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Veja o RELATÓRIO FINAL da Comissão Parlamentar de Inquérito

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O Sr. GERALDO LOPES – PMDB – V. Sa. saberia informarse as receitas e os serviços <strong>de</strong> vistoria nas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s consumidoras?Aferição <strong>de</strong> medidor, aferição <strong>de</strong> tensão, religações normais,religações <strong>de</strong> urgência, emissão <strong>de</strong> segun<strong>da</strong> via <strong>de</strong> fatorobti<strong>da</strong>s pelas concessionárias? Se obti<strong>da</strong>s, a que tipo <strong>de</strong> tributação?Municipal ou estadual?O Sr. EVANDRO COURA – Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, as receitas auferi<strong>da</strong>spelo setor elétrico têm imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> tributária nos termos <strong>da</strong>lei. Os serviços que soa prestados por terceiros, que eventualmentefaçam algumas <strong>de</strong>ssas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, se recolhem o ISS aosseus municípios.O Sr. GERALDO LOPES – PMDB – Esses serviços são todosterceirizados?O Sr. EVANDRO COURA – Não sei disser se tão todos, masparte substancial é terceiriza<strong>da</strong>. Po<strong>de</strong>ria perguntar aos meusassessores, mas tenho certeza que eles não têm cem por cento<strong>de</strong> certeza. Até porque,O Sr... – Não sabemos precisar no momento qual é o grau<strong>de</strong> terceirização. Isso po<strong>de</strong> ser verificado mas, gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>ssesserviços aferizados ...... executados pela própria empresa.O Sr. GERALDO LOPES – PMDB – Vou repetir essa pergunta:V. Sa. saberia me informar se as receitas <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>ven<strong>da</strong>s isentas são ofereci<strong>da</strong>s à tributação?O Sr. EVANDRO COURA – Depen<strong>de</strong> do tipo <strong>de</strong> tributaçãoque estivermos falando. Se elas são isentas <strong>de</strong> ICMS, <strong>de</strong> ISS,não são. Certamente to<strong>da</strong>s as receitas são ofereci<strong>da</strong>s no finalao imposto <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.O Sr. GERALDO LOPES – PMDB – Essa <strong>da</strong> tarifa <strong>de</strong> baixaren<strong>da</strong>?O Sr. EVANDRO COURA – A receita <strong>da</strong> tarifa <strong>de</strong> baixaren<strong>da</strong> não é uma receita, é uma subvenção que é recebi<strong>da</strong>.O Sr. GERALDO LOPES – PMDB – Essas ven<strong>da</strong>s isentas nãoseriam essas?O Sr. EVANDRO COURA – Baixa ren<strong>da</strong> não teria ven<strong>da</strong>sisentas. Não teria isso. Pelo o que entendi <strong>da</strong> pergunta <strong>de</strong> V.Exa.O Sr.... – Tem uma parte <strong>da</strong> baixa ren<strong>da</strong>, se não me enganoaté 90 quilowatts, que é isento <strong>de</strong> ICMS. A partir <strong>da</strong>í ele éescalonado. Tem 12% e chega a 18% no valor.O Sr. GERALDO LOPES – PMDB – Mas os senhores têmreceitas <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s isentas?O Sr. – SimO Sr. GERALDO LOPES – PMDB – Minha pergunta é essa,é ofereci<strong>da</strong> à tributação?O Sr. EVANDRO COURA – Elas são ofereci<strong>da</strong>s à tributaçãoporque não são isentas <strong>de</strong> to<strong>da</strong> tributação Por exemplo, até 90quilowatts/hora são isentas <strong>da</strong> cobrança <strong>de</strong> ICMS, mas elasentram no resultado <strong>da</strong> empresa para pagamento do imposto<strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.O Sr. GERALDO LOPES – PMDB – Isso está na lei?O Sr. EVANDRO COURA – Isso está na lei. Você temPis/Cofins, que você recolhe sobre receitas, também na forma<strong>de</strong> lei.O Sr. GERALDO LOPES – PMDB – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, pergunteicertas informações porque sentimos um pouco <strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> levar...O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS - O A<strong>de</strong>marestá me informando que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma hora teremos todo orelatório. Agra<strong>de</strong>ço a presença do Deputado Conte Lopes, paraque possamos informar aos Srs. Deputados quais são os requerimentos...O Sr. GERALDO LOPES – PMDB – É lamentável a <strong>de</strong>moraque os órgãos públicos têm para respon<strong>de</strong>r aos nossos questionamentos,aos nossos requerimentos. Isso atrapalha o an<strong>da</strong>mento.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS - V. Exa.tem razão.O Sr. GERALDO LOPES – PMDB – Sr. Evandro, como oPresi<strong>de</strong>nte colocou no início, po<strong>de</strong> ser que V. Sa. seja convi<strong>da</strong>donovamente a esta Casa. De pose dos requerimentos teremosmais subsídios para compararmos os <strong>de</strong>poimentos queouvimos até o momento. Ain<strong>da</strong> faltam duas companhias e, emsegui<strong>da</strong>, ouviremos os senhores Carlos Ergas e Irapuã, concluindoo setor <strong>da</strong>s elétricas.Gostaria <strong>de</strong> perguntar se, necessário, V. Sa. disponibiliza aesta CPI os direitos fiscais dos últimos cinco anos.O Sr. EVANDRO COURA – Se for necessário, sim. Queroressaltar que temos acompanhamento mensal por parte <strong>da</strong>Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>, que tem essas informações mensais pormeio magnético, mas não teremos problemas em fornecerdiretamente a esta comissão.O Sr. GERALDO LOPES – PMDB – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, douminhas perguntas por encerra<strong>da</strong>s. Quero agra<strong>de</strong>cer a presença<strong>de</strong> V. Sas. e <strong>de</strong> seus assessores.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS - Agra<strong>de</strong>çoas presenças dos Deputados Geraldo Lopes e Conte Lopes e doSr. Evandro Coura. Foi uma reunião em caráter informal, comoexpliquei no início, pela Casa estar muito atribula<strong>da</strong>. Muitoobrigado.O Sr. EVANDRO COURA – Agra<strong>de</strong>ço V. Exas. Por essetempo <strong>de</strong> interação. É uma questão importante que <strong>de</strong>vemosfazer mais vezes. Inclusive, estamos trabalhando junto aoSindicato <strong>da</strong>s Indústrias <strong>de</strong> Energia do Estado <strong>de</strong> São Paulo(SIEESP) em um convênio com esta Casa, <strong>de</strong> modo que o setortem permanente interação com esta Casa e possa discutir oserviço público prestado na área <strong>de</strong> energia elétrica.Mais uma vez estamos à disposição para qualquer necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> V. Exas. Muito obrigado.* * *5.9 Dia 07/03/2007Oitiva Sr. Eduardo José BerniniPresentes os Deputados Conte Lopes, Edmir Chedid,Geraldo Lopes e Roberto Morais.* * *O Sr. EDUARDO JOSÉ BERNINI - Sr. Presi<strong>de</strong>nte, em primeirolugar, gostaria <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>, mais umavez, estar nesta Casa. Tive a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estar aqui emdiferentes situações, prestando esclarecimentos, informações,sobre os fatos que dizem respeito à gestão <strong>da</strong> Eletropaulo,como uma empresa concessionária <strong>de</strong> serviço público <strong>de</strong> distribuição<strong>de</strong> energia elétrica no Estado <strong>de</strong> São Paulo. Esta presença,obviamente, é vista não só como uma obrigação, mastambém como sinal <strong>de</strong> respeito aos trabalhos que são <strong>de</strong>senvolvidosaqui nesta Casa.Evi<strong>de</strong>ntemente que nós, como empresa distribuidora <strong>de</strong>energia elétrica, temos um papel muito peculiar no que se refereà questão tributária, que imagino seja o ponto central dostrabalhos que são <strong>de</strong>senvolvidos aqui nesta comissão. E essepapel fun<strong>da</strong>mental é <strong>da</strong>do pela sua característica <strong>de</strong> ser umcontribuinte substituto.To<strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> valor, que no setor elétricocomeça na geração, passa pela transmissão, chega à distribuiçãoe comercialização, tem na distribuidora um papel fun<strong>da</strong>mental<strong>de</strong> ser o agente coletor. A distribuidora que atua narelação com o cliente final e faz a arreca<strong>da</strong>ção através <strong>da</strong>sfaturas <strong>de</strong> energia elétrica que são mensalmente dirigi<strong>da</strong>s aosconsumidores.Por essa razão, acho que é importante que possamos estaraqui e <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>quilo que for do nosso melhor conhecimento,prestar os esclarecimentos e informações que permitam queesta comissão tenha um bom trabalho e tenha condições <strong>de</strong>realizar o seu objetivo.O Sr. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Abro apalavra aos nobres Deputados. O primeiro Deputado inscrito, oRelator <strong>da</strong> <strong>Comissão</strong>, Deputado Edmir Chedid.O Sr. EDMIR CHEDID - PFL - Sr. Presi<strong>de</strong>nte, Srs. Deputados,Sr. Eduardo Bernini, já conhecido nosso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 95, quando ocupou,se não me falha a memória, o cargo <strong>de</strong> SecretárioAdjunto <strong>de</strong> Energia do Estado, no Governo Mário Covas.Esta CPI tem a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> investigar sobre a guerra fiscal.O Estado <strong>de</strong> São Paulo vem per<strong>de</strong>ndo recursos e o senhor,que já participou quer seja na Eletropaulo quando era estatal,quer seja no Governo, na administração direta, sabe a faltaque os recursos fazem nos cofres do Estado <strong>de</strong> São Paulo.Temos perdido muitos bilhões <strong>de</strong> reais durante os anos. SãoPaulo é aquele primo rico do qual todo mundo <strong>de</strong>seja tirar umpe<strong>da</strong>cinho e os problemas ficam aqui; a solução seria os recursosfinanceiros, que acabam se esvaindo para os outros estados,muitas vezes com valores muito menores do que SãoPaulo po<strong>de</strong>ria arreca<strong>da</strong>r, porque os outros estados o fazemreduzindo alíquota.Assim, tenho algumas perguntas: O senhor conhece bem oassunto? Tenho certeza <strong>de</strong> que conhece porque conviveu noGoverno do Estado e sabe <strong>da</strong> luta do Governo Estadual naquelaépoca para tentar diminuir essa guerra fiscal. O senhor é umhomem muito bem informado. As companhias energéticas têmdiferentes alíquotas <strong>de</strong> IMCS do Estado <strong>de</strong> São Paulo paraoutros estados? Do que o senhor tem conhecimento? O que osenhor po<strong>de</strong> exemplificar?Outro fato que nos gera alguma preocupação é sobre aimplantação <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo energético do País, que tenhocerteza que é para a melhor. Outras companhias distribuidorase até geradoras <strong>de</strong> energia po<strong>de</strong>m ven<strong>de</strong>r energia para qualquerindústria e empresa <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte no Estado <strong>de</strong> SãoPaulo. On<strong>de</strong> é recolhido esse imposto? É aqui em São Paulo oué em outro estado? O senhor tem conhecimento <strong>de</strong> algumestado em que a alíquota é menor do que no Estado <strong>de</strong> SãoPaulo?Já existe um acordo dos partidos e <strong>da</strong>s banca<strong>da</strong>s que vãofazer parte <strong>da</strong> CPI, que <strong>de</strong>ve ser renova<strong>da</strong> na próxima legislatura.Vivemos um momento <strong>de</strong>licado em que o GovernoFe<strong>de</strong>ral preten<strong>de</strong> realmente achar uma maneira <strong>de</strong> extinguiressa guerra fiscal. Vemos que o Governador <strong>de</strong> São Paulo freqüentementetem visitado Brasília e o Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Repúblicajuntamente com outros governadores, levando propostas esugestões, <strong>de</strong>ntro do conhecimento que ele tem, não apenas<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo o Estado <strong>de</strong> São Paulo, mas <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a Uniãocomo um todo, porque é necessário que se faça um acordo queseja bom para todos nós que somos brasileiros indistintamentedo estado on<strong>de</strong> vivemos. Ca<strong>da</strong> um tem que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o seu quinhãopara sobrevivência. O Estado <strong>de</strong> São Paulo precisa estaracompanhando <strong>de</strong> perto assim como a Assembléia Legislativa<strong>de</strong>ve acompanhar esse processo muito <strong>de</strong> perto, principalmentea nova legislatura, movimentando não só os <strong>de</strong>putadosestaduais aqui, mas pelas banca<strong>da</strong>s componentes aqui naAssembléia Legislativa, todos os seus <strong>de</strong>putados fe<strong>de</strong>rais esenadores para que eles sejam muito bem informados do queSão Paulo po<strong>de</strong> ganhar, do que São Paulo po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r.A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> esta comissão ter continui<strong>da</strong><strong>de</strong> é nointuito <strong>da</strong> leitura que nós aqui <strong>da</strong> Assembléia fazemos quanto<strong>da</strong>s propostas do Governo Estadual e do Governo Fe<strong>de</strong>ral. OSr. Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> CPI estava tentando fazer um gran<strong>de</strong> simpósio,inclusive convi<strong>da</strong>ndo os sindicatos <strong>de</strong> V. Sas. para estaremaqui presentes, a fim <strong>de</strong> participarem também <strong>de</strong>sse simpósio,já que a empresa energética do Estado <strong>de</strong> São Paulo e a distribuidoraque aqui opera recolhem bilhões <strong>de</strong> impostos anuais, eé muito importante obter a opinião <strong>de</strong> vocês nesse processo.Ocorre que o tempo é escasso e não vamos conseguir realizaresse simpósio, essa audiência pública para discutir esse assunto.Vamos ter que fazer isso na nova legislatura. Então, gostaria<strong>de</strong> ouvi-lo quanto a essas perguntas, o que o senhor po<strong>de</strong>colaborar e sugerir.Outro assunto que nos <strong>de</strong>ixa perplexos é que o imposto jáé imposto. O Governo impõe ao contribuinte o que ele <strong>de</strong>vepagar. Muitas vezes o que vemos na área energética já é umconfisco, não é nenhum imposto, e não em razão <strong>da</strong>s empresasenergéticas, <strong>da</strong>s companhias, e sim em função <strong>da</strong> legislaçãoexistente. A gran<strong>de</strong> maioria dos <strong>de</strong>putados aqui <strong>de</strong>ve terconhecimento <strong>de</strong> que o ICMS cobrado é <strong>de</strong> 33 por cento. É <strong>de</strong>25, mas <strong>da</strong> maneira como se faz a conta acaba-se atingindo oconsumidor em 33% do que ele consome.Esta é uma preocupação que temos também para esta<strong>Comissão</strong> tentar objetivar, junto ao Governo do Estado, a reduçãodisso. Isso é muito; é <strong>de</strong>mais. Deve criar aos senhores tambémembaraços, muitas vezes psicológicos, em falar: “Puxavi<strong>da</strong>, um terço <strong>de</strong> tudo aquilo que arreca<strong>da</strong>mos somente emimposto, o ICMS já fica retido ao Governo do Estado”. Querdizer, as pessoas, as empresas, as indústrias do Estado <strong>de</strong> SãoPaulo pagam muito por isso. Portanto, gostaria <strong>de</strong> saber <strong>de</strong>vossa senhoria se em outros estados a alíquota é a mesma e sea forma <strong>de</strong> cálculo é a mesma.Muito obrigado.O Sr. EDUARDO JOSÉ BERNINI - Sr. Deputado, em primeirolugar, sinto-me até constrangido por suas palavras iniciais porquenão me consi<strong>de</strong>ro um especialista em matéria tributária.Pelo contrário, sou, como ci<strong>da</strong>dão, sim, interessado nesse<strong>de</strong>bate, nessas questões, porque realmente vejo que há to<strong>da</strong>uma problemática que envolve não somente as questões estaduais,mas o próprio sentido <strong>da</strong> fe<strong>de</strong>ração e como esses recursospo<strong>de</strong>rão ou <strong>de</strong>verão ser melhor equilibrados, para quetodos os brasileiros usufruam e também tenham o ônus proporcionaisà sua contribuição.Agra<strong>de</strong>ço as suas palavras, mas não me consi<strong>de</strong>ro especialistaque V. Exa. <strong>de</strong>senhou. Mas suas questões são realmenteinstigantes e espero não me alargar <strong>de</strong>mais no tema, porqueme parece que tem por trás <strong>de</strong>ssas perguntas, <strong>de</strong>sses questionamentos,questões realmente bastante importantes paraserem <strong>de</strong>bati<strong>da</strong>s e profun<strong>da</strong><strong>da</strong>s.Vou começar pelo Item 1, que, no fundo, relaciona-se como item 4, que versa sobre eventuais <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s que possamocorrer na relação entre o Estado <strong>de</strong> São Paulo naquilo que elepratica em termos <strong>de</strong> tributação direta ao consumo <strong>de</strong> energiaelétrica e naquilo que vem sendo praticado em outros estados.No Estado <strong>de</strong> São Paulo todos os consumidores são submetidosàs mesmas alíquotas. E o Estado <strong>de</strong> São Paulo teve inclusiveuma atitu<strong>de</strong> bastante, eu diria, justa <strong>de</strong> elevar o patamarmínimo <strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> ICMS para os chamados consumidores<strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, elevando <strong>de</strong> 50 kwh/mês, para 90Kwh/mês. Parece-me uma atitu<strong>de</strong> bastante correta, do ponto<strong>de</strong> vista <strong>da</strong> importância social, uma classe <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> ter,digamos assim, o seu consumo isento <strong>da</strong> tributação do ICMS.Não tenho um quadro perfeito <strong>de</strong> como isso é praticado <strong>de</strong>estado por estado. Mas temos notícias <strong>de</strong> estados que estãopraticando na faixa superior <strong>de</strong> consumo alíquotas ain<strong>da</strong> maioresdo que o Estado <strong>de</strong> São Paulo. Isto é realmente um fatorque diferencia. Eu não conheço nenhum estado - e po<strong>de</strong> serrealmente uma <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> informação minha - que pratiquealíquotas menores do que o Estado <strong>de</strong> São Paulo para o consumoresi<strong>de</strong>ncial e para os consumos, digamos assim, ligados aativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s produtivas como indústria, comércio e serviços.Existe nessa discussão um fator muito importante, porquea energia elétrica, tal como é fatura<strong>da</strong> dos consumidoresfinais, não tem praticamente gran<strong>de</strong> controvérsia na sua forma<strong>de</strong> apuração e na sua forma <strong>de</strong> repasse. Como operamos numsetor que é absolutamente regulado, e to<strong>da</strong>s as nossas faturassão <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> um consumo, que é medido, existe umequipamento específico. Quer dizer, não dá para ter controvérsiasobre os Kw/h, que passaram pelos medidores. Os medidorestêm um <strong>de</strong>terminado nível <strong>de</strong> precisão, que são acompanhados,fiscalizados pelas enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s tanto <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do consumidor,quanto pela certificação <strong>de</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s isentas, como oInmetro. Portanto, é muito difícil haver controvérsia sobre ovalor efetivamente apurado com base nos kw/h fornecidos e aaplicação <strong>da</strong>s alíquotas, que já vêm <strong>de</strong>stacados o valor exato,na fatura dos consumidores, obviamente <strong>de</strong>ntro do critério,que é estabelecido em lei, do cálculo por <strong>de</strong>ntro que leva aessa situação até um pouco anômala <strong>de</strong> uma alíquota nominal<strong>de</strong> 25, que se transforma em 33, e que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1989, quandofoi implantado esse sistema sempre recorrentemente, é umobjeto <strong>de</strong> discussão pública, e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> até mesmo <strong>de</strong>esclarecimento, por parte <strong>da</strong>s distribuidoras, sobre essa diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>,eu diria, <strong>de</strong> excentrici<strong>da</strong><strong>de</strong> aritmética <strong>de</strong> como se faz ocálculo: incorporando-se o próprio imposto, ou se simplesmentecalculando sobre o importe, ou seja, a parcela que é efetivamenteforneci<strong>da</strong>.Um ponto que talvez aju<strong>de</strong> esta <strong>Comissão</strong> a aprofun<strong>da</strong>rum pouco essa análise diz respeito à incidência <strong>de</strong> impostos,não somente o ICMS - evi<strong>de</strong>ntemente, o ICMS é a parcela maisexpressiva -, sobre o fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica, sejapara o setor produtivo, seja para o setor resi<strong>de</strong>ncial, para apopulação em geral.O senhor falou <strong>de</strong> um terço. Tenho aqui comigo um documentopúblico preparado pelo Instituto Acen<strong>de</strong> Brasil. OInstituto Acen<strong>de</strong> Brasil é uma organização que trata dos assuntosgerais do setor <strong>de</strong> energia. Ela fez um estudo exatamentesobre o impacto <strong>da</strong> tributação sobre aquilo que popularmenteaparece para o consumidor final, a conta <strong>de</strong> luz, o valor que épago. A conclusão é que é <strong>de</strong> cinqüenta e três por cento. Ouseja, <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> 100 reais arreca<strong>da</strong>dos através <strong>da</strong>s faturas <strong>de</strong>energia elétrica, 53 reais são <strong>de</strong>stinados a alguma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> imposto.Não estamos falando apenas dos impostos que digam respeitoàs ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> empresa. Não estamos falando <strong>de</strong>Imposto <strong>de</strong> Ren<strong>da</strong>, não estamos falando <strong>de</strong> Contribuição Socialsobre Lucro Líquido, não estamos falando sobre impostos queinci<strong>de</strong>m sobre a empresa, mas <strong>de</strong> impostos em que a distribuidoraatua como uma coletoria, faz a arreca<strong>da</strong>ção e repassa.Repassa para o Tesouro estadual, na forma do ICMS; para osmunicípios, na forma do ISS, e também para a União, na forma<strong>de</strong> PIS, Cofins e outros encargos setoriais que, no fundo, sãorecursos parafiscais. Embora não tenham trânsito peloOrçamento <strong>da</strong> União, embora não tenham essa característicafiscal, são recursos parafiscais. Por exemplo: a conta <strong>de</strong> consumo<strong>de</strong> combustível, um subsídio recolhido dos consumidoresfinais para cobrir a diferença do custo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> umahidrelétrica vis-à-vis a geração térmica <strong>de</strong> sistemas isolados oumesmo do sistema interligado.A diferença <strong>de</strong> custo é coberta por recursos amealhadosno Brasil como um todo e que se <strong>de</strong>stinam, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, a fazero “fundiamento” <strong>de</strong>sse subsídio. O mesmo na conta <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoenérgico, que, em parte, retorna para o setor naforma do subsídio <strong>da</strong>do às tarifas <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>.Eu po<strong>de</strong>ria <strong>da</strong>r uma série <strong>de</strong> outros exemplos, como areserva global <strong>de</strong> reversão, geri<strong>da</strong> pela Eletrobras em nome <strong>da</strong>União, enfim, encargos <strong>de</strong> natureza fiscal, acabam incidindonaquilo que o consumidor efetivamente suporta através <strong>da</strong>ssuas contas.Especificamente sobre diferenças <strong>de</strong> alíquotas, não tenhoa informação <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>, mas, sem dúvi<strong>da</strong> nenhuma, os casosque conheço, pelo menos nas faixas superiores <strong>de</strong> consumo namo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ncial, são superiores àquelas pratica<strong>da</strong>s emSão Paulo.Em relação ao novo mo<strong>de</strong>lo energético, que o senhormuito propriamente <strong>de</strong>staca, pelas características que o mo<strong>de</strong>loassumiu, <strong>de</strong> abrir uma maior competição para que fornecedores<strong>de</strong> energia viessem a competir in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente dosestados on<strong>de</strong> estão localizados - não tenho nenhuma dúvi<strong>da</strong>,se for contrariado pelos fatos, muito me surpreen<strong>de</strong>rei -,comercializadores que atuam no mercado competitivo sãoobrigados a recolher o ICMS no estado on<strong>de</strong> se dá o consumo.Essa é uma peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong> do setor <strong>de</strong> energia exatamentepela figura do contribuinte substituto. Como não há recolhimentodo ICMS nos elos <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> valor <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia produtiva,mas diretamente na uni<strong>da</strong><strong>de</strong> consumidora, uma energiaproduzi<strong>da</strong> que possa ter sido produzi<strong>da</strong> - e a característicado nosso setor elétrico, pelo fato <strong>de</strong> ser um sistema interligado,interconectado com uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração distribuí<strong>da</strong>s emto<strong>da</strong> a região Su<strong>de</strong>ste e mesmo interligações entre o Norte e oSu<strong>de</strong>ste, o Sul com o Su<strong>de</strong>ste e o Centro-Oeste, é que a geraçãoin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> sua origem.O quilowatt-hora que estamos consumindo aqui po<strong>de</strong>estar sendo gerado em uma usina do Tocantins; po<strong>de</strong> estarsendo gerado numa usina do Paraná; po<strong>de</strong> estar sendo geradopor uma usina na divisa do Brasil e Paraguai, como é o caso <strong>de</strong>Itaipu. Então, não há uma caracterização <strong>da</strong> origem do quilowatt-horaque estamos consumindo em São Paulo.Houve - não sei se hoje ain<strong>da</strong> há, é um tema bastantecontroverso - uma mu<strong>da</strong>nça, uma tentativa <strong>de</strong> estados produtoresvirem a tomar uma parte <strong>de</strong>sse valor que é agregado naca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> geração, transmissão, distribuição e comercialização.Então, no meu ver, não há hoje uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> quecomercializadores que venham a comprar energia <strong>de</strong> qualquerprodutor, ou mesmo produtores que tenham status, quetenham autorização para atuar como comercializadores, nãovenham a recolher o ICMS <strong>de</strong> acordo com as regras do Estadoon<strong>de</strong> está ocorrendo o efetivo consumo <strong>de</strong>ssa energia, on<strong>de</strong>essa mercadoria efetivamente está sendo entregue. Esse é umponto que ficarei bastante surpreso se não estiver ocorrendo.Não tenho notícias <strong>de</strong> que isso esteja ocorrendo <strong>de</strong> forma diferente.Com relação aos embaraços que isso provoca na vi<strong>da</strong> econômicae social, acho que esse é um tema <strong>de</strong> extrema importância.Se compararmos internacionalmente, energia elétricanão é um produto tributado <strong>de</strong> forma tão intensa, tão significativamentequanto o é no Brasil. A amostra que consta <strong>de</strong>ssedocumento indica que alíquotas <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 5% a 8% seriamrazoáveis, comparando com o padrão internacional. Mas hoje,no Brasil, para muitos estados, por conta <strong>de</strong>ssa facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>termos a empresa distribuidora <strong>de</strong> energia elétrica como o contribuintesubstituto e, portanto, o agente <strong>de</strong> coletoria, o ICMSsobre energia elétrica representa talvez algo em torno <strong>de</strong> 50%<strong>da</strong> arreca<strong>da</strong>ção. Não é o caso do Estado <strong>de</strong> São Paulo.É um tema <strong>de</strong>licadíssimo, que envolve uma questão fe<strong>de</strong>rativae impõe que tenhamos, para o Estado <strong>de</strong> São Paulo,uma atenção <strong>de</strong> como esse sistema po<strong>de</strong>rá vir a ser reorientado.Se tributado na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor, como é em qualquer outrosetor produtivo - portanto, geração, transmissão e distribuiçãoem diferentes elos, sob diferentes alíquotas, sob a regência <strong>de</strong>diferentes estados -, realmente o Estado <strong>de</strong> São Paulo po<strong>de</strong>ráter um impacto na arreca<strong>da</strong>ção.O Sr. EDMIR CHEDID - PFL - Muito obrigado, Dr. Bernini,pela sua exposição. O senhor po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixa essa documentaçãonas mãos do Presi<strong>de</strong>nte para que possamos estudá-la e distribuí-laaos outros membros, para que possamos utilizar essesdocumentos tão importantes.Muito obrigado, estou satisfeito.O Sr. EDUARDO JOSÉ BERNINI - Com certeza.O Sr. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Recebemosa documentação, que será encaminha<strong>da</strong> aos nobres Deputadosque compõem a CPI.Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Lopes.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - Minhas perguntas têmrelação com as perguntas do nosso relator, Deputado EdmirChedid, para termos um conhecimento melhor <strong>de</strong> como se dáto<strong>da</strong> essa condução dos trabalhos.Sr. Bernini, gostaria <strong>de</strong> saber se o senhor sabe se o recolhimentodo ICMS obe<strong>de</strong>ce a normas comuns ou se existemprocedimentos diferentes, ou seja, métodos próprios para ca<strong>da</strong>empresa <strong>de</strong> energia elétrica. Tenho umas cinco ou seis perguntase, para facilitar a resposta, vou fazer uma a uma.O Sr. EDUARDO JOSÉ BERNINI - O meu conhecimento é <strong>de</strong>que existem normas absolutamente comuns entre as empresas,que seguem rigorosamente o regulamento do ICMS. Nãotenho nenhuma informação <strong>de</strong> que alguma norma específicaesteja vigendo.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - A empresa representa<strong>da</strong>por V. Sa. já conce<strong>de</strong>u <strong>de</strong>scontos aos seus consumidores,modificando a base <strong>de</strong> cálculo do ICMS? Qual é a base legalpara o cálculo do imposto?O Sr. EDUARDO JOSÉ BERNINI - Deputado, não tenhoconhecimento <strong>de</strong> nenhum tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto sobre a base <strong>de</strong>cálculo. O nosso faturamento segue, rigorosamente, às normasque são estabeleci<strong>da</strong>s pela ANEEL, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong>s diferentesalíquotas e mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s tarifárias que a legislação permite<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> limites <strong>de</strong> valores que são autorizados anualmentepela ANEEL, seja na forma <strong>de</strong> reajuste tarifário, seja naforma <strong>de</strong> revisão periódica a ca<strong>da</strong> quatro anos. A aplicação<strong>da</strong>s alíquotas se faz diretamente <strong>de</strong> acordo com os níveis <strong>de</strong>consumo, no caso <strong>da</strong> classe resi<strong>de</strong>ncial ou <strong>da</strong> natureza <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>exerci<strong>da</strong> pelo consumidor: se ele é um consumidorrural, tem uma alíquota diferente; se ele é um consumidorcomercial, industrial ou <strong>de</strong> serviços, tem outra; se for uma traçãoelétrica, tem uma alíquota diferente. Mas não tenhoconhecimento <strong>de</strong> modificações, seja na base <strong>de</strong> cálculo, sejana forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontos.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - Foi aplicado algum auto<strong>de</strong> infração pela Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> em cima <strong>da</strong>AES/EletroPaulo?O Sr. EDUARDO JOSÉ BERNINI - De 2003 para cá, nãotenho conhecimento <strong>de</strong> nenhum auto, mas acredito que sim,por força <strong>de</strong> liminares que foram concedi<strong>da</strong>s para alguns consumidores- liminares concedi<strong>da</strong>s, obviamente, para obteralguma revisão <strong>de</strong> forma <strong>de</strong> cálculo - que a empresa é obriga<strong>da</strong>a cumprir a <strong>de</strong>cisão judicial <strong>de</strong>ntro do horizonte em queessa <strong>de</strong>cisão judicial esteja em vigor.Os autos <strong>de</strong> infração ocorrem, acredito eu, essa é a minhaconvicção. Depois, Sr. Presi<strong>de</strong>nte, se o senhor permitir que apergunta venha a ser complementa<strong>da</strong> pela Dra. Emília Louro,que po<strong>de</strong>rá oferecer mais <strong>de</strong>talhes do que eu sobre as minúcias,pelo fato <strong>de</strong> a EletroPaulo, ou qualquer distribuidora,atuar como uma contribuinte do Instituto.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - Gostaria, Sr. Presi<strong>de</strong>nte,<strong>de</strong> ouvir.O Sr. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Estamosprovi<strong>de</strong>nciando um microfone-sem-fio para que a Dra. EmíliaLouro possa...O Sr. - Qual a função <strong>de</strong>la?O Sr. EDUARDO JOSÉ BERNINI - Ela é gerente <strong>da</strong> área <strong>de</strong>tributos.A Sra. EMÍLIA LOURO - Realmente, são dois autos <strong>de</strong>infração que ocorreram exatamente para que não prescrevesseo direito do Estado em cobrar esse imposto. Diz respeito a doisclientes nossos, <strong>de</strong> liminares. Os valores giram em torno <strong>de</strong>..Um está em torno <strong>de</strong> 80 mil reais e outro em torno <strong>de</strong> 120 milreais.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - Foram recolhidos ou não?Ou recorreram?A Sra. EMÍLIA LOURO - Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, recorremos porqueestamos sob liminar.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - E o procedimento foimodificado ou continua o mesmo com os consumidores?A Sra. EMÍLIA LOURO - Com os consumidores continua omesmo. Registramos esse recolhimento, emitimos a nota fiscal- até por um pedido do Estado - para que o Estado, <strong>de</strong>pois,possa vir a cobrar do cliente.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - Mas os procedimentos <strong>da</strong>empresa continuam sendo os mesmos <strong>de</strong> antes do auto <strong>da</strong>infração?A Sra. EMÍLIA LOURO - Sim.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - Após o auto, continuamsendo os mesmos?A Sra. EMÍLIA LOURO - Baseado na liminar, como prevê alei.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - O senhor sofre algumafiscalização também <strong>da</strong> CSPE?O Sr. EDUARDO JOSÉ BERNINI - Com certeza. Somos fiscalizadospela CSPE, <strong>Comissão</strong> <strong>de</strong> Serviços Públicos <strong>de</strong> Energiado Estado <strong>de</strong> São Paulo, no que se refere às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que são<strong>de</strong>lega<strong>da</strong>s pela Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica.Temos, também, fiscalizações <strong>da</strong> própria ANEEL e <strong>da</strong>CSPE, em particular no que se refere à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do serviço, àsnormas gerais e ao atendimento aos clientes. A fiscalizaçãoeconômico-financeira, por sermos uma concessão fe<strong>de</strong>ral, éfeita diretamente pela Agência Nacional.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - E tem, também, notificação,auto <strong>de</strong> infração <strong>da</strong> CSPE em cima <strong>da</strong>...O Sr. EDUARDO JOSÉ BERNINI - Temos um relacionamentocom a CSPE extremamente transparente e claro. Temosautos <strong>de</strong> infração, que são consi<strong>de</strong>rados para efeito <strong>de</strong> algumtipo dúvi<strong>da</strong> ou “infringência” que possa ter ocorrido na prestaçãodos nossos serviços.Fomos reconhecidos, inclusive pela própria CSPE, comouma empresa que tem procurado <strong>da</strong>r atendimento a to<strong>da</strong>s as<strong>de</strong>man<strong>da</strong>s, ou a to<strong>da</strong>s as solicitações, ou a to<strong>da</strong>s as correçõese recomen<strong>da</strong>ções que a CSPE tenha feito na nossa área, inclusivesob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> Ouvidoria.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - Os senhores respon<strong>de</strong>malguma coisa para o Ministério Público?O Sr. EDUARDO JOSÉ BERNINI - Sr. Deputado, exatamenteem que sentido?O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - No sentido <strong>de</strong> algumainvestigação, <strong>de</strong> algum inquérito, qualquer coisa?O Sr. EDUARDO JOSÉ BERNINI - Com relação àEletroPaulo, diretamente, <strong>de</strong>sconheço que tenhamos qualqueração em curso, embora tenhamos tido, no passado, uma série<strong>de</strong> solicitações do Ministério Público referentes às agências <strong>de</strong>atendimento e tudo o mais. Não tenho o <strong>de</strong>talhe, se existehoje alguma ação remanescente <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s doMinistério Público.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - A Doutora saberia informarse existe ou não?A Sra. EMÍLIA LOURO - Esse assunto é diretamente tratadopelo nosso gerente. Não tenho conhecimento.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - V. Sa. sabe informar porqual motivo era <strong>da</strong>do um <strong>de</strong>sconto na base <strong>de</strong> cálculo doimposto para que, a partir <strong>de</strong> um faturamento a menor, fosseaplica<strong>da</strong> a alíquota <strong>de</strong> ICMS, sendo que essa <strong>de</strong>monstraçãoseria melhor justifica<strong>da</strong> se fosse feita pelo faturamento correto<strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> efetivamente fatura<strong>da</strong>?O Sr. EDUARDO BERNINI - Sr. Deputado, acho que no caso<strong>da</strong> Eletropaulo, sempre aplicamos sobre a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> contrata<strong>da</strong>,e não sobre a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> medi<strong>da</strong>. Não tenho conhecimentoe acho que não há caso em que a empresa tenha praticadoesse tipo <strong>de</strong> cálculo, sobre base <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> recolhimento <strong>de</strong>ICMS.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - Nesse sentido, nesta pergunta,não há nenhum auto <strong>de</strong> infração aplicado pelaSecretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>?O Sr. EDUARDO BERNINI - A não ser que seja <strong>de</strong>corrente<strong>da</strong>s liminares. Aí, se o senhor me permitir, gostaria <strong>de</strong> consultarno <strong>de</strong>talhe, se algum dos dois casos mencionados pela Dra.Emília Louro, tem esta natureza.A Sra. EMÍLIA LOURO - Um dos casos tem essa natureza, a<strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> contrata<strong>da</strong> em que o cliente enten<strong>de</strong> o ICMS <strong>de</strong>veser pago pelos KWs consumidos, e não pelo efetivo valorcobrado. Tem uma liminar a respeito disso.O Sr. EDUARDO BERNINI - Ou seja, para os <strong>de</strong>mais consumidores,Sr. Deputado, não estamos praticando. Somente porforça <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisão judicial.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - Vossa Senhoria saberiainformar se as receitas dos serviços <strong>de</strong> vistoria <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>sconsumidoras, aferição <strong>de</strong> medidor e <strong>de</strong> tensão, religações normais,religações <strong>de</strong> urgência, emissão <strong>de</strong> segun<strong>da</strong>s vias <strong>de</strong>fatura e outros serviços prestados pelas concessionárias, sãooferecidos a que tipo <strong>de</strong> tributação? Municipal? Estadual? Nocaso, municipal, ISS, e o Estado, ICMS? Ou a ambas?O Sr. EDUARDO BERNINI – Pelo meu conhecimento sãooferecidos à tributação municipal, ao ISS, porque são serviçosque são prestados na forma <strong>de</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço e nãotransação envolvendo mercadorias. Mas posso ser surpreendidopelo fato <strong>de</strong> também ser oferecido à tributação estadual.Então, acredito, e parece-me que este seria o procedimento, <strong>de</strong>ser oferecido à tributação municipal, na medi<strong>da</strong> em que aten<strong>de</strong>mosa 24 municípios na região metropolitana <strong>de</strong> São Paulo,ou seja, o município na capital e também a outros 23 municípiosna região do ABC e na região Oeste, on<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um tem asua alíquota, a sua formali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tributação <strong>de</strong> serviços quevenham a ser prestados nessas áreas.O Sr. GERALDO LOPES - PMDB - Parte <strong>de</strong>sses serviços sãoterceirizados, ou todos são terceirizados, ou uma parte é efetua<strong>da</strong>pela empresa?O Sr. EDUARDO BERNINI - Uma parte é efetua<strong>da</strong> pelaempresa e outra parte é terceiriza<strong>da</strong>.Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativoterça-feira, 26 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2007 São Paulo, 117 (117) – 37

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