira de Letras

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Tradução <strong>de</strong> Benedicto Ferri <strong>de</strong> Barrosgua o poema original. Em qualquer tradução esta fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> impõe uma opçãoin<strong>de</strong>clinável: ser-se mais fiel à poesia, ao sentido e ao pathos do original, ou tentar-sedar em nossa língua uma versão formal a mais próxima possível do original.Por outras palavras: ou se prefere reproduzir a poesia, ou os versos originais.Seria i<strong>de</strong>al ser-se fiel ao fundo e à forma, simultaneamente; mas isto, sim,é impossível em qualquer tradução <strong>de</strong> poesia.Pessoalmente, sempre que é in<strong>de</strong>clinável optar, opto pela poesia, rejeitandoa mímica da forma original. A mímese da versejação, buscada à outrance, freqüentementeadultera o sentido do poema, dizendo o que o poeta não disse,<strong>de</strong>scambando em muitos casos para o infiel, o falso e até o grotesco.Por isso, penso que toda tradução <strong>de</strong>ve ser acompanhada <strong>de</strong> seu original e,em segundo lugar, acho que <strong>de</strong>va haver o maior número possível <strong>de</strong> traduções<strong>de</strong> um mesmo poema, pois, inevitavelmente, cada uma apanhará <strong>de</strong>talhese nuances não captados ou não transmitidos pelas outras.O bom, mesmo, é que, com a edição bilíngüe, o leitor consiga, lendo atradução e se reportando imediatamente ao original, reconstituir no seupróprio entendimento e na sua própria sensibilida<strong>de</strong> o poema como o sentiue disse seu autor. Não passa o tradutor <strong>de</strong> um bordão, <strong>de</strong> um auxiliar, <strong>de</strong>um guia, que nunca lê o original como outro leitor o faria e que nem sempreé capaz <strong>de</strong> dizê-lo em sua própria língua com a felicida<strong>de</strong> com que opoeta o fez na sua.164

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