REVISTA 119 REFERENCIA - Inocuidade de Alimentos
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ARTIGOSSITUAÇÃO MUNDIALA produção mundial <strong>de</strong> equí<strong>de</strong>osteve um aumento consi<strong>de</strong>rávelentre 1979 a 1987 passando <strong>de</strong> 502para 554 mil ton. Os países europeussão os principais produtores com 52mil, por exemplo, em 1987, a Itáliacom 21 mil, a França com 10 mil,Polônia, Romênia e Iugoslávia com21 mil como também os EstadosUnidos da América, Argentina e Canadátotalizando14 mil toneladas(MAGRAS et al., 1997). O maiorpaís produtor <strong>de</strong> carne é a China, comprodução <strong>de</strong> 165,6 mil toneladas noano <strong>de</strong> 2000. O México vem em seguida,tendo produzido 78,9 mil toneladasno mesmo ano (PAIVA,2003). Para o ano <strong>de</strong> 2000, os maiorespaíses exportadores <strong>de</strong> carne foramBélgica com 28,9, Argentina28,9, Brasil 15,4, Canadá 12,6 eEUA 10,1 mil toneladas. Os maioresimportadores foram Bélgica 33,1,França 26,9, Itália 18,4, Países Baixos12,2 e Japão 10,3 mil toneladas(PAIVA, 2003). Nota-se que a Bélgicaimporta e exporta gran<strong>de</strong>s volumes<strong>de</strong> carne e isso ocorre <strong>de</strong>vidoao país comprar carne e revendê-laprocessada. Ao contrário dos outrosfornecedores <strong>de</strong> carne como <strong>de</strong> bovinos,suínos e aves, não existe umacriação intensiva para sua produção,caracterizando, portanto, serem animais<strong>de</strong> <strong>de</strong>scarte.SITUAÇÃO BRASILEIRAO Brasil tem um gran<strong>de</strong> potencialexportador e o comércio internacional<strong>de</strong> alimentos tem aumentado muitonos últimos anos, principalmentecarne vermelha como bovina, suínae equí<strong>de</strong>a. No caso da carne equí<strong>de</strong>a,quase toda produção <strong>de</strong> 10,0mil ton. anuais, equivalente a US$12 milhões em termos financeiros, édirecionada ao mercado internacional,principalmente aos países europeus(ASSIS et al., 2000). Dos cincofrigoríficos exportadores, dois estãolocalizados no Paraná, dois no RioGran<strong>de</strong> do Sul e um em Minas Gerais.O abate é supervisionado peloRIISPOA -Regulamento da InspeçãoIndustrial e Sanitária <strong>de</strong> Produtos <strong>de</strong>Origem Animal - 1997, nos seus artigos199 a 203.A implementação do sistema <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> APPCC - Análise <strong>de</strong> Perigose Pontos Críticos <strong>de</strong> Controle nalinha <strong>de</strong> abate e <strong>de</strong>sossa da carneequí<strong>de</strong>a resfriada e congelada, direcionadaexclusivamente à exportaçãofoi o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho.MATERIAL E MÉTODOSO trabalho foi realizado em umfrigorífico localizado no estado doParaná e a metodologia utilizada baseou-senas normas do Sistema <strong>de</strong>Análise <strong>de</strong> Perigos e Pontos Críticos<strong>de</strong> Controle (SENAI, 2000 a,b;CONY, 2002), Legislação Brasileirae Européia (BRASIL, 2001, 2003) ena tecnologia utilizada nos abatedourosfrigoríficos <strong>de</strong> equí<strong>de</strong>os brasileiros(CONY, 2002).Após a formação da equipe multidisciplinarcom representantes <strong>de</strong>diversas áreas da segurança alimentarforam observadas as seguintesativida<strong>de</strong>s:1. familiarização com o processo <strong>de</strong>abate e <strong>de</strong>sossa <strong>de</strong> equí<strong>de</strong>os,2. verificação da existência e funcionamentodos pré-requisitos necessáriosà implementação doHACCPC como BPF (Boas Práticas<strong>de</strong> Fabricação) e PPHO (ProcedimentoPadrão <strong>de</strong> HigieneOperacional).3. <strong>de</strong>scrição técnica e informações<strong>de</strong> produção, armazenamento econsumo do produto;4. montagem dos fluxogramas doprocesso <strong>de</strong> Abate e Desossa,<strong>de</strong>scrição dos materiais e metodologia(Decisão 2001/471/CEE,Diretiva 77/96/CEE, Diretiva 84/319/CEE, Circular Nº 230/00/DCI/DIPOA, OFICIO Nº02/99 PCRBC/DCI/DIPOA)(Brasil 2001).5. utilização sequencial dos setesprincípios do Sistema APPCC.RESULTADOS E DISCUSSÃOForam i<strong>de</strong>ntificados Pontos Controles(PC) e Pontos Críticos <strong>de</strong> Controles(PCC) no abate e <strong>de</strong>sossa assinaladosnos dois fluxogramas dasFiguras 1 e 2, respectivamente. Nocaso dos PC encontrados, os perigossão controlados prioritariamente porprogramas e procedimentos <strong>de</strong> prérequisitosexigido no Sistema HAC-CP e no caso dos PCC encontradossão aplicadas medidas preventivaspara manter um perigo significativosob controle, com o objetivo <strong>de</strong> eliminar,prevenir ou reduzir a níveisaceitáveis os riscos à saú<strong>de</strong> do consumidor.Foram i<strong>de</strong>ntificados trêsPCC´s, sendo o primeiro localizadona recepção <strong>de</strong> animais como perigoquímico – PCC 1Q, como os resíduos<strong>de</strong> antibióticos, metais pesados,pesticidas e micotoxinas que, ao seremingeridos, são potenciais perigosao consumidor final. Faz-se necessáriaa exigência da certificação dofornecedor, da nota fiscal e do Guia<strong>de</strong> Trânsito do Animal, GTA, comouma das exigências ao seu controle.O segundo PCC foi localizado nainspeção <strong>de</strong> carcaças como um perigobiológico - PCC 1B, quando naoportunida<strong>de</strong> as carcaças são examinadaspelo SIF. No caso <strong>de</strong> suspeitas<strong>de</strong> doenças infecto-contagiosas,parasitárias, <strong>de</strong>generativas ou portadoras<strong>de</strong> contaminação e finalmente,contusão, as carcaças são <strong>de</strong>sviadasda linha <strong>de</strong> abate para o Departamento<strong>de</strong> Inspeção Final - DIF queas analisa minuciosamente e as <strong>de</strong>stina<strong>de</strong> acordo com o julgamento.O terceiro PCC foi localizado narevisão <strong>de</strong> carcaças como perigosbiológicos – PCC 2B, on<strong>de</strong> são rea-Higiene Alimentar — Vol. 24 — nº 190/191 55 novembro/<strong>de</strong>zembro – 2010