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ficha técnica - Inocuidade de Alimentos

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FICHA TÉCNICAEDITOROPS - Organização Pan-americana da Saú<strong>de</strong>INPPAZ – Instituto Pan-americano <strong>de</strong> Proteção <strong>de</strong> <strong>Alimentos</strong> e ZoonosesDIRETOR DA PUBLICAÇÃODr. Cláudio R. AlmeidaAUTORESCláudio R. AlmeidaSimone Moraes RaszlNancy Diana Bejarano OreGuilherme Antônio da Costa JúniorCOORDENADORA EDITORIAL E REVISORAMaria Isabel Stefani HöltzREVISÃO TÉCNICACarlos Alberto M. Lima dos SantosDilma Scala GelliDESENHO GRÁFICOMarisa Sacco


ÍNDICEII. Boas Práticas Agrícolas (GAP) e Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação (GMP)INTRODUÇÃO1. BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS (GAP)1.1 Objetivo1.2 Higiene do meio ambiente1.3 Produção higiênica <strong>de</strong> alimentos1.4 Manejo, armazenamento e transporte1.5 Limpeza, manutenção e higiene pessoal2. BOAS PRÁTICAS DE FABRIÇÃO (GMP)2.1 Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação (GMP)a) Instalaçõesb) Controle do fornecedorc) Especificaçõesd) Equipamento <strong>de</strong> produçãoe) Limpeza e sanitizaçãof) Higiene pessoalg) Controle <strong>de</strong> produtos químicosh) Recepção, armazenamento e envio <strong>de</strong> produtosi) Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rastreamento e recolhimentoj) Controle <strong>de</strong> pragas


2.2 Procedimentos Padrão <strong>de</strong> Higiene Operacional (SSOP)2.2.1 FDA (Food and Drug Administration)a) Manutenção geralb Armazenamento <strong>de</strong> materiais tóxicosc) Controle <strong>de</strong> pragasd) Higiene das superfícies em contato com alimentose) Armazenamento e manipulação <strong>de</strong> equipamentosf) Abastecimento <strong>de</strong> água• Encanamentos• Disposição <strong>de</strong> esgotos• Banheirosg) Instalações para lavagem <strong>de</strong> mãosh) Retirada <strong>de</strong> lixo2.2.2 FSIS (Food Safety and Inspection Service)a) Primeiro requisitob) Segundo requisitoc) Terceiro requisitod) Quarto requisitoe) Quinto requisito2.3 Estabelecimento, projeto e instalações2.3.1 Objetivos2.3.2 Localização dos estabelecimentos e do equipamentoa) Projeto e distribuição do equipamentob) Estruturas interiores e conexõesc) Equipamento


• Equipamento <strong>de</strong> controle e monitoramento <strong>de</strong> alimentos• Recipientes para resíduos e substancias não comestíveisd) Instalações2.4 Controle <strong>de</strong> operações2.4.1 Objetivos2.4.2. Controle <strong>de</strong> perigos2.4.3 Aspectos importantes <strong>de</strong> higiene no controle operacional2.4.4. Recepção <strong>de</strong> materiais2.4.5 Embalagem2.4.6 Água2.4.7 Gerenciamento e Monitoramento2.4.8 Documentação e Registros2.4.9 Procedimentos para o recolhimento <strong>de</strong> produtos (Recall)2.5 Estabelecimento: Manutenção e Sanitização2.5.1 Objetivos2.5.2 Limpeza e manutençãoa)Métodos e procedimentos <strong>de</strong> limpezab) Programas <strong>de</strong> limpezac) Limpeza <strong>de</strong> equipamentod) Limpeza do locale) Sustâncias <strong>de</strong>tergentesf) Agentes <strong>de</strong> sanitização2.5.3 Sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> pragasa) Prevenção <strong>de</strong> acesso


) Infestação e refúgiosc) Detecção e monitoramentod) Erradicaçãoe) Manejo <strong>de</strong> resíduos2.5.4 Controle <strong>de</strong> eficiência2.6 Higiene Pessoal2.6.1 Objetivo2.6.2 Estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>2.6.3 Doenças e lesões2.6.4 Asseio pessoal2.6.5 Comportamento pessoal2.6.6 Visitantes2.7 Transporte2.7.1 Objetivo2.7.2 Requisitos2.7.3 Uso e manutenção2.7.4 Transporte e distribuição2.8 Informações sobre o Produto e Avisos ao Consumidor2.8.1 Objetivo2.8.2 I<strong>de</strong>ntificação do lote2.8.3 Informação sobre o produtoa) Rotulagem2.8.4 Educação do consumidor


2.9 Treinamento2.9.1 Objetivo2.9.2 Conscientização e responsabilida<strong>de</strong>2.9.3 Programas <strong>de</strong> treinamento2.9.4 Instrução e supervisão2.9.5 Reciclagem2.9.6 Programa mínimo para cursos <strong>de</strong> treinamento em GMPa) Produção primáriab) Estabelecimento - Projeto e Instalaçõesc) Controle <strong>de</strong> operaçõesd) Estabelecimento - Manutenção e Limpezae) Higiene Pessoalf) Transporteg) Informações sobre o produtos e avisos ao consumidorh) Avaliação das GMPi) Código <strong>de</strong> Práticas <strong>de</strong> Higiene da CAC2.10 Avaliação das Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação2.10.1 Objetivo2.10.2 Verificação


INTRODUÇÃOPara que o sistema HACCP funcione <strong>de</strong> modo eficaz, são necessários pré-requisitos que irãofornecer as condições operacionais e ambientais básicas necessárias para a produção <strong>de</strong>alimentos inócuos e saudáveis. O sistema HACCP <strong>de</strong>ve ser executado sobre uma base sólida <strong>de</strong>cumprimento das Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação (GMP) e dos Procedimentos Padrões <strong>de</strong> HigieneOperacional (SSOP), que formam parte das GMP e que, <strong>de</strong>vido à sua importância, são freqüentementeconsi<strong>de</strong>rados e estudados em separado.As GMP têm uma abordagem ampla e cobrem muitos aspectos operacionais do estabelecimento e dopessoal. Os SSOP são procedimentos usados pelas empresas processadoras <strong>de</strong> alimentos para atingir ameta global <strong>de</strong> manter as GMP na produção <strong>de</strong> alimentos.Cada segmento da indústria <strong>de</strong>ve fornecer condições necessárias para proteger os alimentos enquantoestes estiverem sob seu controle. Isto tem sido alcançado através da aplicação das GMP como prérequisitopara a implementação do sistema HACCP.O Código <strong>de</strong> Regulamentação Fe<strong>de</strong>ral da Food and Drug Administration (FDA) (Título 21, Parte 110),nos EUA, fornece uma relação das Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação (GMP), e está dividido em quatrosubpartes. A primeira, Subparte A, <strong>de</strong>fine os termos relevantes - inclusive os “pontos críticos <strong>de</strong>controle” - e trata <strong>de</strong> práticas referentes ao pessoal. A segunda divisão das GMP, Subparte B, trata dasinstalações. Nesta divisão estão incluídos os requisitos para manutenção das áreas externas, construçãodas instalações físicas, ventilação e iluminação a<strong>de</strong>quadas, controle <strong>de</strong> pragas, uso e armazenamento<strong>de</strong> produtos químicos (incluindo substâncias sanitizantes), abastecimento <strong>de</strong> água e encanamentos, ecoleta <strong>de</strong> lixo. A terceira parte, Subparte C, aborda os requisitos gerais para o equipamento, incluindoaqueles necessários para sua construção, facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> limpeza e manutenção. A última parte, SubparteE, aborda os controles <strong>de</strong> produção.


GMP – Boas Práticas <strong>de</strong> FabricaçãofimTiras em quadrinhos criadas e produzidas nos estúdios da Mauricio <strong>de</strong> Sousa Produçõeshttp://www.monica.com.br/© Mauricio <strong>de</strong> Sousa – Brasil/2004


1. BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS - GAP1.1 OBJETIVOA produção primária <strong>de</strong>ve ser realizada <strong>de</strong> maneira a garantir que o alimento seja inócuo para o usoproposto, incluindo, quando necessário:• A não utilização <strong>de</strong> áreas on<strong>de</strong> o ambiente represente uma ameaça à inocuida<strong>de</strong>;• O controle <strong>de</strong> contaminantes, pragas e doenças <strong>de</strong> animais e plantas <strong>de</strong> modo que não representemuma ameaça à inocuida<strong>de</strong>;• Adoção <strong>de</strong> práticas e medidas para assegurar que o alimento seja produzido em condições higiênicasapropriadas.O maior <strong>de</strong>safio ao estimular o manejo da produção primária é a integração dos papéis do governo edo produtor primário. É necessário que os governos participem no controle dos perigos associados àprodução primária, através da regulamentação do emprego <strong>de</strong> pesticidas e medicamentos veterinários,da i<strong>de</strong>ntificação e controle <strong>de</strong> perigos ambientais e da elaboração <strong>de</strong> documentos <strong>de</strong> "boas práticas".Programas <strong>de</strong> educação e treinamento <strong>de</strong>vem ser elaborados para facilitar o manejo da produçãoprimária. Encontra-se, na Parte 2.9 <strong>de</strong>ste manual, o currículo mínimo para treinamento em BoasPráticas Agrícolas.1.2 HIGIENE DO MEIO AMBIENTEÉ preciso levar em consi<strong>de</strong>ração as fontes potenciais <strong>de</strong> contaminação originárias do meio ambiente. Emparticular, a produção primária <strong>de</strong> alimentos não <strong>de</strong>ve ser realizada em áreas on<strong>de</strong> a presença <strong>de</strong> substânciaspotencialmente prejudiciais po<strong>de</strong>ria resultar em um nível inaceitável <strong>de</strong>stas substâncias no alimento.O uso <strong>de</strong> água <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> constituir uma fonte direta <strong>de</strong> contaminação e/ou um meio<strong>de</strong> disseminação da contaminação localizada no campo, nas instalações ou durante o transporte.Quando a água entra em contato com frutas e vegetais, po<strong>de</strong> haver a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contaminação<strong>de</strong>sses produtos por microrganismos patógenos. Os microrganismos que sobreviverem nessesalimentos po<strong>de</strong>m causar doenças.Deve-se i<strong>de</strong>ntificar a fonte e a distribuição da água utilizada. Entre as fontes mais comuns <strong>de</strong> água paraa agricultura, encontram-se: água superficial (como rios, riachos, valas <strong>de</strong> irrigação e canais


<strong>de</strong>scobertos), água acumulada (como reservatórios, represas e lagos), água subterrânea (proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>poços) e água <strong>de</strong> abastecimento municipal. Supõe-se que a água subterrânea esteja menos propensa àcontaminação por microrganismos patógenos do que a água superficial. Entretanto, em certascondições, os poços rasos ou construídos in<strong>de</strong>vidamente e os poços velhos po<strong>de</strong>m estar afetados pelaágua superficial, ficando assim mais susceptíveis à contaminação.Os poços <strong>de</strong>vem ser mantidos em boas condições. Sugere-se que os agricultores com poços antigos(construídos há 30, 40 anos ou mais) ou que tenham outros motivos para se preocupar com o estadodo poço e sua possível contaminação, contratem um especialista em qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água para examinálos.Os programas oferecidos por órgãos municipais <strong>de</strong> divulgação, órgãos municipais e estatais <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> pública e <strong>de</strong> proteção ambiental po<strong>de</strong>m ajudá-los a avaliar o estado dos poços.Devem-se revisar as práticas e condições existentes para <strong>de</strong>tectar possíveis fontes <strong>de</strong> contaminação. Aágua para uso agrícola po<strong>de</strong> se contaminar direta ou indiretamente por fezes humanas ou <strong>de</strong> animais,quando não sejam drenadas <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada. A contaminação por matéria fecal humana po<strong>de</strong>ocorrer por <strong>de</strong>feitos no projeto dos sistemas sépticos e pelas <strong>de</strong>scargas proce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> instalações <strong>de</strong>tratamento <strong>de</strong> águas residuais (como a combinação do transbordamento da água <strong>de</strong> sumidouro doesgoto e o transbordamento da água <strong>de</strong> chuva). Entre os exemplos <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> contaminação doterreno por matéria fecal <strong>de</strong> animais, encontra-se a presença <strong>de</strong> animais que pastam em áreas <strong>de</strong>cultivo; o armazenamento <strong>de</strong> esterco animal próximo às terras <strong>de</strong> lavoura; o vazamento outrasbordamento em tanques <strong>de</strong> esterco; o acesso não controlado <strong>de</strong> gado às águas superficiais, poçosou zonas <strong>de</strong> bombeamento; e a existência <strong>de</strong> altas concentrações <strong>de</strong> fauna silvestre. Para minimizar orisco <strong>de</strong> contaminação microbiana em alimentos, <strong>de</strong>ve-se avaliar e controlar, <strong>de</strong>ntro do possível, essase outras fontes <strong>de</strong> contaminação da água.Deve-se ter consciência do uso do terreno na atualida<strong>de</strong> e no passado. A água para uso agrícola éfreqüentemente um recurso compartilhado, sendo que, em algumas regiões, a água para uso agrícolaproce<strong>de</strong> <strong>de</strong> águas superficiais que percorrem certa distância antes <strong>de</strong> chegar à área <strong>de</strong> cultivo. Emboraos agricultores não possam controlar os fatores que afetam sua bacia hidrográfica, o fato <strong>de</strong> terconsciência dos problemas potenciais po<strong>de</strong> auxiliar a <strong>de</strong>terminar as medidas <strong>de</strong> controle maisapropriadas. Na avaliação da qualida<strong>de</strong> da água, os operadores <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar os fatores que afetama bacia hidrográfica que compartilham.Devem-se consi<strong>de</strong>rar as práticas que ajudam a proteger a qualida<strong>de</strong> da água. Como mencionado acima,talvez os agricultores não possam controlar todos os fatores que afetam sua bacia hidrográfica, mas noscasos <strong>de</strong> se <strong>de</strong>tectar e controlar uma possível fonte <strong>de</strong> contaminação, <strong>de</strong>vem avaliar as práticas paraproteger a qualida<strong>de</strong> da água <strong>de</strong> uso agrícola. Entre as boas práticas agrícolas, encontram-se a proteção<strong>de</strong> águas superficiais, poços e áreas <strong>de</strong> bombeamento do acesso indiscriminado <strong>de</strong> gado e <strong>de</strong> animaissilvestres às áreas <strong>de</strong> captação e armazenamento <strong>de</strong> água para reduzir a contaminação por matériafecal.


O uso <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> conservação do solo e da água, como construção <strong>de</strong> canais com leito <strong>de</strong> grama,<strong>de</strong>svios, estruturas para controlar o <strong>de</strong>ságüe e franjas <strong>de</strong> vegetação, que atuam como barreira físicas,po<strong>de</strong>m contribuir para impedir o <strong>de</strong>ságüe <strong>de</strong> água contaminada afetando a água para uso agrícola e ocultivo <strong>de</strong> frutas e vegetais.A qualida<strong>de</strong> e o uso da água <strong>de</strong> irrigação também <strong>de</strong>vem ser avaliados. Em geral, a comunida<strong>de</strong>científica concorda que as práticas <strong>de</strong> irrigação que expõem a parte comestível das plantas ao contatodireto com água contaminada po<strong>de</strong>m aumentar o risco <strong>de</strong> contaminação microbiana nos alimentos,especialmente em cultivos e regiões on<strong>de</strong> a irrigação é feita perto da época <strong>de</strong> colheita. Os produtores<strong>de</strong>vem, <strong>de</strong>ntro do possível, adotar boas práticas agrícolas (GAP) para reduzir, ao mínimo, o risco daágua contaminada entrar em contato com a porção comestível da planta.1.3 PRODUÇÃO HIGIÊNICA DE ALIMENTOSDeve-se sempre consi<strong>de</strong>rar os efeitos potenciais das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção primária no que concerneà segurança e à inocuida<strong>de</strong> dos alimentos, i<strong>de</strong>ntificando-se quaisquer pontos específicos <strong>de</strong>ssasativida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> houver alta chance <strong>de</strong> contaminação, tomando-se medidas específicas para minimizaresta probabilida<strong>de</strong>.Dentro do possível, os produtores <strong>de</strong>veriam implementar medidas para:• Controlar a contaminação pelo ar, solo, água, forragens, fertilizantes (incluindo os fertilizantesnaturais ou orgânicos), pesticidas, medicamentos veterinários, ou qualquer outro agente usadona produção primária;• Controlar a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> vegetais e animais para que não representem uma ameaça à saú<strong>de</strong> humana,através do consumo <strong>de</strong> alimentos, ou para que não afetem negativamente a inocuida<strong>de</strong> doproduto; e• Proteger os produtos alimentícios contra contaminação fecal e <strong>de</strong> outros tipos.


Deve-se tomar cuidado especial na manipulação <strong>de</strong> resíduos e no armazenamento apropriado <strong>de</strong>substâncias perigosas. Devem-se incentivar os programas “na granja”, que estão se tornando uma parteimportante da produção, já que atingem metas específicas <strong>de</strong> inocuida<strong>de</strong> no alimento.Os perigos associados com a produção primária po<strong>de</strong>m ou não serem eliminados ou reduzidos a níveisaceitáveis, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do processo e manuseio posteriores e do tipo <strong>de</strong> alimento.LEMBRE-SE SEMPRE DE:• controlar a contaminação pelo ar, solo, água, forragens, fertilizantes, pesticidas,medicamentos veterinários, ou qualquer outro agente usado na produção primária;• controlar a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> vegetais e animais para que não representem uma ameaça àsaú<strong>de</strong> humana.• proteger os produtos alimentícios contra contaminação fecal e <strong>de</strong> outros tipos.Os produtos primários excessivamente contaminados com microrganismos ou toxinas, que po<strong>de</strong>mafetar a saú<strong>de</strong> dos consumidores, constituem um possível risco. É essencial compreen<strong>de</strong>r como ospatógenos entram na produção primária, para facilitar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações apropriadas emecanismos eficazes <strong>de</strong> controle. Em muitos casos, entretanto, não foram <strong>de</strong>finidas as medidas <strong>de</strong>controle para propiciar meios <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> certos perigos. Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais pesquisas parase conhecer a ecologia dos microrganismos patógenos, <strong>de</strong> modo que possam ser traçadas estratégias <strong>de</strong>ação apropriada para reduzi-los no início da ca<strong>de</strong>ia alimentar.1.4 MANEJO, ARMAZENAMENTO E TRANSPORTEDevem-se estabelecer alguns procedimentos para:• Classificar os alimentos e os ingredientes alimentícios para separar materiais que não sejamevi<strong>de</strong>ntemente a<strong>de</strong>quados para consumo humano;• Dispor qualquer material rejeitado <strong>de</strong> maneira higiênica; e,• Proteger os alimentos e os ingredientes alimentícios contra contaminação por pragas ou porcontaminantes químicos, físicos ou microbiológicos ou outras substâncias inaceitáveis durante amanipulação, armazenamento e transporte.


Deve-se ter cuidado para evitar, o máximo possível, <strong>de</strong>terioração e dano, mediante a aplicação <strong>de</strong>medidas apropriadas, que po<strong>de</strong>m incluir controle <strong>de</strong> temperatura, umida<strong>de</strong>, e/ou outros controles.1.5 LIMPEZA, MANUTENÇÃO E HIGIENE PESSOALDevem-se ter instalações e procedimentos apropriados para que as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> limpeza e manutençãonecessárias sejam realizadas <strong>de</strong> maneira eficaz, além <strong>de</strong> proporcionar um nível a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> higiene pessoal.As instalações sujas atraem pragas e oferecem um ambiente apropriado para multiplicação <strong>de</strong>microrganismos patogênicos. Tal situação irá contaminar potencialmente a produção primária dosalimentos <strong>de</strong> origem vegetal ou animal.Em alguns casos, como a produção leiteira, a higiene pessoal está diretamente relacionada à inocuida<strong>de</strong>do produto, pois a bactéria produtora <strong>de</strong> toxina estafilocócica, o Staphylococcus aureus, estánormalmente presente nas mãos dos seres humanos e po<strong>de</strong> causar doenças (mastite) nos animais oucontaminar diretamente o produto. Neste caso, a bactéria encontra um ambiente apropriado para aprodução <strong>de</strong> toxina.Há muitos perigos que afetam a inocuida<strong>de</strong> dos alimentos e que <strong>de</strong>vem ser controlados na produçãoprimária. Alguns <strong>de</strong>les só po<strong>de</strong>m ser controlados nesta etapa da ca<strong>de</strong>ia produtiva, como o vírus da hepatiteA e algumas espécies <strong>de</strong> Vibrio em ostras que são consumidas cruas. Esses agentes patógenos só serãocontrolados com um controle eficaz da qualida<strong>de</strong> da água. É também importante avaliar o uso esperadodo produto (cru ou cozido) e a ecologia microbiana para estimar o grau <strong>de</strong> perigo para a saú<strong>de</strong> humana.


2. BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (GMP)2.1 BOAS PRÁTICAS DE FABRIÇÃO (GMP)As GMP incluem:a) Instalações. O estabelecimento <strong>de</strong>ve estar localizado, construído e mantido <strong>de</strong> acordo com osprincípios do projeto sanitário. Deve haver um fluxo linear <strong>de</strong> produtos e controle <strong>de</strong> tráfego paraminimizar a contaminação cruzada <strong>de</strong> produtos crus com cozidos e <strong>de</strong> áreas sujas com áreas limpas.Conhecendo as fontes <strong>de</strong> contaminação, é necessário estabelecer um layout do estabelecimento eprever instalações que evitem ou minimizem as contaminações, como por exemplo, telas milimétricasem janelas, portas com cortina <strong>de</strong> ar, e outros.b) Controle do fornecedor. Cada estabelecimento <strong>de</strong>ve garantir que seus fornecedores implantemprogramas <strong>de</strong> GMP e <strong>de</strong> inocuida<strong>de</strong> alimentar eficazes.c) Especificações. Deve haver especificações, por escrito, <strong>de</strong> todos os ingredientes, produtos, materiaispara embalagem e do produto final.d) Equipamento <strong>de</strong> produção. Todo equipamento <strong>de</strong>ve ser construído e instalado <strong>de</strong> acordo com osprincípios <strong>de</strong> um projeto sanitário. Devem-se estabelecer procedimentos, documentar e verificarprogramas, através <strong>de</strong> calendários <strong>de</strong> manutenção e calibração preventivos.e) Limpeza e sanitização. Todos os procedimentos <strong>de</strong> limpeza e sanitização <strong>de</strong> equipamentos einstalações <strong>de</strong>vem ser documentados, por escrito, obe<strong>de</strong>cidos e verificados. Deve haver um programapadrão <strong>de</strong> sanitização.f) Higiene pessoal. Todos os operários ou quaisquer outras pessoas que entrarem em instalações<strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>vem cumprir os requisitos referentes à higiene pessoal, aosprocedimentos <strong>de</strong> limpeza e sanitização, à segurança pessoal, e, quando aplicável, <strong>de</strong>vem conhecerseu papel no programa HACCP. As empresas <strong>de</strong>vem manter programas e registros das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>treinamento dos operários e colaboradores. Estes programas <strong>de</strong>vem estar baseados na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>treinamento e retreinamento, através da supervisão da capacitação e <strong>de</strong>sempenho dos operários.g) Controle <strong>de</strong> produtos químicos. É necessário haver procedimentos documentados para garantir aseparação e o uso a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> produtos químicos não alimentícios no estabelecimento, incluindoprodutos <strong>de</strong> limpeza, produtos usados na manutenção e calibração <strong>de</strong> equipamentos e <strong>de</strong> fumigantes epesticidas ou iscas utilizadas <strong>de</strong>ntro ou ao redor das instalações.


2.2.1 FDADe acordo com a FDA (Food and Drug Administration), os SSOP po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> dois tipos e incluem:a) Manutenção geral: edifícios, instalações e outros locais do estabelecimento <strong>de</strong>vem sermantidos em condições higiênicas e em bom estado. A limpeza e a sanitização <strong>de</strong> utensílios eequipamento <strong>de</strong>vem ser realizadas <strong>de</strong> modo a evitar contaminação dos alimentos, das superfícies emcontato com alimentos ou dos materiais para embalagem.b) Armazenamento <strong>de</strong> materiais tóxicos e uso <strong>de</strong> substâncias utilizadas na limpeza e sanitização:os produtos ou agentes usados nos procedimentos <strong>de</strong> limpeza e sanitização não <strong>de</strong>vem contermicrorganismos in<strong>de</strong>sejáveis e <strong>de</strong>vem ser seguros e a<strong>de</strong>quados, segundo as condições <strong>de</strong> uso.c) Controle <strong>de</strong> pragas: Nenhuma praga (insetos e roedores) <strong>de</strong>ve estar presente nas áreas <strong>de</strong>processamento <strong>de</strong> alimentos e <strong>de</strong>vem-se tomar medidas eficazes para eliminá-las. O uso <strong>de</strong>inseticidas ou raticidas é permitido somente com precauções e restrições que protejam os alimentos, assuperfícies em contato com alimentos e os materiais <strong>de</strong> embalagem contra contaminação.d) Higiene das superfícies em contato com alimentos: Todas as superfícies em contato comalimentos, incluindo utensílios e equipamentos, <strong>de</strong>vem ser limpas com freqüência.As superfícies usadas para manipulação ou conservação <strong>de</strong> alimentos com pouca umida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem estarsecas e em condições higiênicas no momento do uso. Após a limpeza, as superfícies <strong>de</strong>vem serhigienizadas e secas completamente antes <strong>de</strong> novo uso.No processamento úmido, a limpeza é necessária para proteger os alimentos <strong>de</strong> modo a não entraremem contato com microrganismos. Da mesma forma, todas as superfícies em contato com alimentos<strong>de</strong>vem ser limpas e higienizadas antes do uso e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> cada interrupção das operações. Nos casos<strong>de</strong> operação contínua <strong>de</strong> produção, os utensílios e a superfície do equipamento que entrarem emcontato com os alimentos <strong>de</strong>vem ser limpos e higienizados, quando necessário.


a) O primeiro requisito é o estabelecimento ter um plano por escrito, <strong>de</strong>screvendo todos osprocedimentos que realizará antes e durante as operações, e a freqüência dos procedimentos para evitara contaminação direta e/ou adulteração <strong>de</strong> produtos, ou ainda realizar uma ação corretiva imediataem caso <strong>de</strong> contaminação.b) O segundo requisito é o plano ser assinado e datado pelo funcionário mais graduado do setor.O plano <strong>de</strong>ve ser assinado quando estabelecido e sempre que modificado.c) O terceiro requisito é o plano SSOP i<strong>de</strong>ntificar os procedimentos sanitários pré-operacionais edistingui-los das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sanitização realizadas durante as operações. Estes procedimentos préoperacionais<strong>de</strong>vem abordar, pelo menos, a limpeza <strong>de</strong> superfícies em contato com alimentos, equipamentoe utensílios. Esta exigência leva as indústrias a levantarem muitas dúvidas, tais como, quão específicos<strong>de</strong>vem ser os procedimentos. Os estabelecimentos po<strong>de</strong>m, mas não são obrigados, a fornecer<strong>de</strong>talhes doplano SSOP, por escrito, sobre a limpeza e o monitoramento <strong>de</strong> cada equipamento específico.d) O quarto requisito é o plano SSOP i<strong>de</strong>ntificar, por escrito, as pessoas responsáveis (por nomeou cargo) pela implementação e manutenção das ativida<strong>de</strong>s diárias <strong>de</strong> sanitização. Não hánenhuma exigência <strong>de</strong> que essas pessoas ou cargos tenham autorida<strong>de</strong> diferente daquela exercida noprocesso <strong>de</strong> produção. Para aten<strong>de</strong>r a esta exigência, po<strong>de</strong>m-se i<strong>de</strong>ntificar funcionários <strong>de</strong> produção,chefes <strong>de</strong> setor ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento. Provavelmente os pequenos estabelecimentos terão necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar estes funcionários ou cargos.e) O quinto e último requisito do FSIS é o estabelecimento manter registros diários para<strong>de</strong>monstrar que os procedimentos sanitários <strong>de</strong>scritos no plano SSOP são executados, incluindoas ações corretivas tomadas. Não há exigência <strong>de</strong> se usar um formato padrão, apenas que os registrossejam mantidos. Os registros po<strong>de</strong>m permanecer em computador, em vez <strong>de</strong> cópias por escrito, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>que estejam disponíveis ao pessoal <strong>de</strong> fiscalização.A sanitização efetiva do estabelecimento é essencial para a inocuida<strong>de</strong> dos alimentos e o sucesso daimplementação do HACCP. Instalações ou equipamento ina<strong>de</strong>quados, práticas in<strong>de</strong>vidas <strong>de</strong>manipulação e higiene pessoal <strong>de</strong>ficiente criam um ambiente propício à contaminação <strong>de</strong> produtos.In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos procedimentos SSOP adotados, se da FDA ou do FSIS, <strong>de</strong>ve-se monitorá-los,registrá-los e verificá-los


Os programas <strong>de</strong> pré-requisitos também têm impacto sobre a inocuida<strong>de</strong> dos alimentos e sepreocupam em garantir que sejam inócuos, legítimos (não fraudados ou falsificados), apropriados esaudáveis para o consumo. Já os planos HACCP têm uma finalida<strong>de</strong> especifica: objetiva a garantia<strong>de</strong> alimentos inócuos.A existência e a eficiência <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> pré-requisitos <strong>de</strong>vem ser avaliadas durante o planejamentoe a implementação <strong>de</strong> cada plano HACCP. Todos os programas <strong>de</strong> pré-requisitos <strong>de</strong>vem serdocumentados, operacionalizados e periodicamente verificados. Esses programas são estabelecidos eadministrados <strong>de</strong> forma separada do plano HACCP. Por exemplo, muitos estabelecimentos têmprocedimentos operacionais <strong>de</strong> manutenção preventiva para certos equipamentos <strong>de</strong> processamento,visando a evitar falhas e perdas da produção. Durante a elaboração <strong>de</strong> um plano HACCP, a equipeHACCP po<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir se a manutenção e a calibração <strong>de</strong> rotina <strong>de</strong> um forno <strong>de</strong>vem ser incluídas noplano como uma ativida<strong>de</strong> a ser verificada. Isso garantiria a obtenção da temperatura interna mínimanecessária para a inocuida<strong>de</strong> do alimento.2.3 ESTABELECIMENTO: PROJETO E INSTALAÇÕES2.3.1 OBJETIVOSDepen<strong>de</strong>ndo da natureza das operações e dos riscos associados, o local, o equipamento e asinstalações <strong>de</strong>vem ser localizados, projetados e construídos para garantir que:• A contaminação seja evitada ou minimizada;• O projeto e a distribuição permitam limpeza, <strong>de</strong>sinfecção e manutenção apropriadas, eevitem contaminação pelo ar;• As superfícies e os materiais, principalmente aqueles em contato direto com o alimento, nãosejam tóxicos e, quando necessário, duráveis e fáceis <strong>de</strong> manter e limpar;


a) PROJETO E DISTRIBUIÇÃO DO EQUIPAMENTOQuando apropriado, o projeto e a distribuição do equipamento nos estabelecimentosprocessadores <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>vem permitir a aplicação das boas práticas <strong>de</strong> higiene, incluindo aproteção contra a contaminação cruzada durante as operações <strong>de</strong> elaboração do alimento.Para oferecer proteção contra contaminação cruzada, <strong>de</strong>ve-se levar em conta que:• As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>vidamente separadas por meios físicos ou outros meios eficazes.• Os edifícios e as instalações <strong>de</strong>vem ser projetados <strong>de</strong> tal forma que facilitem as operações <strong>de</strong>maneira higiênica, através do fluxo or<strong>de</strong>nado do processo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a chegada da matéria prima aolocal até a obtenção do produto final.Os edifícios e suas estruturas <strong>de</strong>vem ser a<strong>de</strong>quados em tamanho, construção e distribuição para facilitara manutenção e as operações sanitárias na fabricação <strong>de</strong> alimentos. Os estabelecimentos e asinstalações <strong>de</strong>vem:1) Proporcionar espaço suficiente para a colocação <strong>de</strong> cada equipamento e para o armazenamento<strong>de</strong> materiais;2) Permitir medidas a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> precaução para reduzir o potencial <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong>alimentos, superfícies <strong>de</strong> contato com alimentos ou <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> embalagem commicrorganismos, produtos químicos, sujida<strong>de</strong>s ou outros materiais estranhos.3) Ser construídos <strong>de</strong> maneira que os pisos, as pare<strong>de</strong>s e os tetos possam ser <strong>de</strong>vidamente limpose mantidos em bom estado, on<strong>de</strong> vazamentos ou con<strong>de</strong>nsação, dutos e tubulações não contaminemos alimentos nem as superfícies <strong>de</strong> contato com alimentos (como embalagens, por exemplo);4) Proporcionar iluminação a<strong>de</strong>quada nas áreas <strong>de</strong> manipulação <strong>de</strong> alimentos, nos vestiários,armários, banheiros e em todas as áreas on<strong>de</strong> o alimento é examinado, processado ou armazenado;5) Proporcionar ventilação a<strong>de</strong>quada ou equipamento <strong>de</strong> controle para minimizar os odores evapores (incluindo fumaça nociva) em áreas on<strong>de</strong> possam contaminar os alimentos.b) ESTRUTURAS INTERIORES E CONEXÕESAs estruturas <strong>de</strong>ntro dos estabelecimentos processadores <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>vem ser totalmenteconstruídas com materiais duráveis, <strong>de</strong> fácil manutenção, limpeza e <strong>de</strong>sinfecção.As seguintes condições específicas <strong>de</strong>vem ser satisfeitas para garantir a inocuida<strong>de</strong> do alimento:


• As superfícies das pare<strong>de</strong>s, divisões e pisos <strong>de</strong>vem ser construídos com materiais impermeáveise sem efeito tóxico para o uso proposto.• As pare<strong>de</strong>s e divisões <strong>de</strong>vem ter superfície lisa e altura apropriada para as operações.• Os pisos <strong>de</strong>vem ser construídos <strong>de</strong> modo a permitir drenagem e limpeza a<strong>de</strong>quadas.• O teto e as instalações aéreas <strong>de</strong>vem ser construídos e revestidos <strong>de</strong> modo a minimizar o acúmulo<strong>de</strong> sujida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação, e a eliminação <strong>de</strong> partículas.• As janelas <strong>de</strong>vem ser fáceis <strong>de</strong> limpar e construídas <strong>de</strong> forma a minimizar o acúmulo <strong>de</strong> sujeirae con<strong>de</strong>nsação, e <strong>de</strong>vem ser fechadas com telas removíveis e <strong>de</strong> fácil limpeza, para evitar aentrada <strong>de</strong> insetos. Quando necessário, as janelas <strong>de</strong>vem ser fixas.• As portas <strong>de</strong>vem ter superfícies lisas, não absorventes e fáceis <strong>de</strong> limpar e <strong>de</strong>sinfetar,quando necessário.• As superfícies <strong>de</strong> trabalho que entram em contato direto com os alimentos <strong>de</strong>vem estar em boascondições, ter durabilida<strong>de</strong> e facilitar a limpeza e a <strong>de</strong>sinfecção. De preferência, <strong>de</strong>vem ser feitascom materiais lisos, não absorventes e inertes a alimentos, <strong>de</strong>tergentes e <strong>de</strong>sinfetantes.• A área externa <strong>de</strong>ve ser projetada, construída e mantida para prevenir o ingresso <strong>de</strong>contaminantes e pragas. Não <strong>de</strong>ve haver nenhum orifício sem proteção. As aberturas paraentrada <strong>de</strong> ar <strong>de</strong>vem estar em locais a<strong>de</strong>quados. Os tetos, pare<strong>de</strong>s e pisos <strong>de</strong>vem ter manutençãopermanente, a fim <strong>de</strong> prevenir vazamentos.• O sistema <strong>de</strong> drenagem e esgoto sanitário <strong>de</strong>ve estar equipado com válvulas apropriadas.• Os estabelecimentos <strong>de</strong>vem ser projetados e construídos <strong>de</strong> tal forma que não ocorra nenhumaconexão cruzada entre o sistema <strong>de</strong> esgoto e qualquer efluente <strong>de</strong> resíduos.• Os efluentes ou as linhas <strong>de</strong> esgotamento sanitário não <strong>de</strong>vem passar diretamente por cima ouatravés das áreas <strong>de</strong> produção, a não ser que haja controle rigoroso.• Revestimentos, pinturas, substâncias químicas, lubrificantes e outros materiais ou equipamentosnão <strong>de</strong>vem contribuir para a contaminação do alimento.c) EQUIPAMENTOEquipamento e recipientes (ao contrário das embalagens <strong>de</strong>scartáveis), que entram em contato com oalimento, <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senhados e construídos <strong>de</strong> modo a garantir a limpeza, a <strong>de</strong>sinfecção e a


manutenção a<strong>de</strong>quadas. O equipamento e recipientes <strong>de</strong>vem ser feitos com materiais que não tenhamefeito tóxico no uso indicado. O equipamento <strong>de</strong>ve ser durável e móvel, ou capaz <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>smontado,para permitir a manutenção, a limpeza, a <strong>de</strong>sinfecção, o monitoramento e a inspeção <strong>de</strong> pragas.Os fabricantes <strong>de</strong>vem ter um programa <strong>de</strong> manutenção preventiva eficaz, por escrito, para garantir queo equipamento capaz <strong>de</strong> afetar os alimentos seja mantido em condições <strong>de</strong> trabalho. Esse programa<strong>de</strong>ve incluir:• Uma lista do equipamento que necessita <strong>de</strong> manutenção periódica.• Os procedimentos e a freqüência <strong>de</strong> manutenção (por exemplo, inspeção do equipamento, ajustese substituições <strong>de</strong> peças), baseados no manual do equipamento ou ainda nas condiçõesoperacionais que possam afetar a condição do equipamento.O equipamento <strong>de</strong>ve ser mantido para assegurar a ausência <strong>de</strong> qualquer perigo físico ou químico, comoreparos impróprios, pintura <strong>de</strong>scascada ou oxidada, lubrificação excessiva, etc.• EQUIPAMENTO DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE ALIMENTOSO equipamento usado para cozinhar, aquecer, esfriar, armazenar ou congelar os alimentos <strong>de</strong>ve ser<strong>de</strong>senhado para atingir a temperatura exigida no menor tempo possível, visando à inocuida<strong>de</strong>. Alémdisso, o equipamento <strong>de</strong>ve ser projetado para permitir supervisão e controle <strong>de</strong> temperatura. Quandonecessário, o equipamento <strong>de</strong>ve dispor <strong>de</strong> meios eficazes para controlar e monitorar a umida<strong>de</strong>, ofluxo <strong>de</strong> ar e outras características que possam prejudicar a inocuida<strong>de</strong> do alimento. Essas exigências<strong>de</strong>vem garantir que:• Os microrganismos prejudiciais ou in<strong>de</strong>sejáveis ou suas toxinas sejam eliminados ou reduzidosou que sua sobrevivência e crescimento sejam controlados <strong>de</strong> maneira eficaz;• Os limites críticos estabelecidos nos planos HACCP possam ser monitorados;


• A temperatura e outras condições necessárias para garantir a inocuida<strong>de</strong> do alimento possam seratingidas rapidamente e mantidas.• RECIPIENTES PARA RESÍDUOS E SUBSTÂNCIAS NÃO COMESTÍVEISOs recipientes para resíduos ou similares e substâncias não comestíveis ou perigosas, <strong>de</strong>vem seri<strong>de</strong>ntificados, <strong>de</strong>vidamente construídos e, quando apropriado, feitos <strong>de</strong> material impermeável. Osrecipientes usados para armazenar substâncias perigosas <strong>de</strong>vem ser i<strong>de</strong>ntificados e, se necessário,estar completamente fechados para evitar a contaminação do alimento.d) INSTALAÇÕESAbastecimento <strong>de</strong> água.O Código <strong>de</strong> Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação (GMP) (Título 21 CFR Parte 110) da FDA (Food and DrugAdministration) exige que a água seja suficiente para as operações propostas e oriunda <strong>de</strong> uma fontesegura. A água que entra em contato com o alimento ou superfície <strong>de</strong> contato com o alimento <strong>de</strong>veser segura e com qualida<strong>de</strong> sanitária a<strong>de</strong>quada.A água corrente <strong>de</strong>ve ser fornecida a uma temperatura a<strong>de</strong>quada e sob a pressão necessária a todas asáreas on<strong>de</strong> se elaboram alimentos e se limpam utensílios, materiais <strong>de</strong> embalagem e o equipamento,além das instalações sanitárias para os operários.Aspectos a serem consi<strong>de</strong>rados:• Fonte segura• Pressão e temperatura a<strong>de</strong>quadas• Sistemas separados, segundo o uso• Desinfetantes permitidos• Controle da potabilida<strong>de</strong>Sempre que necessário, <strong>de</strong>vem dispor <strong>de</strong> instalações apropriadas para armazenamento e distribuição <strong>de</strong>água, e para o controle <strong>de</strong> temperatura, <strong>de</strong> modo a garantir a inocuida<strong>de</strong> do alimento.


A água potável <strong>de</strong>ve aten<strong>de</strong>r aos parâmetros <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> estabelecidos nas diretrizes mais recentes daOrganização Mundial da Saú<strong>de</strong> (OMS) relativas à água potável ou água <strong>de</strong> melhor padrão. A água nãopotável (para uso, por exemplo, em controle <strong>de</strong> incêndios, produção <strong>de</strong> vapor, refrigeração e outrosfins, e que não entra em contato com o alimento) <strong>de</strong>ve ter um sistema <strong>de</strong> encanamento separado.Devem-se i<strong>de</strong>ntificar os sistemas <strong>de</strong> água não potável (não po<strong>de</strong>m estar em contato com os sistemas<strong>de</strong> água potável) e cuidar para que não ocorra seu refluxo.• Deságüe e disposição dos resíduosDeve-se dispor <strong>de</strong> <strong>de</strong>ságües a<strong>de</strong>quados, assim como <strong>de</strong> sistemas e instalações <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong>resíduos, projetados e construídos <strong>de</strong> forma a evitar o risco <strong>de</strong> contaminação do alimento ou doabastecimento <strong>de</strong> água potável.• LimpezaAs instalações <strong>de</strong>vem ser projetadas e a<strong>de</strong>quadas para limpeza, utensílios e equipamento, e <strong>de</strong>vemter, on<strong>de</strong> apropriado, abastecimento <strong>de</strong> água potável quente e fria.• Instalações para higiene pessoal e banheirosDevem oferecer instalações para higiene pessoal que assegurem o <strong>de</strong>vido cumprimento <strong>de</strong>stas normase evitem a contaminação dos alimentos. On<strong>de</strong> for apropriado, as instalações <strong>de</strong>vem propiciar:• Os meios a<strong>de</strong>quados para lavar e secar as mãos <strong>de</strong> maneira higiênica, incluindo pias <strong>de</strong> lavageme abastecimento <strong>de</strong> água quente e fria (ou em temperatura conveniente), sabonete, <strong>de</strong>sinfetante(quando necessário) e toalhas <strong>de</strong>scartáveis <strong>de</strong> papel ou sistema <strong>de</strong> ar quente.• Pias com projeto higiênico e localização apropriados, que facilitem seu uso pelo operário, apósusar o vaso sanitário; e• Vestiários a<strong>de</strong>quados para os operários.Tais instalações <strong>de</strong>vem estar bem localizadas, sem contato direto ou perto <strong>de</strong> áreas on<strong>de</strong> o alimento é processado.


• Controle <strong>de</strong> temperaturaDepen<strong>de</strong>ndo da natureza das operações do alimento a ser elaborado, <strong>de</strong>ve-se dispor <strong>de</strong> instalaçõesa<strong>de</strong>quadas para aquecer, esfriar, cozinhar, refrigerar e congelar os alimentos; separar os refrigerados oucongelados; supervisionar sua temperatura; e, quando necessário, controlar a temperatura dosambientes, para garantir a inocuida<strong>de</strong>.• Qualida<strong>de</strong> do ar e ventilaçãoDevem-se proporcionar mecanismos a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> ventilação natural ou mecânica, especialmente para:• Minimizar a contaminação dos alimentos pelo ar, como através <strong>de</strong> aerossóis e gotas <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação;• Controlar a temperatura <strong>de</strong> ambientes;• Controlar odores que possam afetar a inocuida<strong>de</strong> do alimento;• Controlar a umida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> necessário, para garantir a inocuida<strong>de</strong> do alimento.Os sistemas <strong>de</strong> ventilação <strong>de</strong>vem ser projetados e construídos <strong>de</strong> tal forma que o ar não circule entre áreascontaminadas e limpas e, quando necessário, possam ser submetidos à manutenção e limpeza a<strong>de</strong>quadas.• IluminaçãoDeve haver iluminação a<strong>de</strong>quada natural ou artificial para permitir a operação <strong>de</strong> uma maneira higiênica.A iluminação não <strong>de</strong>ve alterar as cores e sua intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>quada à natureza das operações.As lâmpadas suspensas <strong>de</strong>vem estar protegidas para evitar a contaminação em caso <strong>de</strong> quebras.• ArmazenamentoOs estabelecimentos <strong>de</strong>vem oferecer instalações a<strong>de</strong>quadas ao armazenamento <strong>de</strong> alimentos,ingredientes e produtos químicos (por exemplo, materiais <strong>de</strong> limpeza, lubrificantes, combustíveis, etc.).As instalações <strong>de</strong>vem ser projetadas e construídas para o armazenamento dos alimentos com o fim <strong>de</strong>:• Permitir manutenção e limpeza a<strong>de</strong>quadas;• Evitar o acesso <strong>de</strong> pragas e o aparecimento <strong>de</strong> ninhos;• Permitir que o alimento seja protegido, <strong>de</strong> modo eficaz, contra contaminação durante oarmazenamento; e• Proporcionar um ambiente que minimize a <strong>de</strong>terioração dos alimentos (por exemplo, através <strong>de</strong>controle <strong>de</strong> temperatura e umida<strong>de</strong>).O tipo <strong>de</strong> instalação exigida para armazenagem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da natureza do alimento. O i<strong>de</strong>al é dispor <strong>de</strong>instalações separadas e seguras para armazenar materiais <strong>de</strong> limpeza e substâncias perigosas.


2.4 CONTROLE DE OPERAÇÕES2.4.1 OBJETIVOSO objetivo do controle <strong>de</strong> operações é produzir alimentos próprios para o consumo humano. Istose dá através <strong>de</strong> procedimentos operacionais apropriados a produtos e ingredientes, suaformulação, composição, processamento, distribuição e consumo. Esses procedimentos sãoaplicados na produção e na manipulação dos alimentos. Deve-se também realizar o planejamento,a implementação, o monitoramento e a revisão da eficiência dos sistemas <strong>de</strong> controle. A aplicaçãodo HACCP <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada quando o controle operacional não for suficiente com aplicaçãodas GMP.2.4.2 CONTROLE DE PERIGOSAs empresas produtoras <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>vem também controlar os perigos <strong>de</strong> contaminação, através douso <strong>de</strong> sistemas como o <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Perigos e Pontos Críticos <strong>de</strong> Controle (HACCP). Para o controle<strong>de</strong> perigos é necessário i<strong>de</strong>ntificar todas as etapas críticas do processo para a inocuida<strong>de</strong> do alimento,além <strong>de</strong> implementar procedimentos <strong>de</strong> controle nessas etapas, monitorá-los para garantir eficáciacontínua e revê-los periodicamente ou quando houver mudanças no processo operacional. Essessistemas <strong>de</strong>vem ser aplicados em toda a ca<strong>de</strong>ia alimentar para controlar a higiene dos alimentos durantetoda a vida útil do produto.Os procedimentos <strong>de</strong> controle po<strong>de</strong>m ser fáceis, como a simples verificação da renovação <strong>de</strong> estoque,a calibragem do equipamento ou a programação correta da temperatura das câmaras frias. Em algunscasos, po<strong>de</strong> haver a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consultar especialistas.• I<strong>de</strong>ntificar estapas essenciais para a inocuida<strong>de</strong>• Aplicar procedimentos eficazes• Assegurar a eficácia dos procedimentos (vigilância)• Examinar os procedimentos periodicamente


d) AlérgenosO fabricante <strong>de</strong>ve controlar a presença <strong>de</strong> alérgenos no produto. Alérgenos são os ingredientes ouaditivos que po<strong>de</strong>m estimular uma resposta alérgica em indivíduos sensíveis. Devem-se aplicar essescontroles em áreas relacionadas à adição <strong>de</strong> ingredientes, reprocessamento e transporte <strong>de</strong> ingredientes,substituição <strong>de</strong> ingredientes e transferência <strong>de</strong> substâncias pelo equipamento.e) Preparo/mistura do produtoOs pontos críticos para a formulação <strong>de</strong> um produto <strong>de</strong>vem ser controlados durante o preparo e amistura <strong>de</strong>ste para prevenir perigos biológicos, físicos ou químicos. O controle ina<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>ssespontos po<strong>de</strong> causar subprocessamento ou produção <strong>de</strong> toxinas, presença <strong>de</strong> alérgeno não <strong>de</strong>clarados eníveis ina<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> aditivos alimentares.No processamento térmico, <strong>de</strong>ve-se controlar o tamanho e a forma do produto (em cubos, moído oufatiado), a temperatura <strong>de</strong> tratamento (aquecimento, branqueamento, <strong>de</strong>scongelamento, resfriamento, etc.),a umida<strong>de</strong> (reidratação, concentração, etc.), a proporção (peso, volume), e o pH/aci<strong>de</strong>z, entre outros.O tempo e a temperatura <strong>de</strong>vem ser controlados durante o preparo, a mistura, a adição e amanutenção <strong>de</strong> materiais durante o processo, para evitar condições <strong>de</strong> crescimento microbianoexcessivo ou produção <strong>de</strong> toxina por Staphylococcus aureus, ou ainda para garantir a redução oueliminação <strong>de</strong> microrganismos.2.4.3 ASPECTOS IMPORTANTES DE HIGIENE NO CONTROLE OPERACIONALa) Controle <strong>de</strong> tempo e temperaturaO controle ina<strong>de</strong>quado da temperatura no processamento <strong>de</strong> alimentos é uma das causas mais comuns<strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> ETA ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração precoce <strong>de</strong> alimentos. Esses controles incluem tempo etemperatura <strong>de</strong> cozimento, resfriamento, processamento e armazenagem. Devem-se implantarsistemas que garantam um controle eficaz <strong>de</strong> temperatura, quando for essencial para ainocuida<strong>de</strong> do alimento.Os sistemas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar a natureza do alimento, isto é, a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>água (Aw), o pH e a carga inicial <strong>de</strong> microrganismos. É importante conhecer a vida útil pretendida parao produto, assim como o método <strong>de</strong> embalagem e <strong>de</strong> processamento. É necessário verificar como oalimento será consumido, isto é, se após cozimento e/ou processamento, ou se trata <strong>de</strong> alimento prontopara comer. Deve-se também especificar os limites toleráveis para variações <strong>de</strong> tempo e temperatura.Os registros <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong>vem ser verificados a intervalos regulares e avaliados quanto a sua exatidão.


• Especificar limites toleráveis das variáveis• Instrumentos <strong>de</strong> medição <strong>de</strong>vem serverificados e calibradosb) Etapas específicas <strong>de</strong> processoOutras etapas que contribuem para a higiene do alimento incluem técnicas isoladas ou combinadas,como resfriamento, processamento térmico, irradiação, <strong>de</strong>ssecação, <strong>de</strong>sidratação, conservação químicae embalagem a vácuo ou em atmosfera modificada.c) Contaminação cruzadaOs patógenos po<strong>de</strong>m ser transferidos <strong>de</strong> um alimento a outro, através <strong>de</strong> contato direto, manipuladores,superfícies <strong>de</strong> contato ou ar. Os alimentos crus ou não processados <strong>de</strong>vem ser separados, fisicamenteou por momento <strong>de</strong> trabalho, dos alimentos prontos para comer, e <strong>de</strong>ve-se realizar limpeza esanitização completa antes do início das operações.O acesso às áreas <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong>ve ser restrito ou controlado. On<strong>de</strong> há maiores riscos, o acessoà área <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong>ve ser através dos vestiários. Os operários <strong>de</strong>vem colocar uniformes limpos,incluindo sapatos ou botas, e <strong>de</strong>vem lavar as mãos antes <strong>de</strong> entrar nestas áreas.As superfícies, os utensílios, equipamento, acessórios e móveis <strong>de</strong>vem ser totalmente limpos e<strong>de</strong>sinfetados após o contato com alimentos crus, principalmente os <strong>de</strong> origem animal.Contaminação:Transferência <strong>de</strong> patógenos <strong>de</strong> um alimento, superfície ouutensílio contaminados para um alimento não contaminado,<strong>de</strong> corpos estranhos e <strong>de</strong> produtos químicos não <strong>de</strong>sejados.d) Contaminação física e químicaSão também necessários sistemas para prevenir a contaminação <strong>de</strong> alimentos por corposestranhos, como fragmentos <strong>de</strong> vidro ou <strong>de</strong> metal oriundos <strong>de</strong> equipamento, poeira, fumaçatóxica e produtos químicos não <strong>de</strong>sejados. Na manipulação e no processamento, <strong>de</strong>vem ser usadosmétodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção apropriados e sistemas <strong>de</strong> filtração.Os sistemas <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong>scritos constituem-se em uma forma eficaz para garantir a inocuida<strong>de</strong>do alimento. Quando as especificações microbiológicas, químicas e físicas são usadas em qualquer


sistema <strong>de</strong> controle, <strong>de</strong>vem se basear em princípios científicos consistentes. Quando aplicáveis,<strong>de</strong>vem-se estabelecer os procedimentos <strong>de</strong> monitoramento e as ações <strong>de</strong> controle correspon<strong>de</strong>ntes.2.4.4 RECEPÇÃO DE MATERIAISNenhum produto ou ingrediente cru <strong>de</strong>ve ser aceito por um estabelecimento contendo parasitas,microrganismos não <strong>de</strong>sejados, pesticidas, drogas veterinárias ou tóxicas e substâncias em<strong>de</strong>composição ou estranhas, que não possam ser reduzidas a níveis aceitáveis por separação ouprocessamento normal. Quando necessário, as especificações para produtos crus <strong>de</strong>vem ser aplicadas.Os produtos ou ingredientes crus <strong>de</strong>vem ser inspecionados e classificados antes do processamento.Quando necessário, <strong>de</strong>vem-se realizar testes laboratoriais para estabelecer a aptidão para uso, esomente àqueles consi<strong>de</strong>rados apropriados e saudáveis <strong>de</strong>vem ser utilizados. Deve-se realizar umarotação efetiva nos estoques <strong>de</strong> produtos e ingredientes crus, através do sistema FIFO, que significafirst in, first out, ou seja, o primeiro a entrar é o primeiro a sair.A prevenção <strong>de</strong> perigos começa com o controle do material recebido. O grau <strong>de</strong> controle exercidosobre esses produtos <strong>de</strong>ve ser proporcional ao risco existente.O produtor <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>ve controlar os ingredientes recebidos através <strong>de</strong>:a) Avaliação periódica <strong>de</strong> ingredientes recebidos• O produtor <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>ve estabelecer especificações escritas <strong>de</strong> cada ingrediente.• As especificações <strong>de</strong> compra <strong>de</strong>vem estar <strong>de</strong> acordo com a legislação.• O produtor <strong>de</strong>ve manter um histórico documentado <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> das especificações paracada fornecedor, com resultados analíticos.• O produtor do alimento <strong>de</strong>ve obter certificados <strong>de</strong> análise para cada lote.• Deve ser estabelecido um histórico <strong>de</strong> cumprimento das especificações sempre que houveralteração <strong>de</strong> fornecedor, da origem dos ingredientes <strong>de</strong> um fornecedor conhecido, ou quando aavaliação eventual não estiver <strong>de</strong> acordo com o certificado <strong>de</strong> análise.• Devem-se obter amostras <strong>de</strong> cada lote recebido, <strong>de</strong> acordo com um plano pré-<strong>de</strong>terminado eanalisado para confirmar o cumprimento das especificações.


) Certificação pelo fornecedorQuando o produtor do alimento concorda em aceitar a certificação do fornecedor, <strong>de</strong>ve-se aten<strong>de</strong>r aosseguintes requisitos mínimos:• O produtor do alimento <strong>de</strong>ve receber especificações, por escrito, para os ingredientes.• O produtor do alimento <strong>de</strong>ve receber documentação que <strong>de</strong>monstre conhecimento a<strong>de</strong>quado doprocesso do fornecedor, como fluxograma do processo, avaliação do local, i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>pontos críticos <strong>de</strong> controle, ações corretivas e procedimentos <strong>de</strong> verificação.• O produtor do alimento <strong>de</strong>ve ter dados para <strong>de</strong>monstrar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processo do fornecedorpara elaboração <strong>de</strong>ntro das especificações.• Antes da implementação <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> monitoramento periódico, a empresa <strong>de</strong>ve analisarum <strong>de</strong>terminado número <strong>de</strong> lotes consecutivos para verificar o cumprimento das especificações.• O produtor do alimento <strong>de</strong>ve realizar monitoramento periódico para verificar o cumprimentodas especificações.• O produtor do alimento <strong>de</strong>ve realizar auditorias ao fornecedor para validar seu programa <strong>de</strong> certificação.c) Exigências <strong>de</strong> especificaçãoQuando não é provável que os ingredientes e materiais recebidos tenham um impacto na inocuida<strong>de</strong>do produto final:• O produtor do alimento <strong>de</strong>ve ter especificações, por escrito, para os ingredientes.• As especificações para a comercialização <strong>de</strong>vem incluir uma cláusula sobre cumprimento dalegislação pertinente.• O fornecedor <strong>de</strong>ve garantir que o ingrediente esteja <strong>de</strong> acordo com as especificações.Quando os ingredientes não aten<strong>de</strong>m às especificações, o produtor <strong>de</strong>ve pesquisar e i<strong>de</strong>ntificar a causa.2.4.5 EMBALAGEMA forma e o material da embalagem <strong>de</strong>vem garantir uma proteção a<strong>de</strong>quada ao produto para minimizara contaminação, prevenir danos e acomodar o rótulo. As substâncias utilizadas na embalagem não


<strong>de</strong>vem representar perigo à inocuida<strong>de</strong> do alimento, <strong>de</strong> acordo com as condições especificadas paraarmazenagem e uso. As embalagens reutilizáveis ou retornáveis <strong>de</strong>vem ser duráveis, além <strong>de</strong> facilitara limpeza e a sanitização, <strong>de</strong>vendo ser <strong>de</strong>scartadas quando mostrarem alterações que as façam per<strong>de</strong>ra finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção do conteúdo.2.4.6 ÁGUAA principal preocupação em uma operação <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> qualquer alimento <strong>de</strong>ve ser asegurança da água. Um plano SSOP completo <strong>de</strong>ve, inicialmente, consi<strong>de</strong>rar as fontes e o tratamentoda água que entra em contato com o alimento ou com as superfícies <strong>de</strong> contato com alimentos, ou queé usada para fabricar gelo. Também <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas as conexões cruzadas entre a água potávelcom qualquer água não segura ou com sistemas <strong>de</strong> esgoto sanitário.A água é muito importante <strong>de</strong>vido a seu amplo uso no processamento dos alimentos. É utilizada comoingrediente <strong>de</strong> alguns produtos alimentícios; como meio <strong>de</strong> transporte; na lavagem <strong>de</strong> alimentos; nalimpeza e <strong>de</strong>sinfecção das instalações, utensílios, recipientes e equipamento; na fabricação <strong>de</strong> gelo; epara beber. Todos esses procedimentos requerem água potável, que não contamine os alimentos.Se a água não for potável, <strong>de</strong>ve haver um sistema separado para utilizá-la na produção <strong>de</strong> vapor, naprevenção <strong>de</strong> incêndios, na refrigeração, e para outros fins não relacionados a alimentos. A água nãopotável também po<strong>de</strong> ser utilizada em certas etapas do processamento <strong>de</strong> alimentos, comoresfriamento, e em áreas on<strong>de</strong> o alimento seja manipulado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não represente um perigo àinocuida<strong>de</strong> do alimento (por exemplo, o uso <strong>de</strong> água <strong>de</strong> mar limpa).a) Água em contato com o alimentoToda água que entrar em contato com o alimento ou com as superfícies <strong>de</strong> contato com oalimento, ou usada para preparar gelo, <strong>de</strong>ve ser potável.


A água reutilizada <strong>de</strong>ve ser tratada e mantida <strong>de</strong> tal maneira que não represente qualquer risco àinocuida<strong>de</strong> do alimento. O processo <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong>ve estar sob constante vigilância. A águareutilizada que não recebeu nenhum tratamento e a água recuperada no processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong>alimento, por evaporação ou secagem, po<strong>de</strong> ser usada, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não constitua um risco à inocuida<strong>de</strong>.b) Água como ingredienteDeve-se sempre utilizar água potável para evitar a contaminação do alimento. As tubulações <strong>de</strong> águanão potável <strong>de</strong>vem ser diferenciadas claramente das <strong>de</strong> água potável. O gelo usado comoingrediente, ou que está em contato direto com o alimento, <strong>de</strong>ve ser preparado com água potável eprotegido <strong>de</strong> contaminação.A qualida<strong>de</strong> da água <strong>de</strong> uso agrícola e as características da colheita influem na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a águacontaminar a produção. A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa água varia, principalmente nas superfícies sujeitas àcontaminação intermitente ou temporária, como no caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> águas residuais ou <strong>de</strong>operações <strong>de</strong> estábulos a montante <strong>de</strong> rios, que <strong>de</strong>ságuam águas contaminadas.A água usada durante o processamento <strong>de</strong> frutas e verduras está em contato intenso com o produto.Mesmo sendo útil para reduzir a contaminação, po<strong>de</strong> também ser fonte <strong>de</strong> contaminação direta ou <strong>de</strong>contaminação cruzada.c) Gelo e vaporO gelo <strong>de</strong>ve ser preparado com água que atenda aos padrões recomendados pela OMS. O gelo e o vapor<strong>de</strong>vem ser produzidos, manipulados e armazenados <strong>de</strong> modo a protegê-los <strong>de</strong> qualquer contaminação.O vapor que está em contato direto com o alimento ou com as superfícies em contato com o alimentonão <strong>de</strong>ve constituir uma ameaça à inocuida<strong>de</strong> do alimento.d) Fontes <strong>de</strong> água e seu monitoramentoOs fabricantes <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>vem controlar as fontes <strong>de</strong> água utilizada. Seja <strong>de</strong> re<strong>de</strong> pública, <strong>de</strong> poço(particular) ou <strong>de</strong> mar, o abastecimento <strong>de</strong>ve ser monitorado com a freqüência necessária para garantirsua qualida<strong>de</strong> e inocuida<strong>de</strong>.• Água <strong>de</strong> re<strong>de</strong> públicaA re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> abastecimento é a fonte mais comum <strong>de</strong> água para processar os produtos alimentícios.Se a água provém da re<strong>de</strong> pública, uma cópia da conta <strong>de</strong> água (on<strong>de</strong> o volume utilizado esteja <strong>de</strong>acordo com as necessida<strong>de</strong>s) é a documentação necessária para comprovar o abastecimento. Osprocessadores <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>vem realizar análises para verificar a qualida<strong>de</strong> fornecida e arquivar osresultados nos registros <strong>de</strong> controle periódico.


• Água <strong>de</strong> origem privadaA água <strong>de</strong> origem privada po<strong>de</strong> vir <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fontes. Os estabelecimentos processadores <strong>de</strong>alimentos perfuram poços para obter água mais barata, mais confiável, ou <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> melhor que adisponível no local. Os poços mantidos <strong>de</strong> maneira apropriada po<strong>de</strong>m fornecer água limpa, garantindoa inocuida<strong>de</strong> do alimento. No entanto, essa água é mais susceptível à contaminação que a água <strong>de</strong>fontes públicas. As águas residuais po<strong>de</strong>m atingir os poços, em casos <strong>de</strong> inundação ou se os mesmosestiverem localizados perto <strong>de</strong> latrinas, fossas sépticas ou <strong>de</strong>ságües. Outra fonte <strong>de</strong> contaminação é aprópria água do subsolo, que po<strong>de</strong> chegar ao poço sem a filtração natural e percolação suficiente pararetirar as impurezas. A contaminação química dos poços po<strong>de</strong> ocorrer <strong>de</strong>vido ao vazamento <strong>de</strong> tanques<strong>de</strong> combustível, uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos em granjas, hortas e campos <strong>de</strong> golfe, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas industriais.Em muitos casos, as autorida<strong>de</strong>s locais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública po<strong>de</strong>m oferecer informações sobre aconstrução apropriada dos poços, <strong>de</strong> acordo com as normas legais vigentes.As fontes <strong>de</strong> água privada <strong>de</strong>vem ser monitoradas para <strong>de</strong>terminar se a água se encontra <strong>de</strong>ntro dosparâmetros aprovados. Isto requer análises laboratoriais que <strong>de</strong>vem incluir, no mínimo, provas para<strong>de</strong>tectar presença ou ausência <strong>de</strong> bactérias indicadoras <strong>de</strong> contaminação, como coliformes. Afreqüência da amostragem <strong>de</strong>ve ser a especificada pela legislação. Os métodos <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong>vemconsi<strong>de</strong>rar os locais e os procedimentos mais apropriados, assim como o manejo a<strong>de</strong>quado e o rápidotransporte da amostra ao laboratório.A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> agregar ou não <strong>de</strong>sinfetantes químicos <strong>de</strong>ve se basear em provas microbiológicas.• Água <strong>de</strong> marO uso da água <strong>de</strong> mar limita-se, em geral, ao processamento <strong>de</strong> pescado, em regiões costeiras e emcertas embarcações. A inocuida<strong>de</strong> e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa água po<strong>de</strong>m ser questionadas, pois estão sujeitasa mudanças diárias e sazonais e à contaminação ambiental. Neste caso, tratamentos como cloração ourestrição do uso da água po<strong>de</strong>m ser suficientes para eliminar o risco microbiológico. Por exemplo, ouso po<strong>de</strong> ser restrito às primeiras etapas do processamento, que não influem na inocuida<strong>de</strong> do alimento(como o <strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> pescado inteiro), seguido <strong>de</strong> processamento posterior com etapas <strong>de</strong> lavagemcom água potável.A entrada <strong>de</strong> água nos tanques <strong>de</strong> abastecimento localizados nas embarcações processadoras <strong>de</strong>ve,<strong>de</strong>ntro do possível, estar situada perto da proa, e no lado contrário <strong>de</strong> qualquer ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong>resíduos do processamento.Seria pru<strong>de</strong>nte que as exigências quanto à inocuida<strong>de</strong> da água <strong>de</strong> mar fossem semelhantes às <strong>de</strong> águapotável oriunda <strong>de</strong> fontes públicas e privadas.


fechamento), o processo <strong>de</strong>verá ser interrompido até ser consertado. O produto processado nessascondições <strong>de</strong>ficientes <strong>de</strong>ve ser retirado <strong>de</strong> distribuição até que sua inocuida<strong>de</strong> seja confirmada. Todosos reparos e correções <strong>de</strong>vem ser documentados.• Registros do controle da águaOs arquivos <strong>de</strong> controle são necessários para que o processador comprove que está trabalhando emcondições e práticas sanitárias aceitáveis. O processador <strong>de</strong>ve ter sempre uma cópia disponível daconta mensal <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água pela re<strong>de</strong> pública. Se utilizar uma fonte privada <strong>de</strong> água ouágua <strong>de</strong> mar (em caso dos produtos <strong>de</strong> pesca), os resultados laboratoriais referentes a testes <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> sanitária <strong>de</strong>vem ser documentados e arquivados. Em caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> qualquercontaminação, <strong>de</strong>ve-se documentar e arquivar as correções e os resultados da nova análisecomprovando a inocuida<strong>de</strong> da água.• Padrões <strong>de</strong> águaO Código dos Princípios Gerais <strong>de</strong> Higiene dos <strong>Alimentos</strong> recomenda que a água potável atenda aosparâmetros <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> estabelecidos nas diretrizes mais recentes da Organização Mundial daSaú<strong>de</strong> (OMS) relativas à água potável. Veja a Tabela 1.A OMS <strong>de</strong>fine como “água <strong>de</strong> mar limpa” aquela que aten<strong>de</strong> aos mesmos parâmetros microbiológicosda água potável e está livre <strong>de</strong> substâncias inaceitáveis.Tabela 1: Qualida<strong>de</strong> bacteriológica para água potável aORGANISMOSPARÂMETROÁgua para beberE. coli ou coliforme termorresistenteBactérias b,cÁgua tratada que entrano sistema <strong>de</strong> distribuiçãoAusência em 100 ml <strong>de</strong> amostraE. coli ou coliforme termorresistenteBactérias bBactérias coliformes totaisÁgua tratada no sistema <strong>de</strong> distribuiçãoE. coli ou coliforme termorresistenteBactériasBactérias coliformes totaisAusência em 100 ml <strong>de</strong> amostra.Devem estar ausentes em pelo menos 95%das amostras colhidas nos últimos 12 meses.


a Deve-se investigar imediatamente em caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> E. coli ou <strong>de</strong> bactérias coliformes totais.No caso <strong>de</strong> haver bactérias coliformes, a ação mínima a ser tomada é repetir a análise. Se essasbactérias forem <strong>de</strong>tectadas na amostra <strong>de</strong> repetição, <strong>de</strong>ve-se <strong>de</strong>terminar a causa através <strong>de</strong> investigaçãoimediata e minuciosa.b Apesar <strong>de</strong> a E. coli ser o indicador mais preciso <strong>de</strong> contaminação fecal, a contagem <strong>de</strong> bactériascoliformes termorresistentes é também uma alternativa aceitável. A indicação <strong>de</strong> E.coli estárelacionada à i<strong>de</strong>ntificação completa <strong>de</strong>ste gênero e espécie. Se necessário, <strong>de</strong>ve-se realizar as provas<strong>de</strong> confirmação. As bactérias coliformes não são indicadores aceitáveis <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> sanitária noabastecimento <strong>de</strong> água rural, principalmente em áreas tropicais, on<strong>de</strong> muitas bactérias que não têmnenhuma importância sanitária estão presentes em quase todos os sistemas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> águanão tratados.c Nos países em <strong>de</strong>senvolvimento, sabe-se que a gran<strong>de</strong> maioria dos sistemas rurais <strong>de</strong> abastecimento<strong>de</strong> água apresentam contaminação fecal disseminada. Nessas condições, o órgão nacional <strong>de</strong> vigilância<strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar a melhora gradual do fornecimento <strong>de</strong> água como objetivo a médio prazo.As “Principais Regulamentações Nacionais para Água Potável”, estabelecidas pela Agência <strong>de</strong>Proteção do Meio Ambiente (EPA) dos EUA, são normas que se aplicam aos sistemas públicos <strong>de</strong>abastecimento <strong>de</strong> água. Essa legislação foi elaborada para proteger a saú<strong>de</strong> pública e contêm os limites,ou os níveis máximos <strong>de</strong> contaminação (maximum contaminant levels - MCL), para as diversassubstâncias químicas orgânicas e inorgânicas (por exemplo, chumbo, mercúrio, dioxina), comotambém para alguns microrganismos, incluindo coliformes fecais e E. coli. Essas bactérias são usadascomo indicadores <strong>de</strong> outras bactérias potencialmente patógenas que po<strong>de</strong>m estar presentes, sendocomumente utilizadas para indicar contaminação por resíduos fecais <strong>de</strong> origem humana ou animal. Apresença <strong>de</strong> E. coli representa forte evidência <strong>de</strong> fezes na água.Os coliformes totais (somatória dos coliformes ambientais e dos fecais) não são indicadores precisosda presença real ou provável <strong>de</strong> organismos patógenos. Alguns organismos causadores <strong>de</strong> doenças,sobretudo os protozoários como Giardia e Cryptosporidium, po<strong>de</strong>m resistir a tratamentos queeliminam os coliformes. Esses dois protozoários po<strong>de</strong>m ser encontrados em águas <strong>de</strong> superfíciecontaminadas por fezes humanas ou <strong>de</strong> animais. Os principais vírus que causam problemas na água(vírus da hepatite A e Norwalk) po<strong>de</strong>m estar associados à contaminação fecal. Normalmente a<strong>de</strong>sinfecção com cloro é suficiente para inativar estes vírus.


2.4.7 GERENCIAMENTO E MONITORAMENTOO tipo <strong>de</strong> controle e vigilância necessários <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do estabelecimento comercial, da natureza <strong>de</strong>suas ativida<strong>de</strong>s e do tipo <strong>de</strong> alimento. Os gerentes e supervisores <strong>de</strong>vem ter conhecimento suficientesobre os princípios e as práticas <strong>de</strong> higiene para po<strong>de</strong>r avaliar os perigos existentes, tomar asações preventivas e corretivas a<strong>de</strong>quadas e assegurar controle e monitoramento eficazes.• O tipo <strong>de</strong> controle e vigilância <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá do tamanho do estabelecimento,da natureza <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s e do tipo <strong>de</strong> alimento.• Os gerentes e supervisores <strong>de</strong>verão ter suficiente conhecimentosobre princípios e práticas em higiene <strong>de</strong> alimentos.2.4.8 DOCUMENTAÇÃO E REGISTROSQuando necessário, <strong>de</strong>ve-se arquivar a documentação <strong>de</strong> registro do processamento, produção edistribuição do produto por um período que exceda seu tempo <strong>de</strong> vida útil. A documentação aumentaa credibilida<strong>de</strong> e a efetivida<strong>de</strong> do sistema <strong>de</strong> controle da inocuida<strong>de</strong> do alimento. Os registros <strong>de</strong>vemser legíveis e permanentes e <strong>de</strong>vem refletir com precisão o resultado, a condição ou a ativida<strong>de</strong> real.Os erros ou alterações nos registros <strong>de</strong>vem ser i<strong>de</strong>ntificados <strong>de</strong> tal modo que o original esteja claro.Por exemplo, um risco ou um simples traço <strong>de</strong>vem trazer as iniciais do responsável ao lado da correçãoou da alteração efetuada.• Tempo <strong>de</strong> manutenção• Legibilida<strong>de</strong>• Revisões e atualizaçõesCada dado <strong>de</strong>ve ser registrado pela pessoa responsável no momento em que o evento ocorrer. Osregistros completos <strong>de</strong>vem ser assinados e datados por esse responsável.Os registros essenciais, por exemplo, aqueles relacionados com a eficiência do processo térmico e <strong>de</strong>vedação hermética <strong>de</strong> recipientes, <strong>de</strong>vem ser assinados e datados por pessoa qualificada, <strong>de</strong>signadapela direção, antes do produto ser distribuído. Todos os outros registros <strong>de</strong>vem ser revisados com a<strong>de</strong>vida freqüência, <strong>de</strong> modo a oferecer uma indicação precoce <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências potencialmente graves.


Os registros <strong>de</strong>vem ser arquivados por um ano, após a data <strong>de</strong> vencimento. Se não houver data <strong>de</strong>vencimento, <strong>de</strong>ve permanecer por dois anos, contados a partir da data <strong>de</strong> venda. Os registros <strong>de</strong>vemser mantidos no estabelecimento e estar disponíveis.2.4.9 PROCEDIMENTOS PARA O RECOLHIMENTO DE PRODUTOS (Recall)A direção <strong>de</strong>verá assegurar que sejam procedimentos seguros para lidar com qualquer risco àinocuida<strong>de</strong> do alimento e permitir o rápido e completo recolhimento <strong>de</strong> cada lote <strong>de</strong> produtopronto, disponível no mercado. Quando um produto é retirado por representar um risco imediato àsaú<strong>de</strong>, outros produtos elaborados em condições semelhantes, e que possam representar um perigosimilar à saú<strong>de</strong> pública, <strong>de</strong>vem ser avaliados quanto a sua inocuida<strong>de</strong> e recolhidos, se necessário.Deve-se consi<strong>de</strong>rar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avisos através <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa (tv, rádio, etc).Os produtos recolhidos <strong>de</strong>vem ser mantidos sob controle até que sejam <strong>de</strong>struídos, usados para outrosfins que não os <strong>de</strong> consumo humano ou reprocessados.• I<strong>de</strong>ntificação do produto e do lote• Razões• Destino do produto• Rastreabilida<strong>de</strong> interna e externaDeve haver um procedimento, por escrito, para o recolhimento dos produtos que inclua:• Os responsáveis (por exemplo, o supervisor) pelo processo <strong>de</strong> recolhimento.• O papel e a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação e implantação do recolhimento.• Os métodos para i<strong>de</strong>ntificar, localizar e controlar o recolhimento do produto.• Procedimentos para controlar a efetivida<strong>de</strong> do recolhimento.As informações relativas ao recolhimento <strong>de</strong>vem incluir:• A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produto fabricado, em estoque ou distribuído.• Nome, tamanho, código ou número <strong>de</strong> lotes <strong>de</strong> alimentos recolhidos.• A área <strong>de</strong> distribuição do produto. Por exemplo, local, nacional, internacional.• Razão do recolhimento.• Destino dado ao produto (reprocessamento, <strong>de</strong>scarte, etc.).


Código <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação do produtoCada alimento pré-embalado <strong>de</strong>ve ter os números do lote, legíveis e permanentes, e, se necessário, ainformação “consumir antes <strong>de</strong>” ou a data <strong>de</strong> vencimento.Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recolhimento <strong>de</strong> produtosOs processadores <strong>de</strong>vem oferecer informações precisas e oportunas, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar que todoproduto afetado será rapidamente i<strong>de</strong>ntificado e retirado do mercado. O procedimento po<strong>de</strong> ser o seguinte:• Arquivos com nome, en<strong>de</strong>reço e número <strong>de</strong> telefone dos clientes correspon<strong>de</strong>ntes ao lote analisado.• Registro <strong>de</strong> produção, estoque e distribuição.Registros <strong>de</strong> distribuiçãoOs registros <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong>vem conter informações suficientes para permitir o rastreamento <strong>de</strong> lotessuspeitos. Devem-se exigir, no mínimo, as seguintes informações sobre os registros <strong>de</strong> distribuição:• I<strong>de</strong>ntificação e tamanho do produto.• Número ou código do lote.• Quantida<strong>de</strong>.• Nome, en<strong>de</strong>reço e número <strong>de</strong> telefone dos clientes.2.5 ESTABELECIMENTO: MANUTENÇÃO E SANITIZAÇÃO2.5.1 OBJETIVOO principal objetivo é estabelecer sistemas eficazes para garantir limpeza e manutenção, controle <strong>de</strong>pragas e manejo <strong>de</strong> resíduos, e monitoramento eficaz dos procedimentos <strong>de</strong> manutenção e sanitização.


2.5.2 LIMPEZA E MANUTENÇÃODevem-se manter os estabelecimentos e o equipamento em estado <strong>de</strong> conservação a<strong>de</strong>quada parafacilitar todos os procedimentos <strong>de</strong> sanitização, e para que o equipamento cumpra a função proposta,especialmente as etapas essenciais <strong>de</strong> segurança e prevenção <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong> alimentos porfragmentos <strong>de</strong> metal, <strong>de</strong> gesso, resíduos e substâncias químicas, entre outros.A limpeza <strong>de</strong>ve remover os resíduos <strong>de</strong> alimentos e sujida<strong>de</strong>s que possam ser fonte <strong>de</strong> contaminação.Os métodos <strong>de</strong> limpeza e os materiais a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da natureza do alimento. A sanitizaçãopo<strong>de</strong> ser necessária após a limpeza.Certas bactérias, incluindo algumas patogênicas, po<strong>de</strong>m adaptar-se a condições adversas ao formar umbiofilme. As bactérias se alteram fisicamente, soltando filamentos que se a<strong>de</strong>rem entre si e também àsuperfície. Depois liberam um polissacarí<strong>de</strong>o que lhes confere uma melhor proteção. As bactérias emum biofilme não são efetivamente removidas com os procedimentos normais <strong>de</strong> limpeza com água esabão neutro. Chegam a ser mil (1000) vezes mais resistentes aos sanitizantes comuns em comparaçãocom as que se encontram em estado livre. Deve-se seguir uma rotina <strong>de</strong> limpeza sistemática pararemover esses biofilmes e outras sujida<strong>de</strong>s.a) Métodos e procedimentos <strong>de</strong> limpiezaA limpeza po<strong>de</strong> ser realizada pelo uso individual ou combinado <strong>de</strong> métodos físicos (como calor,esfrega, fluxo turbulento, limpeza a vácuo ou outros métodos que evitem o uso <strong>de</strong> água) emétodos químicos que utilizem <strong>de</strong>tergentes alcalinos ou ácidos.


Etapas da limpeza e sanitização:1) Remoção dos resíduos2) Pré-lavagem3) Lavagem4) Enxágüe5) Sanitização6) Enxágüe (se necessário)As escovas e esponjas, métodos físicos para retirar a sujida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m ser muito eficazes se escolhidos<strong>de</strong> forma apropriada. Caso seja necessário aplicar mais pressão para remover as sujida<strong>de</strong>s difíceis, ascerdas das escovas po<strong>de</strong>m dobrar-se, reduzindo significativamente a eficiência. Nesses casos, <strong>de</strong>ve-seutilizar escovas <strong>de</strong> cerdas mais duras. Não <strong>de</strong>vem ser usadas as mesmas escovas, vassouras ou esponjasnas áreas <strong>de</strong> produtos crus e nas áreas <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> produtos prontos para consumo.As esponjas tornaram-se muito populares como material para limpeza manual, pois são feitas <strong>de</strong>materiais sintéticos e projetadas para aplicação <strong>de</strong> limpeza específica. Em geral, são especificadas <strong>de</strong>acordo com o material ou a dureza da superfície a ser limpa. Não é aconselhável o uso <strong>de</strong> esponjas <strong>de</strong>fibra metálica, porque são muito abrasivas.Esponjas, escovas e vassouras <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>stinadas apenas a tarefas para as quais foram <strong>de</strong>senhadas.Desta forma, otimiza-se a eficiência da limpeza diminuindo riscos <strong>de</strong> contaminação cruzada.Os <strong>de</strong>tergentes não agem imediatamente, mas necessitam certo tempo para penetrar na sujida<strong>de</strong> e soltálada superfície. Uma forma <strong>de</strong> simplificar este processo é <strong>de</strong>ixar utensílios e equipamento imersos emcontinentes apropriados (tanques ou pias). Muitas vezes este procedimento reduz, <strong>de</strong> modosignificativo, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esfrega manual.Obviamente, as peças maiores do equipamento e as instalações permanentes não po<strong>de</strong>m permanecerem soluções com <strong>de</strong>tergente. Um método eficaz para aumentar o tempo <strong>de</strong> contato nessas superfíciesé aplicar o <strong>de</strong>tergente na forma <strong>de</strong> espuma ou gel.Todos os métodos <strong>de</strong> limpeza, inclusive as espumas e tanques <strong>de</strong> molho requerem um tempo <strong>de</strong> contatosuficiente para soltar e suspen<strong>de</strong>r totalmente a sujida<strong>de</strong>.Em geral, limpeza e sanitização, quando necessárias, incluem:1. Limpeza a seco2. Pré-enxágüe (rápido)


3. Aplicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergente (po<strong>de</strong> incluir esfrega)4. Pós-enxágüe5. Aplicação <strong>de</strong> sanitizante.Na limpeza a seco é usada uma vassoura ou escova (ou escovinha) <strong>de</strong> borracha para varrer as partículas<strong>de</strong> alimento e sujida<strong>de</strong>s das superfícies. Às vezes, os processadores usam rodo para empurrar partículas,ao invés <strong>de</strong> escovas. Esta prática aumenta significativamente o consumo <strong>de</strong> água, além <strong>de</strong> provocarproblemas associados à obstrução <strong>de</strong> encanamentos e manejo <strong>de</strong> resíduos sólidos. Também ten<strong>de</strong> adispersar sujida<strong>de</strong> e bactérias a outras áreas do estabelecimento (pare<strong>de</strong>s, equipamento e mesas).O pré-enxágüe usa água para remover pequenas partículas que não foram retiradas na etapa da limpezaa seco e prepara (molha) as superfícies para a aplicação do produto <strong>de</strong> limpeza. Entretanto, a remoçãocuidadosa das partículas não é necessária antes da aplicação do produto <strong>de</strong> limpeza.Os <strong>de</strong>tergentes ajudam a soltar a sujida<strong>de</strong> e as películas bacterianas e as mantêm em solução ou suspensão.Durante o pós-enxágüe, utiliza-se água para retirar o produto <strong>de</strong> limpeza e soltar a sujida<strong>de</strong> dassuperfícies <strong>de</strong> contato. Este processo prepara as superfícies limpas para a sanitização. Todo produto <strong>de</strong>limpeza <strong>de</strong>verá ser retirado para que o agente sanitizante seja eficaz.Depois <strong>de</strong> limpas, as superfícies <strong>de</strong> contato com alimentos <strong>de</strong>vem ser higienizadas para eliminar, oupelo menos diminuir, as bactérias prejudiciais.b) Programas <strong>de</strong> limpezaOs programas <strong>de</strong> limpeza e sanitização <strong>de</strong>vem garantir a higiene a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> todo o estabelecimento,bem como do próprio equipamento utilizado para limpeza e sanitização.Os programas <strong>de</strong> limpeza e sanitização <strong>de</strong>vem ser monitorados <strong>de</strong> forma contínua e eficaz a fim <strong>de</strong>verificar sua a<strong>de</strong>quação e eficiência. Quando necessário, <strong>de</strong>vem ser documentados especificando:• Áreas, partes do equipamento e utensílios a serem limpos;• Responsável para as tarefas específicas;• Método e freqüência <strong>de</strong> limpeza; e• Organização <strong>de</strong> monitoramento.Quando apropriado, os programas <strong>de</strong>vem ser elaborados através <strong>de</strong> consulta com assessores especializados.c) Limpeza <strong>de</strong> equipamentoOs métodos <strong>de</strong> limpeza são classificados segundo o <strong>de</strong>senho do equipamento. Os que possuem


canaletas ou tubulações são limpos sem o <strong>de</strong>smonte das seções. Este processo é conhecido como“limpeza no lugar” ou CIP (clean-in-place). Os sistemas <strong>de</strong> processamento fechado são limpos ehigienizados bombeando-se uma ou mais soluções <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergente através das linhas e <strong>de</strong> outroequipamento conectado (como os trocadores <strong>de</strong> calor ou válvulas), em intervalos estabelecidos. Aindústria láctea usa este sistema para limpar as linhas <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> leite. Os <strong>de</strong>tergentes com baixaprodução <strong>de</strong> espuma são especialmente preparados e necessários para as aplicações CIP. Quando oequipamento precisa ser <strong>de</strong>smontado para limpeza, <strong>de</strong>nomina-se “técnica <strong>de</strong> limpeza fora do lugar” ouCOP (clean-out-of-place).d) Limpeza do localO fabricante <strong>de</strong>ve conter um programa <strong>de</strong> limpeza e sanitização escrito, que especifique as áreas aserem limpas, os métodos <strong>de</strong> limpeza, a pessoa responsável e a freqüência da ativida<strong>de</strong>. O documento<strong>de</strong>ve indicar os procedimentos necessários durante o processamento (por exemplo, a remoção <strong>de</strong>resíduos em intervalos entre os turnos).e) Substâncias <strong>de</strong>tergentesOs <strong>de</strong>tergentes ajudam a remover partículas e reduzem o tempo <strong>de</strong> limpeza e o consumo <strong>de</strong> água.Como há varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergentes, suas instruções <strong>de</strong>vem ser cumpridas. Muitos produtos <strong>de</strong> limpezadoméstica, e outros projetados para o intenso contato com as mãos, são indicados para uso geral eaconselháveis para superfícies pintadas. Entretanto, são pouco a<strong>de</strong>quados para ambientes <strong>de</strong> processo.Para aplicações em áreas <strong>de</strong> processamento, recomenda-se o uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergentes alcalinos ou clorados,pois são mais eficazes.Os produtos clorados são normalmente mais agressivos, permitindo que as sujida<strong>de</strong>s à base <strong>de</strong>proteínas, ou as mais a<strong>de</strong>rentes, soltem-se. São recomendados para superfícies difíceis <strong>de</strong> limpar<strong>de</strong>vido à forma ou tamanho (como os engradados perfurados para armazenamento e as lixeiras). Osclorados também são alcalinos e, por serem corrosivos, não <strong>de</strong>vem ser usados em materiais <strong>de</strong> fácil


corrosão (como o alumínio). Apesar <strong>de</strong> ajudarem na ruptura química das sujida<strong>de</strong>s, as substânciascloradas são <strong>de</strong>tergentes e não sanitizantes.• Uso geral• Alcalinos ou clorados• Ácidos• EnzimáticosEm casos on<strong>de</strong> a exposição a condições excessivamente alcalinas ou ácidas é problemática, os <strong>de</strong>tergentesenzimáticos po<strong>de</strong>m ser uma alternativa aceitável. Como as enzimas são específicas para <strong>de</strong>terminadostipos <strong>de</strong> sujida<strong>de</strong>, esses <strong>de</strong>tergentes não são tão eficazes como os outros <strong>de</strong>tergentes <strong>de</strong> uso geral. Os<strong>de</strong>tergentes enzimáticos são a<strong>de</strong>quados para sujida<strong>de</strong>s à base <strong>de</strong> proteínas, gorduras ou carboidratos.Para qualquer tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergente e sujida<strong>de</strong>, a eficiência da limpeza <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários fatores básicos:1) Tempo <strong>de</strong> contato: os <strong>de</strong>tergentes não agem instantaneamente, mas requerem certo tempo parapenetrar na sujida<strong>de</strong> e soltá-la da superfície.2) Temperatura: a maioria dos <strong>de</strong>tergentes intensifica sua eficácia com o aumento da temperatura.3) Ruptura física da sujida<strong>de</strong> (esfrega): a seleção do <strong>de</strong>tergente apropriado e os métodos <strong>de</strong>aplicação minimizam a necessida<strong>de</strong> da esfrega manual.4) Química da água: raramente a água é consi<strong>de</strong>rada pura, <strong>de</strong>vido ao gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> impurezasexistentes. A água calcária, por exemplo, contém sais <strong>de</strong> cálcio e magnésio, que reagem com assubstâncias limpadoras e diminuem sua eficiência. Conhecer a química da água é especialmenteimportante ao escolher o sanitizante.f) Agentes <strong>de</strong> sanitizaçãoHá muitos tipos <strong>de</strong> sanitizantes químicos disponíveis no mercado. Po<strong>de</strong>m ou não necessitar enxágüeantes <strong>de</strong> iniciar o processo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo utilizado e <strong>de</strong> sua concentração. Todos <strong>de</strong>vem estaraprovados para uso em estabelecimentos <strong>de</strong> alimentos e <strong>de</strong>vem ser preparados e aplicadossegundo as indicações do fabricante. Infelizmente, não existe nenhum sanitizante i<strong>de</strong>al para aten<strong>de</strong>ra todas as necessida<strong>de</strong>s em geral.O cloro e os produtos à base <strong>de</strong> cloro compreen<strong>de</strong>m o maior grupo <strong>de</strong> agentes sanitizantes usados emestabelecimentos processadores <strong>de</strong> alimentos, sendo também o grupo mais comum. Os sanitizantes àbase <strong>de</strong> cloro são eficazes contra muitos tipos <strong>de</strong> bactérias e fungos, atuam bem em temperaturaambiente, toleram água calcária, e são relativamente baratos. O alvejante doméstico é uma solução <strong>de</strong>hipoclorito <strong>de</strong> sódio, uma forma comum <strong>de</strong> cloro. Devem-se observar as instruções do rótulo, pois nem


todos os produtos clorados são aceitos para uso em estabelecimentos processadores <strong>de</strong> alimentos. Éaconselhável não misturar cloro e amoníaco, pois po<strong>de</strong> ser perigoso.Devem-se usar testes rápidos para <strong>de</strong>terminar se os níveis apropriados do cloro foram atingidos.Os compostos <strong>de</strong> amônio quaternário, às vezes conhecidos como “quats”, requerem um tempo <strong>de</strong>exposição relativamente longo para eliminar um número significativo <strong>de</strong> microrganismos. Entretanto,isso nem sempre é um problema, pois são muito estáveis e continuam a eliminar bactérias por maistempo, quando a maioria dos outros sanitizantes já per<strong>de</strong>u sua eficiência. Devido a esse efeito residual,mesmo na presença <strong>de</strong> alguma sujida<strong>de</strong>, são freqüentemente selecionados para uso em pisos esuperfícies frias. São bastante eficazes contra a Listeria monocytogenes e geralmente utilizados emestabelecimentos que elaboram produtos prontos para o consumo. Infelizmente, os “quats” tambémpo<strong>de</strong>m ser seletivos para os tipos <strong>de</strong> microrganismos que eliminam. Alguns processadores <strong>de</strong> alimentosque mudaram para os “quats” tiveram problemas com o aparecimento <strong>de</strong> coliformes ou organismosambientais nocivos. Uma estratégia que muitas vezes funciona é alternar com outro sanitizante, umaou duas vezes por semana. Os <strong>de</strong>tergentes <strong>de</strong>vem ser enxaguados das superfícies por completo antes<strong>de</strong> aplicar os “quats”, caso contrário serão quimicamente neutralizados.Os sanitizantes à base <strong>de</strong> iodo, conhecidos como iodóforos, são formulados com outros compostospara reforçar sua eficiência. Possuem muitas qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sejáveis para um sanitizante, pois eliminama maioria dos diferentes tipos <strong>de</strong> microrganismos, inclusive fungos e leveduras, mesmo em baixasconcentrações. Toleram a concentração mo<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> sujida<strong>de</strong>s, são menos corrosivos e sensíveis aopH - se comparados ao cloro - e são mais estáveis durante seu uso e armazenamento. Também causammenos irritação à pele e, geralmente, são selecionados para a lavagem das mãos. Quando diluídos <strong>de</strong>forma a<strong>de</strong>quada, os iodóforos têm uma cor que varia <strong>de</strong> âmbar a marrom claro, o que po<strong>de</strong> ser útil paracontrolá-lo, pois a cor indica a presença <strong>de</strong> iodo ativo. A principal <strong>de</strong>svantagem dos iodóforos é a <strong>de</strong>manchar materiais, principalmente os plásticos. Os iodóforos po<strong>de</strong>m ser formulados, especialmentepara uso com água calcária.Os sanitizantes ácidos incluem os ácido-aniônicos e os tipos ácidos carboxílicos e peroxiacéticos. Suaprincipal vantagem é manter estabilida<strong>de</strong> a temperaturas altas ou na presença <strong>de</strong> matéria orgânica. Porserem ácidos, ao higienizar removem sólidos inorgânicos, como os que se encontram na água mineralcalcária. São normalmente usados na CIP ou nos sistemas <strong>de</strong> limpeza mecânica. Os sanitizantes ácidosmais recentes são os produzidos pela combinação <strong>de</strong> peróxido <strong>de</strong> hidrogênio e ácido acético, como proexemplo o ácido peroxiacético. Eles são muito eficazes contra a maioria dos microrganismos quepreocupam os processadores <strong>de</strong> alimentos, especialmente contra os biofilmes que protegem as bactérias.


Outros agentes sanitizantes incluem ozônio, luz ultravioleta e água quente. O ozônio é um gás oxidanteinstável que <strong>de</strong>ve ser produzido no mesmo lugar <strong>de</strong> aplicação. Seu custo é relativamente alto. É umsanitizante mais agressivo que o cloro, mas exige controle mais cuidadoso para prevenir a <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong>níveis excessivos <strong>de</strong> gás tóxico. O ozônio, assim como o cloro, <strong>de</strong>saparece quando entra em contatocom materiais orgânicos. Po<strong>de</strong> ser injetado nos sistemas <strong>de</strong> água, como uma alternativa ao gás <strong>de</strong> cloro.Utiliza-se, algumas vezes, a irradiação ultravioleta (UV) para tratar água, ar ou superfícies expostas àslâmpadas geradoras <strong>de</strong> UV. A luz ultravioleta não penetra em líquidos turvos ou abaixo da superfície<strong>de</strong> películas ou sólidos. Não tem nenhuma ativida<strong>de</strong> residual e não po<strong>de</strong> ser aplicada ou bombeada parao interior do equipamento, como a maioria dos sanitizantes químicos.2.5.3 SISTEMA DE CONTROLE DE PRAGASQuando se fala <strong>de</strong> pragas, geralmente os roedores são apontados como os mais problemáticos. Naverda<strong>de</strong>, em estabelecimentos processadores <strong>de</strong> alimentos, os pássaros, numerosas espécies <strong>de</strong> insetos(como baratas, besouros, moscas e traças) cães, gatos e vários tipos <strong>de</strong> roedores po<strong>de</strong>m ser incluídosnessa categoria. A presença <strong>de</strong> pragas em um estabelecimento transformador <strong>de</strong> alimentos po<strong>de</strong> tornar-sefonte <strong>de</strong> doença aos consumidores. Mesmo não ocasionando doenças, as sujida<strong>de</strong>s (como fragmentos<strong>de</strong> insetos, pêlos e fezes <strong>de</strong> roedores) <strong>de</strong>sagradam aos consumidores, se encontradas em alimentos.As pragas representam uma gran<strong>de</strong> ameaça à inocuida<strong>de</strong> do alimento. A inspeção das matériasprimas recebidas e o monitoramento apropriado po<strong>de</strong>m minimizar a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infestação eassim limitar a necessida<strong>de</strong> do uso <strong>de</strong> pesticidas.a) Prevenção <strong>de</strong> acessoAs infestações por pragas po<strong>de</strong>m ocorrer em locais propícios à procriação. As instalações <strong>de</strong>vem sermantidas em boas condições <strong>de</strong> conservação, principalmente on<strong>de</strong> houver provisão <strong>de</strong> alimentos.


Orifícios, drenos e outros lugares on<strong>de</strong> as pragas possam ter acesso <strong>de</strong>vem permanecer fechados. Astelas <strong>de</strong> arame colocadas em janelas, portas e ventiladores abertos reduzem a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrada<strong>de</strong> pragas. Os animais <strong>de</strong>vem ser excluídos <strong>de</strong> áreas processadoras <strong>de</strong> alimentos.Num estabelecimento, on<strong>de</strong> se manipulam alimentos, ao se estabelecer um programa <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>pragas, há áreas que <strong>de</strong>vem receber especial atenção: edifício e terrenos, estrutura e adjacentes,maquinário, equipamento e utensílios, disposição <strong>de</strong> resíduos, etc.• Locais <strong>de</strong> entrada• Inspeções internas e externas• Avaliar a capacida<strong>de</strong> do estabelecimentopara excluir as pragasA inspeção dos exteriores <strong>de</strong>ve garantir que os terrenos estejam livres <strong>de</strong> arbustos altos, <strong>de</strong> acúmulos<strong>de</strong> resíduos sólidos e <strong>de</strong> outros objetos que facilitem a aproximação e nidificação <strong>de</strong> pragas. Deveincluir, inclusive, a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> prováveis lugares <strong>de</strong> repouso ou formação <strong>de</strong> ninhos <strong>de</strong> pássaros,que representem fonte <strong>de</strong> patógenos. Deve-se ter cuidado especial com a aproximação <strong>de</strong> aves asugadores <strong>de</strong> ar, já que elas po<strong>de</strong>m trazer microrganismos para o interior do edifício. Como as aves notelhado po<strong>de</strong>m contaminar a água <strong>de</strong> chuva, <strong>de</strong>ve-se assegurar que as canaletas <strong>de</strong>ságüem longe dasáreas <strong>de</strong> manipulação e da entrada dos operários.Os roedores e a maioria das outras pragas não exigem uma abertura gran<strong>de</strong> para entrar. Qualquerorifício <strong>de</strong>ve ser vedado com material a<strong>de</strong>quado, como fibra metálica ou preenchimento, para evitar apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso. Às vezes, a utilização <strong>de</strong> iluminação tênue no interior do estabelecimentoajuda a i<strong>de</strong>ntificar aberturas <strong>de</strong>vido à penetração da luz externa por estes orifícios.Alguns dispositivos especiais são geralmente utilizados para controlar pragas nos estabelecimentos,como eletrocutores <strong>de</strong> iluminação e cortinas <strong>de</strong> ar. Esses dispositivos <strong>de</strong>vem ser instalados e mantidos<strong>de</strong> acordo com as recomendações do fabricante. Se os dispositivos <strong>de</strong> iluminação forem instalados emlugares muito altos, ou se a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz não for suficiente, não cumprirão com seu objetivo. Ascortinas <strong>de</strong> ar <strong>de</strong>vem ser instaladas na altura e na posição especificadas no projeto. Se não instaladasa<strong>de</strong>quadamente, tornam-se ineficazes e po<strong>de</strong>m atrair os insetos para o interior do estabelecimento.


) Infestação e refúgiosAs partes internas e externas dos estabelecimentos <strong>de</strong>vem ser mantidas limpas e o lixo <strong>de</strong>ve serguardado em recipientes fechados à prova <strong>de</strong> pragas.• Disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comida e água• Eficiência do programa <strong>de</strong>limpeza e sanitizaçãoO controle <strong>de</strong> pragas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um estabelecimento processador <strong>de</strong> alimentos também é afetado poroutros elementos do programa <strong>de</strong> sanitização. A falta <strong>de</strong> manutenção do estabelecimento e a adoção<strong>de</strong>um programa <strong>de</strong> limpeza e sanitização não apropriado po<strong>de</strong> permitir a formação <strong>de</strong> resíduosprotéicos e <strong>de</strong> outros materiais atrativos para as pragas. Os “espaços mortos” <strong>de</strong>vem ser evitados, jáque permitem o acúmulo <strong>de</strong> alimentos ou outros resíduos atrativos ou <strong>de</strong> refúgio para as pragas.c) Detecção e monitoramentoOs estabelecimentos e as áreas adjacentes <strong>de</strong>vem ser examinados regularmente para verificar algumaevidência <strong>de</strong> infestação.Também é útil, como um procedimento <strong>de</strong> rotina da empresa, assegurar-se que os operários estejamtreinados para reconhecer indicadores da presença <strong>de</strong> pragas e capazes <strong>de</strong> informar quando houverqualquer anormalida<strong>de</strong>.• Observação da presença• Evidências da presençaDeve ser realizado um controle preventivo com a utilização <strong>de</strong> medidas físicas e mecânicas, além dasquímicas. Isso inclui inspeção visual, tanto para a presença <strong>de</strong> pragas (animais domésticos, insetos, roedorese pássaros) como para evidência recente <strong>de</strong> infestação (excrementos, marcas <strong>de</strong> mordida e material <strong>de</strong>ninhos). A supervisão <strong>de</strong> rotina inclui observações nas áreas <strong>de</strong> processo, embalagem e armazenamento.


A freqüência da supervisão varia conforme o caso. O regulamento <strong>de</strong> HACCP da FDA requermonitoramento diário da evidência direta <strong>de</strong> pragas no estabelecimento. A experiência po<strong>de</strong> indicar anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> supervisão com maior ou menor freqüência.d) ErradicaçãoAs pragas <strong>de</strong>vem ser erradicadas imediatamente. O tratamento com agentes químicos, físicos oubiológicos <strong>de</strong>ve ser feito sem representar ameaça à inocuida<strong>de</strong> do alimento. Além <strong>de</strong> barreiras físicas edispositivos mecânicos eficazes, é necessário o uso periódico <strong>de</strong> pesticidas, que <strong>de</strong>ve ser mínimo e cauteloso.Ao se <strong>de</strong>terminar um programa <strong>de</strong> eliminação <strong>de</strong> pragas em estabelecimento processador <strong>de</strong> alimentos,<strong>de</strong>vem-se consi<strong>de</strong>rar vários aspectos que incluem, mas não se limitam a: edifícios e adjacências, equipamento,manutenção <strong>de</strong> higiene, disposição <strong>de</strong> resíduos, e o uso <strong>de</strong> pesticidas e outras medidas <strong>de</strong> controle.É importante lembrar que manter e levar a cabo um programa eficaz para eliminar as pragas éresponsabilida<strong>de</strong> do estabelecimento processador. A direção do estabelecimento <strong>de</strong>ve ter conhecimentodas práticas e procedimentos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> pragas em uso. Deve estar informada sobre quaispesticidas, raticidas e outras substâncias químicas são utilizados, como são usados e se sãoapropriados e eficazes.Quando o programa <strong>de</strong> monitoramento do estabelecimento revela <strong>de</strong>ficiências relacionadas àhigienização, que po<strong>de</strong>m representar uma ameaça à inocuida<strong>de</strong> do alimento ou um impacto naintegrida<strong>de</strong> do produto alimentício, é necessário que o estabelecimento corrija o problema. A presença<strong>de</strong> pragas é uma falha que <strong>de</strong>ve ser i<strong>de</strong>ntificada e resolvida. O programa <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> pragas <strong>de</strong>ve serabrangente e baseado na filosofia <strong>de</strong> manejo integrado. Os registros servem como parte dadocumentação essencial para um programa <strong>de</strong> sanitização e <strong>de</strong>vem incluir, mas não se limitar a:• Mapa com a localização e programa <strong>de</strong> manutenção das armadilhas para roedores, das iscas edos eletrocutores <strong>de</strong> insetos.• Relação <strong>de</strong> todos os pesticidas usados, com cópia dos respectivos rótulos.• Procedimentos operacionais padronizados para aplicação <strong>de</strong> pesticidas pelos empregados doestabelecimento.• Cópia dos relatórios emitidos pelo operador externo <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> pragas, indicando todos osinsetos e/ou roedores encontrados, áreas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> das pragas, aplicação <strong>de</strong> qualquer pesticida(nome da substância química e quantida<strong>de</strong> aplicada).


• Relatório das inspeções internas para controle <strong>de</strong> pragas, com as ações corretivas enumeradas.• Relatório dos problemas referentes à parte física do estabelecimento ou ao equipamento que nãoesteja <strong>de</strong> acordo com o programa <strong>de</strong> sanitização do estabelecimento, <strong>de</strong>talhando explicitamenteas ações corretivas tomadas e por quem foram aplicadas.e) Manejo <strong>de</strong> resíduosSe os resíduos não forem <strong>de</strong>vidamente recolhidos, armazenados e eliminados, transformam-seem atrativo para roedores e outras pragas. Quaisquer extravasamentos <strong>de</strong>vem ser limpos o maisrápido possível para prevenir a contaminação cruzada e minimizar o potencial <strong>de</strong> atração a roedores eoutras pragas. As áreas <strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong> resíduos requerem tanta atenção quanto as <strong>de</strong> processo,no que concerne à limpeza e à sanitização. Recipientes, tinas e lixeiras usados para recolhimento,manejo e armazenamento <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong>mandam limpeza e sanitização apropriadas para evitaratrativos e oferta fácil <strong>de</strong> alimentos para as pragas.Não <strong>de</strong>ve ser permitido o acúmulo <strong>de</strong> lixo nas áreas <strong>de</strong> manipulação nem seu armazenamento emoutras áreas <strong>de</strong> trabalho relacionadas a alimentos. As lixeiras <strong>de</strong>vem ser mantidas <strong>de</strong>vidamente limpas.2.5.4 CONTROLE DE EFICIÊNCIADeve-se supervisionar periodicamente o sistema <strong>de</strong> sanitização para verificar sua eficiência, através <strong>de</strong>inspeção pré-operacional ou <strong>de</strong> análises microbiológicas do meio ambiente e das superfícies <strong>de</strong> contatocom os alimentos.Po<strong>de</strong>-se avaliar periodicamente a eficiência da limpeza e sanitização das superfícies utilizando placas<strong>de</strong> contato que contêm meios <strong>de</strong> cultivo para crescimento bacteriano. Esses procedimentos são muitosimples, não requerem nenhum equipamento ou treinamento especial.As provas microbiológicas são relativamente lentas e não revelam problemas a tempo <strong>de</strong> preveni-los.Algumas alternativas recentes, como a bioluminescência, estão sendo usadas na indústria processadora<strong>de</strong> alimentos. A bioluminescência baseia-se na reação enzimática responsável pela luz do vaga-lume.Neste processo, a intensida<strong>de</strong> luminosa é proporcional à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria orgânica e <strong>de</strong> bactériasencontradas na superfície testada.


2.6 HIGIENE PESSOALAs pessoas que colhem, manipulam, armazenam, transportam, processam ou preparam alimentos sãomuitas vezes responsáveis por sua contaminação. Todo manipulador po<strong>de</strong> transferir patógenos aqualquer tipo <strong>de</strong> alimento, mas isso po<strong>de</strong> ser evitado através <strong>de</strong> higiene pessoal, comportamento emanipulação a<strong>de</strong>quados.A Comissão do Co<strong>de</strong>x Alimentarius estabeleceu o “Código <strong>de</strong> Práticas Internacionais Recomendadasem Princípios Gerais <strong>de</strong> Higiene Alimentar” (CAC/RCP 1-1969) sobre os requisitos <strong>de</strong> higiene pessoale <strong>de</strong> comportamento relacionados à produção higiênica <strong>de</strong> alimentos.2.6.1 OBJETIVOO objetivo <strong>de</strong>sses princípios é garantir que os operários que entram em contato direto ou indiretocom alimentos não os contaminem. Isso se dá através do controle a<strong>de</strong>quado da higiene pessoal e <strong>de</strong>seu comportamento.FundamentoOs indivíduos que não mantêm um nível apropriado <strong>de</strong> higiene pessoal, os portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadasdoenças ou lesões ou aqueles que se comportam <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>vida po<strong>de</strong>m contaminar os alimentos etransmitir doenças aos consumidores.2.6.2 ESTADO DE SAÚDEPessoas doentes (ou com suspeita <strong>de</strong> estarem doentes) ou portadores <strong>de</strong> ETA <strong>de</strong>vem ser afastadas dasáreas <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> alimentos. Qualquer manipulador <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>ve informarimediatamente a ocorrência <strong>de</strong> doença ou <strong>de</strong> sintomas ao seu supervisor.O fabricante <strong>de</strong>ve evitar que pessoas doentes ou portadoras <strong>de</strong> ETA trabalhem em áreas <strong>de</strong>manipulação <strong>de</strong> alimentos. O operário portador <strong>de</strong> alguma doença infecciosa, que po<strong>de</strong> ser transmitidaatravés dos alimentos, <strong>de</strong>ve ser transferido para outra ativida<strong>de</strong>, caso esteja em condições <strong>de</strong> trabalhar.Operários com cortes ou feridas não <strong>de</strong>vem manipular alimentos ou superfícies em contato comalimentos, a não ser que a lesão esteja completamente protegida por um curativo à prova d'água.O exame médico <strong>de</strong> um manipulador <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>ve ser feito sempre que houver uma indicaçãoclínica ou epi<strong>de</strong>miológica. Em alguns países, a legislação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública exige exames médicos


periódicos dos manipuladores <strong>de</strong> alimentos, que incluem exame físico, <strong>de</strong> sangue e <strong>de</strong> fezes para<strong>de</strong>tectar a presença <strong>de</strong> patógenos transmitidos por alimentos.Entretanto, esta é uma prática imprecisa e perigosa, já que o atestado médico indica a condição <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> no momento do exame. O problema ocorre se o manipulador <strong>de</strong> alimentos se infectar, porexemplo com Salmonela, e disseminar este patógeno por um longo período.A ineficiência <strong>de</strong>ste atestado fica evi<strong>de</strong>nte quando se analisa os seguintes aspectos: (1) os parasitas nãosão normalmente transmitidos pelas mãos; (2) com exceção da Salmonela adaptada ao ser humano (S.typhi, S. paratyphi A e B), a origem da maioria dos surtos <strong>de</strong> salmonelose é por alimentos crus <strong>de</strong>origem animal; (3) outros patógenos (Campylobacter, Listeria, B. cereus e Yersinia) são transmitidosgeralmente por fontes ambientais ou animais; e (4) Salmonella spp, Staphylococcus aureus (toxinaestafilocócica) e Shigella spp chegam aos alimentos através da contaminação cruzada ou pelo manipulador.Os patógenos transmitidos pelas mãos são geralmente oriundos <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong> origem fecal, ouseja, hábitos higiênicos ina<strong>de</strong>quados do manipulador. Portanto, o treinamento <strong>de</strong> manipuladores <strong>de</strong>alimentos em princípios <strong>de</strong> higiene e comportamento e o controle da higiene dos alimentos são maiseficientes que o exame médico dos operários. Além disso, as limitações do monitoramento do estado<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> anulam sua valida<strong>de</strong> como uma medida <strong>de</strong> controle eficaz.2.6.3 DOENÇAS E LESÕESMesmo consi<strong>de</strong>rando a ineficácia do atestado médico, é realida<strong>de</strong> o fato dos manipuladores <strong>de</strong>alimentos po<strong>de</strong>rem transmitir patógenos para alimentos durante o período <strong>de</strong> incubação <strong>de</strong> umadoença. Os operários e gerentes <strong>de</strong>vem saber que a maioria das bactérias e dos vírus dissemina-sedurante o estágio agudo da doença. Neste estágio, os indivíduos com salmonelose po<strong>de</strong>m eliminar 109bactérias por grama nas fezes. O vírus da hepatite A po<strong>de</strong> se disseminar através das fezes e da urinatambém no estágio agudo da doença. As feridas <strong>de</strong> pele supuradas estão normalmente infectadas porStaphylococcus ou Streptococcus, que po<strong>de</strong>m ser transferidos aos alimentos durante a manipulação.Durante o estágio <strong>de</strong> convalescença, <strong>de</strong>pois do estágio agudo, os patógenos po<strong>de</strong>m se disseminar,mesmo quando a infecção é assintomática. Quando a doença é crônica, os patógenos são transmitidos<strong>de</strong> modo intermitente.Os sintomas que <strong>de</strong>vem ser informados aos supervisores para avaliar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> examemédico e/ou possível afastamento da manipulação <strong>de</strong> alimentos são icterícia, diarréia, vômito,febre, dor <strong>de</strong> garganta com febre, lesão <strong>de</strong> pele visível (furúnculo, corte, etc.) e presença <strong>de</strong>secreção nos olhos, ouvidos ou no nariz.


Os estabelecimentos que processam alimentos <strong>de</strong>vem ter um kit <strong>de</strong> primeiros socorros disponível parao caso <strong>de</strong> cortes, queimaduras e outros tipos <strong>de</strong> lesões.2.6.4 ASSEIO PESSOALOs manipuladores <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>vem manter um alto grau <strong>de</strong> limpeza pessoal e usar uniformesou roupas protetoras apropriadas, proteção para os cabelos e calçados. Feridas e cortes <strong>de</strong>vemser cobertos com curativos à prova d'água.Os cabelos <strong>de</strong>vem estar limpos, cortados e protegidos por uma touca ou re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cabelo. Barba, bigo<strong>de</strong>e costeletas também <strong>de</strong>vem ser protegidos, mas, <strong>de</strong> preferência, <strong>de</strong>vem ser evitados por manipuladores<strong>de</strong> alimentos.Os manipuladores <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>vem tomar banho diariamente, lavar os cabelos e as mãosfreqüentemente para diminuir a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contaminação. As unhas <strong>de</strong>vem ser curtas e limpaspara evitar a presença <strong>de</strong> microrganismos patogênicos.O uso <strong>de</strong> cílios postiços e maquiagem <strong>de</strong>ve ser evitado por manipuladores <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>vido à altaprobabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contaminação.a) Lavagem <strong>de</strong> mãosA lavagem das mãos é eficiente para eliminar a sujeira por remoção física, sendo que alguns patógenostemporários po<strong>de</strong>m ser eliminados com uma simples lavagem. A combinação da ação emulsificante dosabão sobre óleos e gorduras com a ação abrasiva do atrito e da água remove as partículas que contêmestas substâncias.As mãos <strong>de</strong>vem ser lavadas sob um fluxo <strong>de</strong> água morna, ensaboadas e esfregadas vigorosamentedurante pelo menos 15 segundos. Depois, <strong>de</strong>vem ser enxaguadas com água morna e secas em papeltoalha branco ou sob ar quente.


O monitoramento da lavagem <strong>de</strong> mãos consiste na observação <strong>de</strong> como e quando os operários arealizam. Os operários <strong>de</strong>vem lavar as mãos quando a limpeza pessoal possa afetar a inocuida<strong>de</strong>, porexemplo, ao iniciar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manuseio, após usar o banheiro e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> manusear produtoscrus ou outro material contaminado. Os manipuladores <strong>de</strong>vem evitar o manuseio <strong>de</strong> alimentos prontospara o consumo, quando estes não serão submetidos a nenhum processo posterior para eliminar oureduzir uma nova contaminaçãob) Uso <strong>de</strong> anti-sépticos nas mãosA remoção <strong>de</strong> microrganismos patogênicos das mãos po<strong>de</strong> ser incrementada pelo uso <strong>de</strong> substânciasanti-sépticas após a lavagem. As substâncias anti-sépticas mais usadas são:1) Sabões: são quase ineficientes como anti-sépticos para a pele. Pseudomonas aeruginosa po<strong>de</strong>crescer em alguns sabões líquidos. A principal ação dos sabões é sua ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>tergente,diminuindo as bactérias transitórias das mãos.2) Álcool: Os álcoois etil e isopropil são bons anti-sépticos para a pele, mas não são eficazescontra esporos.3) Compostos quaternários <strong>de</strong> amônio: os resíduos <strong>de</strong> sabão limitam sua ação anti-séptica nas mãos.4) Compostos <strong>de</strong> iodo: os compostos <strong>de</strong> iodo combinados com <strong>de</strong>tergentes são consi<strong>de</strong>rados bonsagentes <strong>de</strong> limpeza e não irritam a pele, entretanto sua ação anti-séptica é mo<strong>de</strong>rada.5) Hipoclorito: as soluções <strong>de</strong> hipoclorito (50 ppm <strong>de</strong> cloro disponível) são usadas emestabelecimentos <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> alimentos, mas há pouca evidência <strong>de</strong> sua ação anti-séptica,já que são inativados pela presença <strong>de</strong> matéria orgânica. Estas substâncias irritam a pele.c) Uso <strong>de</strong> LuvasO uso <strong>de</strong> luvas é muito discutido. São recomendadas ao se manipular alimentos prontos para oconsumo. As luvas <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>scartáveis, feitas <strong>de</strong> material impermeável e mantidas limpas. Devemser trocadas periodicamente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do alimento manipulado, e sempre que o manipulador tocaralgo diferente.Entretanto é muito comum observar os manipuladores <strong>de</strong> alimentos usando luvas e não lavando asmãos a<strong>de</strong>quadamente. O uso <strong>de</strong> luvas não exclui a etapa <strong>de</strong> lavar as mãos. As luvas usadas paramanipular alimentos prontos para o consumo <strong>de</strong>vem ser higienizadas antes do início da ativida<strong>de</strong>.d) UniformeOs uniformes <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong> cor clara, sem bolsos acima da cintura, sem botões ou estes <strong>de</strong>vem estarprotegidos. As calças <strong>de</strong>vem ser feitas com cintos fixos ou com elástico. Se for necessário o uso <strong>de</strong> um


suéter, este <strong>de</strong>ve estar completamente coberto pelo uniforme. O avental <strong>de</strong> plástico é indicado quandoa ativida<strong>de</strong> executada sujar ou molhar o uniforme com freqüência.Os uniformes <strong>de</strong>vem ser mantidos em bom estado, limpos e substituídos diariamente. Osoperários não <strong>de</strong>vem usá-los fora da área do estabelecimento. A lavagem do uniforme <strong>de</strong>ve incluir,como etapa final, o uso <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> hipoclorito para <strong>de</strong>sinfetá-lo (uma colher <strong>de</strong> sopa diluída em umbal<strong>de</strong> <strong>de</strong> 20 litros <strong>de</strong> água, sem enxágüe posterior).Os calçados <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong> cor clara, <strong>de</strong> borracha ou outro material impermeável, tipo bota ousemelhante, sem aberturas. Para trabalhar em lugares úmidos, <strong>de</strong>vem ter proteção contraescorregamento e ser impermeáveis. Os calçados <strong>de</strong>vem ser mantidos em boas condições e limpos.Staphylococcus e outras bactérias que po<strong>de</strong>m ser encontradas na cabeça, no rosto e nos braços chegamaos alimentos quando estas áreas do corpo não estiverem a<strong>de</strong>quadamente cobertas. Os manipuladores <strong>de</strong>alimentos <strong>de</strong>vem cobrir os cabelos com uma touca, antes <strong>de</strong> entrar na área <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> alimentos.Máscaras, assim como luvas, são geralmente usadas ao manipular alimentos prontos para o consumo.Entretanto, não são confortáveis <strong>de</strong> usar, especialmente em áreas quentes. As máscaras po<strong>de</strong>mtornar-se uma fonte <strong>de</strong> contaminação se não forem substituídas periodicamente. Outro ponto a seconsi<strong>de</strong>rar é que a contaminação pelo ar é menor que pelas mãos. Desta forma, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso<strong>de</strong> máscaras <strong>de</strong>ve ser analisada pelos supervisores, consi<strong>de</strong>rando suas vantagens e <strong>de</strong>svantagens.2.6.5 COMPORTAMENTO PESSOALOs indivíduos envolvidos no processamento <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>vem ser treinados e conscientizados sobrea importância das Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação (GMP). Comportamentos que possam causarcontaminação do alimento <strong>de</strong>vem ser evitados. Fumar, cuspir, mascar ou comer, espirrar ou tossirsobre alimentos são atos inaceitáveis, pois aumentam a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contaminação. Antes <strong>de</strong> tossir


ou espirrar, o manipulador <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>ve afastar-se, cobrir a boca e o nariz com um lenço <strong>de</strong> papele <strong>de</strong>pois lavar as mãos antes <strong>de</strong> voltar ao trabalho para evitar a contaminação <strong>de</strong> produtos alimentares.Objetos pessoais como jóias, relógios, brincos e outros não <strong>de</strong>vem ser usados ou trazidos para área <strong>de</strong>manipulação <strong>de</strong> alimentos. Estes <strong>de</strong>vem ficar guardados nos armários localizados nos vestiários.Óculos, quando usados, <strong>de</strong>vem estar presos por um cordão atrás do pescoço para evitar que caiam noproduto alimentar. Protetores auriculares, quando usados, também <strong>de</strong>vem estar presos por um cordãopor trás do pescoço pela mesma razão.Manipuladores <strong>de</strong> alimentos não <strong>de</strong>vem carregar canetas, crachás <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação ou qualquer outroobjeto, exceto em bolsos fechados abaixo da linha da cintura.Roupas e objetos <strong>de</strong> uso pessoal <strong>de</strong>vem ser mantidos em locais a<strong>de</strong>quados (vestiários). Nenhum tipo<strong>de</strong> alimento <strong>de</strong>ve ser mantido nos armários dos vestiários para evitar a atração <strong>de</strong> insetos e roedores.2.6.6 VISITANTESVisitantes <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> manufatura, processamento ou manipulação <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>vem vestir uniformeou roupas protetoras e seguir as mesmas regras <strong>de</strong> higiene pessoal estabelecidas nesta seção.2.7 TRANSPORTE2.7.1 OBJETIVOAs medidas adotadas durante o transporte têm como objetivo proteger os alimentos contra fontespotenciais <strong>de</strong> contaminação e <strong>de</strong> danos capazes <strong>de</strong> tornar o produto impróprio para o consumo. Oambiente <strong>de</strong>ve apresentar condições impróprias para o crescimento <strong>de</strong> microrganismos patogênicos ou<strong>de</strong>teriorantes e a produção <strong>de</strong> toxinas nos alimentos.FundamentoOs alimentos po<strong>de</strong>m contaminar-se ou chegar a seu <strong>de</strong>stino em condições impróprias para consumo,se não forem adotadas medidas efetivas <strong>de</strong> controle durante o transporte e mesmo quando as <strong>de</strong>vidasmedidas <strong>de</strong> higiene tenham sido consi<strong>de</strong>radas durante toda a ca<strong>de</strong>ia produtiva.Consi<strong>de</strong>rações geraisOs alimentos <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>vidamente protegidos durante o transporte. O tipo <strong>de</strong> veículo ou <strong>de</strong>recipiente exigido <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da natureza do alimento e das condições em que é transportado.


2.7.2 REQUISITOSOs veículos e as carrocerias <strong>de</strong>vem ser projetados e construídos <strong>de</strong> modo a não contaminarem osalimentos ou as embalagens. Da mesma forma, é importante o cuidado com a limpeza, a <strong>de</strong>sinfecçãoe a separação <strong>de</strong> diferentes alimentos ou <strong>de</strong> alimentos e produtos não alimentícios durante o transporte.Deve haver cuidado com a conservação da temperatura, umida<strong>de</strong> e pressão atmosférica, assim comocom o controle <strong>de</strong> outras condições, a fim <strong>de</strong> proteger o alimento contra o crescimento microbianoprejudicial ou in<strong>de</strong>sejável e a <strong>de</strong>terioração, que po<strong>de</strong>ria tornar o produto impróprio ao consumo.Os ingredientes refrigerados <strong>de</strong>vem ser transportados a 4°C (39,2ºF) ou menos, e <strong>de</strong>vem sermonitorados durante o transporte. Os ingredientes congelados <strong>de</strong>vem ser mantidos a - 18°C (-0,4ºF),tolerando-se até -12°C (10,4ºF) para a recepção. Os alimentos <strong>de</strong>vem ser transportados em condiçõesque evitem contaminação microbiológica, física e química.2.7.3 USO E MANUTENÇÃOOs veículos e as carrocerias para transportar alimentos <strong>de</strong>vem ser mantidos em condiçõesa<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> limpeza e manutenção. Quando é usado o mesmo veículo ou carroceria paratransportar diferentes tipos <strong>de</strong> alimentos ou produtos não alimentícios, <strong>de</strong>ve-se realizar uma limpezarigorosa e a <strong>de</strong>sinfecção a<strong>de</strong>quada entre uma carga e outra.Os meios <strong>de</strong> transporte fechados, carrocerias e veículos similares <strong>de</strong>vem ser projetados e i<strong>de</strong>ntificadospara uso exclusivo <strong>de</strong> alimentos.O produtor <strong>de</strong>ve verificar se o transporte é a<strong>de</strong>quado para alimentos, consi<strong>de</strong>rando as seguintesmedidas <strong>de</strong> verificação:


1) Inspeção do veículo na saída <strong>de</strong> produtos e na recepção <strong>de</strong> ingredientes, e antes <strong>de</strong> carregar ou<strong>de</strong>scarregar, para garantir que esteja livre <strong>de</strong> contaminação e a<strong>de</strong>quado para transporte <strong>de</strong> alimentos.2) O produtor <strong>de</strong>ve ter um programa para <strong>de</strong>monstrar a eficiência da limpeza e sanitização. Porexemplo, para veículos fechados, <strong>de</strong>ve existir um programa, por escrito, <strong>de</strong> limpeza e sanitização.3) Quando o mesmo veículo for usado para carga <strong>de</strong> produtos alimentícios e não alimentícios, oprodutor <strong>de</strong>ve restringir o tipo <strong>de</strong> carga não alimentícia àquelas que não ofereçam risco posterioraos alimentos, após limpeza e sanitização a<strong>de</strong>quadas.4) Os veículos <strong>de</strong>vem ser carregados, organizados e <strong>de</strong>scarregados <strong>de</strong> maneira a evitar contaminaçãoe danos aos alimentos transportados.5) Os caminhões-tanque <strong>de</strong>vem ser projetados e construídos para permitir a drenagem completa epara evitar contaminação do alimento transportado.6) Os materiais usados na construção dos veículos <strong>de</strong>vem ser a<strong>de</strong>quados para o contato com alimentos.2.7.4 TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃOOs segmentos <strong>de</strong> transporte e distribuição são muito variados. Em muitos casos, as empresas <strong>de</strong>transporte trabalham com uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos, incluindo alimentos.• Minimizar a contaminação• Permitir que se realizem limpeza,sanitização e manutenção apropriadasPor isso, é necessário i<strong>de</strong>ntificar as circunstâncias que po<strong>de</strong>m trazer perigo significativo à saú<strong>de</strong>, comoa manipulação ina<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> produtos sensíveis ou a limpeza e a sanitização <strong>de</strong>ficientes dos veículos<strong>de</strong> transporte. O controle ina<strong>de</strong>quado da temperatura durante o transporte e a distribuição po<strong>de</strong> contribuirpara o crescimento microbiano, a formação <strong>de</strong> micotoxinas e a <strong>de</strong>terioração <strong>de</strong> certos produtos.Um exemplo <strong>de</strong> práticas ina<strong>de</strong>quadas nesta área ocorreu nos EUA, e resultou em um surto <strong>de</strong>salmonelose, <strong>de</strong>vido ao transporte <strong>de</strong> mistura para sorvete pasteurizado em um tanque que havia sidousado para transportar ovos crus.Tempo, temperatura e possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados ao transportar edistribuir produtos alimentícios. Um plano HACCP po<strong>de</strong> exigir do produtor <strong>de</strong> alimentos a


esponsabilida<strong>de</strong> pelo transporte do produto. Esta exigência é uma prática recomendada. O pessoalenvolvido <strong>de</strong>ve ser treinado em GMP e os registros <strong>de</strong>vem ser arquivados pela empresa responsávelpelo transporte e pelo responsável pelos SSOP nas áreas <strong>de</strong> armazenagem.O produtor <strong>de</strong> alimentos po<strong>de</strong>, e <strong>de</strong>ve, exigir um plano HACCP como condição para negociar com aempresa <strong>de</strong> transporte.2.8 INFORMAÇÕES SOBRE O PRODUTO E AVISOS AO CONSUMIDOR2.8.1 OBJETIVOOs produtos <strong>de</strong>vem conter os dados apropriados para garantir informação a<strong>de</strong>quada e acessível para apróxima etapa na ca<strong>de</strong>ia alimentar, para que esta possa manusear, armazenar, processar, preparar eexpor o produto <strong>de</strong> forma correta e segura. Essa informação <strong>de</strong>ve assegurar que o lote ou a partidasejam facilmente i<strong>de</strong>ntificados e recolhidos, se necessário.A informação dirigida à indústria ou ao comércio é diferente daquela dirigida aos consumidores,principalmente em relação a rótulos <strong>de</strong> insumos e matérias-primas.FundamentoInformações insuficientes sobre o produto e/ou conhecimento ina<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> higiene <strong>de</strong> alimentos emgeral, po<strong>de</strong>m levar à má manipulação do produto nos estágios finais da ca<strong>de</strong>ia produtiva. Estemanuseio ina<strong>de</strong>quado po<strong>de</strong> resultar em doenças ou em produtos impróprios para o consumo, mesmoquando se adota as medidas a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> higiene nas etapas iniciais da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção.2.8.2 IDENTIFICAÇÃO DO LOTELote significa uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>finida <strong>de</strong> um produto, elaborada rigorosamente sob as mesmascondições. A i<strong>de</strong>ntificação do lote é essencial para o recolhimento <strong>de</strong> produtos e po<strong>de</strong> ajudar na rotação<strong>de</strong> estoque. Cada recipiente <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>ve ser permanentemente marcado para i<strong>de</strong>ntificar oprodutor e o lote.2.8.3 INFORMAÇÃO SOBRE O PRODUTOA informação a<strong>de</strong>quada nos rótulos <strong>de</strong> produtos alimentares tem como objetivo permitir que napróxima etapa da ca<strong>de</strong>ia produtiva se possa manusear, expor, armazenar, preparar e usar oproduto <strong>de</strong> maneira segura e correta.


a) RotulagemDe acordo com o Co<strong>de</strong>x Alimentarius , rótulo significa "qualquer etiqueta, marca, sinal, <strong>de</strong>senho, ouqualquer objeto <strong>de</strong>scritivo, escrito, estampado, reproduzido, marcado, marcado em relevo, impresso ouanexado ao recipiente do alimento. A rotulagem inclui todos os dados escritos ou impressos presentesno rótulo que acompanha o alimento, ou colocados próximo a ele, incluindo as informações comobjetivo <strong>de</strong> promover a venda ou a distribuição".O Co<strong>de</strong>x Alimentarius estabeleceu a “Norma Geral do Co<strong>de</strong>x para Rotulagem <strong>de</strong> <strong>Alimentos</strong> Préembalados”(CODEX STAN 1-1985), que se aplica a todos os alimentos pré-embalados oferecidos aoconsumidor ou <strong>de</strong>stinados a refeições coletivas, e a alguns aspectos relativos a sua apresentação.A norma recomenda que os rótulos <strong>de</strong> alimentos embalados não contenham nenhuma informação falsa,que cause má interpretação, seja enganosa ou que possa criar uma impressão errada <strong>de</strong> algumacaracterística própria <strong>de</strong>ste alimento.As informações básicas que <strong>de</strong>vem estar presentes nos rótulos <strong>de</strong> alimentos embalados são:• Nome do alimento;• Relação <strong>de</strong> ingredientes;• Peso líquido e bruto;• Nome e en<strong>de</strong>reço do fabricante, embalador, distribuidor, importador, exportador ou fornecedordo alimento;• País <strong>de</strong> origem;• I<strong>de</strong>ntificação do lote;• Data <strong>de</strong> fabricação ou valida<strong>de</strong> e instruções para armazenagem;• Instruções para o uso.As “Diretrizes do Co<strong>de</strong>x para Rotulagem <strong>de</strong> <strong>Alimentos</strong>” (CAC/GL 2-1985) recomendam osprocedimentos para a rotulagem <strong>de</strong> alimentos, e se aplicam a todos os produtos alimentícios.


2.8.4 EDUCAÇÃO DO CONSUMIDOROs programas <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem abordar aspectos gerais <strong>de</strong> higiene dos alimentos ecapacitar os consumidores para compreen<strong>de</strong>r a importância <strong>de</strong> todas as informações dos produtos eseguir suas instruções, além <strong>de</strong> fazer escolhas conscientes. Os consumidores <strong>de</strong>vem ser informadosprincipalmente sobre controle <strong>de</strong> tempo e temperatura e enfermida<strong>de</strong>s transmitidas pelo consumo <strong>de</strong>alimentos contaminados.• Aspectos gerais <strong>de</strong> higiene dos alimentos• Importância das informações dos produtos edas instruções que os acompanham• Informação sobre a relação entretempo/temperatura com as ETA.2.9 TREINAMENTO2.9.1 OBJETIVOAs pessoas envolvidas em operações e que entram em contato direto ou indireto com alimentos <strong>de</strong>vemser treinadas em higiene <strong>de</strong> alimentos, <strong>de</strong> acordo com as suas funções.FundamentoO treinamento é <strong>de</strong> fundamental importância para todos os sistemas <strong>de</strong> higiene <strong>de</strong> alimentos.Treinamento em higiene e/ou instrução e supervisão ina<strong>de</strong>quados em ativida<strong>de</strong>s relacionadas aalimentos representam um perigo potencial à inocuida<strong>de</strong> dos alimentos.• Conscientização e responsabilida<strong>de</strong>• Programas <strong>de</strong> treinamento• Instrução e supervisão• Treinamento <strong>de</strong> reciclagem• Programa mínimo para cursos <strong>de</strong>treinamento em GMP• Código <strong>de</strong> Práticas <strong>de</strong> Higiene daComissão do Co<strong>de</strong>x Alimentarius


2.9.2 CONSCIENTIZAÇÃO E RESPONSABILIDADEO treinamento em higiene dos alimentos é <strong>de</strong> fundamental importância. Todas as pessoas <strong>de</strong>vemter consciência <strong>de</strong> seu papel e sua responsabilida<strong>de</strong> na proteção dos alimentos contra contaminação porpatógenos alimentares ou microrganismos que possam causar <strong>de</strong>terioração. Os manipuladores <strong>de</strong>vemter conhecimento necessário e experiência suficiente para manusear os alimentos <strong>de</strong> maneira higiênica.Aqueles que manipulam produtos químicos <strong>de</strong> limpeza ou outras substâncias químicas potencialmenteperigosas <strong>de</strong>vem conhecer as técnicas seguras <strong>de</strong> manuseio <strong>de</strong>sses produtos. Todas as pessoas queparticipam na produção <strong>de</strong> alimentos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a produção primária até o consumo, <strong>de</strong>vem ser treinadasem GMP e conhecer suas responsabilida<strong>de</strong>s.2.9.3 PROGRAMAS DE TREINAMENTOOs programas <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong>vem ser freqüentes <strong>de</strong>vido à alta rotativida<strong>de</strong> dos operários emempresas <strong>de</strong> alimentos. O manual do programa <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong>ve estar disponível para os operáriose <strong>de</strong>ve conter informações sobre operações <strong>de</strong> controle, controle <strong>de</strong> perigos e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> etapascríticas à inocuida<strong>de</strong> do alimento, medidas eficazes <strong>de</strong> controle, eficiência dos métodos <strong>de</strong> monitoraçãoe sua revisão.Os programas <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong>vem ser aplicados a todos os grupos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a produção primária até opreparo <strong>de</strong> alimentos para consumo. Esses grupos po<strong>de</strong>m ser classificados em (1) produtores; (2)processadores ou aqueles que servem os alimentos; (3) os profissionais envolvidos no transporte earmazenagem; (4) consumidores; (5) inspetores oficiais; e (6) os profissionais que avaliam os planosHACCP. O nível <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong>sses grupos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu papel no processamento <strong>de</strong> alimentos.Os produtores <strong>de</strong>vem conhecer as práticas <strong>de</strong> higiene <strong>de</strong> alimentos. Para isso, é preciso conhecer asfontes <strong>de</strong> microrganismos e ter a percepção <strong>de</strong> que estes patógenos po<strong>de</strong>m ser veiculados por plantasou animais, tornando-os uma potencial fonte <strong>de</strong> contaminação do homem (Tabela 2).


Tabela 2. Conhecimento básico necessário aos produtores <strong>de</strong> alimentos (produção primária)SETOR DA CADEIA PRODUTIVAGERALCONHECIMENTO MÍNIMO EXIGIDO• Principais fontes <strong>de</strong> microrganismos• Microrganismos <strong>de</strong>teriorantes e patogênicosimportantes em alimentos• Influência da temperatura e <strong>de</strong> outros fatoresna qualida<strong>de</strong> dos alimentos e nasegurança microbiológicaPRODUTORES DE CARNE E LEITE• Princípios <strong>de</strong> produção animal• Importância da nutrição animal em doençastransmitidas por alimentos <strong>de</strong> origem animal• Contaminantes (aflatoxina, Salmonela) que po<strong>de</strong>matingir o produto final• Fontes <strong>de</strong> contaminação do leite e medidas <strong>de</strong> controle• Princípios <strong>de</strong> higiene na criação <strong>de</strong> animais• Riscos e benefícios da limpeza <strong>de</strong> ovosSETOR DA CADEIA PRODUTIVAPRODUTORES DE VEGETAIS• Importância da temperatura e da umida<strong>de</strong> noarmazenamento <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> origem animalCONHECIMENTO MÍNIMO EXIGIDO• Princípios básicos <strong>de</strong> Boas Práticas Agrícolas(GAP - Good Agriculture Practices)• Indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração na colheita• Medidas <strong>de</strong> controle da contaminação durantea colheita• Técnicas <strong>de</strong> manuseio a<strong>de</strong>quadas para minimizaros danos• Transporte <strong>de</strong> vegetaisPRODUTORES DE PESCADOSE FRUTOS DO MAR• Influência da qualida<strong>de</strong> da água na contaminação<strong>de</strong> pescados por microrganismos patogênicos• Limpeza <strong>de</strong> equipamento e construções para pesca,agricultura, armazenamento, transporte eprocessamento <strong>de</strong> animais aquáticos• Controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração do pescado


Os processadores e profissionais envolvidos na produção <strong>de</strong> alimentos incluem os operários <strong>de</strong>linha, os responsáveis por controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e os gerentes. Os operários <strong>de</strong> linha e aqueles quemanipulam, processam e armazenam alimentos <strong>de</strong>vem conhecer todos os perigos associados às etapasda ca<strong>de</strong>ia alimentar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a recepção da matéria prima até a obtenção do produto final. A profundida<strong>de</strong><strong>de</strong> conhecimento necessário a essas pessoas varia <strong>de</strong> acordo com o produto manuseado. O pessoal <strong>de</strong>controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> tem mais responsabilida<strong>de</strong>s técnicas do que os operários <strong>de</strong> linha e, portanto,<strong>de</strong>vem conhecer as fontes <strong>de</strong> microrganismos e sua importância em todas as etapas do processo.Devem conhecer também todos os métodos <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> PCC (Pontos Críticos <strong>de</strong> Controle),sua interpretação e medidas <strong>de</strong> controle recomendadas (Tabela 3).A gerência <strong>de</strong>ve ser responsável pelas GMP e pelo plano HACCP. Estes sistemas <strong>de</strong>vem ser avaliadosinternamente e também pelos órgãos oficiais <strong>de</strong> controle.O pessoal que trabalha com transporte e armazenamento <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>ve conhecer os perigosrelacionados com a manipulação e como minimizá-los.Os consumidores po<strong>de</strong>m reduzir a transmissão <strong>de</strong> doenças através dos alimentos, se forem beminformados sobre a maneira correta <strong>de</strong> conservação e preparo, como evitar a contaminação cruzada esaber eliminar ou reduzir os perigos.O pessoal da fiscalização oficial <strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar e controlar os PCC e os perigosmicrobiológicos. Deve estar claro que as GMP e o HACCP são as melhores ferramentas para garantira inocuida<strong>de</strong> dos alimentos.Aqueles que <strong>de</strong>senvolvem plano HACCP <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar a importância das GMP como prérequisitopara a implantação <strong>de</strong> um plano HACCP.Tabela 3. Conhecimento básico necessário ao pessoal da indústria <strong>de</strong> alimentosPESSOALOperário <strong>de</strong> linhaCONHECIMENTO MÍNIMO EXIGIDO• Principais fontes <strong>de</strong> microrganismos para oproduto sob sua responsabilida<strong>de</strong>• Papel dos microrganismos nas ETA e na<strong>de</strong>terioração <strong>de</strong> alimentos• Princípios <strong>de</strong> higiene pessoal• Importância da informação sobre doenças,ferimentos e cortes à supervisão


PESSOALOperário <strong>de</strong> linhaCONHECIMENTO MÍNIMO EXIGIDO• Natureza dos controles exigidos e sua funçãono processo• Métodos e freqüência <strong>de</strong> limpeza do equipamentosob sua responsabilida<strong>de</strong>• Modo <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio e especificaçãodos controles• Características <strong>de</strong> produtos normais e alterados• Importância da conservação <strong>de</strong> registros• Como monitorar os PCC sob sua responsabilida<strong>de</strong>Pessoal <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>• Fontes <strong>de</strong> microrganismos, sua importância,microrganismos patogênicos e causadores<strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração, e métodos <strong>de</strong> controle• Como realizar e interpretar análises microbiológicase físico-químicas• Como pesquisar as possíveis causas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sviono processo e sua solução• Como manter e transmitir registros <strong>de</strong> controle<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>Gerência• Conseqüências microbiológicas e econômicas<strong>de</strong> um processo fora <strong>de</strong> controle• Como <strong>de</strong>terminar se um processo está sob controle• On<strong>de</strong> começam e terminam as responsabilida<strong>de</strong>sdos operários <strong>de</strong> linha, pessoal <strong>de</strong> controle<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e técnicos• Fontes <strong>de</strong> microrganismos e seu papel natransmissão <strong>de</strong> doenças e <strong>de</strong>terioração <strong>de</strong> alimentos• Benefícios da higiene pessoal para osoperários <strong>de</strong> linha• Responsabilida<strong>de</strong> da gerência para garantir queos operários <strong>de</strong> linha e o pessoal <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> sejam treinados em GMP e nasnecessida<strong>de</strong>s específicas <strong>de</strong> suas funções


PESSOALArmazenamentoCONHECIMENTO MÍNIMO EXIGIDO• Princípios <strong>de</strong> contaminação cruzada pormicrorganismos patogênicos e <strong>de</strong>teriorantes<strong>de</strong> alimentos• Princípios <strong>de</strong> inocuida<strong>de</strong> alimentar duranteo transporte• Princípios <strong>de</strong> limpeza e <strong>de</strong>sinfecção aplicadasaos veículos• Papel da temperatura na inocuida<strong>de</strong> dos alimentos• Importância do controle <strong>de</strong> pragasConsumidor• Medidas práticas para garantir a inocuida<strong>de</strong> dosalimentos preparados, armazenados e processados• Processos e métodos a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> conservaçãoe conseqüências <strong>de</strong> práticas in<strong>de</strong>vidas• Práticas ina<strong>de</strong>quadas que permitem crescimento<strong>de</strong> microrganismos e germinação <strong>de</strong> esporos• <strong>Alimentos</strong> potencialmente perigososPESSOALInspetores oficiaisCONHECIMENTO• Possibilida<strong>de</strong> e riscosMÍNIMO<strong>de</strong> contaminaçãoEXIGIDOcruzada• O mesmo nível <strong>de</strong> conhecimentos dos operários<strong>de</strong> linha, do pessoal <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e dosgerentes sobre ETA e <strong>de</strong>terioração <strong>de</strong> alimentos• Metodologia <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> riscos• Aplicação e verificação <strong>de</strong> Sistemas HACCP• Metodologia <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> riscosAo analisar o nível do treinamento exigido, <strong>de</strong>vem-se levar em conta os seguintes fatores:a) a natureza do alimento, principalmente sua capacida<strong>de</strong> para permitir o crescimento <strong>de</strong>microrganismos patogênicos e <strong>de</strong>teriorantes;b) A maneira como o alimento é manuseado e embalado, incluindo a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contaminação;c) A extensão e a natureza do processamento ou preparo antes do consumo final;d) As condições <strong>de</strong> armazenamento do alimento; ee) Intervalo <strong>de</strong> tempo antes do consumo.Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar a necessida<strong>de</strong> e a periodicida<strong>de</strong> do treinamento em GMP com base em reclamações <strong>de</strong>consumidores, problemas <strong>de</strong>tectados ou falhas ocorridas no processo, e admissão <strong>de</strong> novos empregados.


2.9.4 INSTRUÇÃO E SUPERVISÃODeve-se realizar uma análise periódica da eficiência do treinamento e dos programas <strong>de</strong>instrução, assim como da rotina <strong>de</strong> monitoramento e supervisão, para garantir que osprocedimentos sejam efetuados.Os gerentes e supervisores do processamento <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>vem ter conhecimento suficiente sobre osprincípios e as práticas <strong>de</strong> higiene <strong>de</strong> alimentos, <strong>de</strong> modo que sejam capazes <strong>de</strong> julgar os perigospotenciais e tomar as medidas necessárias para controlar as <strong>de</strong>ficiências.2.9.5 RECICLAGEMOs programas <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong>vem ser revistos periodicamente e atualizados. Os sistemas utilizados<strong>de</strong>vem garantir que os manipuladores <strong>de</strong> alimentos apliquem todos os procedimentos necessários paramanter a inocuida<strong>de</strong> dos alimentos.2.9.6 PROGRAMA MÍNIMO PARA CURSOS DE TREINAMENTO EM GMPUm programa mínimo para treinamento em GMP <strong>de</strong>ve abordar os seguintes temas:a) PRODUÇÃO PRIMÁRIA: Objetivos; higiene ambiental; produção higiênica <strong>de</strong> alimentos; manipulação,armazenamento e transporte; limpeza, manutenção e higiene pessoal.b) ESTABELECIMENTO - PROJETO E INSTALAÇÕES: Objetivos; localização do estabelecimento;localização do equipamento; local e instalações; projeto interior e distribuição; estrutura interna econexões; equipamento <strong>de</strong> controle e monitoramento, recipientes para lixo e substâncias nãocomestíveis; e instalações.c) CONTROLE DE OPERAÇÕES: Objetivo; controle <strong>de</strong> perigos alimentares; aspectos importantes <strong>de</strong>sistemas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> higiene; embalagem; programa <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água; gerenciamento esupervisão; documentação e registros; e procedimentos para recolhimento.d) ESTABELECIMENTO: MANUTENÇÃO E LIMPEZA: Objetivo; manutenção e limpeza; sistemas<strong>de</strong> controle <strong>de</strong> pragas; gerenciamento <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> remoção <strong>de</strong> lixo; e monitoramento da eficiência.e) HIGIENE PESSOAL: Objetivo; estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; doenças e lesões; limpeza pessoal; comportamentopessoal; visitantes


f) TRANSPORTE: Objetivos; consi<strong>de</strong>rações gerais; exigências; uso e manutenção; transporte e distribuição.g) INFORMAÇÕES SOBRE O PRODUTO E AVISOS AO CONSUMIDOR: Objetivo; i<strong>de</strong>ntificaçãodo lote; informação sobre o produto; rotulagem; educação do consumidor.h) AVALIAÇÃO DAS GMP: Objetivo; verificação e auditoria.i) CÓDIGO DE PRÁTICAS DE HIGIENE DA COMISSÃO DO CODEX ALIMENTARIUSO “Código <strong>de</strong> Práticas Internacionais em Princípios Gerais <strong>de</strong> Higiene Alimentar” (CAC/RCP 1-1969,rev.1997, ad.1999), da Comissão do Co<strong>de</strong>x Alimentarius, recomenda práticas gerais <strong>de</strong> higiene paraserem aplicadas nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manipulação, incluindo produção e colheita, preparo,processamento, embalagem, armazenagem, transporte, distribuição e venda <strong>de</strong> alimentos paraconsumo humano, com o objetivo <strong>de</strong> garantir produtos inócuos e sadios.Este código fornece uma base para o estabelecimento <strong>de</strong> códigos <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> higiene para produtosespecíficos, que tenham exigências próprias relativas à higiene alimentar.2.10 AVALIAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO2.10.1 OBJETIVOA avaliação das Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação é uma ativida<strong>de</strong> sistemática com o objetivo <strong>de</strong> avaliar aeficiência da implementação e manutenção dos princípios e das práticas <strong>de</strong> GMP.2.10.2 VERIFICAÇÃOVerificar significa buscar a verda<strong>de</strong>, exatidão ou realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algo, e auditoria significa verificação ouexame formal ou oficial .Verificação é a aplicação <strong>de</strong> métodos, procedimentos, testes e auditoria para avaliar as GMP. Po<strong>de</strong> serfeita por funcionários treinados, pessoal externo, organizações governamentais, serviços <strong>de</strong> fiscalização,organizações privadas, laboratórios <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, associações <strong>de</strong> empresários, associações<strong>de</strong> consumidores, compradores, autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> países importadores, e membros da equipe HACCP.Todos os tópicos da GMP <strong>de</strong>vem ser verificados, isto é, produção primária, projetos e instalações dosestabelecimentos, controle <strong>de</strong> operações, manutenção e sanitização do estabelecimento, higienepessoal, transporte, informação sobre o produto com avisos ao consumidor e treinamento.


A verificação é feita por meio <strong>de</strong> análise das práticas <strong>de</strong> GMP e seus registros, avaliando o controle <strong>de</strong>pontos críticos, através <strong>de</strong> observações e certificações que garantam estes controles, calibração eaferição <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> medição, testes laboratoriais, avaliação <strong>de</strong> fornecedores, controle <strong>de</strong>pragas, procedimentos <strong>de</strong> limpeza e sanitização, entre outros.Devem-se verificar as GMP periodicamente, ou quando houver modificações no processo, no produto,no material <strong>de</strong> embalagem ou em outros aspectos que afetem o produto final. Deve ser tambémrealizada em caso <strong>de</strong> maus resultados <strong>de</strong> várias auditorias, <strong>de</strong>svios freqüentes, novas informações sobreperigos ou em estabelecimentos com problemas na implantação das GMP.


GLOSSÁRIOAÇÃO CORRETIVA - uma medida tomada quando ocorre o <strong>de</strong>svio do limite crítico, para retomar o controle do mesmo e para<strong>de</strong>terminar o <strong>de</strong>stino do produto elaborado durante o <strong>de</strong>svio.ADITIVO ALIMENTAR - qualquer substância não consumida normalmente como alimento, nem utilizada como ingredientecaracterístico <strong>de</strong> alimentos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> seu valor nutritivo. O termo não inclui os "contaminantes" ou as substânciasadicionadas ao alimento para manter ou melhorar as qualida<strong>de</strong>s nutricionais.ÁGUA POTÁVEL – a que aten<strong>de</strong> às especificações do padrão estabelecido pela Organização Mundial da Saú<strong>de</strong>.ALIMENTO - qualquer substância, processada, semiprocessada ou crua, <strong>de</strong>stinada ao consumo humano, inclusive água e bebidas,goma <strong>de</strong> mascar e qualquer substância utilizada na produção, preparo ou tratamento <strong>de</strong> "alimento". Não inclui cosméticos,tabaco e substâncias usadas apenas como medicamentos.ALIMENTO PRONTO PARA O CONSUMO - alimento na forma comestível e que não requer lavagem, cozimento, ou preparoadicional no estabelecimento <strong>de</strong> alimentação ou pelo consumidor, e que se espera que seja assim consumido. Este tipo <strong>de</strong>alimento inclui os que foram objeto <strong>de</strong> transformação tecnológica; frutas e vegetais crus, lavados, e cortados; e frutas e vegetaisinteiros, crus, apresentados para consumo sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lavagem adicionalANÁLISE DE PERIGOS - processo <strong>de</strong> avaliar informações sobre perigos, sua severida<strong>de</strong> e risco <strong>de</strong> ocorrência, para <strong>de</strong>cidir quaissão os significativos ou prováveis <strong>de</strong> interferir negativamente sobre a inocuida<strong>de</strong> do alimento.ÁRVORE DECISÓRIA - Perguntas seqüenciais formuladas para i<strong>de</strong>ntificar as etapas <strong>de</strong> um processo, cujo controle é crítico paraa inocuida<strong>de</strong> do alimento ou grupo <strong>de</strong> alimento. As respostas permitem <strong>de</strong>terminar os Pontos Críticos <strong>de</strong> Controle (PCC).BACTÉRIA - organismos vivos unicelulares procarióticos, <strong>de</strong> distribuição disseminada no meio ambiente e nos organismos vivos.São classificados <strong>de</strong> acordo à temperatura para o seu <strong>de</strong>senvolvimento, aos substratos usados como fonte <strong>de</strong> alimentos, àafinida<strong>de</strong> com ácido, concentrações mais altas <strong>de</strong> sal, formação <strong>de</strong> esporos, termorresistência, ubiqüida<strong>de</strong> em nichos específicos,como o marinho, as águas doces, o solo, os animais e o homem, entre outras características. Incluem organismos patogênicos(causadores <strong>de</strong> infecções e toxinfecções e produtores <strong>de</strong> toxinas), úteis e indicadores.BOAS PRÁTICAS DE HIGIENE – Normas e procedimentos para alcançar um padrão <strong>de</strong> higiene na produção e nos serviços <strong>de</strong>alimentos.BOAS PRÁTICAS NA PRODUÇÃO PRIMÁRIA – práticas e procedimentos na produção agrícola e agropecuária, que visam àqualida<strong>de</strong>, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, inocuida<strong>de</strong> e produtivida<strong>de</strong>.CALIBRAÇÃO – verificação e confirmação da conformida<strong>de</strong> da leitura <strong>de</strong> um equipamento, como termômetro.COADJUVANTE DE PROCESSO - qualquer substância ou material, excluindo-se equipamento e utensílios, não consumido comoingrediente alimentar, e usado, <strong>de</strong> modo intencional, no processamento <strong>de</strong> alimentos crus, produtos alimentícios e seusingredientes com objetivos tecnológicos, durante o tratamento ou processamento, que po<strong>de</strong> resultar na presença não proposital,mas inevitável, <strong>de</strong> resíduos ou <strong>de</strong>rivados no produto final.CONFORMIDADE - Probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> executar uma função especificada, sob condições especificadas, durante um <strong>de</strong>terminadoperíodo <strong>de</strong> tempo.CONTAMINAÇÃO - introdução ou ocorrência <strong>de</strong> um contaminante no alimento ou no meio ambiente on<strong>de</strong> o alimento é produzido,


eneficiado, processado, embalado, transportado, armazenado e preparado.CONTAMINAÇÃO CRUZADA - transferência direta ou indireta <strong>de</strong> substâncias prejudiciais ou microrganismos que causamenfermida<strong>de</strong>s, presentes em matérias primas e ingredientes, através <strong>de</strong> superfícies comuns <strong>de</strong> contato.CONTAMINANTE - qualquer agente biológico e químico, matéria estranha ou outra substância que po<strong>de</strong> comprometer ainocuida<strong>de</strong> ou a a<strong>de</strong>quação para o consumo do produto alimentício.CONTROLAR - gerenciar as ações da operação para mantê-la <strong>de</strong>ntro dos limites preestabelecidos (controlar um processo).CONTROLE (SUBSTANTIVO) - situação on<strong>de</strong> os procedimentos corretos estão sendo aplicados e o processo está <strong>de</strong> acordo comos limites preestabelecidos (o processo está sob controle).CONTROLE (VERBO) – ação ou ato que visa à aplicação ou manutenção dos procedimentos corretos para manter o processo<strong>de</strong>ntro dos limites preestabelecidos.DESVIO - falha em cumprir com um limite crítico, que não permite a garantia da inocuida<strong>de</strong> do alimento por não controlar operigo significativo ou provável. Condição <strong>de</strong> produção inaceitável para a inocuida<strong>de</strong> do alimento.ENFERMIDADE TRANSMITIDA POR ALIMENTOS (ETA) - síndrome resultante da veiculação <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>s ao homem poralimentos que contenham perigos com potencial para se manifestar no consumidor.EQUIPE HACCP - equipe profissional responsável pela elaboração e ou a implantação do plano HACCP.ETAPA OPERACIONAL - ponto operacional <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> relacionada à produção <strong>de</strong> um alimento, como recepção,armazenamento, adição <strong>de</strong> aditivos, <strong>de</strong>scongelamento, tratamento térmico, pesagem, embalamento, rotulagem e outros.FLUXOGRAMA – Diagrama representativo das etapas individualizadas e apresentadas <strong>de</strong> forma seqüencial, referente à produçãodo alimento que é objeto da elaboração do plano HACCP.GMP – sigla do inglês "Good Manufacturing Practices" - Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação. Normas e procedimentos para alcançarum <strong>de</strong>terminado padrão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentos e <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> alimentos, cuja eficácia é avaliada pelo programa<strong>de</strong> gerenciamento das GMP, pelo <strong>de</strong>sempenho operacional, por inspeção e por análise do produto final.HACCP - Análise <strong>de</strong> Perigos e Pontos Críticos <strong>de</strong> Controle (Hazard Analysis Critical Control Points). Sistema <strong>de</strong> gestão para ainocuida<strong>de</strong> dos alimentos.HIGIENE ALIMENTAR - condições e medidas necessárias <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a produção primária até o consumo, necessárias para a garantia<strong>de</strong> um alimento próprio e inócuo para consumo humano.HIGIENE PESSOAL – conjunto <strong>de</strong> procedimentos que visam a estabelecer hábitos saudáveis quanto à saú<strong>de</strong>, limpeza e <strong>de</strong>sinfecçãoe à manutenção <strong>de</strong>stes hábitos. Incluem cuidados no comportamento, na roupa e na higiene corporal, especialmente nas mãos.LIMITE CRÍTICO – Valor que separa o aceitável do inaceitável.LIMITE DE SEGURANÇA (LIMITE OPERACIONAL) - um valor mais restritivo do que o limite crítico que visa prevenir a ocorrência<strong>de</strong> <strong>de</strong>svios, que representam condições inaceitáveis da gestão da garantia da inocuida<strong>de</strong> do alimento.LIMITE MÁXIMO PARA RESÍDUOS DE MEDICAMENTOS VETERINÁRIOS (MRLVD) DO CODEX – é a concentração máxima <strong>de</strong>resíduos resultante do uso <strong>de</strong> um medicamento veterinário (expressa em mg/kg ou mg/kg com base no peso vivo), recomendada


pela Comissão do Co<strong>de</strong>x Alimentarius como legalmente permitida, ou reconhecida como aceitável, em um alimento.Os MRL do Co<strong>de</strong>x baseiam-se nas seguintes estimativas feitas pelo JECFA (Joint Expert Committee on Food Aditives)consi<strong>de</strong>rados como sem perigo toxicológico para o homem, conforme expresso pela ADI (Ingestão Diária Aceitável), ou a partir<strong>de</strong> uma ADI temporária, que utiliza um fator <strong>de</strong> segurança adicional. Consi<strong>de</strong>ra outros riscos relevantes para a saú<strong>de</strong> doconsumidor, assim como alguns aspectos tecnológicos dos alimentos.Ao se estabelecer um MRL, <strong>de</strong>vem-se levar em conta os resíduos presentes em alimentos vegetais e no ambiente. Além disso,os MRL po<strong>de</strong>m ser reduzidos pelas boas práticas agrícolas.LIMITES MÁXIMOS PARA RESÍDUOS DE PESTICIDAS DO CODEX (MRL) - concentrações máximas <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> pesticidas(expressas em mg/kg), recomendadas pela Comissão do Co<strong>de</strong>x Alimentarius, para alimentos e rações animais que sãoconsi<strong>de</strong>rados toxicologicamente aceitáveis.Os MRL do Co<strong>de</strong>x baseiam-se nas seguintes estimativas feitas pela JMPR (Joint Meeting Pestici<strong>de</strong>s Residues):• Avaliação toxicológica dos pesticidas e seus resíduos; e• Revisão dos dados <strong>de</strong> resíduos a partir <strong>de</strong> ensaios controlados e uso sob supervisão, incluindo os dados que representam asboas práticas agrícolas. Essa revisão inclui os dados dos ensaios controlados, realizados <strong>de</strong> acordo com o uso máximorecomendado, autorizado ou registrado no âmbito nacional. Para acomodar as variações nas exigências nacionais <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>pragas, os MRL do Co<strong>de</strong>x consi<strong>de</strong>ram os níveis mais altos, <strong>de</strong>scritos nos ensaios controlados, que representam as práticaseficazes <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> pragas.As consi<strong>de</strong>rações sobre a ingestão estimada <strong>de</strong> vários resíduos e as <strong>de</strong>terminações, nacional e internacionalmente, comparadasà IDA (Ingestão Diária Aceitável), <strong>de</strong>vem indicar que os alimentos estão <strong>de</strong> acordo com os MRL do Co<strong>de</strong>x e são inócuos paraconsumo humano.LIMPEZA - procedimentos para a retirada <strong>de</strong> sujida<strong>de</strong>s grosseiras das superfícies inanimadas que entram em contato com osalimentos e matérias primas alimentares.MEDIDA PREVENTIVA - qualquer ação ou ativida<strong>de</strong> que possa ser usada para evitar, eliminar ou reduzir um perigo significativoe provável à saú<strong>de</strong> do consumidor. As medidas preventivas referem-se ao controle das fontes e fatores que interferem com osperigos, pela aplicação <strong>de</strong> práticas, procedimentos e <strong>de</strong> tecnologias.MICRORGANISMO - forma <strong>de</strong> vida que só po<strong>de</strong> ser observada ao microscópio óptico ou eletrônico; inclui bactérias, vírus,leveduras, protozoários e clamídias.MONITORAMENTO - ato <strong>de</strong> verificar o cumprimento <strong>de</strong> uma especificação ou limite crítico <strong>de</strong> um produto, etapa <strong>de</strong> processo ou serviço.NÃO-CONFORMIDADE – é <strong>de</strong>finida como o não atendimento a um requisito especificado.ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC) - é a organização internacional que tem como funções principais facilitar aaplicação das regras <strong>de</strong> comércio internacional já acordadas internacionalmente e servir <strong>de</strong> foro para negociações <strong>de</strong> novas regrasou temas relacionados ao comércio.ÓRGÃO REGULADOR - órgão ou representante autorizado <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> municipal, estadual, fe<strong>de</strong>ral, ou tribal que tem jurisdiçãosobre o estabelecimento produtor do alimento.PARADIGMAS - Conjuntos <strong>de</strong> crenças ou verda<strong>de</strong>s relacionadas entre si.PARASITA - organismo que se <strong>de</strong>senvolve, alimenta-se e se protege através <strong>de</strong> outro organismo (hospe<strong>de</strong>iro), do qual obtém atotalida<strong>de</strong> ou parte <strong>de</strong> seus nutrientes.


PATÓGENO - um microrganismo infeccioso e que causa enfermida<strong>de</strong> (bactérias, parasitas, vírus, fungos e outros agentesbiológicos, como BSE – Bovine Spongiform Encephalopathy).PERIGO - agente <strong>de</strong> natureza biológica, química e física, ou uma condição do alimento, com potencial para causar dano à saú<strong>de</strong>ou à integrida<strong>de</strong> física do consumidor.PERIGO BIOLÓGICO – inclui bactérias, vírus e parasitos que causam infecções e toxinfecções e toxinas <strong>de</strong> alto peso molecular,produzidas e liberadas no alimento por bactérias, como a toxina estafilocócica e a botulínica.PERIGO FÍSICO – partículas sólidas capazes <strong>de</strong> causar injúria física no consumidor para o qual o alimento é <strong>de</strong>stinado. Incluifragmentos <strong>de</strong> metal, partes <strong>de</strong> equipamentos (porca, parafuso, lascas <strong>de</strong> metal, ma<strong>de</strong>ira ou plástico rígido), fragmentos <strong>de</strong>plástico, linhas ou cordões, partículas <strong>de</strong> ossos em carnes <strong>de</strong>sossadas, pedaços <strong>de</strong> plástico <strong>de</strong> embalagens e outros. Asdimensões dos fragmentos po<strong>de</strong>m ser perigosas para uma <strong>de</strong>terminada faixa etária (bebes, por exemplo) e não para outra(adultos, por exemplo).PERIGO PROVÁVEL – perigo que se consi<strong>de</strong>ra possível <strong>de</strong> estar presente em um <strong>de</strong>terminado alimento ou grupo <strong>de</strong> alimentos,consi<strong>de</strong>rando as origens das matérias-primas e o tipo <strong>de</strong> processo tecnológico ou tratamento que recebe antes <strong>de</strong> ser consumido.Para consi<strong>de</strong>rar o perigo como provável em um alimento, é igualmente importante consi<strong>de</strong>rar as características finais doalimento e as condições <strong>de</strong> conservação do mesmo e sua observância.PERIGO QUÍMICO – inclui resíduo <strong>de</strong> pesticidas e <strong>de</strong> medicamentos veterinários e agrícolas; aditivos com potencial tóxico emníveis elevados; contaminantes inorgânicos como o chumbo, mercúrio e o cádmio; toxinas microbianas <strong>de</strong>terminadas pormétodos químicos (como as micotoxinas e ficotoxinas); metabólitos <strong>de</strong>rivados da <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> proteínas e aminoácidos poração <strong>de</strong> bactérias, como as aminas tóxicas (saxitoxina, por exemplo); resíduo <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> limpeza e <strong>de</strong>sinfecção e outros,significativos ou prováveis <strong>de</strong> estarem presentes em um <strong>de</strong>terminado alimento ou grupo <strong>de</strong> alimentos.PERIGO SIGNIFICATIVO – agente que comprovadamente foi veiculado ao consumidor, causando danos à sua saú<strong>de</strong>, peloconsumo do tipo <strong>de</strong> alimento ou seu similar, que é objeto da aplicação do sistema <strong>de</strong> gestão da inocuida<strong>de</strong> (HACCP).PESTE OU PRAGA – qualquer animal, vegetal ou microrganismo que possa prejudicar a produção <strong>de</strong> alimentos, com potencial<strong>de</strong> veicular perigo aos alimentos e à saú<strong>de</strong> do consumidor. Inclui, mas não se limita, roedores, insetos, pássaros, moluscos eoutros animais, fungos e microrganismos com potencial <strong>de</strong> alterar os alimentos.Controle Integrado <strong>de</strong> Pragas: procedimentos que visam a evitar a entrada, a nidificação e a fonte <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong> pragas emum estabelecimento produtor <strong>de</strong> alimentos.PESTICIDA - qualquer substância que tenha o objetivo <strong>de</strong> evitar, <strong>de</strong>struir, atrair, repelir, ou controlar qualquer praga, inclusive asespécies não <strong>de</strong>sejadas <strong>de</strong> plantas e animais durante a produção, o armazenamento, transporte, distribuição e processamento <strong>de</strong>alimentos; produtos agrícolas ou ração animal que <strong>de</strong>vem ser administrados aos animais para controlar ectoparasitas. O termoinclui as substâncias usadas como reguladores do crescimento <strong>de</strong> vegetais, <strong>de</strong>sfolhantes, <strong>de</strong>sidratantes, agentes branqueadores<strong>de</strong> frutas, inibidores <strong>de</strong> germinação e substâncias aplicadas nas plantações, antes ou após a colheita do alimento, para protegercontra a <strong>de</strong>terioração durante o armazenamento e o transporte. O termo normalmente exclui os fertilizantes, nutrientes vegetaise animais, aditivos alimentares e medicamentos animais.PLANO HACCP - documento escrito, baseado nos princípios HACCP, que <strong>de</strong>screve os procedimentos a serem seguidos paraassegurar o controle <strong>de</strong> um processo ou procedimento específico e estabelecer a gestão da inocuida<strong>de</strong> pretendida para um alimento.PONTO CRÍTICO DE CONTROLE (PCC) - etapa ou procedimento operacional em uma etapa, ponto ou procedimento on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>aplicar um controle fundamental (crítico) para evitar, reduzir ou eliminar perigos relacionados à inocuida<strong>de</strong> do alimento.


PONTO DE CONTROLE (PC) - etapa ou procedimento operacional em um processo, método <strong>de</strong> produção, ou em uma formulação,em que os perigos biológicos, químicos ou físicos po<strong>de</strong>m ser controlados através <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> pré-requisitos (GMP).PROCEDIMENTO PADRÃO OPERACIONAL (SOP) - um método padronizado, elaborado por escrito, para controlar uma prática oucondição, <strong>de</strong> acordo com especificações pre<strong>de</strong>terminadas e para se obter o resultado <strong>de</strong>sejado.PROGRAMAS DE PRÉ-REQUISITOS - procedimentos, incluindo as Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação (GMP) e os Procedimentos Padrão<strong>de</strong> Higiene Operacional (SSOP), que são a base higiênica e sanitária necessária para implementar um sistema HACCP a<strong>de</strong>quado.REGISTRO - documentação obtida através do monitoramento <strong>de</strong> práticas, procedimentos e PCC e das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> verificação.RESÍDUO DE PESTICIDAS - qualquer substância específica em alimentos, produtos agrícolas ou ração animal resultante do uso<strong>de</strong> pesticidas. O termo inclui quaisquer <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> pesticidas, como produtos <strong>de</strong> conversão, metabólitos, produtos <strong>de</strong> reaçõese impurezas consi<strong>de</strong>radas importantes do ponto <strong>de</strong> vista toxicológico.RISCO - A possibilida<strong>de</strong> ou probabilida<strong>de</strong> da manifestação <strong>de</strong> um perigo e a magnitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu efeito.SANITIZAÇÃO (DESINFECÇÃO) – procedimentos seqüenciais aos <strong>de</strong> limpeza, que visam a reduzir ao máximo possível o nível <strong>de</strong>contaminantes das superfícies inanimadas que entram em contato com os alimentos e matérias primas alimentares.SEQÜÊNCIA LÓGICA – Etapas estabelecidas pelo Co<strong>de</strong>x Alimentarius para a aplicação do Sistema HACCP pela indústria <strong>de</strong>alimentos. São: Formação <strong>de</strong> equipe; Descrição do produto; Intenção <strong>de</strong> uso do produto; Elaboração <strong>de</strong> fluxograma;Confirmação do fluxograma (estas cinco primeiras etapas caracterizam a relação produto e processo); Análise <strong>de</strong> Perigos;Determinação do Ponto Crítico <strong>de</strong> Controle; Estabelecimento <strong>de</strong> Limite Crítico; Monitoramento; Ações Corretivas,Estabelecimento <strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong> Verificação e Registro (estas 7 últimas etapas são conhecidas como Princípios do SistemaHACCP e se referem aos perigos e às estratégias <strong>de</strong> controle do perigo e respectivas validação e confirmação).SEVERIDADE - variável relacionada às conseqüências que po<strong>de</strong>m resultar da manifestação do perigo no consumidor.SISTEMA HACCP - o resultado da implementação dos princípios HACCP em uma operação <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> alimento que tenhaum programa <strong>de</strong> pré-requisitos <strong>de</strong> higiene implantados, bem fundamentados e abrangentes.SURTO DE ENFERMIDADE TRANSMITIDA POR ALIMENTOS - ocorrência <strong>de</strong> doença ou injúria em duas ou mais pessoas, após oconsumo do mesmo alimento ou refeição.TOXINA - uma substância venenosa que po<strong>de</strong> ser encontrada no alimento <strong>de</strong>corrente da multiplicação <strong>de</strong> um microrganismo toxigênico.VERIFICAÇÃO - uso <strong>de</strong> métodos, procedimentos, ou testes por supervisores, pessoas indicadas ou inspetores oficiais para<strong>de</strong>terminar se o sistema <strong>de</strong> gestão da inocuida<strong>de</strong> do alimento, baseado nos princípios do HACCP, está funcionando para controlaros perigos i<strong>de</strong>ntificados ou se necessita sofrer modificações. Uso <strong>de</strong> métodos e procedimentos para a validação e certificação daeficácia <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> perigo em cada PCC.VÍRUS - organismo composto por material genético (DNA ou RNA), revestido por proteína. É a menor e mais simples forma <strong>de</strong>vida e é parasita intracelular obrigatório.


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NOTAS...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................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