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monteiro lobato, mercado editorial e campo literário ... - UNESP-Assis

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Enio PassianiSe a aceitação acima retrata Lobato como empresário fracassado(“raté”), não deixa de realçar sua qualidade de “gênio”, de homem de idéias;noutros termos, o editor-agente cultural que lançou as bases de um projetointelectual que serviu de bússola para os editores vindouros.Já Enio Silveira iniciou suas atividades no ramo <strong>editorial</strong> na Cia. EditoraNacional por indicação de Monteiro Lobato. Silveira assumiu, posteriormente, aeditora Civilização Brasileira, cujo proprietário era o seu antigo chefe, OctallesMarcondes Ferreira. Sob a administração de Enio Silveira a editora tornou-seuma das principais do país nos fins dos anos 50. Sobre Lobato, disse Silveira:Pois é, então vejam só, pelo menos duas editoras nasceramdiretamente do Lobato: a Brasiliense e a Nacional. Três, poishá a Empresa Gráfica Monteiro Lobato, que também foieditora. O Lobato revolucionou o livro brasileiro. Até ele, oslivros brasileiros eram impressos em Portugal ou em Paris,Garnier, Laemmert, tudo lá. O Lobato começou com o livro noBrasil. Ele fez, e fez muita coisa importante sim, divulgou, criouuma indústria do livro brasileiro (FERREIRA, 2003, p. 43).Silveira resume, em poucas linhas, o mito Lobato: o homem que criou aindústria do livro no Brasil, o responsável por libertar escritores e editores dadominação estrangeira, aquele que fundou ou participou, direta eindiretamente, da fundação de algumas das principais editoras da história do<strong>mercado</strong> <strong>editorial</strong> brasileiro. Claro está que a figura do herói ganhou densidadee foi reproduzida à exaustão graças à força dos nomes por trás do mito: algunsdos nossos principais editores, homens que também participaram ativamenteda formação do <strong>mercado</strong> interno de livros, personagens, reais e poderosos, dahistoriografia do livro no Brasil.Considerações finaisEste trabalho não tem a intenção de diminuir a importância de MonteiroLobato para a constituição dum <strong>mercado</strong> <strong>editorial</strong> no Brasil noutros moldes,diferentes daqueles que habitualmente vinham sendo adotados. Longe disso.Miscelânea, <strong>Assis</strong>, vol.6, jun./nov.2009 133

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