Protocolo <strong>de</strong> Assistência para Portadores <strong>de</strong> Ferida 418.7. Anexo VII – Deliberações e Resoluções sobre Atendimento <strong>de</strong>Enfermagem Realizado pelo Enfermeiro8.7.1. Deliberação COREN-MG -65/00Informativo técnico do cuidado a <strong>portadores</strong> <strong>de</strong> lesões cutâneas.Finalida<strong>de</strong>O presente documento contém informações técnicas referentes à avaliação do portador <strong>de</strong> lesão cutânea, aavaliação, classificação e tratamento da lesão incluindo os métodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sbridamento do tecido necrótico.Tem por objetivo estabelecer a atuação dos profissionais <strong>de</strong> enfermagem na prevenção e tratamento das lesõescutâneas.I) AVALIAÇÃO DO PORTADOR DE LESÃO1. Exame clínico1.1.Entrevista1.2. Exame físicoII) AVALIAÇÃO DA LESÃO1. Característica do tecido1.1. Tecido <strong>de</strong> granulação1.2. Tecido <strong>de</strong> epitelização1.3. Tecido necrótico2. Aspecto do exsudato2.1. Seroso2.2. Sero-sanguinolento2.3. Sanguinolento2.4. Pio-sanguinolento2.5. Purulento3. Exposição <strong>de</strong> estruturas anatômicas3.1. Músculo3.2. Tendão3.3. Vasos sanguíneos3.4. Osso3.5. Cavida<strong>de</strong>/órgãosIII) CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO1. Extensão - área = cm21.1. Pequena: menor que 50 cm21.2. Média: maior que 50 cm2 e menor que 150 cm21.3. Gran<strong>de</strong>: maior que 150 cm2 e menor que 250 cm21.4. Extensa: maior que 250 cm2Observação: Mensuração preconizada: utilizar-se-á a medida das maiores extensões na vertical e na horizontalda ferida a ser classificada. Ressalta-se que os dois traçados <strong>de</strong>vem ser perpendiculares, constituindo-se numângulo <strong>de</strong> 90°.Existindo mais <strong>de</strong> uma ferida no mesmo membro ou na mesma área corporal, com uma distância mínima entreelas <strong>de</strong> 2 cm, far-se-á a somatória <strong>de</strong> suas maiores extensões (vertical e horizontal).2. Profundida<strong>de</strong> - comprometimento estrutural2.1. Superficial: até <strong>de</strong>rme2.2. Profunda superficial: até subcutâneo2.3. Profunda total: músculo e estruturas adjacentes.Observação: Havendo tecido necrótico, utilizar-se-á essa classificação após <strong>de</strong>sbridamento.3. Comprometimento tecidual (esta classificação aplica-se somente à úlcera <strong>de</strong> pressão)Estágio 1 -comprometimento da epi<strong>de</strong>rme.Estágio 2 -comprometimento da epi<strong>de</strong>rme e <strong>de</strong>rme.Estágio 3 -comprometimento da epi<strong>de</strong>rme, <strong>de</strong>rme e subcutâneo.Estágio 4 -comprometimento da epi<strong>de</strong>rme, <strong>de</strong>rme, subcutâneo e tecidos adjacentes.Observações: Havendo tecido necrótico, o estadiamento <strong>de</strong>ve ser reavaliado.4. Presença <strong>de</strong> microrganismos.Limpa
SistemaÚnico <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>Protocolo <strong>de</strong> Assistência para Portadores <strong>de</strong> Ferida SMSA/PBH 424.2. Contaminada4.3. Infectada5. Tempo <strong>de</strong> existência5.1. Aguda5.2. CrônicaIV) TRATAMENTO1. Limpeza1.1. Ferida agudaLimpeza exaustiva que visa a retirada <strong>de</strong> sujida<strong>de</strong>s e microrganismos existentes no leito da lesão. Épermitido neste caso o uso <strong>de</strong> soluções antisépticas.1.2. Ferida crônicaLimpeza que visa a retirada <strong>de</strong> <strong>de</strong>bris, excesso <strong>de</strong> exsudato, resíduo <strong>de</strong> agentes tópicos emicrorganismos existentes no leito da lesão, além <strong>de</strong> preservar o tecido <strong>de</strong> granulação. Utiliza-se paratal, somente o soro fisiológico 0,9% morno, em jato (força hidráulica), in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> apresentarinfecção ou não.2. DesbridamentoRemoção <strong>de</strong> material estranho ou <strong>de</strong>svitalizado <strong>de</strong> tecido <strong>de</strong> lesão traumática, infectado ou não, ou adjacente aesta, até expor-se tecido saudável circundante.2.1. Mecânico - por ação física2.1.1. FricçãoEsfregar a gaze ou esponja embebida com solução salina no leito da lesão em um único sentido.Indicação: lesões agudas com sujida<strong>de</strong>;Contra-indicação: lesão crônica.2.1.2. Com instrumental cortanteRetirar o tecido necrótico utilizando instrumentos cortantes (lâminas e/ou tesoura).Indicação: lesões que comprometem até o tecido subcutâneo -profunda superficial ou úlceras<strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> estágio 3.Contra-indicação: úlceras isquêmicas e aquelas sem possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cicatrização, úlcerasfúngicas e neoplásicas, distúrbios <strong>de</strong> coagulação, com exposição <strong>de</strong> tendão ou com pacientesem terapia anti-coagulante.ProcedimentoMaterial necessário:- pacote contendo pinça hemostática reta, anatômica e <strong>de</strong> dissecção, tesoura <strong>de</strong>licada reta, componta (Iris)- lâmina <strong>de</strong> bisturi e cabo correspon<strong>de</strong>nte- pacotes <strong>de</strong> compressas estéreis- luvas cirúrgicas- equipamento <strong>de</strong> proteção individual (óculos, capote, gorro e máscara)- soro fisiológico a 0,9% e anti-séptico (para uso periferida)Locais indicados para realização da técnica:- sala <strong>de</strong> curativos- ambulatórios- à beira do leitoO ambiente <strong>de</strong>ve ser privativo, limpo, com luminosida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada, tranqüilo e confortável,tanto para o paciente quanto para o profissional.TécnicaNecrose coagulativa (ex.: escara)- Pinçar o tecido necrótico na borda, com a pinça <strong>de</strong> dissecção;- Dissecar o tecido necrótico em finas lâminas, em um único sentido, utilizando a lâmina <strong>de</strong>bisturi;- No caso <strong>de</strong> tecido intensamente a<strong>de</strong>rido ou profissionais com pouca habilida<strong>de</strong>, recomenda-sea <strong>de</strong>limitação do tecido necrótico em pequenos quadrados, utilizando-se a lâmina <strong>de</strong> bisturi eproce<strong>de</strong>ndo o <strong>de</strong>sbridamento;- Interromper o procedimento antes do aparecimento do tecido viável, em caso <strong>de</strong>sangramento, queixa <strong>de</strong> dor, cansaço (do cliente/paciente ou do profissional), tempoprolongado e insegurança do profissional.Necrose liqüefeita (amolecida)- Pinçar o tecido necrótico com pinça <strong>de</strong> dissecção e cortar com a tesoura;