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Gilberto Freyre na Língua Portuguesa de novembro - Academia ...

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Terça a domingo, das 10h às 17hIngresso: R$ 4. Gratuita até 10 anos, e professores do ensino público.Sábados, grátisA senzala fez o idiomaA Linguagem usada por sociólogo morto há vinte anos virou pretexto paracrítica a sua obraPor Fátima QuintasCasa-gran<strong>de</strong> & Senzala, <strong>de</strong> <strong>Gilberto</strong> <strong>Freyre</strong>, representa uma autobiografiacoletiva, linguagem romanesca com semelhanças ao "roman vrai" dos irmãosGoncourt, autores <strong>de</strong> Histoire <strong>de</strong> la Société Française pendant la Révolution(1854), que <strong>de</strong>fendiam a histoire sociale, no tempo em que esta não era levadaa sério, <strong>na</strong> França e em outros lugares. A Edouard e Jules <strong>de</strong> Goncourt <strong>de</strong>vesea expressão histoire intime. Em Casa-gran<strong>de</strong> & senzala, <strong>Freyre</strong> se colocacomo espelho <strong>de</strong> si e da gente que vê entre rostos projetados. Suametodologia rejeita os convencio<strong>na</strong>lismos <strong>de</strong> uma era em que o positivismo <strong>de</strong>Comte referendava a i<strong>de</strong>ologia <strong>de</strong> um Brasil republicano (1889). Início <strong>de</strong>século 20: os eflúvios franceses persistiam e se solidificavam <strong>na</strong> legenda cívicada ban<strong>de</strong>ira - Or<strong>de</strong>m e Progresso. Mais uma vez <strong>Freyre</strong> se <strong>de</strong>parou com aincompreensão <strong>de</strong> um Brasil estampado em preto e branco, avesso areformulações <strong>na</strong> ciência social, menos ainda <strong>na</strong> literatura científica.O livro chocou. Os ataques expandiram-se. Da linguagem coloquial e sensual,instigante, à ousadia da "técnica inovadora". O texto era in<strong>de</strong>cente, bradavamuns. O método era questionável, reforçavam os a<strong>de</strong>ptos do quantitativismo. Alinguagem era superlativamente literária, reclamavam os cientificistas. Trabalhoinconcluso, sem arremates, fi<strong>na</strong>lizações. Os ecos soavam <strong>de</strong> toda parte. E aintolerância sugeriu queimar a obra, em repúdio às idéias, ao estilo, lírico emalgumas passagens e aguerrido em outras; um estilo que se respaldava emvivas metáforas, <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m poética e <strong>de</strong> crueza ostensiva - traçado não-linear<strong>de</strong> estrutura <strong>na</strong>rrativa.

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