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Veja o RELATÓRIO FINAL da Comissão Parlamentar de Inquérito

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cal que está representando a compra. Em tese ele não teriaresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> se essa pessoa que <strong>de</strong>u a nota pra ele nãopagou o tributo, esse que é um problema crônico <strong>da</strong> legislaçãodo ICMS, mas não sei nem se seria o caso <strong>de</strong> alteração aqui naesfera estadual. Agora, eu não estou isentando ninguém <strong>de</strong>culpa, agora eu estou falando que realmente é possível quenão tivesse culpa nenhuma, é possível.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Na soja o senhor participou<strong>de</strong> alguma investigação?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Dasoja não. Da soja foram esses dois auditores que o José Mariae o Eduardo Crois, eles são fiscais <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> aqui do Estado <strong>de</strong>São Paulo.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Obrigado Excelência, minhasperguntas estão até agora respondi<strong>da</strong>s.O Sr. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS – PPS – Obrigado<strong>de</strong>putado relator Edmir Chedid. Deputa<strong>da</strong> Beth Sahão que foiinclusive a autora do requerimento, o convite ao doutor VictorHugo.A Sra. BETH SAHÃO – PT – Queria cumprimentar o senhorPresi<strong>de</strong>nte, cumprimentar os <strong>de</strong>mais colegas <strong>de</strong>ssa <strong>Comissão</strong>,agra<strong>de</strong>cer o <strong>de</strong>legado doutor Victor Hugo pelo atendimento aonosso convite para trazer esses esclarecimentos que com certezavão ser importantes para continuar subsidiando os nossostrabalhos aqui.V.Sa. se refere à questão <strong>da</strong>s frau<strong>de</strong>s, eu queria saber e eucheguei um pouco atrasa<strong>da</strong> por causa do trânsito, mas eu queriasaber o seguinte, cheguei a tempo <strong>de</strong> ouvi-lo dizer que aOperação po<strong>de</strong>ria ter sido muito mais profun<strong>da</strong>, muito maisampla, eu queria saber primeiro, qual a razão <strong>de</strong> vocês teremfechado um pouco esse leque? Se a ação é uma questão estrutural,<strong>de</strong> recursos humanos, se houve um trabalho muitoestreito com a Secretaria Estadual <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>, até que ponto aSecretaria esteve envolvi<strong>da</strong> e foi parceira <strong>de</strong> vocês nessaOperação, quais foram às tarefas a ela atribuí<strong>da</strong>s? Se essestambém servidores que você se referiu que acabaram até elaborandoos recursos, as <strong>de</strong>fesas, os processos dos envolvidosse eles foram encaminhados para algum tipo <strong>de</strong> punição, seeles já foram punidos, se foram indiciados pela Polícia Fe<strong>de</strong>ral,enfim, esses encaminhamentos por enquanto eu gostaria queo senhor pu<strong>de</strong>sse esclarecer, quais as atitu<strong>de</strong>s toma<strong>da</strong>s. Eutenho outros questionamentos, mas eu gostaria <strong>de</strong> ouvi-lo eprosseguir nas minhas in<strong>da</strong>gações.O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA –Inicialmente vamos falar <strong>da</strong> questão <strong>de</strong> não ter prolongadomais a Operação. Eu estava com uma equipe <strong>de</strong> três policiaisfe<strong>de</strong>rais só e esse tipo <strong>de</strong> trabalho é muito <strong>de</strong>sgastando, elestrabalham <strong>da</strong>s nove <strong>da</strong> manhã a uma <strong>da</strong> manhã todos os dias,direto, po<strong>de</strong> parecer incrível, mas com uma hora <strong>de</strong> almoço,uma hora <strong>de</strong> jantar quando <strong>da</strong> e eles já estavam sentindo o<strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> investigação, a gente já estava há seismeses nessa fase mais profun<strong>da</strong>, não teria como substituir. Emjulho eu perdi um <strong>de</strong>sses policiais que acabou sendo transferidopara a Superintendência <strong>de</strong> Goiás e não quis voltar emrazão <strong>de</strong> problemas familiares, estava muito tempo longe <strong>de</strong>casa. Os outros também começaram com problemas familiaresporque foi muito tempo viajando fora, não tinha como eusubstituir esses três, porque até pegar outros três para enten<strong>de</strong>ro modos operandi, a frau<strong>de</strong> e todo mundo que estavaenvolvido, afinal foram 210 interrogatórios até agora foram176 man<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> busca e 109 prisões, a gente não ia ter nemestrutura para cumprir isso <strong>da</strong>í, porque é muita gente. O que agente fez? A gente começou a fechar porque não tinha comoabrir mais. Mas as empresas que tinham, acontece o seguinte,tinham vários núcleos, pelo menos cinco núcleos <strong>da</strong> investigaçãoque se entrelaçavam, que formavam uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira organizaçãocriminosa. Os principais todos foram pegos, se a gentepegar uma outra empresa, um outro frigorífico certamente elevai ter outros núcleos com quem ele se entrelaça, mas que aligação com esse se existir vai ser muito, muito pequena, querdizer, justificaria não abrir mais essa, começar uma nova investigaçãoseria o mais correto, porque a gente começou comduas empresas, <strong>da</strong>í a gente via ligação abria, via ligação abria,via ligação abria, porque o relatório parcial, para vocês teremuma idéia ele tem 977 folhas, eu estava sozinho nessa investigação,também eu estou com outro trabalho em an<strong>da</strong>mento.Então realmente nós não tínhamos estrutura para fazer, ospoliciais <strong>da</strong> inteligência que estavam comigo eram só três atéjulho, <strong>de</strong>pois eu perdi um, então estava <strong>de</strong> uma forma que não<strong>da</strong>va mais para abrir. Eu recinto um pouco <strong>de</strong> não ter <strong>de</strong>ixadocorrer um pouco mais com relação aos servidores. As empresaspelo que a gente tem visto nos <strong>de</strong>poimentos é uma outra ououtra coisa que está surgindo tanto nas buscas quanto nos<strong>de</strong>poimentos, mas que a Receita e a Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> vaiaprofun<strong>da</strong>r. Agora, as principais foram to<strong>da</strong>s i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s.A Sra. BETH SAHÃO – PT – Porque às vezes eu fico umpouco preocupa<strong>da</strong>, e acho que é essa preocupação também do<strong>de</strong>putado Edmir Chedid é que porque que as práticas, essaspráticas fraudulentas que o senhor mesmo coloca que elas nãoaconteceriam se não tivessem aju<strong>da</strong> <strong>de</strong> servidores públicos.O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA –Certamente.A Sra. BETH SAHÃO – PT – E que esses servidores elesseriam dos níveis hierárquicos <strong>da</strong> estrutura <strong>da</strong> própriaSecretaria aqueles mais que tem um contato mais freqüentecom as empresas.O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Issoeu não tenho certeza.A Sra. BETH SAHÃO – PT – E eu queria lhe perguntar oseguinte, quer dizer, não foi possível, sem querer fazer aquinenhum tipo, qualquer tipo <strong>de</strong> ilação, não é essa a nossa pretensão,mas não foi possível pelo menos consultar os superiores<strong>de</strong>sses servidores até para po<strong>de</strong>r saber se as práticas <strong>de</strong>lesnão lhes <strong>da</strong>vam nenhuma condição <strong>de</strong> saber se os subordinadosestavam tendo atitu<strong>de</strong>s que não condizem com a boa condutado funcionalismo público? Então eu não consigo enten<strong>de</strong>rmuito porque que às vezes os superiores não percebem, nãoacompanham, não observam se os seus subordinados estãotendo práticas ilegais, irregulares, ilícitas e fraudulentas queacabam lesando a Fazen<strong>da</strong> do Estado, e se isso <strong>de</strong> fato um<strong>de</strong>sconhecimento ou se é algo que não se quer aprofun<strong>da</strong>rnessas investigações internas mesmo <strong>da</strong> Secretaria, inclusiveestou trazendo um requerimento hoje aqui até para apresentara esta <strong>Comissão</strong> convi<strong>da</strong>ndo o secretário <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> para nosfazer alguns esclarecimentos sobre as questões que nós queremosque se tornem mais claras e mais cristalinas para essa<strong>Comissão</strong>. Então eu gostaria <strong>de</strong> saber se não foi possível chegaraté isto, pelo menos até por uma questão que qualquerinvestigação que você coloca se você entrevista e in<strong>da</strong>ga osubordinado porque não conversar pelo menos, sem qualquersuspeita com os superiores <strong>de</strong>sses trabalhadores, <strong>de</strong>sses funcionáriospúblicos?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Euconversei, com os chefes <strong>de</strong> fiscalização <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong>Fazen<strong>da</strong> eu realmente não conversei, o meu contato era com opessoal <strong>da</strong> área <strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong>les. Já com a Receita e com oINSS eu mantinha o contato mais próximo. A Receita Fe<strong>de</strong>ral,o INSS e isso eu posso falar que realmente é ver<strong>da</strong><strong>de</strong> porqueeu conheço dois auditores e eles aju<strong>da</strong>ram muito na investigação,inclusive quem começou o trabalho foi eles. Eles que meman<strong>da</strong>ram o primeiro relatório <strong>de</strong> análise, e to<strong>da</strong> a investigaçãofoi estrutura<strong>da</strong> a partir dos levantamentos iniciais <strong>de</strong>les,eles diziam o seguinte, que realmente trabalhavam, lançavamos tributos, mas lançavam em nome <strong>de</strong> laranjas e ai não tinhacomo ser cobrado, isso o pessoal do INSS. O pessoal <strong>da</strong>Receita, eu falei a mesma coisa, a gente até nem ligava muitopara frigorífico porque sabiam que todos estavam em nome <strong>de</strong>laranja e não adiantava ir muito atrás porque a gente ia lançar,e a Receita não tem meios para avançar na investigação,<strong>de</strong>scobrir <strong>de</strong> quem ele é laranja, às vezes a gente até <strong>de</strong>scobreque ele é laranja, mas não adianta na<strong>da</strong> porque a gente nãoconsegue lançar. Já com o pessoal <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> eunão conversei, mas certamente tinha envolvimento, tem servidoresaqui <strong>de</strong> São Paulo que eu não consegui i<strong>de</strong>ntificar querecebiam propina para fazer vista grossa para fazer alteração<strong>de</strong> en<strong>de</strong>reço, inclusive os investigados falavam para abrir emOsasco porque em Osasco tem esquema lá, isso tudo estásendo encaminhado para os órgãos competentes agora nosrelatórios finais <strong>da</strong> investigação.Agora, o que eles alegam era isso, e <strong>de</strong> certa forma é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>,é difícil com as ferramentas que eles tem <strong>de</strong>scobrir quemé o cabeça por trás <strong>de</strong> tudo, porque eles não falam, eles sãoorientados. O fiscal do INSS ele me dizia que nas fiscalizaçõesque chegava na se<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma empresa que movimentava, nase<strong>de</strong> <strong>da</strong> Coperfrigo uma vez ele chegou, movimentou 850milhões <strong>de</strong> reais nos últimos cinco anos, e a notificação queele levava consigo o dono <strong>da</strong> empresa, o dono <strong>da</strong> empresachegava com avental todo sujo <strong>de</strong> sangue, quer dizer, estámatando gado e é dono <strong>da</strong> empresa, estava na cara que eralaranja, isso é fácil <strong>de</strong>scobrir, o difícil é <strong>de</strong>scobrir e o melhorprovar.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – Desculpa atrapalhar Excelência,o cabeça é o empresário, o que já está lá sacando na bocado caixa do Estado, ele sempre tem uma empresa ostensiva portrás. Mas, por exemplo, o Grupo Mozaquatro se sabe quem é,se sabe na região que esse é um cabeça. O senhor citou umoutro Grupo também, o Grupo Itarumã Unidos, também se sabequem é. Então os empresários, as pessoas não é isso?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Isso.O Sr. EDMIR CHEDID – PFL – O senhor está falando que éduro <strong>de</strong>scobrir o esquema inteiro.O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Opior <strong>de</strong> tudo é provar, porque para lançar o tributo e fazer comque ele arque com o débito você tem que provar, o pessoal atéfalava, essa empresa pertence ao Alceu, mas mesmo assim otipo <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> é muito típica <strong>de</strong> organização criminosa mesmo.Eu consegui uma ação trabalhista na Justiça do Trabalho <strong>de</strong>um ex-advogado <strong>da</strong> Alceu Mozaquatro, e lá ele diz que ele trabalhavapara empresa lícita, para a empresa ostensiva, para oFrigorífico Mozaquatro mesmo, e era uma pessoa que ganhavabem, inclusive tinha amiza<strong>de</strong> com os filhos do AlceuMozaquatro, e <strong>de</strong>ram uma ação para ele fazer <strong>de</strong> uma empresaque chama Coperfrigo, que é a empresa simula<strong>da</strong>, que éempresa aberta em nome <strong>de</strong> laranja usa<strong>da</strong> pelo frigorífico. Daíele falou assim: que negócio é aqui? Que empresa é essaCoperfrigo para eu <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r? Daí a filha do Alceu Mozaquatropuxou ele e falou: psiu, fala baixo, ninguém po<strong>de</strong> saber <strong>de</strong>ssaempresa que é do meu pai e está em nome <strong>de</strong> laranja. Querdizer, mesmo <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> própria empresa eles tinham que, oserviço <strong>de</strong> inteligência chama <strong>de</strong> compartimentação, que écoisa típica <strong>de</strong> organização criminosa mesmo, só quem precisasaber <strong>da</strong>quela informação sabe, então só ele, os laranjas, osfilhos, um ou outro advogado e o mínimo <strong>de</strong> pessoa possível.A gente ouviu <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s pessoas que tinham tudo parasaber, mas não sabiam, eu olhando no olho <strong>de</strong>le eu me convencique ele não sabia que a Coperfrigo era do Alceu. O Alceuteve muito problema, porque o que eles fazem, eles substituemuma empresa aberta em nome <strong>de</strong> laranja por outra. ACoperfrigo é <strong>da</strong>do <strong>de</strong> 2002, antes <strong>da</strong> Coperfrigo eles usavamuma empresa que chama Boi Rio, só que com a Boi Rio ele eramais relaxado, vivia circulando na Boi Rio, ele se apresentavacomo diretor <strong>da</strong> Boi Rio na imprensa e ele começou a teralguns problemas com ações trabalhistas e com o fisco emrazão disso, então com a Coperfrigo ele começou fazer umnegócio compartimentado, poucas pessoas sabiam que ele erao dono.A Sra. BETH SAHÃO – PT – Eu quero continuar, tem algumasquestões aqui que eu queria colocar para o doutor Victor.O senhor já colocou até <strong>de</strong> seu conhecimento os cinco núcleosou células bem <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s na estrutura <strong>da</strong> organização <strong>de</strong>flagra<strong>da</strong>pela Polícia Fe<strong>de</strong>ral, seriam o núcleo Mozaquatro, núcleoItarumã, núcleo dos noteiros, núcleo dos taxistas e dos clientesdos noteiros. Além disso há um grupo paralelo formado poragentes públicos, nós já estamos insistindo um pouco nessaquestão. Seria correto, eu lhe pergunto, afirmar que tais servidoressão agentes fiscais, <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, <strong>de</strong> Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>do Estado, assim como os fiscais <strong>da</strong> Receita Fe<strong>de</strong>ral lotados emCampinas, bem como a participação, isso o senhor já colocou,<strong>de</strong> uma auditora fiscal do trabalho. Seria possível que o senhor<strong>de</strong>clinasse o nome <strong>de</strong>ssas pessoas aqui para esta <strong>Comissão</strong>?E eu queria também colocar que divulgou-se que 159empresas compõem a estrutura <strong>da</strong> organização criminosa, bemcomo 143 man<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> busca e apreensão foram cumpridos.Eu pergunto ao senhor se seria possível também disponibilizara esta <strong>Comissão</strong> <strong>Parlamentar</strong> <strong>de</strong> <strong>Inquérito</strong> a relação, ai porescrito, não precisa ser hoje, se o senhor pu<strong>de</strong>r <strong>de</strong>pois nosenviar, <strong>da</strong>s empresas envolvi<strong>da</strong>s, bem como dos proprietáriosdos bens e documentos submetidos a busca e apreensão?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Sim,sem problema, man<strong>da</strong> um ofício pra mim que eu disponibilizotudo, inclusive eu já pedi autorização pra Justiça Fe<strong>de</strong>ral queme liberasse a fornecer cópia para quem interessasse, então eujá forneci cópia para a Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>, para a ReceitaFe<strong>de</strong>ral, para o Ministério Público Estadual. Posso disponibilizarpara a CPI um CD com relatório parcial, ai vai estar explicandotodo o modos operandi, vai estar <strong>de</strong>talhando qual que é opapel <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pessoa no esquema, vai ter documentos anexadoscom hiperlink, vai ter a transcrição dos diálogos, só que eleé sigiloso, ele não po<strong>de</strong> sair <strong>da</strong> CPI, o único problema é esse.Com relação aos documentos apreendidos a gente já analisoutudo, o que interessou para a investigação <strong>da</strong> PolíciaFe<strong>de</strong>ral está scaneado, fica mais simples disponibilizar também.Então se fizer um ofício solicitando do interesse <strong>da</strong> CPI euposso disponibilizar tudo em CD, fica mais simples porque émuito documento, <strong>da</strong> cerca <strong>de</strong> uns 10 metros cúbicos <strong>de</strong> documentospelo menos, então está tudo scaneado e fica mais simplesman<strong>da</strong>r em DVD.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Então essa<strong>Comissão</strong> vai solicitar por ofício, e que vai enriquecer muito otrabalho <strong>de</strong>ssa <strong>Comissão</strong>, principalmente para o relatório finalnobre <strong>de</strong>putado Edmir Chedid, então nós vamos sim solicitaresse CD para que nós possamos ter to<strong>da</strong>s as informações.O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Sópara acrescentar, o que mais interessa ao trabalho <strong>de</strong> vocês euacredito que seja o relatório parcial <strong>da</strong> investigação, a gentenão terminou <strong>de</strong> redigir os relatórios finais, mas eu não vouexplicar <strong>de</strong> novo o modus operandi, porque o que a gente estáverificando <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos e <strong>da</strong> análise dosdocumentos apreendidos é que o que a gente falou lá realmenteconfirma. Então lá está explicando todo o modus operandi,o modus operandi <strong>da</strong> frau<strong>de</strong>, só o esquema do couro que vaiser um pouquinho mais aprimorado no relatório final, e <strong>da</strong>í euposso man<strong>da</strong>r os relatórios finais para vocês conforme foremficando prontos.A Sra. BETH SAHÃO – PT – E com relação aos nomes?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Estálá no relatório, todos os nomes, com exceção <strong>de</strong> um ou outroque surgiu <strong>de</strong>pois mas que vão aparecer nos relatórios finais.Mas, a gran<strong>de</strong> maioria, <strong>de</strong> fiscais no relatório parcial a gentenão tinha comprovado ain<strong>da</strong>, no final a gente está comprovando.Os nomes estão todos lá.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Obriga<strong>da</strong><strong>de</strong>puta<strong>da</strong> Beth Sahão, <strong>de</strong>putado Rogério Nogueira.O Sr. ROGÉRIO NOGUEIRA – PDT – Primeiro cumprimentaros nossos companheiros aqui <strong>da</strong> <strong>Comissão</strong>, senhor Presi<strong>de</strong>nte,ao senhor Victor Hugo por aten<strong>de</strong>r o convite <strong>de</strong> estar aquinesta CPI. Eu queria fazer uma pergunta, até porque não só o<strong>de</strong>putado Edmir Chedid, mas também a <strong>de</strong>puta<strong>da</strong> Beth Sahãojá perguntou a respeito dos núcleos, enfim, <strong>da</strong> investigaçãofinal como é que está, mas nós assistimos no caso <strong>da</strong> Schincariol,por exemplo, <strong>da</strong> Daslu, uma equipe muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>legados, enfim, <strong>da</strong> equipe Fe<strong>de</strong>ral em cima <strong>de</strong>sses empresários.E uma ação <strong>de</strong>ssa em cima dos frigoríficos que <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong>pagar bilhões ao Estado, enfim, uma máfia muito gran<strong>de</strong>, osenhor está sozinho, e ain<strong>da</strong> per<strong>de</strong>u um parceiro nessas investigações.Como é o processo, como é que funciona isso ai? Porque o senhor não tem uma equipe maior para estar investigando,até o caso <strong>de</strong> pessoas acima dos fiscais que nós sabemosque <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> que po<strong>de</strong>riam tambémestar sendo investigados, mas o processo iria aumentar ain<strong>da</strong>mais, mas como funciona para <strong>de</strong>signar uma equipe maiorpara que o senhor possa realmente terminar a investigação,quer dizer, pren<strong>de</strong>r esses culpados, laranjas, enfim, todomundo?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Éuma questão interessante, faltam policiais fe<strong>de</strong>rais qualificadose que tenham muita capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho para trabalharcom a gente. Eu sempre tive apoio <strong>da</strong> Superintendência sóque, muitas vezes o policial que está disposto a trabalhar é opolicial que não trabalha na minha equipe. Não sei se o senhorestava aqui, o pessoal que trabalha nesse tipo <strong>de</strong> operação trabalha<strong>da</strong>s nove a uma <strong>da</strong> manhã todo santo dia, <strong>de</strong>scansa umfinal <strong>de</strong> semana, um domingo a ca<strong>da</strong> 15 dias, porque é muitainformação para ser analisa<strong>da</strong>, e a gente não po<strong>de</strong> abrir aequipe <strong>de</strong>mais também porque senão fica difícil o compartilhamento<strong>de</strong> informações entre a própria equipe, fica muito estanque,mais enxuta você consegue compartilhar informação commais facili<strong>da</strong><strong>de</strong>. E falta policiais. As vezes eu preciso <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>pessoa só que ele está envolvido em outro caso quenão po<strong>de</strong> sair, então nomes eu tenho, mas o cara que é bom<strong>de</strong> serviço todo mundo quer trabalhar com ele, e as vezes eupreciso <strong>de</strong>le e ele já está em outro caso. Esse <strong>da</strong>í que foi paraGoiás, que eu perdi ele por conta, não foi que me tiraram ele,ele quis permanecer em Goiás porque a esposa <strong>de</strong>le ia <strong>da</strong>r ascontas pra ele, largar <strong>de</strong>le se ele continuasse trabalhandocomigo, então não tinha ninguém para substituir. Porque ou apessoa é qualifica<strong>da</strong> só que está trabalhando com outro, ou apessoa não está trabalhando com ninguém, só que não é qualifica<strong>da</strong>para esse tipo <strong>de</strong> serviço, é uma pessoa que fala<strong>de</strong>mais, uma pessoa que vai chegar e contar para os amigos,mas o meu amigo é <strong>de</strong> confiança que não tem problema, massó que esse amigo <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong>le conta pra outro, contapra outro e o caso vasa, então é difícil gente qualifica<strong>da</strong> paratrabalhar nesse tipo <strong>de</strong> investigação. E também você não po<strong>de</strong>abrir <strong>de</strong>mais porque você per<strong>de</strong> o foco, é muita empresa envolvi<strong>da</strong>,é muito nome, você tem que individualizar condutas,indiciados, por enquanto, foram mais <strong>de</strong> 140, individualizar aconduta <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um, a própria Justiça Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>pois é um trabalhopara processar todo esse tipo <strong>de</strong> informação.O Sr. ROGÉRIO NOGUEIRA – PDT - O senhor já teve algumaameaça, alguma coisa por estar sozinho nesse caso, diante<strong>de</strong>ssas empresas?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Atéagora não, mas o pessoal é perigoso mesmo. O AlceuMozaquatro ele é alvo uma ação movi<strong>da</strong> pelo MinistérioPúblico Estadual <strong>de</strong> Monte Aprazível por conta <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos queo curtume <strong>de</strong>le <strong>de</strong>speja nos rios lá, e tinham três ex-funcionários<strong>de</strong>sse curtume <strong>de</strong>le que iam servir <strong>de</strong> testemunhas para oMinistério Público, o que ele fez, ele pegou um policial militarque agora é ex-policial militar que a gente pren<strong>de</strong>u, pegou umlutador <strong>de</strong> jiu jitsu <strong>de</strong> um metro e noventa com mais <strong>de</strong> cemquilos, e pegou um outro lutador <strong>de</strong> jiu jitsu <strong>de</strong> um metro enoventa com noventa quilos, essas três pessoas pegaram essatestemunha e falaram: vem cá, que a gente quer conversar.Colocaram <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um carro, e isso está absolutamente comprovadoé o trabalho <strong>da</strong> policia civil <strong>de</strong> Monte Aprazível, inclusivetem cópia disso também, levaram ele num local ermo,bateram nele, dispararam arma <strong>de</strong> fogo do policial contra ele,não acertaram, e falaram que se ele abrisse a boca na audiênciaeles voltariam e iam matar não só ele, mas to<strong>da</strong> a família<strong>de</strong>le. Está absolutamente comprovado que foram essas pessoasporque eles disseram que estavam a mando, dois <strong>de</strong>les,um confirmou pra mim que era segurança do Alceu e era policialmilitar, as cápsulas que foram encontra<strong>da</strong>s no local <strong>de</strong>sseocorrido eram <strong>da</strong> arma do policial militar. Um dos lutadores <strong>de</strong>jiu jitsu confessou que trabalhava para o Alceu, que estava lá amando do Alceu, o outro é funcionário do FrigoríficoMozaquatro, quer dizer, é o tipo <strong>de</strong> coisa que a gente imaginaque não aconteça, porque aparentemente se trata <strong>de</strong> sonegaçãoum crime que seria menor, mas que acontece sim. Agora,eu pessoalmente não fui ameaçado ain<strong>da</strong> não.O Sr. ROGÉRIO NOGUEIRA – PDT - E na exportação tambémexiste frau<strong>de</strong> ou não?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA –Também, o grupo dos noteiros conseguiu uma senha ra<strong>da</strong>rmediante pagamento <strong>de</strong> propina ao servidor <strong>da</strong> ReceitaFe<strong>de</strong>ral. O que eles estavam fazendo? Esse é um problema gravíssimoaqui com relação a ICMS, ele acabou <strong>de</strong> conseguir essasenha nós <strong>de</strong>flagramos a Operação, mas o que ele pretendiacom essa senha? Inclusive tem diálogos ele falando, ele ven<strong>de</strong>nota: a gente que não pagava na<strong>da</strong>, agora além <strong>de</strong> não pagara gente vai ganhar. Por que? Qual que era a idéia? Ele emitiressa nota fiscal fria e simular exportação, a exportação é realmentecorreria, só que ele diz que é com base na empresa<strong>de</strong>le, e ele ia pedir <strong>de</strong> volta todo o ICMS que constam <strong>da</strong>snotas <strong>de</strong>le, e isso geraria um prejuízo <strong>de</strong> milhões e milhões <strong>de</strong>reais, eu não falo bilhões porque é uma empresa isola<strong>da</strong>mente.Para vocês terem uma noção essa empresa não recolheuna<strong>da</strong> <strong>de</strong> tributo fe<strong>de</strong>ral nos últimos cinco anos, e mesmo assimconseguiu uma senha do COMEX Ra<strong>da</strong>r para exportar. Foi ocaso isolado <strong>de</strong> exportação. O Frigorífico Mozaquatro exportamuito, isso está sendo objeto <strong>de</strong> auditoria agora <strong>da</strong> Receita e<strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> para saber qual é o volume <strong>da</strong> frau<strong>de</strong>com relação as exportações <strong>de</strong>le, mas certamente tem frau<strong>de</strong>em exportação sim.O Sr. ROGÉRIO NOGUEIRA – PDT – Só isso senhorPresi<strong>de</strong>nte.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Eu não seise existe mais algum questionamento dos senhores <strong>de</strong>putados,<strong>da</strong> senhora <strong>de</strong>puta<strong>da</strong>? Não existindo nenhum tipo mais <strong>de</strong>questionamento nós queríamos agra<strong>de</strong>cer a vin<strong>da</strong> do doutorVictor.A Sra. BETH SAHÃO – PT – Pela or<strong>de</strong>m senhor Presi<strong>de</strong>nte.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Pelaor<strong>de</strong>m <strong>de</strong>puta<strong>da</strong> Beth Sahão.A Sra. BETH SAHÃO – PT – Eu só queria, como eu dissenão estive no início <strong>da</strong> seção, eu queria que o <strong>de</strong>legado doutorVictor Hugo explicasse um pouco a respeito do núcleo dostaxistas para que eu pu<strong>de</strong>sse compreen<strong>de</strong>r um pouco melhor,por favor, antes <strong>de</strong> que o Presi<strong>de</strong>nte encerre essa sua importanteexplanação aqui a <strong>Comissão</strong>.O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Ostaxistas são pessoas físicas que agem como frigorífico fossem.O que acontece? O Grupo Itarumã e Unidos eles têm a própriaestrutura monta<strong>da</strong> <strong>de</strong> sonegação, eles não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> ninguémpara sonegar, ele têm uma empresa ostensiva que servepara justificar o patrimônio e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>les e uma empresadissimula<strong>da</strong> que serve para movimentar a produção <strong>de</strong> fato.A empresa ostensiva em geral movimenta <strong>de</strong> um e meiopor cento do que movimenta a dissimula<strong>da</strong>. O taxista apesar<strong>de</strong> movimentar muito, tem um dos taxistas movimentou quatromilhões e meio <strong>de</strong> reais num ano, somente. Em cinco anos, senão me engano, foi 46 milhões. Eles movimentam muito, massão pessoas mais simples, então o que eles fazem, em vez <strong>de</strong>correr atrás <strong>de</strong> abrir uma empresa para movimentar a produção<strong>de</strong>le ele compra nota fiscal pronta do noteiro que nãomexe com gado e nem com carne, o negócio <strong>de</strong>le é nota,então eu chego nas instalações <strong>de</strong> um frigorífico, po<strong>de</strong> ser umfrigorífico do Alceu Mozaquatro, ele empresta as instalaçõespara mim mediante pagamento <strong>de</strong> uma taxa, eu posso usar asinstalações <strong>de</strong>le. E no que consiste essa taxa? No couro, nosebo, na barriga<strong>da</strong> branca. A Coperfrigo simula que está ven<strong>de</strong>ndoesse couro, esse sebo, essa barriga<strong>da</strong> branca para asempresas ostensivas do Grupo do Alceu Mozaquatro, e o taxistaganha em troca o uso <strong>da</strong>s instalações do frigorífico <strong>de</strong>le e anota fiscal, porque sem a nota fiscal ele não consegue movimentara mercadoria, então o Alceu Mozaquatro <strong>da</strong> uma notafiscal <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s empresas dissimula<strong>da</strong>s <strong>de</strong>le e assume para sia carga tributária inci<strong>de</strong>nte na operação dos taxistas quenunca vai ser paga porque a empresa está em nome <strong>de</strong> laranja.Assim que funciona o esquema do taxista. Ele é um frigoríficosó que ele usa a nota fiscal <strong>de</strong> terceiro para calçar a operação<strong>de</strong>le. E mais, em 2000, 2001 teve uma ação gran<strong>de</strong> <strong>da</strong>Receita Fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong>sculpe, em 1998, quando começaram fazeras ações baseados nas informações <strong>da</strong> CPMF, <strong>de</strong>tectando quevários taxistas <strong>da</strong> região <strong>de</strong> São José do Rio Preto tinham umamovimentação financeira absur<strong>da</strong> e que se <strong>de</strong>claravam isentos,como eu disse, teve 46 milhões <strong>de</strong> reais e se <strong>de</strong>clarou isento,foram atrás dos taxistas. O que os taxistas faziam? Eles usavamnota fiscal <strong>de</strong> terceiro, mas pagavam o produtor e recebiamdo varejista na própria conta corrente, a partir <strong>da</strong>í elesperceberam que se continuassem movimentando os valores <strong>da</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>le na conta corrente pessoal eles seriam <strong>de</strong>tectadospela Receita. Ai esses frigoríficos passaram a fazer umaoutra cortesia para manter o taxista com ele, porque pra essasempresas é interessante manter o taxista, porque o taxista emtroca do uso <strong>da</strong> instalação <strong>da</strong> o couro pra ele, e esse couro é oque mais vale no abate. Então pra fazer uma cortesia com ostaxistas e manter a fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>les eles passaram a abrir contascorrentes no nome <strong>da</strong> empresa <strong>de</strong> facha<strong>da</strong> e <strong>da</strong>r uma procuraçãopra ele, então nós encontramos empresas que tinhamcerca <strong>de</strong> 35 contas correntes, é empresa <strong>de</strong> facha<strong>da</strong>, uma sóera usa<strong>da</strong> pelo Grupo que era realmente dono <strong>de</strong> fato <strong>da</strong>empresa, e as outras ele <strong>da</strong>va para taxista, abate comigo quealém <strong>da</strong> nota eu dou essa conta pra você movimentar, entãoabriu uma conta no Banco Bra<strong>de</strong>sco, te <strong>da</strong>va uma procuraçãoe você agia como se fosse dono <strong>da</strong>quela conta, assim a ReceitaFe<strong>de</strong>ral quando fosse atrás <strong>de</strong>ssa movimentação financeirai<strong>de</strong>ntificaria como do frigorífico e não do taxista, isso para ofrigorífico é interessante também, porque senão o frigoríficoemite nota <strong>de</strong>mais e não tem movimentação financeira, entãopassa a ter uma empresa que chama Pereira e Pereira que elamovimentou 172 milhões em notas e não tem um centavosequer em conta bancária, não movimentou na<strong>da</strong> em banco,então emprestando as contas para os taxistas ele mantém umaproporção entre as notas emiti<strong>da</strong>s e o valor movimentado. Ai aReceita acha então que a nota não é fria.A Sra. BETH SAHÃO – PT – Eu queria apenas perguntar oseguinte, diante <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s essas questões, <strong>da</strong> per<strong>da</strong> que oEstado tem <strong>de</strong> receitas, receitas que são importantes, importantespara tantos outros programas que po<strong>de</strong>riam ser utilizadosesses recursos, para saú<strong>de</strong>, para educação, para o transporte,para a segurança e que acabam indo para a mão <strong>de</strong> pessoasinescrupulosas, nenhum <strong>de</strong>les até agora, se é que já teve<strong>de</strong>sses envolvidos todos, <strong>de</strong>sses criminosos, porque pra mimnão tem diferença nenhuma essas práticas com quem promoveum assalto a qualquer outro lugar, são crimes <strong>da</strong> mesmaforma, as vezes até mais graves esses porque estão reduzindo,estão impedindo que a receita, que o Estado possa ter umareceita real, concreta <strong>de</strong> fato <strong>da</strong>quilo que está sendo produzido,<strong>da</strong>s riquezas que estão sendo produzi<strong>da</strong>s no Estado, e issoinfelizmente não acontece, não tem nenhum <strong>de</strong>sses envolvidosque já teve os seus bens indisponibilizados, até para po<strong>de</strong>r seassegurar <strong>de</strong> que esse prejuízo as contas do Estado, a receitado Estado possa ser eu espero num tempo curto recupera<strong>da</strong>s.O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Todosos envolvidos, tanto as pessoas físicas como jurídicas, os laranjas,os cabeças, os taxistas, todos mundo eu pedi o seqüestrodos bens no dia que a gente <strong>de</strong>flagrou a Operação, só nãopedi antes porque a movimentação po<strong>de</strong> chamar atenção,então você bloqueia uma conta bancária <strong>da</strong> pessoa o gerentevai avisar ou escreve um ônus em cima do imóvel <strong>de</strong>le que elevai no cartório e vê, então no dia <strong>da</strong> <strong>de</strong>flagração <strong>da</strong> operaçãotodos os bens foram seqüestrados. Todos que a gente conseguiui<strong>de</strong>ntificar.A Sra. BETH SAHÃO – PT – Menos mal.O Sr. ROGÉRIO NOGUEIRA – PDT – Pela or<strong>de</strong>m senhorPresi<strong>de</strong>nte.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Pelaor<strong>de</strong>m <strong>de</strong>putado.O Sr. ROGÉRIO NOGUEIRA – PDT – Perguntei se o doutorVictor Hugo teve ameaças, mas esqueci <strong>de</strong> perguntar se tentaramremover o senhor também <strong>de</strong>ssa investigação através <strong>de</strong>incentivos que acaba sendo uma <strong>da</strong>s armas que não só oslaranjas, mas os empresários utilizam ai para que a polícia saia<strong>da</strong> investigação?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – Não,nem sequer insinuação. A Polícia Fe<strong>de</strong>ral hoje a gente não temmuita in<strong>de</strong>pendência formal na legislação, mas na prática agente tem uma in<strong>de</strong>pendência compara<strong>da</strong> do MinistérioPúblico e <strong>da</strong> Justiça.O Sr. ROGÉRIO NOGUEIRA – PDT – O senhor tambémfalou do esquema <strong>de</strong> Osasco e <strong>de</strong> Araçatuba, qual seria esseesquema para enten<strong>de</strong>r melhor?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – EmAraçatuba tinha algumas empresas dos noteiros e Frigomartque é um frigorífico <strong>de</strong> Araçatuba, tinha outros na região <strong>de</strong>Auriflama que fica lá perto, alguns frigoríficos que adquiriamnotas dos noteiros e algumas empresas <strong>de</strong> facha<strong>da</strong> dos própriosnoteiros estavam lá. Osasco foi um caso isolado em queuma <strong>da</strong>s empresas do Grupo Itarumã ia mu<strong>da</strong>r uma filial <strong>de</strong>en<strong>de</strong>reço e sugeriram pra ela que abrisse em Osasco porque láhaveria um esquema num posto fiscal, com o fiscal <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>sque seria mais fácil ele fazer vista grossa para a filial que seriauma filial <strong>de</strong> facha<strong>da</strong>, então se pega um fiscal sério ele vai atéo en<strong>de</strong>reço, porque ele tem obrigação <strong>de</strong> ir até o en<strong>de</strong>reçoverificar se a empresa realmente existe. Se ele abrisse em SãoPaulo ele po<strong>de</strong>ria cair num posto fiscal que essa pessoa queestava orientando ele não conhecesse, então em Osasco seriamais fácil porque ele conheceria o pessoal <strong>da</strong> fiscalização,inclusive ele fala que só tinha um que era novinho que erameio cri-cri que <strong>da</strong>va problema em Osasco, tinha um outro queera amigo <strong>de</strong>le que seria mais fácil, mas foi um caso isolado ea gente não i<strong>de</strong>ntificou que é essa pessoa.O Sr. ROGÉRIO NOGUEIRA – PDT – Fiscal ou chefe <strong>da</strong> políciafiscal?O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA – É fiscal.O Sr. ROGÉRIO NOGUEIRA – PDT – Só isso senhorPresi<strong>de</strong>nte.O Sr. PRESIDENTE – ROBERTO MORAIS – PPS – Nenhumquestionamento mais senhores <strong>de</strong>putados? Nós queremosagra<strong>de</strong>cer novamente a presença do doutor Victor HugoRodrigues Alves Ferreira <strong>de</strong>legado <strong>da</strong> Polícia Fe<strong>de</strong>ral setor <strong>de</strong>inteligência <strong>da</strong> polícia pelos importantes esclarecimentos.Muito obrigado pela sua presença, o senhor veio realmentenos <strong>da</strong>r mais informações realmente oportunas para a CPI <strong>da</strong>Guerra Fiscal, muito obrigado e suas consi<strong>de</strong>rações finais.O Sr. VICTOR HUGO RODRIGUES ALVES FERREIRA –Novamente eu quero parabenizar a Assembléia Legislativa poressa iniciativa que eu consi<strong>de</strong>ro <strong>da</strong> maior relevância. Apesar <strong>da</strong>frau<strong>de</strong> que a gente <strong>de</strong>tectou ter sido <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> bilhões <strong>de</strong>reais <strong>da</strong> até um pouco <strong>de</strong> <strong>de</strong>sânimo <strong>de</strong> saber que isso é só numsetor isolado que é o <strong>de</strong> frigoríficos, há tantos outros que temfrau<strong>de</strong>s possivelmente até mais sofistica<strong>da</strong>s do que essa, e quehá tempos que precisaria se fazer um trabalho. O foco <strong>da</strong> CPIna minha visão, se vocês me permitem, está corretíssimo, proporrealmente mu<strong>da</strong>nças na legislação, ver o que se po<strong>de</strong> fazerna estrutura <strong>da</strong> legislação do ICMS que pessoalmente eu consi<strong>de</strong>roa maior vilã <strong>de</strong>ssas frau<strong>de</strong>s é a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> legislaçãoque rege o ICMS, e muito disso não é nem culpa <strong>da</strong>Assembléia Legislativa e dos <strong>de</strong>cretos governamentais é <strong>da</strong>própria estrutura intrínseca do ICMS com essa questão <strong>de</strong>débito e crédito, crédito acumulados, isso gera to<strong>da</strong> sorte <strong>de</strong>frau<strong>de</strong>s. Se vocês realmente se interessarem no apanhado doque a gente já apurou, no relatório parcial <strong>da</strong> investigaçãoterei o maior prazer <strong>de</strong> enviar pra vocês e se for possível subsidiaresse trabalho <strong>de</strong> vocês, que eu volto a dizer, que eu consi<strong>de</strong>ro<strong>da</strong> maior relevância.O Sr. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS – PPS – Nós vamossolicitar sim para que nós tenhamos todo esse material aqui nanossa CPI, muito obrigado mais uma vez ao doutor VictorHugo Rodrigues Alves Ferreira.* * *Diário Oficial Po<strong>de</strong>r Legislativo terça-feira, 26 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 200728 – São Paulo, 117 (117)

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