Tabela 2. Incidência <strong>de</strong> an<strong>em</strong>ia ferropriva <strong>em</strong> crianças <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre doise seis anos <strong>da</strong> Escola Municipal Professor “Octávio Dezan Sobrinho”, <strong>de</strong>Macaubal – SP, no período <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2005 a 14 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2005Gráfico 2. Incidência <strong>de</strong> an<strong>em</strong>ia ferropriva <strong>em</strong> crianças <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 2 e 6anos <strong>da</strong> Escola Municipal Professor “Octávio Dezan Sobrinho”, <strong>de</strong> Macaubal– SP, no período <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2005 a 14 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2005encontrava-se normal. Assim sendo,indica-se a realização <strong>de</strong> testesmais específicos como, por ex<strong>em</strong>plo,eletroforese <strong>de</strong> h<strong>em</strong>oglobinaque seria útil na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>uma possível talass<strong>em</strong>ia.DiscussãoConstatou-se que 8,76% <strong>da</strong>s114 crianças analisa<strong>da</strong>s apresentaraman<strong>em</strong>ia ferropriva porMasculino F<strong>em</strong>inino TotalAmostra 55,3% 44,7% 100%<strong>An<strong>em</strong>ia</strong> <strong>Ferropriva</strong> 6,13% 2,63% 8,76%<strong>An<strong>em</strong>ia</strong> não ferropriva 0,87% 1,75% 2,63%d<strong>em</strong>onstrar<strong>em</strong> concentrações<strong>de</strong> h<strong>em</strong>oglobina inferior a 11,0mg/dl, e <strong>de</strong> ferro menor que45,0 mg/dl, além <strong>de</strong> célulasmicrocíticas e hipocrômicas noesfregaço sanguíneo.Das amostras analisa<strong>da</strong>s nãoforam <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s condições socioeconômicas,estado nutricional,utilização <strong>de</strong> medicação à base <strong>de</strong>ferro, alimentos enriquecidos oudoenças parasitárias que são fatoresque influenciam na an<strong>em</strong>ia(15, 16). Apenas foram levados <strong>em</strong>consi<strong>de</strong>ração a i<strong>da</strong><strong>de</strong> e o sexo.O sexo foi fator <strong>de</strong>terminante<strong>da</strong> an<strong>em</strong>ia ferropriva, poisa porcentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> meninos foi<strong>de</strong> 6,13%, concor<strong>da</strong>ndo comestudo realizado por Torres etal., 1994, no município <strong>de</strong> SãoPaulo. Justificaram-se afirmandoque a maior prevalência <strong>de</strong> an<strong>em</strong>iano sexo masculino po<strong>de</strong> serexplica<strong>da</strong> pela maior veloci<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> crescimento apresenta<strong>da</strong>pelos meninos, acarretandomaior necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ferro peloorganismo, não supri<strong>da</strong> peladieta (4).Já o fator i<strong>da</strong><strong>de</strong> d<strong>em</strong>onstrouque com o aumento <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> aprevalência <strong>de</strong> an<strong>em</strong>ia ferroprivaten<strong>de</strong> a diminuir (17). Isso explicariao baixo índice encontradoneste trabalho.Segundo Queiroz, 2000, noBrasil não exist<strong>em</strong> <strong>da</strong>dos nacionaisque comprov<strong>em</strong> a prevalência<strong>de</strong> an<strong>em</strong>ia ferropriva,entretanto, por meio <strong>de</strong> estudospontuais constatou-se que <strong>em</strong>diversas regiões do país a prevalência<strong>de</strong> an<strong>em</strong>ia ferropriva émaior <strong>em</strong> menores <strong>de</strong> dois anos<strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do níveleconômico. Isso ocorre <strong>de</strong>vidoao <strong>de</strong>smame precoce, anterioraos seis meses <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, e à introduçãodo leite <strong>de</strong> vaca queapesar <strong>de</strong> conter o mesmo teor<strong>de</strong> ferro que o leite materno,apresenta biodisponibili<strong>da</strong>d<strong>em</strong>uito baixa.138<strong>NewsLab</strong> - edição 80 - 2007
Apesar <strong>da</strong> an<strong>em</strong>ia ferroprivaestar presente numa pequenaparcela <strong>da</strong> população analisa<strong>da</strong>(8,76%), é <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a utili<strong>da</strong><strong>de</strong>o diagnóstico e o estabelecimento<strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s preventivas <strong>da</strong> an<strong>em</strong>iaferropriva na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>pré-escolar. A prevenção <strong>de</strong>veser estabeleci<strong>da</strong> com base nosseguintes aspectos: educação nutricionale melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> dieta ofereci<strong>da</strong>, incluindo oincentivo do aleitamento materno,supl<strong>em</strong>entação medicamentosa,fortificação dos alimentos econtrole <strong>de</strong> infecções. Portanto,é necessária a conscientização,tanto <strong>da</strong> população e <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, quanto o governo para qu<strong>em</strong>edi<strong>da</strong>s cabíveis sejam implanta<strong>da</strong>s,melhorando o <strong>de</strong>senvolvimentonormal <strong>da</strong>s crianças.Correspondência para:MSc. Rita Karina Santanarksantana@bol.com.brReferências Bibliográficas1. Queiroz SS, Torres MAA. <strong>An<strong>em</strong>ia</strong> ferropriva na infância. J. Pediatr. (Rio <strong>de</strong> J), vol.76, no.3, p.298-304, 2000.2. Paiva AA et al. Parâmetros para avaliação do estado nutricional <strong>de</strong> ferro. Rev. Saú<strong>de</strong> Pública (São Paulo), vol.34, no.4,p.210-219, ago. 2000.3. Verrastro T. H<strong>em</strong>atologia e H<strong>em</strong>oterapia: Fun<strong>da</strong>mentos <strong>de</strong> Morfologia, Fisiologia, Patologia e Clínica. 1.ed. São Paulo:Atheneu, 2002. 9 – 45p.4. Osório MM. 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