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1 A construção discursiva dos discursos intolerantes ... - Diversitas

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7A segunda fase, a da intolerância propriamente dita, é aquela em que o sujeitopreconceituoso (decepcionado, frustrado, desesperado, inseguro e que tem ódio) passa àação, ou seja, completa sua competência e age contra o outro (o causador da falta, oodiado). Greimas, no texto citado (1983), propõe, nesse caso, as ações apaixonadas devingança ou de revolta, que se distinguem, assim, da justiça desapaixonada. São oudevem ser diferentes, portanto, as sanções apaixonadas da intolerância, das sançõesdesapaixonadas da justiça. Essas diferenças aparecem também na moralização social,responsável pela condenação, muito frequente, da vingança. As notícias sobre a mortede Bin Laden tratam, muitas delas, do debate entre os que consideram como justiça e osjulgam ser vingança a ação do governo <strong>dos</strong> EUA, e também da valorização moralpositiva ou negativa da vingança:O presidente Barack Obama anunciou na madrugada de hoje que o terrorista saudita Osamabin Laden, 54, líder da rede Al Qaeda foi morto por tropas <strong>dos</strong> EUA ontem no Paquistão.“Digo às famílias que perderam seus parentes (nos ataques de 11 de setembro) que a justiçafoi feita”, disse Obama, em cadeia nacional. (...) Tão logo a imprensa americana começou anoticiar a morte do terrorista, milhares de pessoas foram festejar em frente à Casa Branca.(...) Aos gritos de “obrigado, Obama!” e “USA!”, uma multidão se aglomerou em frente àCasa Branca. A maioria cantava o hino nacional. Muitos eram estudantes. “Estou aquiporque sou americano. É a nossa essência celebrar em um grande momento como este”,disse Ben Krimnel, 19, enrolado em uma bandeira americana. (Folha de S. Paulo,02/05/2011, p. A11).“A justiça foi feita”, afirmou Obama em seu pronunciamento após a ação. Para comemorartal “justiça”, milhares de pessoas saíram às ruas e aclamaram seu presidente como umherói; diversos líderes mundiais afirmaram que essa é uma “vitória contra o terror”. Mastrata-se mesmo de justiça? Ou a ação <strong>dos</strong> EUA deve ser considerada como uma meravingança? (José Rodrigo Rodriguez,“V”de vingança, Folha de S. Paulo, 07/05/2011, p.A3).

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