12.07.2015 Views

VELOCIDADE 1 INTRODUÇÃO 2 CONCEITO - Aquabarra.com.br

VELOCIDADE 1 INTRODUÇÃO 2 CONCEITO - Aquabarra.com.br

VELOCIDADE 1 INTRODUÇÃO 2 CONCEITO - Aquabarra.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>VELOCIDADE</strong> *Prof. Ms. Jeferson Macedo Vianna1 INTRODUÇÃOA velocidade é um dos <strong>com</strong>ponentes mais importantes dodesempenho esportivo. No entanto, ela não deve ser vista <strong>com</strong>o umacapacidade isolada. A velocidade deve ser considerada <strong>com</strong>o um <strong>com</strong>ponenteparcial das exigências <strong>com</strong>plexas necessárias para o desempenho esportivo.Em <strong>com</strong>binação <strong>com</strong> um alto padrão de movimentos técnicos e decoordenação, <strong>com</strong> a especificidade do esporte ou da disciplina, as diversasmanifestações da capacidade física velocidade são de importância primordialpara o sucesso em esportes individuais ou coletivos.A importância da velocidade para o desempenho variaconsideravelmente, dependendo do esporte, da disciplina e do campo deaplicação. Por exemplo, ela é relativamente sem importância para atividadesde condicionamento físico para á saúde, quando <strong>com</strong>parada a fatores <strong>com</strong>ocapacidade aeróbia, força e características do movimento. No entanto, oesporte de lazer, em geral, exige pelo menos certo nível básico de algumasformas de velocidade, <strong>com</strong>o a velocidade de reação. A importância davelocidade para os esportes de elite não pode ser avaliada de forma geral,porque as exigências da velocidade são determinadas por requerimentosespecíficos do esporte ou disciplina em questão.“A velocidade motora resulta, portanto, da capacidade psíquica,cognitiva, coordenativa e do condicionamento, sujeitas às influênciasgenéticas, do aprendizado, do desenvolvimento sensorial e neuronal,bem <strong>com</strong>o de tendões, músculos e capacidade de mobilizaçãoenergética.” (Weineck, 1999: 379)Quando se tem a necessidade de uma preparação física, verifica-seque a identificação das qualidades físicas do desporto em treinamento é oprimeiro passo a ser feito, que pode ser considerado <strong>com</strong>o ponto fundamentalpara o êxito desejado (TUBINO, 1984). Não esquecendo que esta verificaçãoestá intimamente ligada aos objetivos de treinamento.2 <strong>CONCEITO</strong>FAUCONNIER (1978) citado por TUBINO (1984) diz que avelocidade é “a qualidade física, particular do músculo e das coordenaçõesneuromusculares que permite a execução de uma sucessão rápida de gestosque, em seu encadeamento, constituem uma só e mesma ação, de umaintensidade máxima e de uma duração <strong>br</strong>eve ou muito <strong>br</strong>eve”.Segundo FREY (1977), citado por WEINECK (1991), velocidade é “acapacidade, <strong>com</strong> base na mobilidade dos processos do sistema nervo-músculo* Artigo disponível on line via: http://www.jvianna.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>/jefe/velocidade.PDF


e da capacidade de desenvolvimento da força muscular, de <strong>com</strong>pletar açõesmotoras, sob determinadas condições, no mesmo tempo”.3 TIPOS DE <strong>VELOCIDADE</strong>Os seguintes <strong>com</strong>ponentes ou formas de velocidade sãomencionados por BAUERSFELD & VOSS (1992) em uma tentativa declassificação:- Velocidade de reação- Velocidade acíclica- Velocidade cíclica- Velocidade de deslocamento- Velocidade dos mem<strong>br</strong>os- Velocidade de ação3.1 Velocidade de ReaçãoTambém chamada de tempo de reação, a velocidade de reaçãopode ser definida <strong>com</strong>o a “velocidade <strong>com</strong> a qual um atleta é capaz deresponder a um estímulo”. (TUBINO, 1984).A velocidade de reação diz respeito a todas as formas de movimentojá que ela é a capacidade de reagir a um estimulo no menor tempo possível. Éuma qualidade física imprescindível para velocistas de um modo geral(Atletismo e Natação, goleiros, lutadores, jogadores de vôlei, etc.).Segundo WEINECK (1991) a reação se diferencia entre reaçõessimples e reações <strong>com</strong>plexas. Um exemplo de reação simples seria a largadade uma corrida de velocidade. Uma reação <strong>com</strong>plexa seria representada porum jogo esportivo, onde é necessário reagir adequadamente às diversassituações de jogo.3.2 Velocidade AcíclicaA velocidade acíclica contém movimentos únicos motores (ex.:arremesso). As ações <strong>com</strong>eçam de uma maneira e terminam de outra. Avelocidade acíclica manifesta-se no esporte na forma de lançamento, dearremesso, de salto, de chute ou de batida.3.3 Velocidade Cíclica“A velocidade cíclica consiste numa seqüência de ações motoras,ritmicamente repetida, independentemente do fato de se tratar de movimentos


das extremidades superiores ou inferiores, assim <strong>com</strong>o do tronco”. (WEINECK,1991).A freqüência de movimento, <strong>com</strong>o forma de manifestação davelocidade cíclica, depende da velocidade de cada movimento único.3.4 Velocidade de DeslocamentoA velocidade de deslocamento representa uma forma especial davelocidade cíclica e refere-se à capacidade lo<strong>com</strong>otora das extremidadesinferiores, ou seja, a capacidade máxima de um indivíduo deslocar-se de umponto para outro. Também é chamada de velocidade de movimento.A velocidade de deslocamento é uma valência física específica emprovas de velocidade de um modo geral (Atletismo, Natação, Ciclismo eRemo), e em desportos coletivos <strong>com</strong>o Handebol, Futebol, Basquetebol, PóloAquático e Voleibol.A medição da velocidade de deslocamento geralmente é feitaatravés da cronometragem de um deslocamento curto.3.5 Velocidade dos Mem<strong>br</strong>osÉ a capacidade de mover os <strong>br</strong>aços ou pernas tão rápido quantopossíveis. É uma valência física essencial para os corredores e nadadores develocidade, lutadores de Boxe, ciclistas, esgrimistas, voleibolistas e outrasmodalidades desportivas.Não se pode confundir essa qualidade física <strong>com</strong> a velocidade dedeslocamento. Por exemplo: um corredor pode apresentar uma maiorfreqüência de passadas (maior velocidade dos mem<strong>br</strong>os) e no entanto, nãopossui uma boa velocidade de deslocamento.3.6 Velocidade de AçãoA velocidade de ação diz respeito à orientação do emprego davelocidade em determinados esportes ou em grupos de esportes, abstraindo-sedo aspecto puramente motor, e enfatiza fortemente os fatores espaciais etemporais que regem as exigências subjetivas da ação. Nesse caso, umimportante papel é assumido por fatores psicológicos, <strong>com</strong>o a percepção, atomada de decisões, emoções e motivações.


- Corridas curtas em velocidade: morro acima ou <strong>com</strong> tração;- Saltos horizontais, saltos alternados, saltos <strong>com</strong> uma perna;- Pegar objetos;- Corridas em pêndulos;- Corridas de som<strong>br</strong>a <strong>com</strong> um <strong>com</strong>panheiro;- Lançamento do Medicine Ball;- Imitação de golpes contra elevada resistência;- Golpes rápidos em situações específicas;Ao se elaborar um treinamento da velocidade, devemos nospreocupar <strong>com</strong>:1º) O sistema de transferência energética anaeróbio-alático, <strong>com</strong>procedimentos da preparação cardiopulmonar;2º) amplitude do movimento;3º) diminuição da resistência mecânica, utilizando para este fimexercícios de alongamento;4º) força muscular, utilizando procedimentos da preparaçãoneuromuscular.Melhorando-se os fatores coadjuvantes, daremos início aotreinamento da velocidade propriamente dito, consistindo na execução domovimento <strong>com</strong> o máximo de rapidez possível, <strong>com</strong> pausas que visem umarecuperação metabólica. O uso de estímulos externos, visando que o atleta“aprenda” a executar o gesto <strong>com</strong> mais velocidade. Ex.: um corredor a favor dovento, ou numa pista em ligeiro declive para ver se aumenta a freqüência desuas passadas; um ginasta recebendo um impulso extra de um trampolim parafacilitar a execução de um movimento de solo.O movimento do engrama (imagem matriz) e seu reforçamento emnível de córtex cere<strong>br</strong>al, facilitarão a transmissão dos impulsos nervosos aosmesmos objetivos, buscando sempre a melhora da coordenação motora e umaautomatização do gesto específico. O treino técnico, favorece odesenvolvimento da velocidade, devendo-se repetir ao máximo o gestodesportivo específico, buscando obter maior precisão e coordenação, <strong>com</strong> autilização do menor tempo possível.No desenvolvimento da velocidade, pode se utilizar o treinamento<strong>com</strong> colete lastrado que, so<strong>br</strong>ecarrega o atleta durante os treinamentos, que aoser retirado permite uma melhora na performance. Caso venha interferir nascaracterísticas técnicas, convém ser evitado seu uso, pois poderá se tornarcontraproducente.5 FATORES INFLUENCIADORES NA <strong>VELOCIDADE</strong>- Aptidão, fatores de desenvolvimento de aprendizagem (sexo,talento, constituição, idade, técnica esportiva, movimento eantecipação);


- Fatores sensório-cognitivos e psicológicos (concentração –atenção seletiva, aceitação de informação, processamento,controle e regulação, motivação e força de vontade);- Fatores neurais (taxa de recrutamento e codificação das unidadesmotoras – coordenação intramuscular, ciclos de excitaçãoinibiçãono SNC, potencial de ação, velocidade de propagação einervação reflexa);- Fatores músculo-tendinosos (distribuição do tipo de fi<strong>br</strong>a, seçãotransversal de cada fi<strong>br</strong>a, velocidade de contração muscular,elasticidade dos músculos e tendões, viscosidade muscular,<strong>com</strong>primento do músculo e relação tronco-extremidades,suprimento de energia e temperatura do músculo);5.1 – SISTEMA NEUROMUSCULARA velocidade depende sempre da ação integrada entre músculos enervos, através da transmissão da excitação para o SNC.5.2 – TIPO DE MUSCULATURABiópsias mostraram que a parcela de musculatura de contraçãorápida tem correlação positiva <strong>com</strong> a velocidade dos movimentos.5.3 – FORÇA DA MUSCULATURAUma melhora da força vem sempre a<strong>com</strong>panhada de um aumentoda velocidade de movimento, pois o aumento da secção transversal domúsculo proporciona mais ligações de pontes para o deslizamento da actina eda miosina.5.4 – TIPO DE OBTENÇÃO DE ENERGIAA velocidade máxima do músculo depende muito do nível de fosfatoricos em energia. Assim <strong>com</strong>o sua velocidade de mobilização possível.Com o maior armazenamento de energia, ou seja, aumento dasatividades enzimáticas, aumenta a velocidade de contração do músculo.5.5 – CAPACIDADE COORDENATIVAUma alta freqüência de movimentos só pode ser alcançada <strong>com</strong> aalternância mais rápida entre estimulação e inibição, e respectivas regulações,do sistema nervo-músculo, aliados a um emprego ótico de força (HARRE,1976; citado por MANSO; VALDIVIELSO, & CABALLERO, 1996).


5.6 – ELASTICIDADE E A CAPACIDADE DE ALONGAR E RELAXAR AMUSCULATURAQuando essas características dos músculos são insuficientes, ocorreuma diminuição da amplitude de movimento e uma piora da coordenação, umavez que a musculatura agonista precisa vencer uma maior resistência dosantagonistas, durante o movimento.5.7 – CONDIÇÃO DE AQUECIMENTOUma ótima condição de aquecimento aumenta a capacidade deestiramento e a elasticidade melhora a capacidade de reação neuromuscular.Todas as reações bioquímicas transcorrem mais rapidamente quando atemperatura é ótima. Segundo WILL (1956), citado por HOLLMANN. &HETTINGER (1983), um aumento de 2º C da temperatura corporal deveprovocar um aumento de cerca de 20% da velocidade de contração.5.8 – FADIGACom a fadiga muscular, ocorre uma acidose. Uma velocidademáxima não pode ser alcançada em condição de fadiga, pois os processos decontrole do SNC estão prejudicados e a alta capacidade de coordenação,imprescindível para o desenvolvimento da velocidade, está <strong>com</strong> seudesempenho prejudicado.5.9 – SEXO E IDADEA velocidade básica de pessoas não treinadas do sexo feminino é,em média, 10-15% menor do que das do sexo masculino. A menor velocidadebásica das mulheres deve-se principalmente à menor força.A velocidade básica sofre uma redução mais precoce e maisacentuada <strong>com</strong> o aumento da idade. Isto está relacionado a diminuição daforça e da coordenação.6 TREINAMENTO DE <strong>VELOCIDADE</strong> EM CRIANÇAS E JOVENSA velocidade máxima – no sentido de velocidade de corrida –alcança seu ponto máximo nas meninas e meninos não treinados aos 15-17anos e 20-22 anos, respectivamente.Entre o 5º e o 7º ano de vida ocorre um elevado aperfeiçoamentodos movimentos de corrida, portanto, re<strong>com</strong>enda-se nesta época uma maioroferta de exercícios de velocidade.Na primeira infância escolar a freqüência e a velocidade dosmovimentos sofrem seu maior desenvolvimento. Também apresentamcondições favoráveis da mobilidade de processos nervosos e alavanca. Existe,também, grande melhora de velocidade de reação.


Não se deve treinar a resistência de velocidade, pois, cargas destetipo, desencadeiam na criança, devido à sua reduzida capacidade anaeróbialáctica, reações “menos fisiológicas” no organismo.No final da puberdade, os tempos de latência e de reação atingemos valores adultos, e a freqüência de movimentos tem seu máximo entre os 13e 15 anos. As altas taxas de crescimento da força máxima e rápida (aumentode testosterona nos meninos) e o aumento da capacidade anaeróbica, resultamnesta fase de altos ganhos de velocidade.Na adolescência é possível um treinamento ilimitado dos aspectoscondicionados e coordenativos da velocidade. Os métodos de treinocorrespondem mais ou menos aos dos adultos, só apresentando diferenças doponto de vista quantitativo.7 CONCLUSÃOAs possibilidades apresentadas para a estrutura de treinamento davelocidade devem ser consideradas <strong>com</strong>o propostas. Elas não devem seradotadas sem análise crítica anterior. Como o desempenho da velocidadesempre foi conectado a certas técnicas esportivas ou incrustado emseqüências de ações específicas, ele também deve ser treinado em conexão<strong>com</strong> situações e <strong>com</strong> a técnica específica do esporte. Cada esporte necessita,portanto, implementar seu próprio conceito para o planejamento e para ocontrole do treinamento da velocidade.Segundo Elliot & Mester (2000), o <strong>com</strong>entário final é de que, emboranão possamos denominar a velocidade <strong>com</strong>o característica universal,instruções generalizadas aplicáveis ao treinamento da velocidade podem serfeitas. A ciência do esporte dita o caminho da prática para a análise dasexigências e, então, para a prática novamente, demonstrando o que parece sero meio mais promissor para o entendimento prático do que venha a sertreinamento efetivo da velocidade.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBAUERSFELD & VOSS (1992) – procurarELLIOTT, Bruce & MESTER, Joachim. Treinamento no esporte: aplicandociência no treinamento. SP: Phorte Editora, 2000.HOLLMANN, W. & HETTINGER Th.: Medicina de esporte. São Paulo:Manole,1983.MANSO, J.; VALDIVIELSO, M. & CABALLERO, J.: Bases teóricas delentrenamiento deportivo. Madrid: Gymnos, 1996.TUBINO, Gomes. Metodologia Científica do Treinamento Desportivo. 8ª. Ed.


São Paulo: I<strong>br</strong>asa, 1984.WEINECK, J. Biologia do Esporte. São Paulo: Manole, 1991.WEINECK, Jürgen. Treinamento ideal. 9ºed. São Paulo: Manole Ltda. 1999.


Índice1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 12 <strong>CONCEITO</strong> ................................................................................................. 13 TIPOS DE <strong>VELOCIDADE</strong> ........................................................................... 23.1 Velocidade de Reação ......................................................................... 23.2 Velocidade Acíclica.............................................................................. 23.3 Velocidade Cíclica................................................................................ 23.4 Velocidade de Deslocamento .............................................................. 33.5 Velocidade dos Mem<strong>br</strong>os..................................................................... 33.6 Velocidade de Ação ............................................................................. 34 TREINAMENTO DE <strong>VELOCIDADE</strong> ............................................................ 45 FATORES INFLUENCIADORES NA <strong>VELOCIDADE</strong> .................................. 56 TREINAMENTO DE <strong>VELOCIDADE</strong> EM CRIANÇAS E JOVENS................ 77 CONCLUSÃO ............................................................................................. 8REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 8

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!