29um repertório maior de rotinas de classe, conseguem se adaptar mais facilmente àsdiferentes situações de sala de aula.Outra abordagem, é subjetivainterpretativa 22 que focaliza as dimensões fenomenológicas einteracionistas dos saberes <strong>docente</strong>s. Procura demonstrar a relação subjetiva que o <strong>docente</strong>estabelece com as diferentes facetas do seu trabalho e como isto intervém na constituição dossaberes e no exercício da <strong>sua</strong> prática. Os saberes são identificados com as imagens que o professortem da prática <strong>docente</strong> e tais imagens são perpassadas por valores, emoções e necessidadesexperimentadas pelo sujeito. Nesta abordagem estão incluídos os trabalhos que valorizam abiografia dos <strong>docente</strong>s e <strong>sua</strong>s histórias de vida, tentando compreender as relações entre o sujeito,<strong>sua</strong> história e <strong>sua</strong> situação de trabalho.Já a abordagem curricular 23 , investiga a transformação dos saberes — osconhecimentos ligados ao ensino, aos conteúdos das disciplinas, aos programas a seremensinados — no contexto da sala de aula.Uma outra abordagem é a profissional 24 onde o saber <strong>docente</strong> é tomado a partir dasdeliberações do próprio sujeito — o professor — considerado como produtor de saberes,que existem e emergem da prática profissional. Os professores desenvolvem um saberprático diante da prática, que é sempre imprevisível e ambígua, o que exige do professoruma capacidade artística, de invenção, de adaptação à realidade do ensino que é dinâmica eestá sempre em transformação. Vários estudos, mesmo partindo de conceitualizações eproposições teóricas diferentes, foram agrupados junto à abordagem profissional. 25A outra síntese, apontada por Borges (2001), é o trabalho de Gauthier et al (1998):consiste em uma descrição bem elaborada das pesquisas que ficaram conhecidas naAmérica do Norte como knowledge (conhecimentos). Os autores incluídos nesta síntesesão aqueles que investigam a natureza dos saberes que dizem respeito ao ato de ensinar,buscando identificar um repertório de conhecimentos que os <strong>docente</strong>s dominam noexercício da <strong>sua</strong> função. Entre os vários objetivos das pesquisas (definir “pedagogia” e ummodelo de análise da mesma; determinar qual seria o repertório de conhecimentos relativosao ensino que os professores deveriam dominar), buscam sobretudo apresentar um22232425Segundo Martin, constituemse exemplos clássicos dessa abordagem os trabalhos de Elbaz (1983) eClandinin (1986).Um dos trabalhos destacados nesta tipologia é o de Shulman.De acordo com Martin, nesta abordagem estão contidos os trabalhos de FeldmanNemser (1990) e deShön (1983) e estudos como os de Hammersley (1984), Nias (1984) e Bekenley (1986).Entre estes figuram os trabalhos de Shön (1983, 1987), Calderhead (1988), Houston e Clift (1990) e aindaa pesquisaação através de Stenhouse e Elliot (1992).
30panorama da evolução das pesquisas sobre a eficácia do ensino e, a partir daí, identificar ossaberes necessários á profissão <strong>docente</strong>.Gauthier (in Borges, 2001) apresenta três paradigmas das pesquisas sobre oensino 26 :Um dos enfoques é o processoproduto, já apresentado por Shulman (1986): nesteenfoque o professor é considerado como “um gestor de comportamentos que deveorganizar os processos de ensino, visando a aprendizagem do <strong>aluno</strong>”. Tudo o que se referea outros elementos, que não sejam referentes aos comportamentos do professor e seusefeitos imediatos sobre os <strong>aluno</strong>s, não é considerado como relevante.O outro é o cognitivista. Embora centrado nos aspectos cognitivos e na construçãode esquemas de pensamento com base nas contribuições de Piaget e Vigotsky, o queGauthier e seus colaboradores buscam evidenciar são os estudos que se constituíram naschamadas “ciências da cognição” que marcaram o campo das pesquisas na América doNorte, a partir dos anos 70. Entre estes estudos podese evidenciar: os que se referem aopensamento dos professores (considerandose a complexidade do ofício <strong>docente</strong> ereconhecendo que os professores utilizamse de “conhecimentos contextualizados,interativos e especulativos”) e aqueles, considerados os mais importantes, que se referemao processamento da informação e à construção do conhecimento no processo ensinoaprendizagem.No entanto introduz uma forma de compreender a cognição próxima doscampos da administração e da informática o que leva a uma visão reducionista e à ênfaseem termos como: eficiência, competência, rentabilidade, medida, controle, planejamento,entre outros.O enfoque — interacionistasubjetivista — embora incluindo vários posicionamentos dediferentes correntes, ressalta sobretudo a questão do indivíduo entendido como portador dehistórias isto é, um sujeito que na <strong>sua</strong> relação com outros, constrói o mundo. O ensino éconsiderado uma forma de interação simbólica, isto é, um processo no qual os sujeitosagem na dependência do significado que os conhecimentos tenham para eles o que remeteà necessidade de se levar em conta os contextos nos quais eles interagem. Em relação aoestudo sobre os saberes, o foco se dá nas representações que os professores têm dos seussaberes e nas interações que estabelecem em classe.26Borges indica que esta tipologia tem por base o trabalho de Martineu, Gauthier e Tardif (1994)apresentado em um Congresso em Montreal, Quebec, em 1994.
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