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PARNASIANISMO, SIMBOLISMO E VIDA LITERÁRIA - UNESP-Assis

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A bela dama ruiva e descansada,De olhos longos, macios e perdidosC’um dos dedos calçados e compridosMarca a recente página fechada.Cuidei que, assim pensando, assim caladaDa fina tela aos floridos tecidos,Totalmente calados os sentidos,Nada diria, totalmente nada.Mas, eis da tela se despega e anda,E diz-me: “– Horácio, Heitor, Cipião, Miranda,C. Pinto, X. Silveira, F. Araújo,Mandaram-me aqui para viver contigo”Ó bela dama, a ordens tais não fujo,Que bons amigos são! Fica comigo. (MACHADO DE ASSIS, 1895,p.1, 5. col.)Um exemplo de poema de circunstância característico, do qual o tema é olamento da morte de um parente, foi publicado em 1892, com a assinatura de CarmenAndrett. Intitulado “Lágrimas”, o poema denota, além do derramamento excessivo desentimentos, o esforço da autora em vencer as barreiras da metrificação, o que erauma exigência da estética parnasiana vigente na época. “Lágrimas” possui medidaregular, contando com três estrofes, cada qual dotada de seis versos; as rimastambém apresentam esquema regular, e os versos alternam-se em hexassílabos edecassílabos – sendo estes últimos os mais cultivados no período:Rosa branca que abristes, à luz do dia,Vivendo uma só hora de alegriaCom sorrisos de amorLinda sucena, que vivestes rindoJunto ao riacho, o vento te impelindoCaístes em chãos de dor.Que resta? ... Uma só folha acaso visteNesse jardim do mundo?... onde é que existeMortal dizes, que é minha!...Mentira! Oh! sim mentira! ... a tempestadeDa morte pavorosa – sem piedadeTudo levou daninha!Félix, Félix, ó filho queridoDe seus pais amante, a maior ventura,De seus avós a alegria,Era!... era, meu Deus, e a morte irada,Com sopro arrebatou-o ao triste nada,Àquela campa fria. (ANDRETT, 1892, p.2, 7.col)O poema cujo primeiro verso é “Os mimosos da sorte que te ofertem”, de1894, é assinado por A. da Silva e oferecido ao “popular e ativo negociante brasileiroJoão Batista da Silva.”. Configura-se como expressa via de bajulação e é, assim como255

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