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Gilberto Freyre na Língua Portuguesa de novembro - Academia ...

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caçadas <strong>de</strong> onça ou <strong>de</strong> anta <strong>na</strong>s matas das fazendas. Nem banhos <strong>na</strong>squedas-d'água dos rios <strong>de</strong> engenho - em nenhuma <strong>de</strong>ssas alegriascaracteristicamente brasileiras Eucly<strong>de</strong>s da Cunha se fixou. Nem mesmo nogosto <strong>de</strong> conversar e <strong>de</strong> cavaquear às esqui<strong>na</strong>s ou à porta das lojas - tão dosbrasileiros: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a rua do Ouvidor à menor botica no centro <strong>de</strong> Goiás."São tantos e variados os problemas <strong>de</strong> medici<strong>na</strong>, em geral, e <strong>de</strong> alimentação,em particular, estudados por <strong>Freyre</strong> em Casa-gran<strong>de</strong> & Senzala que ao ler suaprimeira edição o professor Antonio da Silva Melo (1886-1973) pensou ser oautor, como ele, médico. É o que o fundador da Faculda<strong>de</strong> Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong>Medici<strong>na</strong> escreveu em sua contribuição a <strong>Gilberto</strong> <strong>Freyre</strong>: sua Ciência, suaFilosofia, sua Arte. Por isso, <strong>Freyre</strong> foi convidado a prefaciar seu Problemas <strong>de</strong>Ensino Médico e <strong>de</strong> Educação (1937): uma das cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> seus prefáciospara outros autores, alguns médicos (Prefácios Desgarrados, 1978).Caos <strong>na</strong> medici<strong>na</strong>Em 1967 a Fundação Calouste Gulbenkian editou em Lisboa Sociologia daMedici<strong>na</strong>, <strong>de</strong> <strong>Freyre</strong>, <strong>de</strong>pois reeditado no Brasil pela editora Globo comoMédicos, Doentes e Contextos Sociais (1983). É nesse livro - <strong>de</strong>sconhecido noBrasil, mas traduzido em italiano em 1975 pela Rizzoli, <strong>de</strong> Milão, com o títuloorigi<strong>na</strong>l (Sociologia <strong>de</strong>lla medici<strong>na</strong>) - que se encontra um dos mais expressivosexemplos <strong>de</strong> enumeração caótica. Em "Civilização do Homem Sentado", noteseo fim inesperado e dramático da enumeração.Porém, a mais longa enumeração caótica do ensaísmo freyriano está nocapítulo "Tentativa <strong>de</strong> Síntese" <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m e Progresso (1959). O assunto dolivro é uma interpretação do fim do século 19 e advento do 20. Em "O 1900brasileiro", <strong>Freyre</strong> enumera um número consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> traços <strong>de</strong> culturamaterial e moral (a palavra "cultura" entendida em seu sentido antropológico)que caracterizaram o 1900 brasileiro. A numeração caótica se esten<strong>de</strong> por seispági<strong>na</strong>s da sexta edição (2004). O autor chega a mencio<strong>na</strong>r - entre hábitos,<strong>de</strong>voções, tipos <strong>de</strong> habitação, veículos, leituras, perfumes, sabonetes,doenças, remédios, diversões, latri<strong>na</strong>s, bidés, escarra<strong>de</strong>iras, esportes,

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