13.07.2015 Views

Correio 2004

Correio 2004

Correio 2004

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Na cultura da soja, a obtenção de uma lavouracom população adequada de plantas dependeda correta utilização de diversas práticas.Destas, são essenciais o bom preparo do solo, asemeadura em época adequada e em solo comboa disponibilidade hídrica, a utilização corretade herbicidas e a boa regulagem da semeadora(densidade e profundidade). Porém, o sucessodessas práticas está condicionado à utilizaçãode sementes de boa qualidade (França Neto& Henning, 1984). Em situações em que asvelocidades de germinação e emergência deplântulas venham a ser prejudicadas, o tratamentodas sementes com fungicidas específicospropiciará uma proteção extra às sementes.O tratamento químico de sementes, visandoao controle de doenças transmitidas porsementes, é uma prática antiga. Seu relatomais remoto, segundo Machado (2000), datade 1637, envolvendo o tratamento desementes de trigo com água salina, objetivandoo controle de Tilletia caries ou T. foetida.Segundo relatos históricos, sementes de trigocoletadas em um barco que havia naufragadoem águas britânicas, ao serem semeadas,deram origem a plantas sadias, livres dessespatógenos, fato esse que não ocorria emsementes produzidas na própria região e nãosubmetidas ao tratamento salino.Mais tarde, em 1755, Matthieu de Tillet,botânico francês, recomendou o uso de calcárioe cal para o tratamento químico desementes de trigo (Copeland & McDonald,1995). Cinqüenta anos mais tarde, Prevost,botânico suíço, introduziu o uso de sulfato decobre para o tratamento de sementes.Entretanto, um novo conceito de tratamentoquímico de sementes foi lançado na décadade 1920, com a utilização de fungicidas mercuriaisorgânicos, os quais, algumas décadasdepois, tiveram sua utilização proibida, devidoaos problemas ambientais que podem sercausados pelos compostos à base de mercúrio.Esse fato demandou o desenvolvimentode outros fungicidas mais eficazes e quenão apresentassem as implicações ecológicasdos mercuriais.RecomendaçõesNo Brasil, especificamente para a sementede soja, a primeira recomendação oficial dotratamento com fungicidas foi feita pelaEmbrapa Soja, em 1981 (Henning et al.,1981). Naquela ocasião, o tratamento desementes passou a ser recomendado apenaspara situações em que a semeadura fosse efetuadaem solos com baixa disponibilidadehídrica. Essa recomendação visava à proteçãoda semente contra fungos habitantes dosolo, como Aspergillus spp., Fusarium spp. eRhizoctonia solani. Um fato curioso: nessaprimeira recomendação, o tratamento desementes de soja era indicado para ser realizadoimediatamente antes da semeadura, nãosendo aconselhada a sua realização antes oudurante o período de armazenagem. Essarecomendação restrita baseou-se em resultadosde pesquisa que não mostravam vantagensem se tratar a semente antes ou duranteo armazenamento. Devido a um sistema decontrole de qualidade não muito eficaz, temiaseque possíveis prejuízos pudessem ocorreraos produtores de sementes, os quais, aotratarem eventualmente um lote com qualidadeduvidosa, poderiam ter, por ocasião dasemeadura, um lote com germinação abaixodo padrão mínimo de 80%. Assim, a não comercializaçãode lotes tratados representariagrandes prejuízos ao produtor, pois essassementes não poderiam ser comercializadascomo grãos para consumo humano ou animal.O tratamento de sementes de soja com fungicidas,que, na safra 1991/92, não atingia1/04 CORREIO 21

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!