Na primeira etapa dessa adequação ambiental,assim como deve ocorrer em todos projetosdessa natureza, realizou-se o levantamentoflorestal, ou seja, foi feita a identificaçãodas espécies de plantas presentes no entorno,foram determinadas as distâncias mínimasentre as margens da lagoa e o início do cultivoe definiu-se a solução mais adequada paraa recuperação da área em questão.O planejamento adequado permite queocorra a perpetuação da floresta, isto é, queapós o manejo inicial, ela seja auto-suficienteno seu desenvolvimento, processo noqual algumas plantas mais velhas vão morrendoe outras novas vão nascendo, numasubstituição natural ao longo do tempo.Foram retiradas algumas plantas cítricas, quese encontravam em local inadequado e emdesacordo com o Código Florestal, que exigeque se respeitem determinadas distâncias mínimasao redor de qualquer fonte d’água, sejanatural ou artificial.Depois disso, foram plantadas 4 mil mudas deespécies nativas e frutíferas, sendo estas reproduzidasem viveiros, que serviram para reconstituiro local, atraindo também a fauna nativa.Rio Pardinho - RSO que a legislação prevêDe acordo com a Lei Federal 4.771, de 15 desetembro 1965, que instituiu o CódigoFlorestal, alterada pela Lei 7.803 de 1989,são consideradas áreas de preservação permanenteas florestas e demais formas de vegetaçãonatural situadas ao longo dos rios oude qualquer curso d’água. Dependendo dalargura e do tipo desse corpo d’água, existeuma determinada faixa em metros a serpreservada.26 CORREIO 1/04
O projeto piloto foi implantado no Estado de São PauloLocal em recuperação - SP Fase inicial - SP Plantas em desenvolvimento - SPOs corpos d’água que usualmente existemnuma propriedade rural são nascentes, córregos,rios, lagos, represas e açudes. Parapreservar esses mananciais, é necessária aadoção de práticas adequadas de conservaçãodo solo e manejo da área cultivada e, nãomenos importante, de conservação da vegetaçãodo entorno desses mananciais.Geralmente, essa vegetação é uma florestaque está distribuída na forma de pestanas aolongo de um curso d’água, sendo comumenteconhecida como "floresta ciliar" ou, nasáreas de cerrado, como "floresta de galeria".No entanto, no lugar das árvores que compõemuma floresta, muitas vezes pode-seencontrar um campo úmido, que é uma vegetaçãonativa composta por ervas e arbustos.A vegetação nativa presente no entorno doscorpos d’água funciona como reguladora dofluxo de água, dos sedimentos e nutrientesentre os terrenos mais altos da bacia hidrográficae o ecossistema aquático, desempenhandoo papel de filtro entre as partes utilizadaspelo homem para a agricultura e arede de drenagem.Nas áreas florestais, as copas das árvoresinterceptam e absorvem a radiação solar,contribuindo para a estabilidade térmica doscursos d’água.Devido à sua importância na manutenção doscursos d’água, e o seu papel como hábitatpara a fauna silvestre, é necessária e obrigatóriapor lei a conservação ou a revegetaçãode campos e florestas nas margens doscursos d’água e a sua efetiva proteção contraincêndios e agentes poluidores.Novos projetosRecentemente, a Bayer CropScience iniciouprojeto similar no Rio Grande do Sul, emparceria com a UNISC – Universidade deSanta Cruz do Sul, a AFUBRA – Associaçãodos Fumicultores do Brasil e o SINDIFUMO– Sindicato da Indústria do Fumo. Nesse projetobusca-se a recuperação via reflorestamentoda mata ciliar nas margens e encostasdo rio Pardinho, em propriedade agrícolalocalizada no município de Santa Cruz doSul.Após o levantamento florestal visando àidentificação das espécies de plantas presentesno entorno, foi realizada uma limpezaem decorrência do acúmulo de entulhosdepositados na encosta do rio Pardinho e oplantio no início deste ano de mais de 1.200mudas de espécies nativas.É muito importante o acompanhamento nafase pós-plantio, pois adubações, controle deformigas, capinas e aguações se fazemnecessárias.A implantação desse projeto irá proporcionarum maior nível de proteção nessafaixa da encosta do rio Pardinho e espera-secom isso que os demais produtores daregião possam sentir-se motivados a adotáloe assim ajudar na recuperação da baciahidrográfica desse rio.Crianças de escolas ligadas às secretariasestadual e municipais da região serão convidadasa visitá-lo bem como a desenvolvertrabalhos escolares a respeito, ajudando nasua divulgação.Mais iniciativasNeste mesmo ano, é intenção da empresalançar também um outro Projeto Águas emGoiás, onde já se iniciaram os entendimentospreliminares.Visando a contribuir na orientação aosagricultores quanto à proteção dos corposd’água, foi elaborado um manual com informaçõesúteis, juntamente com um encartesobre a produção de espécies nativas nas propriedadesagrícolas.A Bayer CropScience, ao lançar tais projetose disponibilizar materiais educativos*, tempor objetivo colaborar na orientação aosagricultores e incentivá-los a desenvolver emsuas propriedades projetos similares, visandoà proteção dos corpos d’água, oferecendoassim meios para que possam manter umrelacionamento harmonioso com o ambientee contribuir para a tão desejada sustentabilidadeda agricultura.* o Manual de Orientação (com encarte) e ovídeo do Projeto Águas estão disponíveisno site da empresa: www.bayercropscience.com.brAutoria: Departamento Pesquisa & DesenvolvimentoÁrea Stewardship - Bayer CropScience1/04 CORREIO 27