O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – A disputa entre os estadospara atrair investimentos para o seu território promove umfavorecimento ao setor privado, em <strong>de</strong>trimento ao setor público,na sua opinião?O Sr. HENRIQUE SHIGUEMI NAKAGAKI – Na avaliaçãoque eu tenho é o seguinte, quem é privilegiado é o setorempresarial, mostrei naquele quadro, todos os estados per<strong>de</strong>me na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> a guerra fiscal é <strong>da</strong>nosa para o setor público, porqueo setor público precisa <strong>de</strong> recursos, recursos para a área<strong>de</strong> investimentos, para a área social, para a área <strong>de</strong> custeio eque você faz uma renúncia e sabendo que aquela indústria vaise instalar naquele estado ou naquele local, o que a empresafaz em relação à indústria, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> empresarial, é o mercado,então o que eu disse a questão <strong>da</strong> ineficiência econômica elagera benefícios concedidos pelo estado, mas não é interessantepara o estado como um todo, todos os estados brasileiros.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Uma área que a gente sentiu,<strong>de</strong>u muito na imprensa é a área <strong>de</strong> frigoríficos, que éGran<strong>de</strong>s Lagos pela Polícia Fe<strong>de</strong>ral, não sei se pela Secretaria<strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> também, isso está conseguindo ser controlado Dr.Shiguemi?O Sr. HENRIQUE SHIGUEMI NAKAGAKI – Essa questão queV.Exa. está se referindo, envolvimento <strong>da</strong> Polícia Fe<strong>de</strong>ral, ReceitaFe<strong>de</strong>ral, esse é um trabalho que nós estamos fazendo sobre aresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> diretora adjunta <strong>da</strong> DEAT, Dr. Osvaldo, quevem fazendo um trabalho forte, centralizando to<strong>da</strong>s as operaçõesem São Paulo, que inclusive fizemos uma operação, acho quevou passar para o Cabrera <strong>de</strong>talhar essa operação, envolvendoacho que 300 funcionários, Fazen<strong>da</strong>, Receita Fe<strong>de</strong>ral, MinistérioPúblico e inclusive a Polícia Fe<strong>de</strong>ral, é um trabalho forte que estamosfazendo no combate à sonegação. Vou passar para oCabrera <strong>de</strong>talhar essa operação que estamos fazendo, em conjuntocom os órgãos fe<strong>de</strong>rais e estaduais.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Eu estou perguntando isso,porque parece que a nossa CPI aqui, sonegação fiscal, é oseguinte, essa diferença <strong>de</strong> alíquotas acaba trazendo meiospara sonegar imposto, para frau<strong>da</strong>r imposto, é por isso que euestou fazendo essa pergunta. Acho que estamos aqui tentandoenten<strong>de</strong>r como é o processo, tentar contribuir com esse processopara com o Estado <strong>de</strong> São Paulo.O Sr. HENRIQUE SHIGUEMI NAKAGAKI – Gostaria, nobreDeputado Chedid, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> queremos esclarecer o que estamosfazendo, o que é a operação, o que estamos fazendo <strong>de</strong>uma forma bastante objetiva, porque sabemos que o nossoobjetivo aqui é o esclarecimento. Agora o foco que estamossendo convocados é um assunto relevante, a questão <strong>da</strong> guerrafiscal entre os estados, mas passo a palavra para o Dr.Cabrera.O Sr. CABRERA – Nobre <strong>de</strong>putado, em relação à OperaçãoGran<strong>de</strong>s Lagos <strong>da</strong> Polícia Fe<strong>de</strong>ral, é muito importante se <strong>de</strong>ixarclaro que nós vimos fazendo contato direto com a PolíciaFe<strong>de</strong>ral durante todo esse tempo, até parabenizando a açãoque foi feita pela Polícia Fe<strong>de</strong>ral nesse caso, a maior evidênciaque fica para nós é que os mecanismos <strong>de</strong> investigação queforam utilizados não estão disponíveis para a Secretaria <strong>da</strong>Fazen<strong>da</strong>, basicamente as verificações a respeito <strong>de</strong> pseudoempresas, empresas <strong>de</strong> facha<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> laranjas e tudo mais queconsta nessa gran<strong>de</strong> operação, conforme V.Exa. vem acompanhandopela imprensa, foi <strong>de</strong>tectado a partir <strong>de</strong> dois instrumentos,o primeiro <strong>de</strong>les é um controle sobre a movimentaçãofinanceira, coisa que não é acessível ao fisco estadual ain<strong>da</strong> eem segundo lugar com base em escuta telefônica, autoriza<strong>da</strong>pela Justiça. Então, esses dois mecanismos estavam distantes<strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>, é importante que a gente registreisso, apenas para não se dizer que passou sobre os nossosolhos esse assunto. Agora, <strong>de</strong>scoberto o caso e passa<strong>da</strong> ainformação para a Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> nós fizemos logo naseqüência, e isso foi digno até <strong>de</strong> elogio <strong>da</strong> própria PolíciaFe<strong>de</strong>ral, um gran<strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> provas complementares.Acho que naturalmente a Polícia Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>tendo provas<strong>de</strong> uma operação ilícita ou <strong>de</strong> um ilícito é o suficiente paracon<strong>de</strong>nar a pessoa. No aspecto tributário temos que buscar <strong>de</strong>ca<strong>da</strong> operação a sua prova, então fizemos esse gran<strong>de</strong> contingente,chamamos <strong>de</strong> Operação Tresmalho e o nome lembrauma espécie <strong>de</strong> uma varredura que se faz em lagos e rios parase pegar, resgatar coisas perdi<strong>da</strong>s, então utilizamos esse nomejustamente para buscar essas provas e constituir o crédito tributário.Vimos trabalhando em conjunto com a Receita Fe<strong>de</strong>rale Polícia Fe<strong>de</strong>ral nesse caso. Eu diria para V.Exa. que nessecaso não vejo influências <strong>da</strong> guerra fiscal, pelo menos diretamente,há sim, talvez, alguma coisa a se consi<strong>de</strong>rar em relaçãoà tributação <strong>da</strong> carne, que tem to<strong>da</strong> uma peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong> e talvezno momento que V.Exa. enten<strong>de</strong>r possível, ou quiser,po<strong>de</strong>mos passar essa informação.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Muito obrigado. Uma outrapergunta é sobre veículos vendidos a locadoras, eu fui autor <strong>de</strong>um requerimento <strong>de</strong> uma CPI há algum tempo, em 2004, porquenos chegou a informação que cerca <strong>de</strong> 80 mil veículoseram vendidos a locadoras. E eles tinham um valor <strong>de</strong> ICMS, apauta era diferente, normalmente quando ven<strong>de</strong> um veículopara qualquer consumidor você tem uma pauta, como o casodo combustível. No caso <strong>da</strong> locadora, o valor realmente pagopela locadora do veículo se inci<strong>de</strong> no ICMS, agora senão mefalha a memória, <strong>de</strong>ixa eu olhar, no mês <strong>de</strong> outubro houveuma <strong>de</strong>cisão normativa <strong>da</strong> CAT, em que se modificou isso,então segundo a legislação <strong>de</strong> ICMS, o contribuinte do impostoé aquele que realiza a operação <strong>de</strong>scrita pela lei, formahabitual ou em volume que caracterize intuito comercial. ACAT tem como fiscalizar se as locadoras têm feito operaçõescom habituali<strong>da</strong><strong>de</strong>, em volume que caracterize intuito comercial?Inclusive antes <strong>de</strong>ssa resolução, qual o entendimento <strong>da</strong>CAT sobre volume que caracterize intuito comercial, qual éesse volume. Na opinião dos senhores há nas operações <strong>de</strong>ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> veículos, realiza<strong>da</strong>s por algumas locadoras, volumesque caracterizem intuitos comerciais? Não precisa nem respon<strong>de</strong>ragora, é algo que a gente vai Ter que estar em contatosempre, a CPI com os senhores, mas que na oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> agente possa saber isso dos senhores.O Sr. HENRIQUE SHIGUEMI NAKAGAKI – Sobre essa questãoque o <strong>de</strong>putado levanta, relativamente às locadoras, issofoi um objeto <strong>de</strong> discussão em nível do Cotep, CONFAZ, on<strong>de</strong>todos os estados buscavam uma solução <strong>de</strong>finitiva para o caso<strong>da</strong>s locadoras, só que a <strong>de</strong>cisão CONFAZ foi <strong>de</strong> uma forma,que na ótica, na análise <strong>da</strong> administração tributária não eraforma a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, razão porque através <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong>senvolvidospara a área técnica <strong>da</strong> administração tributária nós baixamosessa portaria em outubro <strong>de</strong> 2006, procurando <strong>da</strong>r os conceitos,relativamente, à questão do item imobilizado, tem queser um item do ativo <strong>da</strong> empresa, imobilizado. Como V.Exa.colocou, se quiser maiores esclarecimentos estamos à disposição,inclusive para fazer um <strong>de</strong>bate, discutir item por item <strong>de</strong>ssasquestões que o senhor levantou, fica aberto uma agen<strong>da</strong>para tratar disso.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Se pu<strong>de</strong>r Ter um materialdisso, nos informar para a gente <strong>da</strong>r uma estu<strong>da</strong><strong>da</strong> e se posteriormentehouver necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>, dúvi<strong>da</strong>s, a gente agen<strong>da</strong>ria,mas procurar ser mais objetivo.O Sr. HENRIQUE SHIGUEMI NAKAGAKI – Preparo o materiale mando para V.Exa. <strong>de</strong>putado.Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Só mais uma colocação, agente tem visto o trabalho que vocês, o secretário tem feito,vocês têm feito gran<strong>de</strong>s estudos, <strong>de</strong>bates, seminários, palestrassobre a guerra fiscal, para que vocês possam tirar umaproposta institucional, o que São Paulo, qual a proposta queSão Paulo faz para o resto do país, porque São Paulo queira ounão é a engrenagem motriz <strong>de</strong>ste país. Os senhores já têm, atéporque o senhor colocou, a proposta que está lá, 285, trazesses benefícios, mas também essas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, esses problemaspara o Estado, os senhores já têm, po<strong>de</strong>riam nos encaminharqual seria, se é que já chegaram, porque é um estudocomplexo, tudo que se modifica precisa tentar alcançar, verificarcom o que vai alcançar, o que vai diminuir, o que vaiaumentar, que brecha vai abrir, on<strong>de</strong> vai fechar, como vai serfeito, os senhores já têm uma proposta, um esboço <strong>de</strong>ssa propostapara encaminhar para esta CPI?O Sr. HENRIQUE SHIGUEMI NAKAGAKI – É importanteessa pergunta <strong>de</strong> V.Exa., porque na administração tributárianós constituímos um grupo <strong>de</strong> estudos tributários, quemcoman<strong>da</strong> é o Dr. Lobato, presente aqui hoje, esteve recentementeno Canadá, voltou esta semana e nesse grupo <strong>de</strong> estudostributários ela tem várias missões, primeira missão, visão<strong>de</strong> futuro <strong>de</strong> administração tributária , o que será administraçãotributária nos próximos cinco, <strong>de</strong>z, quinze anos, o que será<strong>da</strong> administração tributária e conseqüências, inclusive para anossa categoria profissional, eu vejo aqui, está também aqui oDr. Taloy, Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Fresp, já falei do futuro presi<strong>de</strong>ntetambém, que é o Dr. Lauro, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, pensando qual é ofuturo <strong>da</strong> administração tributária, como vai ser a tributação,como vai ser, inclusive, a nossa carreira <strong>de</strong> Agente Fiscal <strong>de</strong>Ren<strong>da</strong> no futuro. Essa é a gran<strong>de</strong> preocupação, outro pontoque temos aí nesse grupo <strong>de</strong> estudos tributários é a discussãosobre a reforma tributária, qual o melhor mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> reformatributária, quais implicações <strong>da</strong> guerra fiscal, discutir tambémum dos princípios do fe<strong>de</strong>ralismo fiscal, porque hoje todos osestados, a União é o princípio <strong>da</strong> fe<strong>de</strong>ração, temos aí umgrupo, inclusive um convênio assinado com a GV do Rio <strong>de</strong>Janeiro, com professores <strong>da</strong> GV do Rio, que participam emdoze estados brasileiros para discutir a questão do fe<strong>de</strong>ralismofiscal, tem vários em an<strong>da</strong>mento, inclusive propostas, diagnósticos,propostas etc.. Sobre a questão do mo<strong>de</strong>lo <strong>da</strong> reformatributária, antes <strong>de</strong> falar <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo, esse grupo <strong>de</strong> estudos tributáriostambém tem a missão, formação técnica, nossa idéiaé formar 20 técnicos, através <strong>de</strong> um convênio com melhoresuniversi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, para a formação <strong>de</strong> um profissional, com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>,que tenha conhecimento, não só <strong>da</strong> Constituição,quando faz a reforma, qual o reflexo <strong>da</strong> reforma no orçamento,na arreca<strong>da</strong>ção estadual, o que afeta nosso sistema <strong>de</strong> informação,o que afeta na área <strong>de</strong> arreca<strong>da</strong>ção, no próprio sistema<strong>de</strong> trabalho e fiscalização, que afeta enfim a organização.Então, a nossa idéia é formar uns 20 técnicos por ano, aolongo <strong>de</strong> cinco anos seriam cem profissionais, com essa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>geral <strong>de</strong> conhecer o assunto e analisar os efeitos quegera na administração tributária. Temos aí já um estudo, issofoi amplamente <strong>de</strong>batido internamente, inclusive foi apresentadoao Secretário, inclusive foi vali<strong>da</strong>do por ele e temos aí umdocumento, que po<strong>de</strong>mos, inclusive, passar à <strong>Comissão</strong>, aV.Exa., para que tenha conhecimento dos fun<strong>da</strong>mentos quelevaram essa proposta, que <strong>de</strong>fine os princípios básicos <strong>de</strong>uma reforma tributária. Estaria à disposição do Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong><strong>Comissão</strong> e dos Srs. Deputados.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – A genteaguar<strong>da</strong> os documentos que serão enviados à <strong>Comissão</strong>.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, por horaestou satisfeito, quero agra<strong>de</strong>cer a presença <strong>de</strong> todos, as informações,a gente espera que os senhores encaminhem paragente o quanto antes essas informações, para que a gentepossa fazer um estudo aqui. Muito obrigado.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Obrigadonobre Deputado Edmir Chedid, o próximo Deputado inscrito éRogério Nogueira.O Sr. ROGÉRIO NOGUEIRA – PDT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, queriacumprimentar a todos os membros aqui <strong>da</strong> CPI, cumprimentartambém o Sr. Henrique e a sua equipe técnica, que se faz presente,<strong>da</strong>ndo uma explanação para que a gente possa estartrabalhando junto à CPI, todos os membros, e a minha perguntaé simples, até a nossa amiga, <strong>de</strong>puta<strong>da</strong>, Beth Sahão, já o fezsobre o requerimento que eu fiz, sobre várias informações <strong>da</strong>sempresas, que vai ser muito importante, para que o nosso trabalhopossa an<strong>da</strong>r mais rápido e seguro com essas informações,mas como o senhor já falou que colocou a equipe técnicapara trabalhar e o mais rápido possível vai estar passandoessas informações, eu acredito que em pouco tempo vamosestar po<strong>de</strong>ndo trabalhar junto a esse requerimento que eu fiz ejunto com os outros membros. Então, é mais para parabenizaro senhor e a sua equipe e a todos aqui e aguar<strong>da</strong>r as informações,para que possamos trabalhar.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Tem apalavra o próximo orador inscrito, nobre Deputado ConteLopes.O Sr. CONTE LOPES – PTB – Dr. Henrique, como leigo, nãoé minha área, mas a guerra fiscal está parecendo o time doSapienza, São Paulo só per<strong>de</strong>, porque eu vejo pelos jornais, iainstalar uma fábrica <strong>da</strong> Toyota em São Paulo e essa fábrica vaiser instala<strong>da</strong> na Bahia e durante esse período ninguém fazna<strong>da</strong> em São Paulo para tentar segurar a fábrica aqui, paraque ela não vá para Bahia? De que forma po<strong>de</strong>ria se trabalharnisso, para entrar na guerra realmente, porque nessa guerra aíSão Paulo só per<strong>de</strong>.O Sr. HENRIQUE SHIGUEMI NAKAGAKI – Deputado ConteLopes, essa guerra fiscal São Paulo só per<strong>de</strong> por uma simplesrazão, o senhor falou aí <strong>da</strong> indústria automobilística, a indústriaautomobilística começou no Estado <strong>de</strong> São Paulo, noGran<strong>de</strong> ABC, gran<strong>de</strong>s fábricas que se instalaram na região doGran<strong>de</strong> ABC. Só que o seguinte, quando você fala, por exemplo,do investimento do setor, eu vou citar o exemplo Volkswagen,que a Volkswagen tem hoje uma estrutura <strong>de</strong> equipamentosbastante <strong>de</strong>satualiza<strong>da</strong>, então ele precisa investir fortementena inovação, na renovação, na reestruturação <strong>da</strong>empresa, então ele vai trazer novos equipamentos, tem a política,inclusive, <strong>de</strong> renovar o quadro e tem o pessoal melhorpreparado para aten<strong>de</strong>r as novas tecnologias. Isso é a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>do mercado, do setor automobilístico, que é um setor altamentecompetitivo, você compete em termos internos, <strong>de</strong>ntrodo Estado <strong>de</strong> São Paulo, com várias fábricas, fábricas, inclusive,situa<strong>da</strong>s em outros estados e você tem o mercado internacionale um setor amplamente competitivo. Então, o seguinte,quando V.Exa. fala “São Paulo per<strong>de</strong>r”, é claro que São Paulonessa guerra fiscal é o gran<strong>de</strong> per<strong>de</strong>dor, agora quando osenhor diz “que instrumento São Paulo tem”, só que no setorautomobilístico você não tem instrumentos para <strong>da</strong>r um incentivopara uma empresa só, vou <strong>da</strong>r para a empresa que vaiescoar agora, que vai instalar em São Paulo agora, o que eutenho que fazer para aquelas empresas que estão instala<strong>da</strong>shoje? Essa é a gran<strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>, vou Ter que <strong>da</strong>r o mesmotratamento para a empresa instala<strong>da</strong> aqui, se eu <strong>de</strong>r o mesmotratamento ele representa uma renúncia muito gran<strong>de</strong>, então aquestão é econômico-financeiro. Como se <strong>de</strong>cidir nessa questão.Se o benefício para manter que a empresa se instale emSão Paulo, ela tem um custo, se eu esten<strong>de</strong>r esse benefíciopara to<strong>da</strong>s as empresas o custo é maior, então a análise quetem que ser feita é o seguinte, econômico-financeiro e tambémemprego, po<strong>de</strong> Ter uma arreca<strong>da</strong>ção maior com essa empresaque vai instalar? Vai Ter, mas essa per<strong>da</strong> que eu vou Ter naarreca<strong>da</strong>ção é maior do que o ganho que eu vou Ter, tanto naarreca<strong>da</strong>ção como na geração <strong>de</strong> empregos. Então, o que<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos aqui é o fim <strong>da</strong> guerra fiscal, é bom para o estado,é bom para todos os estados e bom para a própria socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,uma vez que as empresas vão instalar <strong>de</strong> qualquer jeito, vaigerar emprego, ren<strong>da</strong>, recolhimento <strong>de</strong> tributos e com esserecolhimento <strong>de</strong> tributos, a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> ganha porque vai Teruma arreca<strong>da</strong>ção para investimentos nas áreas sociais, essa éa gran<strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> e o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio do administrador quetrabalha nessa área.O Sr. CONTE LOPES – PTB – Não permitir que outro Estadoofereça melhores, mais vantagens do que São Paulo, seriaisso?O Sr. HENRIQUE SHIGUEMI NAKAGAKI – Só que o seguinte,não tenho como chegar lá no outro estado, princípio <strong>da</strong>autonomia, princípio fe<strong>de</strong>ralismo, não posso chegar em outroestado que dá o benefício e dizer que não po<strong>de</strong> <strong>da</strong>r, o únicoinstrumento que eu tenho é o instrumento legal <strong>de</strong> entrar comuma ADIN no Supremo, dizendo que aqueles benefícios são ilegaise inconstitucionais. Esse é o único instrumento.O Sr. CONTE LOPES – PTB - O senhor falou que não po<strong>de</strong>haver a guerra fiscal, mas <strong>de</strong>sse jeito então teria que ser só aconscientização? Como não vai haver essa guerra fiscal?O Sr. HENRIQUE SHIGUEMI NAKAGAKI – Eu digo oseguinte, a melhor solução, o que estamos falando aqui é oseguinte, é a questão <strong>da</strong>s alíquotas interestaduais menores,acabar com essa questão dos benefícios fiscais e aí o seguinte,aqueles estados on<strong>de</strong> precisam <strong>de</strong> investimentos, precisam <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s empresariais teria que Ter um fundo <strong>de</strong> compensaçãopara esses estados. Agora, se não tiver esses mecanismos<strong>de</strong> compensação todos os estados, vamos procurar atrair asempresas, uma vez que geram emprego, gera ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, masque no fundo este Estado também acaba per<strong>de</strong>ndo porque nãorecebe o valor real <strong>da</strong> arreca<strong>da</strong>ção.O Sr. CONTE LOPES – PTB – O senhor colocou o problemados produtos chineses e <strong>de</strong>rivados, que acaba gerando mais ocontrabando, que é duro <strong>de</strong> mexer, tanto é que o Me<strong>de</strong>iros foimexer e coitado. A receita estadual, a secretaria, tem feitoalgum trabalho em cima disso?O Sr. HENRIQUE SHIGUEMI NAKAGAKI – Sobre a questãoque V.Exa. coloca dos produtos chineses, contrabandos, <strong>de</strong>scaminhos,na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> essa questão <strong>da</strong> importação é uma competênciamais <strong>da</strong> Receita Fe<strong>de</strong>ral, agora mesmo assim o governo<strong>de</strong> São Paulo, o governador Lembo baixou um <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> combateà pirataria, é o <strong>de</strong>scaminho contra a pirataria, contrataçãoe outros itens que constam no <strong>de</strong>creto. Agora, a coor<strong>de</strong>nação<strong>da</strong> administração tributária tem feito o seguinte, tem participado<strong>de</strong> várias ações, juntamente com a Receita Fe<strong>de</strong>ral, aPolícia Fe<strong>de</strong>ral, Ministério Público, no sentido <strong>de</strong> combateressa questão <strong>de</strong>sse setor, que realmente complicado, inclusiveo combate à pirataria. De to<strong>da</strong>s as ações, eu gostaria que oCabrera pu<strong>de</strong>sse dizer que operações nós fizemos e quaisresultados obtidos.O Sr. CABRERA – Nós vimos fazendo um trabalho forte nocombate ao <strong>de</strong>scaminho, à pirataria, ao contrabando e emoperações <strong>de</strong> força tarefa, porque temos a convicção <strong>de</strong> queisola<strong>da</strong>mente nenhum dos órgãos partícipes <strong>de</strong> força tarefatem condições <strong>de</strong> combater esse tipo <strong>de</strong> ilícito, até porque eleé bastante capilarizado, é muito difícil <strong>de</strong> se atuar nisso. Então,vimos fazendo já, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano <strong>de</strong> 2003, com bastante intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>operações <strong>de</strong> força tarefa, na qual participam pelo estadoa valorosa Polícia Militar, Polícia Civil e a própria Secretaria <strong>da</strong>Fazen<strong>da</strong>, pela União a Polícia Fe<strong>de</strong>ral e a Receita Fe<strong>de</strong>ral fun<strong>da</strong>mentalmentee também os órgãos municipais, no caso aquia prefeitura <strong>de</strong> São Paulo também tem sido um gran<strong>de</strong> parceironas nossas forças tarefa. Hoje se não se iniciou, <strong>de</strong>ve estarse iniciando uma operação conjunta em shopping popular, porparte <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>, juntamente com a PolíciaMilitar e a Receita Fe<strong>de</strong>ral. E eu diria que esse tem sido uma<strong>da</strong>s iniciativas mais gratificantes para a Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>,porque ao combater esse tipo <strong>de</strong> ilícito, nós também temos aíum papel <strong>de</strong> educação, passamos um perfil <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, que éjustamente a gente evitar o consumo <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> produto,que lesa o emprego no nosso país, investimento, além, naturalmente,<strong>da</strong> sonegação fiscal, que é o nosso principal mote.Então, eu diria que vimos fazendo um trabalho muito fortenesse sentido e acho que só temos tido êxito, mas reconhecendoque só em força tarefa nós temos condições <strong>de</strong> atuar contraesse tipo <strong>de</strong> ilícito.O Sr. CONTE LOPES – PTB – Uma pergunta para terminar,a força tarefa po<strong>de</strong>ria ser só estadual, por exemplo, a secretariacom a polícia ou tem que Ter.. ?O Sr. CABRERA – Até como V.Exa. bem lembrou, no caso<strong>da</strong> pirataria, a gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> pirataria também advém doexterior, <strong>de</strong> países, principalmente <strong>da</strong> Ásia, então nós sabemosque precisamos Ter a presença <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais parareprimir esse tipo <strong>de</strong> ilícito, haja vista que como V.Exa. sabe ocontrole aduaneiro, o controle <strong>da</strong>s fronteiras, é tarefa <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong>s autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Tem apalavra o nobre Deputado Vaz <strong>de</strong> Lima.O Sr. VAZ DE LIMA – PSDB – Também quero cumprimentaro Dr. Henrique, meu colega e to<strong>da</strong> a equipe <strong>da</strong> Secretaria,dizer que é a Segun<strong>da</strong> vez que esta Casa faz uma CPI, pelomenos que eu tenho participado <strong>de</strong> guerra fiscal, e o Dr.Henrique já mencionou que n outra oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> o DeputadoVitor também foi o autor, e naquela oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> tive a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>,o privilégio <strong>de</strong> ser o relator. Fizemos um trabalho até<strong>de</strong>morado, moroso, <strong>de</strong>pois o nosso sindicato publicou um livro,encaminhado a todos os Srs. Deputados, parlamentares fe<strong>de</strong>rais,aquilo que foi o nosso relatório e muitas <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s queforam aponta<strong>da</strong>s naquela oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> até o governo tomou.Temos essa gran<strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>, o Deputado Conte colocou ecolocou bem, não temos como impedir, o outro estado po<strong>de</strong>fazer, não <strong>de</strong>via, mas po<strong>de</strong>, até por isso é guerra, está à margem<strong>da</strong> legislação. E a gente tem que combater, ir fazendocomo po<strong>de</strong> por aqui. Então, acho que a CPI po<strong>de</strong> <strong>da</strong>r uma belacontribuição nisso, apontar caminhos, que ao final a gentecom um trabalho que a gente vai fazendo ao longo do tempopo<strong>de</strong>, <strong>de</strong> fato, obter bons resultados. Agora, queria fazer umaúnica pergunta, para esclarecimento, os colegas me perguntammuito isso, muito individualmente, é bom <strong>de</strong>ixar isso claro, nacomposição <strong>da</strong> arreca<strong>da</strong>ção do ICMS, temos lá uma pirâmi<strong>de</strong>,percentualmente o que representa, por exemplo, os maioressetores, os maiores contribuintes, o que po<strong>de</strong>ria representar,por exemplo, o atacado e o que representaria ao final, percentualmente,o varejo, para a gente po<strong>de</strong>r enten<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>ssesnoventa por cento praticamente <strong>de</strong> receita que o Estado temem ICMS, 88, que foi o número colocado e que se torna umbolo, o que representa isso percentualmente nesses diversossegmentos. Nós sabemos, por exemplo, que tem energia elétrica,o setor <strong>de</strong> combustível, o setor automotivo, isso representaos maiores clientes, <strong>de</strong>pois o que representaria a etapa seguintee o que representaria o final, o próprio consumo final <strong>da</strong>varejo, volta e meia alguém pergunta “por que não faz umaoperação gran<strong>de</strong> nisso? Por que a gente não ataca <strong>de</strong> vez?”Acho que isso valeria a pena enten<strong>de</strong>r, para até enten<strong>de</strong>r o“modus operandi” do fisco, porque atua nesse segmento ounaquele ou no outro, qual o resultado final <strong>de</strong> tudo isso?O Sr. HENRIQUE SHIGUEMI NAKAGAKI – Acho essa perguntainteressante, a arreca<strong>da</strong>ção, tenho uma tabela, no casopor exemplo a indústria representa 35%, o setor on<strong>de</strong> ocorre aquestão <strong>da</strong> guerra industrial. Os preços administrados, que sãoserviços <strong>de</strong> comunicação, energia e combustíveis representa38%, se você pega o comércio e serviços é 25.8. Se quiser eupasso esse relatório para V.Exa.;na parte <strong>de</strong> comércio e serviços25.8, se eu pegar por exemplo o comércio atacadista é13.2, o serviço <strong>de</strong> transportes é pequeno, você pega o comérciovarejista é 5.3, pega comércio varejista tem apenas cincopor cento, então esses são os principais setores. Agora, vocêpega a indústria, pega o setor <strong>de</strong> metalurgia é 4.5% do total<strong>de</strong> 35. Eu tenho aqui <strong>de</strong>talhado, se V.Exa. quiser eu possoencaminhar.A Sra. ... – Queria fazer um esclarecimento, o comércio5,2% varejista, aí não inclui supermercados, lojas <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento,reven<strong>de</strong>doras <strong>de</strong> veículos, porque está <strong>de</strong>stacado ali norelatório.O Sr. HENRIQUE SHIGUEMI NAKAGAKI – Perfeitamente,mas eu mando esse relatório para o Sr. Presi<strong>de</strong>nte.A Sra. BETH SAHÃO – PT – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, pela or<strong>de</strong>m.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Tem apalavra pela or<strong>de</strong>m a nobre Deputa<strong>da</strong> Beth Sahão.A Sra. BETH SAHÃO – PT – Só para dizer para o coor<strong>de</strong>nador,Dr. Henrique, tem um <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003,Decreto 48034, que estabelece isenção <strong>de</strong> ICMS para compras,as compras governamentais, o Estado em tese <strong>de</strong>ve até ganharcom isso, não sei,não temos os números aqui, mas em compensaçãoaquelas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que estão vincula<strong>da</strong>s ao ICMSnão per<strong>de</strong>m, por exemplo, as universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, por exemplo,quando nós estabelecemos um por cento do ICMS <strong>da</strong> habitação,porque ele está, ele vai ser calculado sobre esse total e seo Estado, que é um gran<strong>de</strong> comprador, com certeza, nomomento <strong>de</strong> efetuar as suas compras tem essa isenção, lá nafrente isso po<strong>de</strong>rá causar para outras áreas, que também estãovincula<strong>da</strong>s, que são vincula<strong>da</strong>s ao ICMS uma certa <strong>de</strong>svantagem,eu não sei se o senhor tem esses números, provavelmentenão tenha aqui, mas se o senhor pu<strong>de</strong>r também nos <strong>da</strong>ralguma informação a esse respeito seria interessante.O Sr. HENRIQUE SHIGUEMI NAKAGAKI – O que essa legislaçãoprevê, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, é uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> sorte que osetor público compre tantos serviços ou produtos com isençãoe, portanto, preços mais reduzidos. Sobre essa questão, queriaque a Heloísa pu<strong>de</strong>sse explicar como funciona, é uma legislação<strong>de</strong> interesse mais social dos estados, do que pensar emtermos <strong>de</strong> ganho ou não <strong>da</strong> arreca<strong>da</strong>ção, porque o ganho é doEstado e não <strong>de</strong> um setor ou outro <strong>da</strong> economia ou do setorpúblico.A Sra. HELOÍSA – Essa isenção para órgãos públicos, fun<strong>da</strong>ções,inclusive as universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, liga<strong>da</strong>s ao Estado, temcomo base o convênio 2603, então hoje to<strong>da</strong> compra doEstado tem isenção do ICMS, e uma condição para fazer essacompra com isenção é a redução <strong>de</strong>sse preço. Eu não tenho osnúmeros, mas eu entendo que todos ganham com isso, inclusivea universi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que vai po<strong>de</strong>r comprar mais com menos.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Nãotemos mais nenhum outro <strong>de</strong>putado inscrito, acho que nãoexiste mais nenhuma pergunta. Algum <strong>de</strong>putado <strong>de</strong>seja fazermais algum questionamento?O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, pela or<strong>de</strong>m.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Tem apalavra pela or<strong>de</strong>m o nobre Deputado Edmir Chedid.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Sr. Presi<strong>de</strong>nte, sugerir aV.Exa., acho que temos alguns requerimentos para serem votados,acho que o Dr. Henrique, a sua equipe tem trabalho, comonós também. Se V.Exa. pu<strong>de</strong>sse suspen<strong>de</strong>r os trabalhos portrês minutos, para que a gente possa se <strong>de</strong>spedir, <strong>de</strong>pois reabree a gente dá seqüência.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Queriaagra<strong>de</strong>cer o Dr. Henrique Shiguemi e a sua equipe <strong>de</strong> técnicos<strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> e os nossos agra<strong>de</strong>cimentos. Claroque tudo que está sendo colocado aqui é em benefício doEstado <strong>de</strong> São Paulo, a gente aguar<strong>da</strong> os documentos já solicitadosoficialmente e esses outros documentos o senhor se dispõea man<strong>da</strong>r para a nossa CPI. Muito obrigado, Dr. Henrique.O Sr. HENRIQUE SHIGUEMI NAKAGAKI – Gostaria <strong>de</strong>agra<strong>de</strong>cer ao nobre Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> CPI, Deputado RobertoMorais, agra<strong>de</strong>cer também a todos os <strong>de</strong>putados pela formarespeitosa que fui tratado, procurei <strong>da</strong>r aqui <strong>de</strong> forma bastantetécnica o funcionamento do sistema tributário, repercussões <strong>da</strong>guerra fiscal, as conseqüências e até uma proposta <strong>de</strong> ummo<strong>de</strong>lo, <strong>de</strong> uma reforma tributária. Gostaria também <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cere cumprimentar o Presi<strong>de</strong>nte Toloy, <strong>da</strong> Afresp, que comparecea esse evento, muito obrigado pela presença, cumprimentaro futuro Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Sinafresp, Dr. Lauro, pela presença,Deputado Sapienza, que é o nosso colega fiscal <strong>de</strong>ren<strong>da</strong>, que foi um dos <strong>de</strong>putados que fez o requerimento <strong>da</strong>questão <strong>da</strong> CPI <strong>da</strong> Guerra Fiscal e finalmente cumprimentar,principalmente, o nobre Deputado Vaz <strong>de</strong> Lima, que é um fiscal<strong>de</strong> ren<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>putados e cumprimentar também anossa equipe <strong>da</strong> administração tributária, são pessoas altamentequalifica<strong>da</strong>s, competentes e corretas no trato <strong>da</strong> administraçãopública, são pessoas altamente prepara<strong>da</strong>s, que têmfeito um excelente trabalho no interesse <strong>da</strong> administraçãopública do Estado <strong>de</strong> São Paulo. Então, agra<strong>de</strong>ço a presençados senhores diretores, colegas fiscais <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e a todos aquimuito obrigado pela atenção.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS –Agra<strong>de</strong>cemos o Dr. Henrique Shiguemi e à sua equipe <strong>de</strong> técnicos.* * *Após a oitiva, foram aprovados os seguintes requerimentos:1. Requerimento do Deputado Edmir Chedid, requerendo aconvocação dos Senhores: Edivar Vilela Queirós, Presi<strong>de</strong>nte doSindicato dos Frigoríficos Paulista, b) Vitor Alves, DelegadoFe<strong>de</strong>ral; c) Aristemo Aga<strong>de</strong>is Filho, Fiscal <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> doParaná, para prestarem esclarecimentos acerca <strong>da</strong> guerra fiscal,foi aprovado. (doc 06)2. Requerimento do Deputado Geraldo Lopes, requerendoque fosse oficiado ao Senhor Secretário <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>, pedindoinformações sobre a existência <strong>de</strong> algum processo administrativo,instaurado no âmbito <strong>da</strong>quela Secretaria, que apura irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>sno recolhimento do ICMS e outros tributos <strong>da</strong>sCompanhias Energéticas do Estado <strong>de</strong> São Paulo, foi aprovado.(doc 07)3. Requerimento do Deputado Geraldo Lopes, requerendoque se oficie ao Senhor Secretário <strong>da</strong> Segurança Pública solicitandoinformações <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s sobre o an<strong>da</strong>mento do inquéritopolicial nº 20059/03, foi aprovado. (doc 08)4. Requerimento do Deputado Geraldo Lopes, requerendoque se oficie ao Ministério Público do Estado - PromotoriaEspecializa<strong>da</strong> Contra a Or<strong>de</strong>m Tributária, solicitando informações<strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s sobre o an<strong>da</strong>mento do procedimento nº008/2003, foi aprovado. (doc 09)5. Requerimento <strong>da</strong> Deputa<strong>da</strong> Beth Sahão, requerendoque fosse convi<strong>da</strong>do o Senhor Mauro Isac <strong>de</strong> Jesus, Promotordo Grupo <strong>de</strong> Atuação Contra o Crime Organizado no MatoGrosso do Sul, para comparecer a esta CPI, a fim <strong>de</strong> prestaresclarecimentos sobre as investigações referentes ao esquema<strong>de</strong> exportação fictícia <strong>de</strong> soja, foi aprovado. (doc 10)* * *Dia 30/01/2007Reunião para Tratar <strong>de</strong> Assuntos <strong>de</strong> Interesse <strong>da</strong> CPIA Segun<strong>da</strong> Reunião Extraordinária <strong>da</strong> <strong>Comissão</strong> <strong>Parlamentar</strong><strong>de</strong> <strong>Inquérito</strong> contou com a presença dos DeputadosConte Lopes, Edmir Chedid, Roberto Morais e RogérioNogueira. Ausentes os Senhores Deputados Baleia Rossi, BethSahão e Vaz <strong>de</strong> Lima.Foi comunicado o recebimento pela <strong>Comissão</strong> <strong>de</strong> respostaao Ofício nº 4/2006, ao Senhor Secretário <strong>de</strong> Estado <strong>da</strong>Fazen<strong>da</strong>, solicitando informações diversas e o Ofício nº 5/2006,ao Senhor Secretário <strong>de</strong> Estado <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>, solicitando informaçõesacerca <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> algum processo administrativoinstaurado naquela Secretaria, que apure irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s norecolhimento do ICMS e outros tributos, <strong>da</strong>s companhias <strong>de</strong>energia elétrica do Estado. Não foram respondidos: o Ofício nº6/2006, encaminhado à Secretaria <strong>de</strong> Segurança Pública, solicitandoinformações <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s acerca do an<strong>da</strong>mento do<strong>Inquérito</strong> Policial nº 2-0059-03; o Ofício nº 7/2006, ao ProcuradorGeral <strong>de</strong> Justiça, solicitando informações <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>sacerca do an<strong>da</strong>mento do Procedimento nº 008/03; e o ofício aoProcurador Geral <strong>de</strong> Justiça, solicitando informações que oMinistério Público possui com relação à sonegação fiscal.Ficou convocado para as próximas reuniões: SenhorMauro Zaque <strong>de</strong> Jesus, Promotor do Grupo <strong>de</strong> Atuação contrao Crime Organizado em Mato Grosso do Sul; Senhor MatheusBaraldi Magnani, Procurador <strong>da</strong> República em Guarulhos;Senhor Victor Hugo Rodrigues Alves Ferreira, Delegado <strong>da</strong>Polícia Fe<strong>de</strong>ral; Senhor Edivar Vilela Queiroz, Presi<strong>de</strong>nte doSINDIFRIO; Senhor Andres Romero Gonzalez, Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong>Associação Nacional dos Distribuidores <strong>de</strong> Papel; e SenhorAristeu Magalhães Filho, Auditor Fiscal <strong>da</strong> Receita Estadual doParaná.* * *Dia 01/02/2007Discussão e votação <strong>de</strong> requerimentos e assuntos <strong>de</strong> interesse<strong>da</strong> <strong>Comissão</strong>A Terceira Reunião Extraordinária <strong>da</strong> <strong>Comissão</strong> contoucom a presença dos Deputados Edmir Chedid, Geraldo Lopes,Roberto Morais e Vaz <strong>de</strong> Lima. Ausentes os Deputados RogérioNogueira, Beth Sahão, Conte Lopes e Baleia Rossi.Foram aprovados os seguintes requerimentos:1. Requerimento do Deputado Geraldo Lopes solicitandoque se oficie ao Senhor Secretário <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> do Estado <strong>de</strong>São Paulo, pedindo que as informações envia<strong>da</strong>s, através doOf.GA nº 43/07 e constantes do OF.CAT/G nº 21/07, sejam<strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s ano a ano, por Auto <strong>de</strong> infração e Imposição <strong>de</strong>Multa e <strong>da</strong>ta, com o respectivo valor do Crédito Tributário epor Empresa /Companhia <strong>de</strong> Energia Elétrica <strong>de</strong>ste Estado, foiaprovado. (doc 11)2. Requerimento do Deputado Geraldo Lopes solicitandoconvi<strong>da</strong>r os Senhores Presi<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong>s Empresas: Ban<strong>de</strong>irantesEnergia S/A, CLFSC - Cia. Luz e Força Santa Cruz, CPFL - Cia.Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo terça-feira, 26 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 200726 – São Paulo, 117 (117)
Paulista <strong>de</strong> Força e Luz, CPFL Piratininga - Cia. Piratininga <strong>de</strong>Força e Luz, Elektro - Eletrici<strong>da</strong><strong>de</strong> e Serviços S/A, Eletropaulo,Grupo Re<strong>de</strong>, CMS - Energy, para prestar esclarecimentos tendoem vista que foram constata<strong>da</strong>s diversas inconformi<strong>da</strong><strong>de</strong>s noSetor <strong>de</strong> Energia Elétrica, quanto a apuração e <strong>de</strong>mais procedimentosrelativos ao ICMS, foi aprovado. (doc 12)3. Requerimento do Deputado Geraldo Lopes solicitandoque se oficie ao Senhor Secretário <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> do Estado <strong>de</strong>São Paulo, a fim <strong>de</strong> que seja informado quantos RegimesEspeciais foram concedidos às Companhias <strong>de</strong> Energia Elétricae quais as Empresas que os obtiveram e <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> obtenção, foiaprovado. (doc 13)4. Requerimento do Deputado Edmir Chedid requerendoseja oficiado o Senhor Secretário <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> para que presteinformações acerca <strong>de</strong> quais segmentos e quais empresas doEstado, que buscaram se beneficiar <strong>da</strong> guerra fiscal trava<strong>da</strong>pelos diversos Estados <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração, que ofereceram atrativospara empresas lá se instalarem, <strong>de</strong>talhando quais são essasempresas, quais os benefícios até então apurados pelaFazen<strong>da</strong> Estadual, quais os mecanismos que a Fazen<strong>da</strong> tempraticado para frear tais operações, etc, foi aprovado. (doc 14)5. Requerimento do Deputado Edmir Chedid requerendoque seja oficiado o Senhor Secretário <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>, para queinforme quais as empresas situa<strong>da</strong>s no Estado, envolvendo osmais variados segmentos, que possuem benefícios fiscais concedidosatravés <strong>de</strong> lei ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>creto, <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> porsetor, exibindo o faturamento estimado <strong>da</strong> empresa, o valor doimposto recolhido e o valor do benefício concedido, auferidomensalmente, durante os últimos cinco anos, foi aprovado.(doc 15)Foi proposta pelo Deputado Edmir Chedid a realização <strong>de</strong>audiência para ouvir pessoas <strong>de</strong> vários segmentos <strong>de</strong> SãoPaulo, para ter ciência sobre a questão do ICMS; e tambémque os Deputados sugerissem nomes <strong>de</strong> pessoas a serem convi<strong>da</strong><strong>da</strong>se que a Presidência pu<strong>de</strong>sse organizar a audiência.* * *Dia 07/02/2007Oitiva Dr. Matheus Baraldi Magnani e Dr. Victor HugoRodrigues Alves FerreiraO Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Eu queroagra<strong>de</strong>cer a presença do doutor Victor Hugo a essa <strong>Comissão</strong><strong>Parlamentar</strong> <strong>de</strong> <strong>Inquérito</strong>, e passo a ele a palavra para suasconsi<strong>de</strong>rações iniciais aos nossos <strong>de</strong>putados <strong>da</strong> CPI <strong>da</strong> GuerraFiscal, e mais uma vez muito obrigado por aten<strong>de</strong>r um pedidoe o convite <strong>de</strong>ssa <strong>Comissão</strong> para que aqui o senhor viesseprestar importantes esclarecimentos.O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Bomdia senhor Presi<strong>de</strong>nte, bom dia senhores <strong>de</strong>putados e <strong>de</strong>maispresentes. Eu em primeiro lugar gostaria <strong>de</strong> parabenizar aAssembléia Legislativa do Estado <strong>de</strong> São Paulo pela iniciativa<strong>de</strong>ssa CPI que eu consi<strong>de</strong>ro <strong>da</strong>s mais relevantes. O Estado <strong>de</strong>São Paulo hoje certamente é o Estado <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração mais prejudicadocom essa Guerra Fiscal que todo mundo sabe queestá acontecendo.Conforme orientação do Presi<strong>de</strong>nte eu vou explicar pravocês o que foi a Operação Gran<strong>de</strong>s Lagos. No final <strong>de</strong> 2005eu encerrei dois trabalhos que eu estava à frente, a OperaçãoCrepúsculo que apurou a organização criminosa Law KinChong, e Operação Plata que é uma organização criminosaque atuava na área <strong>de</strong> contrabando e <strong>de</strong>scaminho. Isso foi em<strong>de</strong>zembro, em setembro o <strong>de</strong>legado <strong>de</strong> Polícia Fe<strong>de</strong>ral, chefe<strong>da</strong> <strong>de</strong>legacia <strong>de</strong> Jales havia encaminhado ao setor <strong>de</strong> inteligênciapolicial <strong>de</strong> São Paulo um pedido <strong>de</strong> auxilio para investigaruma organização criminosa que agiria em torno <strong>de</strong> frigoríficos<strong>da</strong> região dos Gran<strong>de</strong>s Lagos, interior <strong>de</strong> São Paulo, que éJales, São José do Rio Preto e Araçatuba. Des<strong>de</strong> pelo menos oano <strong>de</strong> 2000 a Receita Fe<strong>de</strong>ral e o INSS vinham fiscalizandoesses frigoríficos e constatavam que havia um gran<strong>de</strong> montante<strong>de</strong> movimentação financeira e emissão <strong>de</strong> notas fiscais equando ia lançar os tributos não conseguia cobrá-los porqueverificava que as pessoas que constavam como sócias <strong>de</strong>ssesfrigoríficos não tinham nenhuma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica financeira.Então os tributos eram lançados e não eram pagos,tanto os frigoríficos, as empresas quanto às pessoas que constavamdo quadro societário não tinham patrimônio nenhumpara honrar essas dívi<strong>da</strong>s. O prejuízo é <strong>de</strong> bilhões <strong>de</strong> reais, nãoé milhões, são bilhões <strong>de</strong> reais. O chefe <strong>de</strong> Jales pediu esseapoio e eu estava envolvido nesses trabalhos e não pu<strong>de</strong> imediatamente,em janeiro <strong>de</strong> 2006 eu fui <strong>de</strong>signado para essetrabalho. Como é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> pequena, Jales tem cerca <strong>de</strong> 50mil habitantes, eu já tinha participado <strong>de</strong> algumas investigaçõesgran<strong>de</strong>s e achei que ia finalizar isso em três meses.Quando eu comecei a apurar eu verifiquei que o esquema eramuito mais sofisticado do que eu imaginava, inclusive muitomais sofisticado que a organização criminosa do Law KinChong que todo mundo fala como se fosse uma coisa hipercomplica<strong>da</strong>. Os laranjas dos frigoríficos, apesar <strong>de</strong> não terpatrimônio nenhum em nome <strong>de</strong>les eles tinham um rendimentoque permitiam que eles levassem uma vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> certa formaacima do padrão <strong>da</strong> média <strong>da</strong> população <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Jales,eles recebiam em torno <strong>de</strong> 12 mil a 15 mil reais por mês paraemprestar o nome. A frau<strong>de</strong> também era muito maior do que agente imaginava, do que eu pelo menos imaginava. Apenas asduas primeiras empresas que a gente começou a investigaruma movimentou 850 milhões <strong>de</strong> reais nos últimos cinco anos,sem recolher absolutamente na<strong>da</strong> <strong>de</strong> tributos fe<strong>de</strong>rais, comexceção óbvia <strong>da</strong> CPMF que é <strong>de</strong> arreca<strong>da</strong>ção automática, e asoutras duas empresas, essa era uma empresa <strong>de</strong> um núcleo,essas duas outras <strong>de</strong> um núcleo diferente, somados elastinham movimentado cerca <strong>de</strong> 650 milhões <strong>de</strong> reais tambémsem recolher na<strong>da</strong>.Iniciamos a investigação e chegamos à pelo menos 50empresas abertas em nome <strong>de</strong> laranjas que serviam ao esquema,inclusive empresas que eram abertas com um único propósito<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r nota fiscal fria para calçar a operação <strong>de</strong> terceiro,e ai que entra um problema grave com relação ao ICMS, agente chama <strong>de</strong> noteiro, essas empresas que forneciam notafiscal. Para se ter uma noção, as duas principais noteiras elasforneceram mais um bilhão e 500 milhões <strong>de</strong> reais em notasfiscais nos últimos quatro anos, sem recolher absolutamentena<strong>da</strong>, tanto em tributos fe<strong>de</strong>rais quanto estaduais. Essas notasfiscais que eram vendi<strong>da</strong>s pelos noteiros eram utiliza<strong>da</strong>s porempresas não só do Estado <strong>de</strong> São Paulo, mas <strong>de</strong> outros tambémpara incorporar créditos tributários fictícios, quer dizer, eucompro a nota, eles vendiam cobrando quatro reais por cabeça<strong>de</strong> gado, então se eu vendia uma nota que representa 100cabeças eu vou cobrar 400 reais. Nessa nota está <strong>de</strong>stacado oICMS e eu a empresa que está adquirindo a nota fiscal vou mecreditar <strong>de</strong>sse ICMS que não foi pago, isso gera um problemagrave. O pessoal <strong>da</strong> Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> que apoioà investigação, é bom consignar isso, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo, principalmentena parte técnica porque o ICMS eu particularmenteconsi<strong>de</strong>ro o tributo mais complicado <strong>de</strong> se enten<strong>de</strong>r <strong>da</strong>Fe<strong>de</strong>ração. Eles constataram que nos últimos quatro anos oEstado <strong>de</strong> São Paulo havia liberado 250 milhões <strong>de</strong> reais paraesses frigoríficos investigados, não para todos porque a operaçãoain<strong>da</strong> não foi finaliza<strong>da</strong>, mas para os frigoríficos i<strong>de</strong>ntificadosaté setembro na operação, o Estado <strong>de</strong> São Paulo já havialiberado 250 milhões <strong>de</strong> reais em créditos tributários, já tinhapermitido que fossem incorporados e havia outro 250 milhões<strong>de</strong> créditos com o pedido pen<strong>de</strong>nte. É bom frisar que nem todoesse valor é fraudulento, mas certamente gran<strong>de</strong> parte disso éfrau<strong>de</strong>.Há também um esquema grave com couro, eles chamam<strong>de</strong> couro piquelado, couro piquelado para quem não conhece éo couro já beneficiado. Em 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005 houveuma mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> legislação aqui no Estado <strong>de</strong> São Paulo.Antigamente o couro incidia o ICMS no couro quando ele saiado estabelecimento, em 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005 passou a serdiferido, o ICMS passou a incidir quando ele entra no estabelecimentoque está adquirindo o couro já beneficiado. Com amu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> legislação os noteiros que a gente chama se movimentarame criaram esquema para gerar crédito fictício <strong>de</strong>ICMS nas operações <strong>de</strong> couro, estaduais e interestaduais. Oque eles fazem? Eles criam uma empresa <strong>de</strong> facha<strong>da</strong> que simulaestar beneficiando esse couro e que absorve a carga tributáriasem pagar jamais, porque ela não tem patrimônio nem emnome <strong>de</strong>la nem dos sócios, e o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro adquirente do courocompra já com esse, eles falam na gíria <strong>de</strong>les, já com o ICMS,quer dizer, eles pagam pela nota para incorporar esse ICMS,no final <strong>da</strong> operação vai sobrar certamente ICMS e eles pe<strong>de</strong>mrestituição para o Estado <strong>de</strong> São Paulo.Então é um problema gravíssimo. É bom já consignar aquique o problema não é <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>, a gente tevetotal apoio aqui <strong>da</strong> cúpula <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> na investigação,inclusive na fase posterior <strong>da</strong> operação, inclusive tivemosapoio até maior que <strong>da</strong> própria Receita Fe<strong>de</strong>ral, o pessoalestá investigando, está apurando, mas que é um problemaseriíssimo, e a frau<strong>de</strong> somados os tributos estaduais e fe<strong>de</strong>raisultrapassa bilhões <strong>de</strong> reais. É basicamente isso <strong>da</strong>í.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Eu agra<strong>de</strong>çoo doutor Victor Hugo pelas primeiras informações, nósabrimos aqui para os nobres <strong>de</strong>putados presentes a esta<strong>Comissão</strong> a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> algum questionamento.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Pela or<strong>de</strong>m senhorPresi<strong>de</strong>nte.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Pelaor<strong>de</strong>m <strong>de</strong>putado Edmir Chedid que é o relator <strong>de</strong>sta CPI.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Cumprimentar o doutorVictor Hugo e agra<strong>de</strong>cê-lo pela presença aqui no dia <strong>de</strong> hojepara contribuir, essa é uma CPI que ela não preten<strong>de</strong> pren<strong>de</strong>rpessoas, pelo menos no meu modo <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r, a função <strong>da</strong>CPI não é essa. A função que a gente possa levantar a GuerraFiscal, quais são os seus problemas, como ela inci<strong>de</strong> na receitado Estado, o que a gente po<strong>de</strong> sugerir para que isso possa sermodificado, qual legislação a gente possa sugerir aoCongresso Nacional, o que a gente po<strong>de</strong> fazer internamenteaqui na Assembléia para que o Estado <strong>de</strong> São Paulo não percareceita e para que os sonegadores, as pessoas que fazem todoesse trabalho <strong>de</strong> ficção <strong>de</strong> notas passem a não realizá-lo mais.Então nós temos que criar mecanismos para isso não aconteça.Eu gostaria <strong>de</strong> saber do senhor, já que o senhor está muitoenvolvido nesse processo, fez um gran<strong>de</strong> trabalho, a gente temnotícia pela imprensa tudo que o senhor realizou, os man<strong>da</strong>dos<strong>de</strong> apreensão, as pessoas que foram presas, as informaçõesque a gente tem, mais <strong>de</strong> 90 pessoas presas, mais <strong>de</strong> 143man<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> busca e apreensão e isso foi aumentando no<strong>de</strong>correr do tempo, o senhor foi até muito singelo na colocaçãoque o senhor fez, acho que o senhor procurou se abreviar bastante,até vou solicitar do senhor, se o senhor pu<strong>de</strong>r abrir umpouco mais do que o senhor sabe, solicitar do senhor comonós po<strong>de</strong>ríamos criar aqui mecanismos para que isso não acontecesse.O senhor elogiou a Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> do Estado<strong>de</strong> São Paulo, isso é importante que a gente saiba, mas <strong>de</strong>veter algo também na Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> que não foi bom,algo que aconteceu, então a gente gostaria <strong>de</strong> saber para quea gente possa tentar criar mecanismos aqui doutor VictorHugo. Então <strong>de</strong>volver a palavra ao senhor e ver o que o senhorpo<strong>de</strong> nos aju<strong>da</strong>r, como o senhor po<strong>de</strong> contribuir, nós sabemosque o senhor po<strong>de</strong> contribuir muito, eu penso que o senhorpossa contribuir muito, então nós não temos problema <strong>de</strong>tempo aqui, o que nós <strong>de</strong>sejamos é apren<strong>de</strong>r um pouco maispara que a gente possa sugerir fazer um relatório, trocar idéiascom os outros <strong>de</strong>putados.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS –Aproveitando a colocação do <strong>de</strong>putado relator Edmir Chedid osenhor falou sobre a questão do couro, eu gostaria que na suafala também se houve envolvimento também <strong>de</strong> curtumes nessasoperações realiza<strong>da</strong>s?O Sr. GERALDO LOPES – PMDB – Pela or<strong>de</strong>m senhorPresi<strong>de</strong>nte.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Pelaor<strong>de</strong>m <strong>de</strong>putado Geraldo Lopes.O Sr. GERALDO LOPES – PMDB – Eu quero também cumprimentaro doutor Victor Hugo e aproveitar o ensejo, há cumplici<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong>ssas empresas que se creditam do ICMS quandoeles adquirem? Eles sabem se essa nota é fria? Como é queestá essa investigação? Até que ponto se encontra?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA –Começando com a pergunta do senhor, as empresas queadquirem são totalmente cúmplices, tanto quem ven<strong>de</strong> a nota,quanto quem adquire sabe que está se creditando. Agora, oque acontece, imagina que eu estou abatendo gado e ven<strong>de</strong>ndoa carne, a pessoa que compra a carne não sabe. Na investigaçãoa gente não <strong>de</strong>tectou a participação <strong>da</strong>s duas pontas <strong>da</strong>transação, o varejista, quer dizer, o supermercado, o açouguee o produtor rural, esses não tem na<strong>da</strong> a ver. Quem tem a ver équem ven<strong>de</strong> a nota e quem compra. Quem ven<strong>de</strong> a nota elenão comercializa, ele não produz na<strong>da</strong>, esse é o câncer realmente<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, ele só ven<strong>de</strong> nota. Agora, eu abato ogado e vendo a carne e <strong>de</strong> certa forma gero algum emprego etal, e uso as notas <strong>de</strong>le para calçar a minha operação, e nãouso as só as notas, uso também as contas bancárias, porque seeu movimentar a minha produção com a minha conta bancáriapessoal eu vou ser <strong>de</strong>tectado pela Receita em razão <strong>da</strong> CPMF,então quem compra a nota, que é quem comercializa o gado equem ven<strong>de</strong> esses sabem o que estão fazendo. O produtorrural e supermercado não, inclusive em várias oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s agente verificou que o produtor rural e o comerciante ficavamconfusos, espera ai, eu comprei <strong>de</strong> você e você está me <strong>da</strong>ndouma nota <strong>de</strong> terceiro? Isso o dono do supermercado, eu comprei<strong>de</strong>ssa empresa que é Ouroeste, você está me <strong>da</strong>ndo umanota <strong>da</strong> Distribuidora São Paulo, o que é isso? Não, é assimmesmo. Então as duas pontas <strong>da</strong> transação não tem participação,não conseguimos i<strong>de</strong>ntificar. Mas agora, quem compra,quem adquire esses sim estão em conluio.Com relação à pergunta do senhor, o senhor perguntoumais <strong>de</strong> uma coisa, sim <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>. Realmenteeu falei <strong>da</strong> colaboração <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> para nãoficar mal entendido parecer que é uma coisa crônica na estrutura<strong>da</strong> Secretaria, certamente tem problemas sim, tanto que<strong>da</strong>s 109 prisões que a gente efetuou até o momento dois fiscais<strong>de</strong> ren<strong>da</strong> foram presos, e um foi objeto <strong>de</strong> busca e apreensão,e eu tenho notícia que a própria Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> jái<strong>de</strong>ntificou mais um. Se a gente tivesse continuado foco nosfiscais certamente teriam outros fiscais <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> presos, aconteceque <strong>de</strong>morou para surgir os fiscais na investigação e eunão podia, e essa foi a segun<strong>da</strong> maior operação <strong>da</strong> história <strong>da</strong>Polícia Fe<strong>de</strong>ral, ela já estava ficando gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais, a genteestava com medo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o foco, então não tinha como agente segurar essa operação por mais tempo para pegar maisfiscais. Os fiscais surgiram no final <strong>da</strong> investigação, então nósconseguimos pren<strong>de</strong>r dois fiscais <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> eum terceiro foi objeto <strong>de</strong> busca, <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> <strong>de</strong>flagração <strong>da</strong> operaçãonós i<strong>de</strong>ntificamos mais outro, então quatro fiscais quenós i<strong>de</strong>ntificamos e eu tenho notícia que a Secretaria <strong>da</strong>Fazen<strong>da</strong> já i<strong>de</strong>ntificou mais um, então são cinco fiscais, issotodos <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Rio Preto.O apoio que eu tive foi <strong>da</strong> cúpula, principalmente <strong>da</strong>DEAT, inclusive tem dois auditores fiscais <strong>da</strong> DEAT, dois fiscais<strong>de</strong> ren<strong>da</strong> que me apoiaram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo, o senhor JoséMaria e o senhor Eduardo Crois, eles têm bastante conhecimentotécnico sobre essa parte caso haja interesse <strong>de</strong> ouvi-los.Com relação à mu<strong>da</strong>nça no que po<strong>de</strong>ria ser feito para <strong>de</strong>ixar,para evitar que isso acontecesse. Na minha visão o problemamaior é <strong>da</strong> própria estrutura do tributo ICMS, ele é extremamentecomplexo. A Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> elamantém um órgão <strong>de</strong> inteligência que chama DEAT que tempor finali<strong>da</strong><strong>de</strong> só i<strong>de</strong>ntificar frau<strong>de</strong> para combatê-las. Vocês<strong>de</strong>vem ter visto no ano passado que um trabalho <strong>de</strong>ssa DEATresultou na arreca<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 500 milhões <strong>de</strong> reais emICMS <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s magazines, <strong>da</strong> Pernambucanas, inclusive onome foi bem citado na imprensa, razão <strong>de</strong> operações simula<strong>da</strong>scom soja para gerar crédito fictício. Então o papel <strong>da</strong> DEATé i<strong>de</strong>ntificar essas frau<strong>de</strong>s para combatê-las. O problema que alegislação do ICMS é complexa <strong>de</strong>mais, para se ter uma idéia,o regulamento do ICMS tem 650 artigos, a primeira vez que eubaixei na Internet ele não parava <strong>de</strong> baixar, não é possível queseja tudo isso, é mais do que o Código Civil.Essa questão do couro piquelado que eu disse que houveuma alteração em 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005, só que eu nãoencontrava essa alteração em lugar nenhum, liguei para o fiscal<strong>de</strong> ren<strong>da</strong>s e falei se ele tinha certeza que houve essa alteraçãoporque eu não encontro na Internet, eu digito o texto enão me retorna em buscador, no próprio site <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong>Fazen<strong>da</strong>, <strong>da</strong>í ele falou que tem, <strong>da</strong>í ele me mandou por e-mail,quer dizer, a legislação é tão complexa que uma alteração relevantecomo essa você não encontra, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> ninguém sabedireito o que está fazendo, quem sabe são os frau<strong>da</strong>dores queusam <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> legislação para se esgueirar pelasbrechas e sonegar.Enquanto não alterar, mas sim uma alteração profun<strong>da</strong> naestrutura do ICMS eu não vejo solução, o que se po<strong>de</strong> fazersão soluções paliativas, como reforçar DEAT, i<strong>de</strong>ntificar frau<strong>de</strong>,mas sempre que você consegue i<strong>de</strong>ntificar frau<strong>de</strong> o modosoperandi dos frau<strong>da</strong>dores, muitas frau<strong>de</strong>s já foram cometi<strong>da</strong>s,como é o caso <strong>da</strong> Operação Gran<strong>de</strong>s Lagos, <strong>de</strong>sse trabalho queeles fizeram na própria Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> que apurouessas operações simula<strong>da</strong>s <strong>de</strong> soja, e o pior é uma frau<strong>de</strong>muito difícil <strong>de</strong> se provar. Com os meios que a fiscalização temem mãos é dificílimo porque eles não po<strong>de</strong>m interceptar telefone,eles não po<strong>de</strong>m cumprir man<strong>da</strong>do <strong>de</strong> prisão, então elesficam meio <strong>de</strong> mãos amarra<strong>da</strong>s também. O problema é grave,e se isso privilegiasse, <strong>da</strong>í eu não sei nem se já estaria indoalém <strong>de</strong>mais na proposta, mas tributos como CPMF que temarreca<strong>da</strong>ção automática, todo mundo paga. O problema doICMS que esse negócio <strong>de</strong> crédito, débito, altera a legislaçãoto<strong>da</strong> hora é um terreno fértil para a prática <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s.E a questão dos laranjas, é muito difícil para os órgãos fiscaisi<strong>de</strong>ntificar quem é que é o cabelo por traz do laranja, oórgão até i<strong>de</strong>ntifica que ele é laranja, porque como uma pessoacomo nos casos dos Gran<strong>de</strong>s Lagos os donos <strong>da</strong>s empresasganhavam em média <strong>de</strong> mil a mil e 500 reais por mês e nãotinham patrimônio algum antes <strong>de</strong> abrir as empresas. Asempresas passaram a movimentar coisa <strong>de</strong> 200 milhões <strong>de</strong>reais por ano ca<strong>da</strong> uma, quer dizer, é fácil provar que ele élaranja, mas o cabeça não está por trás, e se você pren<strong>de</strong> olaranja, o salário do laranja dobra, triplica justamente para elenão abrir a boca. Teve casos <strong>de</strong> laranjas que a gente pren<strong>de</strong>u<strong>de</strong>pois que <strong>de</strong>flagrou a Operação <strong>de</strong> que continuava preso,como a prova estava bem robusta o dono <strong>de</strong> um dos frigoríficosfoi orientado pelos advogados que não tem por on<strong>de</strong> correr,esse está realmente comprovado que ele é laranja, imaginoque ele <strong>de</strong>va ter falado pra ele o que a gente falou no relatório,que a condição <strong>de</strong> laranja <strong>de</strong>le é facilmente comprova<strong>da</strong>pela investigação econômica financeira, essa po<strong>de</strong> ser feitapelo órgão fiscal. Agora, <strong>de</strong> quem ele é laranja? Isso você temque avançar um pouco mais na investigação, e <strong>da</strong>í você temque usar <strong>de</strong> método <strong>de</strong> inteligência policial, <strong>de</strong> campana, interceptaçãotelefônica, telemática, esse tipo <strong>de</strong> recurso, entãovocê não comprova. E como ele viu não tinha como, a condição<strong>de</strong> laranja estava provado e <strong>de</strong> quem ele era laranja estavaprovado também ele chamou uma testemunha do caso e falou:olha, você tem ren<strong>da</strong> maior, tem patrimônio para assumir essaempresa. Se você assumir essa empresa no lugar do ver<strong>da</strong><strong>de</strong>irodono eu lhe dou um milhão <strong>de</strong> reais para você e 250 mil reaispara essa pessoa que trabalhava com ele. Ele não concordou,me procurou, nós tivemos uma escuta ambiental e pren<strong>de</strong>moso advogado por causa disso.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Que empresa foi excelência?O senhor po<strong>de</strong> <strong>de</strong>clinar qual empresa foi?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Aempresa <strong>de</strong> facha<strong>da</strong> chama Coperfrigo ATC Lt<strong>da</strong>., a empresaostensiva que está por trás <strong>de</strong>la é o Frigorífico Mozaquatro,ACN Quatro Participações. E agora recentemente, coisa <strong>de</strong> trêsdias atrás eu vim a saber que o dono do frigorífico estava nervosocom o advogado, porque não era um milhão a propostaera cinco milhões, quer dizer, o advogado ia levar quatro porfora. O pior, que eu já tenho caso, esse eu não consegui provarain<strong>da</strong>, que o valor que ofereceram não era só um milhão, era250 mil para o outro, então provavelmente se seguir a mesmaproporção o outro iria receber um milhão, um milhão e 250mil. Tem um caso <strong>de</strong> uma outra investigaçãozinha, um <strong>de</strong>sdobramento<strong>de</strong>sse caso que a gente está fazendo, que uma testemunhajá recebeu a proposta <strong>de</strong> 60 mil reais, quer dizer, que élaranja. Só que 60 mil reais para essa pessoa é sedutora porqueo coitado está ven<strong>de</strong>ndo espetinho na praça, o coitadonão tem na<strong>da</strong>, não tem casa, pra sobreviver está ven<strong>de</strong>ndoespetinho, então é uma situação complica<strong>da</strong>. Na parte judiciala gente vê que muita gente volta atrás no <strong>de</strong>poimento, o que agente consegue pegar a gente pega, mas tem coisa que não.Por isso que tem que estar embasado com outras provas, comtranscrição <strong>de</strong> diálogo porque senão cai tudo por terra.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Doutor eu já estou satisfeitocom tudo que o senhor falou, acho que se o senhor pu<strong>de</strong>r ircolocando é importante para todos nós, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong> quando osenhor tem conhecimento na sua investigação que isso ocorre?No caso dos frigoríficos, por exemplo?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Issocomeçou por volta do ano <strong>de</strong> 1991. Tem um termo <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentoque é interessantíssimo que conta to<strong>da</strong> a gênese <strong>da</strong>frau<strong>de</strong>. Em 1991, isso eu vou falar na região <strong>de</strong> Jales, em 1991a 93 tinha um frigorífico chamado Vale do Rio Gran<strong>de</strong>, esse frigoríficoficou mal <strong>da</strong>s pernas por causa <strong>da</strong> concorrência <strong>de</strong>sleal,vocês po<strong>de</strong>m até se recor<strong>da</strong>r que antigamente tinha muitofrigorífico conhecido e hoje não tem mais, tinha o Bourbon, oSwift, a Sadia hoje mais processa alimento, mas não é frigorífico,frigorífico é todo terceirizado porque a empresa não consegueconcorrer mais nessa área, porque é o que eu costumofalar, o maior prejudicado disso <strong>da</strong>í não é o Estado, é o comerciantehonesto, é o empresário honesto que não consegue semanter se ele não praticar frau<strong>de</strong> também.Esse frigorífico Mozaquatro ele arrematou esse frigoríficoVale do Rio Gran<strong>de</strong>, o interesse <strong>de</strong>le não era gado e carne erao couro, então ele emprestava as instalações <strong>de</strong>sse frigorífico,<strong>de</strong>sculpa, vamos voltar. O pessoal que vendia, os produtoresrurais e os corretores <strong>de</strong> gado ficaram meio a ver navios porquenão tinha mais quem abatesse, então o que aconteceu oMozaquatro arrematou as instalações <strong>de</strong>sse frigorífico Vale doRio Gran<strong>de</strong> e quem era corretor <strong>de</strong> gado se tornou taxista, éum termo lá <strong>da</strong> região. Em vez <strong>de</strong>le intermediar a transaçãoele passou a comprar em seu próprio nome e abater, só quepara fazer isso ele precisava <strong>de</strong> nota fiscal. O que acontece, oMozaquatro que arrematou o frigorífico não po<strong>de</strong>ria fornecer anota para os taxistas porque senão ele teria que arcar com ostributos, porque no início interessava pra ele só o couro, querdizer, empresto para você as instalações do frigorífico, vocêabate e me <strong>da</strong> o couro, sebo e a barriga<strong>da</strong> branca, nisso eletem as empresas <strong>de</strong>le que processam. A partir <strong>da</strong>í ele começoua criar empresas <strong>de</strong> facha<strong>da</strong> para fornecer a nota, e o queacontecia, o taxista ele abate, só que como ele é pessoa físicaele precisa <strong>de</strong> uma nota fiscal para comercializar a mercadoriaporque senão tem a fiscalização na estra<strong>da</strong> ele per<strong>de</strong> a mercadoria.Então você abate me <strong>da</strong> o couro e o sebo, eu te dou anota fiscal em troca, com o tempo isso se generalizou pelaregião e hoje no Brasil inteiro. Hoje você não vê mais frigoríficotradicional, inclusive teve, isso <strong>da</strong>í tem <strong>de</strong>poimentos, tevefrigoríficos do exterior que vieram aqui pensando em investirno país e saíram, e foram embora porque viram que não tinhacomo, porque era tudo esquema <strong>de</strong> caixa dois, <strong>de</strong> nota fiscalfria. Passando o tempo ele próprio começou a se interessarpelo mercado <strong>de</strong> carne também, então além dos taxistas eleabatia o próprio gado sempre usando nota fiscal fria, todomundo usa nota fiscal fria, não existe frigorífico que está emnome do próprio dono.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – E <strong>de</strong> que Estado eram essagran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong>ssas notas fiscais mesmo que cria<strong>da</strong>s ficticiamente,mas <strong>de</strong> que Estado eram?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – TemRondônia, tem Mato Grosso do Sul, Mato Grosso tem bastante,Goiás, e no Paraná a gente não i<strong>de</strong>ntificou frigorífico porquea gente não abriu investigação, senão certamente veria.Mas o Paraná é o esquema do couro, eles man<strong>da</strong>m o couropara o Paraná, tem empresas no Paraná que adquirem notasfiscais frias do pessoal <strong>da</strong>qui.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Couro <strong>de</strong>São Paulo para o Paraná?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Isso.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Daí que saia a correia.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Do couroque sai a correia, diz o velho ditado. O senhor citou Rio Preto,Jales, os Gran<strong>de</strong>s Lagos, e as outras regiões do Estado tambémforam investiga<strong>da</strong>s?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Não,a gente focou mais nessa região, até porque a investigaçãoestava ficando gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais, inclusive tem empresa....O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Então<strong>de</strong>ve ter problema em outras regiões do Estado?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA –Certamente, certamente, isso é disseminado. Acontece quetêm frigoríficos em Jales que não foram investigados, a gentetambém não fez uma caça as bruxas, começamos com doisgrupos, o Grupo Itarumã e o Grupo Mozaquatro, esse é onome <strong>da</strong>s empresas ostensivas. Ai, começamos a encontrarvínculo com os noteiros que eram <strong>de</strong> Rio Preto, <strong>da</strong>í abrimospara os noteiros. Daí começou a ficar gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais, tem umfrigorífico em Santa Fé do Sul que é região <strong>de</strong> Jales chamaTatuibi, esse a gente não encontrou vínculo com os outros quejustificasse uma investigação. Eu não vou falar que é certezaque eles participam do esquema, agora, na investigação <strong>de</strong>scobrique frigorífico nenhum que trabalha corretamente, entãose começasse uma investigação em Tatuibi certamente pegariacoisa.O problema <strong>de</strong> mercado <strong>de</strong> frigorífico é que a dimensão<strong>da</strong> frau<strong>de</strong> se tornou <strong>de</strong> uma tal forma que se eu continuasseinvestigando, investigando, investigando a gente ia investigaros frigoríficos do Brasil inteiro. Não que todos trabalhem exatamente<strong>de</strong>ssa forma, tem notícia <strong>de</strong> frigorífico que invés <strong>de</strong>criar empresa <strong>de</strong> facha<strong>da</strong> consegue liminar na justiça para nãopagar, inclusive um dos donos, um dos cabeça do GrupoItarumã falou pra mim que quando ele sair <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia ele vaime contar esse esquema, mas ele não quer falar, segundo ele.O Sr. – Não entendi, quando ele sair <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia ele vaifazer o que?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Elevai me contar o esquema que envolve outros frigoríficos.O Sr. – Já foi con<strong>de</strong>nado?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Não,mas outros frigoríficos maiores que o <strong>de</strong>le que teriam umesquema <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> diferente, que seria maior ain<strong>da</strong>, mas sóque ele não quer falar agora com medo <strong>de</strong> parecer que vai sairpor causa disso. Agora, não sei até aon<strong>de</strong> ele tem informaçãoconcreta sobre isso.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Excelência, essas pessoas <strong>da</strong>Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>, dois, três, quatro, já está em cinco epo<strong>de</strong> ter um número maior, são pessoas que eram só fiscais, oueram pessoas que ocupavam cargo <strong>de</strong> diretoria regionais? Nósrecebemos aqui há algum tempo atrás um <strong>de</strong>poimento, o coor<strong>de</strong>nadortributário, então ele nos fez uma explanação <strong>de</strong> que odiretor <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região tem um limite para fazer autorizaçãopara que os frigoríficos, seja lá quem for, receba o dinheiro doEstado. Porque na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> o Estado está bancando isso ai, issoque nós estamos preocupados, per<strong>de</strong>r receita e por outro ladoquando a gente cria um mecanismo como esse existente nocaso <strong>de</strong> frigoríficos a gente abre a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se formarum esquema <strong>de</strong> corrupção, <strong>de</strong> assalto aos cofres públicos, porquenão é na<strong>da</strong> mais do que uma nota fria apresentar lá nocaixa e alguém falar que po<strong>de</strong> pagar e está tudo certo e é pago,simplesmente é isso, pra gente facilitar a conversa. Então agente tem que tentar interromper, porque às vezes o Estadocria esse tipo <strong>de</strong> mecanismo e esse mecanismo cria mais prejuízopara o Estado do que per<strong>de</strong>r aquela receita. Nós não queremosnem per<strong>de</strong>r receita e nem que se crie mecanismos comoesse. O senhor acredita que isso era o diretor regional lá <strong>da</strong>Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> que tem uma certa autonomia, um limitepara liberar isso? Ou se isso havia um esquema com pessoas <strong>de</strong>maior gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> estrutura <strong>da</strong> Secretaria, qual é o seufeeling disso? Porque a gente vai ter que mu<strong>da</strong>r a legislação, eunão sei se o senhor sabe nesse biênio a Assembléia Legislativarevogou 19 mil leis para a gente tentar facilitar o contribuinte,o habitante <strong>de</strong> São Paulo para que ele enten<strong>da</strong> as leis que estãovigentes aqui, e a partir disso a gente vai começar a colocarca<strong>da</strong> tema, o próximo man<strong>da</strong>to dos <strong>de</strong>putados que ai estarão,discutir ca<strong>da</strong> tema e verificar qual a reformulação que tem quefazer nas leis que sobraram pra gente ter algo mais fácil <strong>da</strong>gente enten<strong>de</strong>r como disse o senhor, na área tributária é umlivro que não tem fim, e é difícil realmente enten<strong>de</strong>r. Então oque o senhor pensa <strong>de</strong>ssa área <strong>de</strong> fiscalização? Isso começou láem Rio Preto, Jales? Essas pessoas tem envolvimento comoutras pessoas que ocupam cargo maiores? O que o senhorenten<strong>de</strong>u disso para ver se a gente possa quem sabe contribuircomo Estado e modificar isso.O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Comoeu já disse a gente pegou fiscais envolvidos na reta final <strong>da</strong>investigação on<strong>de</strong> eu já não podia mais abrir, não podia maiscontinuar com isso, eles <strong>de</strong>moraram a surgir, a gente saiba quecertamente tinha, porque um esquema <strong>de</strong>sses não sobrevivesem a participação do servidor público. Foi presa também umafiscal do trabalho, foi feita busca na casa <strong>de</strong> um auditor fiscal<strong>da</strong> Receita Fe<strong>de</strong>ral que foi indiciado. Acontece que na investigaçãonão encontrei elementos nenhum que indicação a participação<strong>de</strong> nenhum fiscal <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>s com cargo <strong>de</strong> chefia sejaem São José do Rio Preto ou seja na cúpula.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Excelência, só para relembraraqui, quem sabe po<strong>de</strong> facilitar para o senhor para que a genteenten<strong>da</strong> também, o assunto é complexo até para nós aqui <strong>da</strong>Assembléia. Quando esteve as pessoas, as autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> eles nos colocaram o seguinte, o créditoacumulado que po<strong>de</strong> ser transferido, isso foi o doutor Cabreraque nos colocou.O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Quelibera lá na cúpula, eu vou chegar lá.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – O chefe do posto fiscal localpo<strong>de</strong> liberar 20 mil Ufscs(?) isso é cerca <strong>de</strong> quase 300 mil reais,ele não precisa <strong>de</strong> ninguém, é autonomia <strong>de</strong>le. O inspetor dosfiscais até 80 mil Ufscs(?) isso <strong>da</strong> mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> reais.O <strong>de</strong>legado tributário 160 mil que <strong>da</strong> bem mais <strong>de</strong> doismilhões <strong>de</strong> reais. Assina só o diretor, é o Cabrera que faz issopara autorizar, isso talvez tenha conivência dos fiscais que foiaon<strong>de</strong> o senhor atuou, porque se eu for chefe <strong>de</strong> um posto fiscal,tudo bem, mas vai um fiscal lá <strong>da</strong>r uma verifica<strong>da</strong>, levantavê como é que está, passa aqui e vê se eu posso autorizar. Seeu fosse um chefe <strong>de</strong> posto fiscal agiria <strong>de</strong>ssa forma, então osenhor falou que entrou no final os fiscais, teve algum chefe <strong>de</strong>posto fiscal, inspetor, <strong>de</strong>legado tributário que o senhor sentiuque existe um envolvimento, conivência <strong>de</strong>les com os fiscais?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Essesfiscais que foram presos nenhum tinha prerrogativa, autorizaçãopara liberar crédito, não liberavam crédito, sempre quemliberava era uma instância superior ou <strong>de</strong>legado <strong>de</strong> Rio Pretoou a cúpula aqui em São Paulo. Acontece o seguinte, o queeles faziam basicamente? Eles pegavam, analisavam a documentação,levavam pra casa e montavam o processinho para ocontribuinte, para o sonegador, como se fossem consultoresadvogados, já prestavam o serviço e agilizava <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> para liberar mais rápido. Agora, eu serialeviano <strong>de</strong> dizer que tem participação, que se eu acho que temdo pessoal mais acima, o que eu posso falar que realmenteindício nenhum, nem prova indireta a gente conseguiu,porquetambém na mão <strong>da</strong> pessoa que liberava, eu estou falando queé possível que realmente não tivesse participação nenhuma,porque o processinho chegava pronto e era feito por uma pessoaque conhece todo melindre, todo o procedimento interno,chegava redondo para liberar, inclusive aqui em cima. Aqui emcima chegava e as principais interessa<strong>da</strong>s na liberação <strong>de</strong> créditoacumulado eram as empresas que a gente <strong>de</strong>nominaostensivas, é empresa regularzinha, quer dizer, ele está comprandouma nota, são compras simula<strong>da</strong>s, mas tem a nota fis-Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativoterça-feira, 26 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2007 São Paulo, 117 (117) – 27