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matéria técnicaDIRETRIZES NA RETICULAÇÃO E EXPANSÃODO EVA NO PROCESSO DE INJEÇÃO DIRETAResumo: Foram analisados cada um dos ingredientes essenciais de composição, as particularidadesdos mecanismos das reações envolvidas, suas correlações e interferências no controle do processode mistura e de injeção direta de compostos de EVA, <strong>para</strong> alcançar e manter a necessáriaestabilidade no processo e no controle de dimensional do produto final.I) IntroduçãoOs copolímeros de etileno-vinilacetato sãotermoplásticos obtidos através da copolimerizaçãode monômeros de etileno e acetatode vinila, com o conteúdo de acetato de vinilavariando desde 18 até 70%. O EVA é um"termoplástico" com ampla gama de aplicaçõesdistribuídas por diversos segmentosde mercado, destacadamente na indústria decalçados, onde se evidencia como "termofixo".O processamento como termofixo difere do termoplásticopor exigir outros conceitos e conhecimentosque normalmente não são <strong>em</strong>pregadosou mesmo exigidos quando o EVA é processadocomo material termoplástico.Como diferença marcante, por ex<strong>em</strong>plo, citamosa t<strong>em</strong>peratura do molde que deve sermantida acima de 170°C durante a expansãoe a reticulação, ao contrário do termoplástico,mantida sob resfriamento entre 5°C e 10°C.O processo de reticulação ou cura por peróxidosorgânicos do EVA, utiliza os mesmos conceitos,parâmetros e equipamentos de controlede produção <strong>em</strong>pregados na transformação decompostos de borracha <strong>em</strong> artefatos "termofixos".O processo de expansão de um termofixotambém difere do processo de expansão deum termoplástico <strong>em</strong> função dos mesmos conceitos,parâmetros e técnicas necessárias eenvolvidas na reticulação polimérica, especialmenteporque estes compostos desenvolverãopropriedades elásticas. Portanto, uma interdependênciade fundamental importância seestabelece entre o processo de expansão e oprocesso de reticulação.II) Os Peróxidos Orgânicos e a Reaçãode ReticulaçãoConhecer os tipos de peróxidos orgânicosdisponíveis no mercado, assim como estesse comportam <strong>em</strong> relação ao calor, t<strong>em</strong>poe t<strong>em</strong>peratura de processo, é fundamental <strong>para</strong>se definir o peróxido orgânico adequado areticulação de um polímero, <strong>em</strong> especial noprocesso de cura e injeção direta do EVA.Os peróxidos orgânicos são produtos que sedecompõ<strong>em</strong> a partir de uma certa t<strong>em</strong>peratura,<strong>para</strong> gerar radicais livres com energia capazde criar radicais poliméricos e estes ao reagir<strong>em</strong>entre si produz<strong>em</strong> ligações químicas do tipocarbono-carbono bastante estáveis e resistentesao calor, denominadas "ligações cruzadas".Dois principais grupos de peróxidos orgânicossão <strong>em</strong>pregados na reticulação de polímeros:os peroxiacetais e os dialquilperóxidos.O peróxido de dicumila (DCP), é o mais conhecidoe o que apresenta a maior eficiência entretodos os peróxidos orgânicos. Cada moléculapode gerar uma ligação cruzada. O DCP éhomologado pela FDA (Food and DrugAdministration) dos EUA <strong>para</strong> uso <strong>em</strong> artefatoscom contato direto com alimentos, o que lheconfere segurança neste específico aspecto.Entretanto, o DCP é o mais conhecido e o queapresenta a maior eficiência entre todos osperóxidos orgânicos.Porém, ele encontra restrições de uso devidoao odor adocicado e característico desenvolvidopor seus produtos de decomposição(acetofenona e cumil álcool), que por apresentar<strong>em</strong>baixa volatilidade têm maior dificuldadede r<strong>em</strong>oção e permanec<strong>em</strong> por maist<strong>em</strong>po no produto final.Mas, se o artefato é submetido a um tratamentotérmico "pós-cura", sob ar circulante<strong>em</strong> t<strong>em</strong>peraturas compatíveis com a integridadedo produto final, os subprodutos voláteisserão eliminados juntamente com o odor"característico". Esta prática é pouco usada,pois aumenta os custos de produção.Quando aplicado de modo adequado <strong>em</strong> certosprocessos, este procedimento ao contráriocontribuirá <strong>para</strong> um aumento significante deprodutividade. Logo, a solução encontrada<strong>para</strong> o probl<strong>em</strong>a foi o uso de um peróxidoorgânico cujos produtos de decomposiçãofoss<strong>em</strong> mais voláteis ou mesmo cujos odoresfoss<strong>em</strong> menos marcantes. É o caso do peróxidode bis (t-butila) - diisopropilbenzeno(DBIPB), que <strong>em</strong>bora não desenvolva produtosde decomposição com odores, não éaprovado pela FDA <strong>para</strong> uso <strong>em</strong> contato diretocom alimentos. Assim como os d<strong>em</strong>aisperóxidos, o DBIPB é menos eficiente quandocom<strong>para</strong>do ao DCP e, portanto "exige" aadição de um coagente <strong>para</strong> promover umaumento na densidade de ligações cruzadas.32 - <strong>Borracha</strong> <strong>Atual</strong>


No mecanismo de decomposição dos peróxidosorgânicos <strong>em</strong> radicais livres, a taxa ouvelocidade da reação de decomposição térmica,é regida por uma equação de primeiraord<strong>em</strong>, onde o intervalo de "t<strong>em</strong>po"necessário <strong>para</strong> que a metade do conteúdode peróxido seja decomposto é "constante"<strong>em</strong> uma determinada t<strong>em</strong>peratura e é chamadode "t<strong>em</strong>po de meia vida".O t<strong>em</strong>po de meia vida é utilizado <strong>para</strong> seestimar o quanto rápido um peróxido é capazde gerar radicais livres, sendo necessários 10(dez) t<strong>em</strong>pos de meia vida <strong>para</strong> a decomposição"total" de um peróxido orgânico.Os fabricantes de peróxidos orgânicos dispõ<strong>em</strong>de dados ou gráficos onde as t<strong>em</strong>peraturasde decomposição estão plotadas <strong>em</strong>relação ao t<strong>em</strong>po <strong>para</strong> vários peróxidos e<strong>em</strong> diferentes meios, inclusive <strong>em</strong> polímeros.Os t<strong>em</strong>pos de meia vida, entretanto, variamexponencialmente <strong>em</strong> relação às faixas det<strong>em</strong>peratura e a partir do t<strong>em</strong>po de meia vidaé que se determina o "t<strong>em</strong>po total" de cura.Nota-se que o t<strong>em</strong>po de meia vida de umperóxido varia de acordo com o meio ondeé decomposto. Abaixo os t<strong>em</strong>pos de meiavida <strong>em</strong> EPDM, um polímero olefínico, nat<strong>em</strong>peratura de 170ºC, de três dos maisconhecidos peróxidos orgânicos.DCP- t<strong>em</strong>po de ½ vida - 3 minutost<strong>em</strong>po de dez ½ vidas 30 minutosDBPH - t<strong>em</strong>po de ½ vida - 13 minutost<strong>em</strong>po de dez ½ vidas 130 minutosDBIPB - t<strong>em</strong>po de ½ vida - 8 minutost<strong>em</strong>po de dez ½ vidas 80 minutosOutro fator relevante a ser considerado é adefinição da quantidade de peróxido orgânico<strong>em</strong>pregada na reticulação, dosado <strong>em</strong> geralcomo os d<strong>em</strong>ais ingredientes da composição,ou seja, <strong>em</strong> (PCR) partes por c<strong>em</strong> partes deresina (polímero).Dev<strong>em</strong>os também consideraro conteúdo de oxigênio ativo do peróxidoorgânico <strong>em</strong> relação ao seu peso molecular eusar o conceito de equivalente peroxídico.Assim vejamos o ex<strong>em</strong>plo:Ao substituir <strong>em</strong> um determinado compostoo (DCP) peróxido de dicumila, que possui270 gramas de peso molecular ou equivalenteperoxídico, pelo (DBPH) peróxido de 2-5dimetil 2-5 bis (terc-butil) hexano, que possui290 gramas de peso molecular e sabendose tratar de um bis-peróxido, ou seja, maiorquantidade de oxigênio ativo, dev<strong>em</strong>os substituiros 270 gramas de (dcp) por 145 gramasde (DBPH), ou seja, seu equivalente peroxídico,como também sab<strong>em</strong>os que o (DBPH) é menoseficiente que o (DCP), "dev<strong>em</strong>os" combinartambém um "coagente" de reticulação.III) - Os Coagentes de ReticulaçãoOs coagentes são produtos, <strong>em</strong> geral monômerosreativos inibidos, que pod<strong>em</strong> vir a reagirentre si sob a ação do calor ou quando iniciadospela ação dos peróxidos orgânicos, <strong>para</strong>se transformar<strong>em</strong> <strong>em</strong> polímeros, mas quepod<strong>em</strong> também reagir com os radicaispoliméricos gerados pelos peróxidos a partirdas cadeias carbônicas do polímero.No caso do EVA, estes monômeros na verdadese enxertam nas cadeias poliméricasaumentando a ramificação, mas tambémpromovendo um aumento no número de ligaçõescruzadas, ou seja, na "densidade dereticulação". Dessa maneira, o conseqüenteaumento do peso molecular do polímero e dadensidade de ligações cruzadas fica d<strong>em</strong>onstradoo aumento da eficiência do peróxidoorgânico. Como conseqüência, observa-seuma redução na deformação permanente eno alongamento de ruptura, ao mesmo t<strong>em</strong>po<strong>em</strong> que, um aumento no módulo e na tensãode ruptura do composto ou do produto final.Os coagentes são incapazes de gerar radicais"poliméricos".IV) Parâmetros ReométricosA vulcanização através do uso do enxofre e acura peroxídica, através do uso de peróxidosorgânicos, são <strong>em</strong>pregadas com a mesmafinalidade, mas se distingu<strong>em</strong> do ponto devista dos recursos que permit<strong>em</strong> ao formuladoralterar os denominados parâmetrosreométricos de um composto.Na vulcanização além do enxofre são utilizadascombinações dos chamados aceleradorese até retardadores de vulcanização, queampliam e dão maior flexibilidade ao formulador<strong>para</strong> intervir no processo. Falamos dot<strong>em</strong>po de "scorch", t<strong>em</strong>pos intermediários et<strong>em</strong>po final de vulcanização além de permitirque sejam modificados tanto os tipos comoa taxa de reticulação por enxofre.Os mesmos recursos, não pod<strong>em</strong> ser utilizadosna cura peroxídica, onde o uso de peróxidosorgânicos por ter<strong>em</strong> mecanismos comcaracterísticas próprias de reatividade, limitama flexibilidade e pouco permit<strong>em</strong> ao químicoformulador interferir no processo.O intervalo de t<strong>em</strong>po no qual um compostofica submetido a uma elevada t<strong>em</strong>peraturae ainda é capaz de fluir <strong>para</strong> ser moldadoantes que se inicie o processo de vulcanizaçãoatravés do enxofre ou cura peroxídica, atravésde radicais livres, é denominado "t<strong>em</strong>po descorch" ou "t<strong>em</strong>po de queima". A partir desteinstante, t<strong>em</strong> início o processo de reticulação,caracterizado por uma acentuada redução dofluxo e acentuado aumento da viscosidade docomposto polimérico. Este processo se <strong>completa</strong>ao longo de um período de t<strong>em</strong>po que édenominado "t<strong>em</strong>po de vulcanização out<strong>em</strong>po final de cura". O processo é irreversívele o moldado é transformado <strong>em</strong> um termofixo.O t<strong>em</strong>po de scorch e o t<strong>em</strong>po de cura sãoparâmetros que pod<strong>em</strong> ser obtidos através deum instrumento denominado reômetro de discooscilante (ODR). O equipamento contém umacavidade mantida sob alta t<strong>em</strong>peratura, ondeuma quantidade do composto é reticuladaenquanto são medidos valores de torques <strong>em</strong>relação ao t<strong>em</strong>po, impostos pela oscilação<strong>em</strong> um determinado ângulo de um eixo rotor,<strong>Borracha</strong> <strong>Atual</strong> - 33


matéria técnicaos quais são plotados <strong>em</strong> um gráfico, definindoa assim uma curva ou um perfil reométricodo composto. A curva reométrica é peçade fundamental importância na análise e nodesenvolvimento de um determinado produtoou processo de reticulação.Embora proporcionando pouca flexibilidade,ainda assim o processo de cura ou reticulaçãoperoxídica permite um certo grau deinterferência. A escolha de um determinadotipo ou classe de coagente <strong>para</strong> uso <strong>em</strong> combinaçãocom um peróxido orgânico podereduzir tanto o t<strong>em</strong>po de scorch como o t<strong>em</strong>pofinal de cura, ou somente reduzir o t<strong>em</strong>po finalde cura. Com a ajuda do reômetro pod<strong>em</strong>ostambém analisar a ação de um coagente,bastando com<strong>para</strong>r as curvas reométricas deum mesmo composto com e s<strong>em</strong> o <strong>em</strong>pregodo coagente <strong>em</strong> avaliação.V) Os Agentes de Expansão OrgânicosOs agentes de expansão são produtos largamenteutilizados na produção de elastômerosesponjosos sejam eles artefatos plásticosou elásticos.São substâncias caracterizadas por apresentar<strong>em</strong>"b<strong>em</strong> definidas" faixas t<strong>em</strong>peraturasde decomposição ou melhor de "sublimação",pois se decompõ<strong>em</strong> a partir da forma sólidadiretamente <strong>para</strong> a forma gasosa.Ainda assim, pod<strong>em</strong> ter seus perfis ou curvasde decomposição modificadas através doisso dos chamados ativadores de decomposição.(quikers), a decomposição do"esponjante" ocorre <strong>em</strong> função de sua composiçãoquímica, de seus tamanhos médiosde partícula ou suas respectivas áreas superficiais,da t<strong>em</strong>peratura que são submetidose também do uso de ativadores. O agenteexpansor é também definido por seu comportamentofísico-químico e pode ser classificadocomo expansor endotérmico ou exotérmico.A ADC é um sólido de cor amarela apresentadona forma de pó e sua "total" decomposiçãoocorre <strong>em</strong> t<strong>em</strong>peraturas superiores a 205°C.Gera nas CNPT 220 cm³ de gás/grama,constituídos de 65% de nitrogênio, 35% d<strong>em</strong>onóxido de carbono e 3% entre dióxidode carbono e amônia. Os produtos de sua"total" decomposição são brancos. A azodicarbonamida(ADC) é o agente expansor maisindicado <strong>para</strong> o processo <strong>em</strong> questão poisé o agente expansor que produz o maiorvolume de gás por grama, não reage comos agentes de cura e é aprovado pela FDA.A tolueno sulfonil s<strong>em</strong>i-carbazida (TSSC) é umsólido de cor branca apresentado na formade pó e sua "total" decomposição ocorre<strong>em</strong> t<strong>em</strong>peraturas superiores a 215°C, usado<strong>em</strong> processos com altas t<strong>em</strong>peraturas. Geranas CNPT 140 cm³ de gás/grama, constituídosde 62% de nitrogênio, 30% de dióxidode carbono e 4% de monóxido de carbono.Os produtos de sua "total" decomposição sãobrancos. Seu rendimento é 40% menor quea ADC, t<strong>em</strong> maior custo e aprovação FDA.A oxi-bis benzeno sulfonil hidrazida (OBSH)é um sólido de cor branca apresentado naforma de pó e sua "total" decomposiçãoocorre <strong>em</strong> t<strong>em</strong>peraturas superiores a 155°Ce é altamente exotérmico. Gera nas CNPT 125cm³ de gás / grama constituídos de 95%de nitrogênio. Os produtos de sua "total"decomposição são brancos. Seu rendimentoé 50% menor que a ADC, t<strong>em</strong> maior custoe aprovação FDA. Porém, seu conteúdo deenxofre associado a baixa t<strong>em</strong>peratura dedecomposição pode desenvolver odor e reagircom insaturações poliméricas interferindo nareticu-lação de certos compostos.Poderia ser considerado o expansor ideal,já que sua faixa de t<strong>em</strong>peratura de decomposiçãoé a que mais se aproxima das t<strong>em</strong>peraturasde decomposição ou ação dos peróxidosorgânicos indicados <strong>para</strong> a reticulaçãopolimérica. Infelizmente o OBSH não podeser <strong>em</strong>pregado <strong>em</strong> altas concentrações napresença de substâncias oxidantes, casodos peróxidos orgânicos, pois ao interagir<strong>em</strong>,o peróxido orgânico e o agente expansor,o peróxido perde sua ação de gerar radicaispoliméricos sendo parcialmente consumido,enquanto o agente expansor se decompõeatravés de violenta reação.No processo de injeção há uma maior interdependênciaentre o mecanismo da decomposiçãodo agente expansor e da decomposiçãodo peróxido orgânico, há na realidade a necessidadede se manter um adequado sincronismoentre o processo de expansão e o processode reticulação quase que ao longo de todo oprocesso de cura. Uma cura pr<strong>em</strong>atura impedeo desenvolvimento volumétrico dos gasesde expansão, enquanto uma cura mais lentairá permitir uma descontrolada ou inadequadaevolução de gases resultando <strong>em</strong> célulasabertas e bastante volumosas formando umaespécie de "caverna" no interior do expandido.Em ambas situações, as características apresentadaspelo produto expandido indicama falta de sincronismo e a necessidade deajustes de um ou de ambos, <strong>para</strong> a correçãodas distorsões e ou das variações dimensionaisdo artefato.VI) Os Ativadores de ExpansãoOs ativadores (quikers) são produtos queinterfer<strong>em</strong> na "estabilidade" dos agentesexpansores, aumentando a velocidade comque estes se decompõ<strong>em</strong>, na verdade,aumentando o volume de gás gerado <strong>em</strong>relação ao t<strong>em</strong>po, ou melhor, <strong>em</strong> relaçãoa um "determinado" intervalo de t<strong>em</strong>po.Dessa forma, os ativadores alteram os perfisdas curvas de decomposição dos agentesexpansores b<strong>em</strong> como o grau de expansãodo produto que os contêm. A azodicarbonamidaé um produto de constituição34 - <strong>Borracha</strong> <strong>Atual</strong>


química definida com a propriedade de sublimar "totalmente" <strong>em</strong>t<strong>em</strong>peraturas superiores a 205°C. Se um composto contendo azodicarbonamida(ADC) for processado <strong>em</strong> t<strong>em</strong>peraturas inferiores, serápossível detectar tons amarelados nos produtos expandidos indicandoa existência de ADC não decomposta, ainda que se useativadores ou quickers.alcançado com o uso de um tipo de EVA contendo maior teor de vinilacetato<strong>em</strong> relação ao que se está <strong>em</strong>pregando, já que um EVA commaior conteúdo de vinilacetato menos cristalino. Fica óbvio que aescolha de uma alternativa deve ser avaliada sob os vários aspectosdo processo b<strong>em</strong> como preço ou custo final.O uso ou combinação de um ou mais ativadores (quickers) é degrande valia na busca do sincronismo necessário entre o processode expansão e o processo de reticulação, s<strong>em</strong>pre observando a t<strong>em</strong>peraturade trabalho imposta ao processo. São b<strong>em</strong> conhecidos elargamente <strong>em</strong>pregados o óxido de zinco, o estearato de zinco e a uréiatratada entre outros. Como cada um destes produtos pod<strong>em</strong> ter especificaçõestécnicas variadas, suas propriedades e características irãoobviamente afetar seu des<strong>em</strong>penho ou resposta como ativadoresdo processo de expansão. Portanto, é muito importante uma precisaavaliação das especificações dos ativadores <strong>para</strong> se obter exatamenteo que espera deles no processo. Uma vez definidas as densidadesdo composto e do produto final, b<strong>em</strong> como o sist<strong>em</strong>a ativador, serápossível estimar tanto a quantidade de agente expansor a ser <strong>em</strong>pregadacomo o peso de composto a ser injetado <strong>em</strong> cada cavidadedo molde, tomando-se como referência o volume da cavidade e ovolume de gases gerados.VII) Mistura com Outros ElastômerosA mistura com outros elastômeros <strong>em</strong> especial os insaturados pode ser<strong>em</strong>pregada, porém as duplas ligações da insaturação, mais reativas,irão certamente alterar o perfil da curva reométrica, reduzindo o t<strong>em</strong>pode scorch durante a expansão, interferindo ao mesmo t<strong>em</strong>po naeficiência e na ação do ativador na expansão.Como a "reologia" de um polímero amorfo, por ex<strong>em</strong>plo a borrachanatural (NR), é distinta da "reologia" de um polímero com elevadoíndice ou conteúdo de cristalinidade, como é o caso do EVA, a homogeneidadedo composto irá também estar comprometida, neste casoé possível identificar duas fases distintas no composto, e portantoo benefício esperado não será atingido.Bastante comum é também a recomendação do uso de borracha deetileno-propileno (EPDM) <strong>em</strong> misturas com EVA já que ambos sãopolímeros olefínicos bastante compatíveis e a mistura é homogênea.Entretanto, neste caso a densidade de reticulação e deformaçãopermanente ficam prejudicadas. O caráter mais elástico, transferidoao composto/ produto com o uso de um polímero amorfo é tambémVIII) As Cargas de Enchimento e os PlastificantesAs cargas minerais de enchimento como o carbonato de cálcio precipitado,alguns tipos de silicatos, pequena quantidade de sílica <strong>para</strong>promover uma melhor resistência ao rasgo e a abrasão ou mesmouma pequena quantidade de plastificante do tipo éster (DOP, DOA, DOS)<strong>para</strong> facilitar o processo, pode ser <strong>em</strong>pregada. O nível e o tipo de plastificanteestão relacionados com sua compatibilidade. As quantidadesde carga mineral e de óxido de zinco (quicker), precisam ser b<strong>em</strong> analisadas<strong>para</strong> não contribuír<strong>em</strong> negativamente com a densidade final,l<strong>em</strong>brando que estes produtos possu<strong>em</strong> elevados pesos específicos.IX) Os Auxiliares de ProcessoEstá disponível no mercado uma ampla gama de agentes químicos deprocesso, os lubrificantes internos e externos, e é muito importanteatentar <strong>para</strong> o fato que certos agentes de processo interfer<strong>em</strong> na reaçãode decomposição do agente expansor ou com o peróxido orgânico,reduzindo sua eficiência. Devido a sua neutralidade química, a cera depolietileno é o agente de processo de melhor des<strong>em</strong>penho s<strong>em</strong> causarinterferências ou prejuízos ao processo. O uso do polietileno glicol(PEG) como auxiliar de fluxo e como corretor de acidez quando sílicaestá incorporada, não é proibido, entretanto como também é umativador, este aspecto não pode ser desprezado.X) O CompostoNo desenvolvimento do composto, o formulador deve utilizar o conceitoda simplicidade, reduzindo ao máximo a possibilidade de gerarinterações ou reações <strong>para</strong>lelas entre os ingredientes. Um compostoque exigirá ainda um bom volume de trabalho <strong>para</strong> ser ajustada aoprocesso e equipamentos disponíveis, v<strong>em</strong> sugerido a seguir:1 - copolímero de EVA com 18% de VAC 100,0 PCR2 - carbonato de cálcio precipitado 15,0 "3 - bióxido de silício 5,0 "4 - dioctil éster 2,0 "5 - cera de polietileno 1,0 "6 - agente expansor 3,0 "7 - ativador 2,5 "8 - peróxido orgânico 1,8 "9 - coagente 1,0<strong>Borracha</strong> <strong>Atual</strong> - 35


matéria técnicaXI) Processo de MisturaEm misturador fechado (tangencial ou intermix),mas que preferencialmente possibiliteum controle na variação de velocidade d<strong>em</strong>istura, <strong>em</strong> especial se dispor de um sist<strong>em</strong>ade monitoramento e controle bastante eficazda t<strong>em</strong>peratura "do composto" é uma, se nãoa maior garantia, <strong>para</strong> se obter a estabilidadenecessária e exigida na reticulação e expansãode um composto de EVA <strong>para</strong> o processode injeção.Primeiro Passo:Misturar (1+2+3+4+5) até quea t<strong>em</strong>peratura do composto atinjaaproximadamente 130°Cos efeitos negativos e de maior impacto, quecertamente acarreta este tipo de procedimento.Ao longo do processo de injeção, o compostoestará sujeito a esforços mecânicos e a umcisalhamento, mais que suficientes.XII) A Injeção DiretaA definição do perfil de t<strong>em</strong>peratura de trabalhoda injetora <strong>em</strong> sua diversas zonas, dependeráprincipalmente do t<strong>em</strong>po de "scorch" estabelecido<strong>para</strong> o composto e irá variar de 80°Caté 120°C, enquanto o t<strong>em</strong>po de residênciado composto no corpo da injetora, dependeráda sua capacidade, velocidade de injeção,t<strong>em</strong>po ou ciclo total de cura e número decavidades do molde.Segundo Passo:Em T<strong>em</strong>peratura agora de aproximadamente90°C preferencialmente com a imposiçãode maior velocidade de mistura, adicionar(6+7+8+9)O t<strong>em</strong>po de cura deverá se situar entre 3,0e 3,5 minutos e será totalmente dependentedos sist<strong>em</strong>as de reticulação e expansãoe claro da definição da t<strong>em</strong>peratura do moldea eles relacionados.O uso "the batch off" por imersão <strong>em</strong> águadeve ser evitado, já que a possível absorçãode água "irá certamente" alterar o perfil dedecomposição do sist<strong>em</strong>a expansor e reduziráa eficiência do peróxido. A estabilidade docomposto na injeção também é dependentede suas propriedades reológicas.Submeter um composto ao processo de peletização,a menos que seja <strong>em</strong> contínuo ou sejalogo <strong>em</strong> seguida ao processo de misturae de forma bastante rápida <strong>para</strong> não aumentaro histórico de calor do composto e não interferir<strong>em</strong> d<strong>em</strong>asia no t<strong>em</strong>po de meia vidado peróxido <strong>para</strong> preservar ao máximo suaspropriedades reológicas e físicas.A prática da peletização t<strong>em</strong> também comobase promover uma maior homogeneidadedo composto, mas <strong>em</strong> geral não consideraXIII) ConclusãoO conhecimento dos mecanismos de reaçãodos peróxidos orgânicos e reação de decomposiçãodos agentes expansores, de qu<strong>em</strong>odo atuam os coagentes e os ativadores deexpansão ao longo dos processos de expansãoe de cura, além das interferências quecada um dos ingredientes da fórmula, poderáexercer sobre os perfis das curva de expansãoe curva de reticulação.Somados aos cuidados e controles doprocesso de mistura do composto, são"a chave" <strong>para</strong> o desenvolvimento de compostosde EVA expandidos e reticulados <strong>para</strong>uso no processo de injeção direta e a conseqüentedefinição dos parâmetros de controlea ser<strong>em</strong> adotados <strong>para</strong> o equipamento deinjeção disponível e assegurar o perfeitocontrole dimensional do produto final.Marco AntonioCardello,Engenheiro Químicoe Consultor36 - <strong>Borracha</strong> <strong>Atual</strong>

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