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PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E VIDA LITERÁRIA - UNESP-Assis

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marco do início do movimento simbolista no país, graças à publicação das obras, deautoria de Cruz e Sousa, Missal e Broquéis, – esta anunciada pela Gazeta comosendo “[...] versos de moço, quase sempre cantando as harmonias da carne, e nãoraro fazendo-os com exuberâncias de estilo, que vão até a obscuridade”. (GAZETA deNotícias, 1893, p. 1)No que tange à recepção do Parnasianismo e do Simbolismo no territórionacional, viu-se que o primeiro foi supremo na preferência do público leitor. Quanto àcrítica, observou-se uma série de escritos que depreciava o Simbolismo. A estéticasimbolista era entrevista, na época, enquanto um movimento não representativo delinguagem, que se distanciava do referencial da realidade e do imitativo, o que eraalmejado pela literatura do período. (CARA, 1983, p. 10) Os versos de caráterparnasiano apresentavam, por exemplo, regras sintáticas fixas e artifícios retóricos, oque os tornava claros, no que concerne à compreensão (ASSUMPÇÃO, 1979, p. 35);realizavam, por meio do léxico, o discurso do domínio e do poder, em um ritual deestabelecimento de uma “fantasia verbal”.As obras de cunho lírico publicadas na Gazeta de Notícias denotam asupremacia do Parnasianismo frente ao Simbolismo. Em tal folha, obras de autorescomo Alphonsus de Guimaraens raramente eram publicadas. Em contrapartida, o jámencionado Alberto de Oliveira, além de Olavo Bilac e Magalhães de Azeredo,divulgavam com assiduidade suas estrofes na Gazeta. Igualmente, críticasdepreciativas relativas ao poeta Cruz e Sousa, maior representante da estéticasimbolista no Brasil, ganharam espaço no jornal em questão. A exemplo do queocorreu na França, como a publicação Les déliquescences d´adoré Floupette (1885),de Beauclair e Vicaire, consta da Gazeta de Notícias um escrito da autoria deMagalhães de Azeredo (AZEREDO, 1893, p. 1-2) no qual o poeta, em sua coluna“Homens e Livros”, fez duras considerações concernentes à obra Missal, de Cruz eSousa, afirmando terem sido os textos desse último “literatura de manicômio”.Encontraram-se, também, textos satíricos que ridicularizavam a produção poética e afigura do poeta catarinense, alcunhado “Dante Negro” pelos seus. Esse é o caso, porexemplo, dos poemas “Na costa d’África”, (CRUZ, 1893, p. 3) assinado por Souza eCruz, e “Chorar”, de Pedro Malazarte:ChorarAntes chorar! Mais fácil nos parece.Porque o chorar nos ilumina e aquecenesta noite gelada do existirCruz e Souza.253

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