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Baixar arquivo - Conselho Federal de Psicologia

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tivo <strong>de</strong> normalizar os sujeitos, em geral alunos e seus familiares. A oferta<strong>de</strong> nossa direção <strong>de</strong> trabalho, cuja orientação ética propõe a <strong>de</strong>sconstruçãodos processos <strong>de</strong> medicalização e psicologização dos problemasescolares, ten<strong>de</strong> muitas vezes a frustrar a expectativa dos educadores,fazendo com que alguns recuem em seu pedido em função das dificulda<strong>de</strong>sem reconhecer as próprias limitações e construir uma proposta <strong>de</strong>trabalho a partir <strong>de</strong>sse impossível.Nesse caso, a falta − aquilo que limita todo sujeito − não é tomadacomo fator que cause o <strong>de</strong>sejo do professor e precipite o ato educativo, mascomo algo que o impossibilita. Como afirma Lajonquière (1999),“Isso que sempre falta ao/no presente é, precisamente, a distância queo separa do i<strong>de</strong>al existencial. O adulto, em vez <strong>de</strong> experimentá-lo comouma impossibilida<strong>de</strong> e, por conseguinte, como uma dívida sempre simbólica,vive esta diferença no registro imaginário da impotência” (LA-JONQUIÈRE, 1999, p. 190).Para enten<strong>de</strong>rmos um pouco melhor <strong>de</strong> que falta falamos e qualsua função, façamos pequena incursão na dinâmica <strong>de</strong> constituição dosujeito − que não é dado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento, mas se produz na relaçãocom o outro. Quando nasce um bebê humano, normalmente há alguémque ocupa para ele a função materna, que consiste em proporcionar-lheas condições necessárias à manutenção <strong>de</strong> sua vida, dada sua imaturida<strong>de</strong>para sobreviver <strong>de</strong> maneira autônoma. A relação que se forma entreo sujeito e o outro materno é simbiótica, em que nada parece faltar. Esseé um momento importante e necessário para a constituição do sujeito,pois esta relação quase exclusiva implica um investimento libidinal nacriança, como objeto amado e <strong>de</strong>sejado.Também é importante que tão logo a mãe possa <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> se ocuparexclusivamente do bebê e direcionar-se a outros objetos quaisquer. Esse momentosinaliza para o sujeito o fato <strong>de</strong> que nada po<strong>de</strong> preencher completamenteo <strong>de</strong>sejo — o da mãe e, portanto, também o <strong>de</strong>le — , motivo peloqual, invariavelmente, os objetos satisfazem apenas parcialmente e o sujeito éobrigado a lançar-se constantemente em busca <strong>de</strong> outros objetos.Essa falta não constitui marca negativa − como se po<strong>de</strong>ria pensarem um primeiro momento −, pois é por sermos <strong>de</strong>sejantes que investi-131

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