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Baixar arquivo - Conselho Federal de Psicologia

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tantemente <strong>de</strong>stituídos. Não há sofrimento pela falta, mas sofrimentopor impedirem o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> produzir a realida<strong>de</strong>. Não há impossibilida<strong>de</strong>sno real, sabemos que é o oposto, o real é essa existência <strong>de</strong> que tudo épossível (DELEUZE; GUATTARI, 1976).A falta não é originária do <strong>de</strong>sejo, ela é distribuída e organizada na produçãosocial, <strong>de</strong> acordo com as relações <strong>de</strong> produção estabelecidas. Essa prática dovazio e do medo <strong>de</strong> sentir falta é dominação <strong>de</strong> uma classe dominante <strong>de</strong> mercado.Aprisionar o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> uma produção real que se supõe externa a ele comoinatingível, que se posiciona nas exigências da racionalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixando-o apenascomo uma produção <strong>de</strong> fantasma, fora do real (DELEUZE; GUATTARI, 1976).O real, <strong>de</strong> acordo com a esquizoanálise, é composto por três superfíciesimanentes entre si que contêm cada uma sua energia própria: produção/libido,consumo/voluptas e registro/númem. A superfície <strong>de</strong> produçãoé composta pelo corpo sem órgãos e pelas máquinas <strong>de</strong>sejantes. O corposem órgãos é o corpo sem vida, mas não se trata <strong>de</strong> um organismo, jáque ele comporta matérias e energias não vetorizadas ou potencializadascomo forças. O corpo sem órgãos é correspon<strong>de</strong>nte ao grau zero <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>,entretanto, quando suas matérias e energias são ativadas ouagenciadas por dispositivos, seu campo <strong>de</strong> forças e matérias se intensificapassando a funcionar o <strong>de</strong>sejo produtivo, que se cobre pelas conexõesdas máquinas <strong>de</strong>sejantes, criando, singularizando e gerando as diferençase agindo como força instituinte (BAREMBLIT, 1994).O conceito <strong>de</strong> corpo sem órgão é retirado <strong>de</strong> Artaud. Ele consi<strong>de</strong>raque, para se liberar o corpo dos sistemas <strong>de</strong> controle que nos transformamem autômatos sem <strong>de</strong>sejo, é preciso produzir um corpo sem órgãos, poiso organismo (a moralida<strong>de</strong>) é o inimigo do corpo. O corpo sem órgãos é olimite on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>sejo po<strong>de</strong> partir e nascer novamente (ADAIME, 2007).Entretanto, como o corpo sem órgão é produção, ele também é antiprodução.De acordo com Cida<strong>de</strong> (2007, p. 73),Talvez o exemplo mais claro <strong>de</strong> como o CSO opera é <strong>de</strong>monstrado pelocorpo sem órgãos e o capital, para o capitalista. O capital é o que permitea circulação da mais valia no capitalismo. Ele não produz nada, no entanto,move a produção capitalista, fazendo com que novas máquinas sejamenganchadas em si, capturando uma <strong>de</strong>terminada produção <strong>de</strong>sejante,produzindo mais valia.82

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