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Governança Em Cadeias De Valor Da Sociobiodiversidade

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Cadeia da castanha-do-brasil no AcreA produção da castanha-do-brasil no estado do Acre é umaatividade tradicional, que representa uma importante fonte derenda para famílias extrativistas, assim como outros produtos dasociobiodiversidade oriundos do extrativismo florestal e comunitário.<strong>Da</strong>dos oficiais indicam uma produção de mais de 10 mil toneladasin natura. (ACRE, 2011).Originalmente a venda da produção era direcionada a empresas,através de rotas consolidadas, intermediada pelos chamadosmarreteiros. Objetivando maior agregação de valor e autonomianas vendas, foram criadas cooperativas de comercialização dentre asquais a COOPERACRE – Cooperativa Central de ComercializaçãoExtrativista do Estado do Acre, criada em 2001.Muitas das cooperativas faliram, enquanto a COOPERACRE,desde 2008, vem assumindo gradativamente a comercializaçãode diferentes comunidades, através de uma rede de mais de 20associações e pequenas cooperativas, e hoje é a maior produtora decastanha no país. Entre os resultados econômicos e sociais crescentesa cada ano, destacam-se: preço, renda para o produtor, mecanismosde fidelização e transparência, aliados a um significativo aumentode sua capacidade de compra e beneficiamento, além de parte daprodução em processo de certificação. Segundo informações dacooperativa, a COOPERACRE movimentou, em 2011, quatro miltoneladas de castanha.Algumas organizações de apoio e fomento, juntamente com aCOOPERACRE, uniram-se num acordo de resultado, a partir de2008, com o objetivo de integrar suas ações. Houve a elaboraçãode um projeto e constituição de um grupo multi-institucional quepassou a ser chamado inicialmente de Arranjo Produtivo Local – APLda castanha-do-brasil. Posteriormente o grupo se autodenominouGrupo de Apoio da Castanha.Cadeia da Borracha FDL no AcreO Laboratório de Tecnologia Química – LATEQ, da Universidadede Brasília – UnB, sob a coordenação do Prof. Floriano Pastore,desenvolveu a tecnologia TECBOR, que possibilita produzir umaborracha do tipo Folha de <strong>De</strong>fumação Líquida – FDL. A defumaçãolíquida se deve ao fato do seringueiro usar o ácido pirolenhosopara fazer a coagulação do látex, dispensando a defumaçãotradicional com uso da fumaça. A tecnologia substitui o posteriorbeneficiamento da borracha na usina e por isso é adaptada àscondições de produção nos seringais, gerando um produto de altaqualidade que pode ser diretamente utilizado pelas indústrias naprodução de diversos artefatos.Segundo analistas da indústria da borracha, o setor de beneficiamento(usinas) é o mais frágil e o menos rentável da cadeia de valor, o quetorna ainda mais relevante o diferencial da tecnologia FDL para aborracha nativa (SALDANHA, 2009). Ao substituir a etapa da usinapelo beneficiamento dentro do seringal, os extrativistas agregamvalor ao seu produto e se aproximam do mercado consumidorabrindo novas oportunidades de negócios.<strong>Em</strong> 2003 o LATEQ implantou, em caráter experimental, unidades deprodução de FDL em comunidades extrativistas do Acre. No entanto,as unidades ficaram paradas pois não foram feitos investimentos nodesenvolvimento de mercado.O impulso de retomada da produção de borracha-FDL no Acreaconteceu em 2006 e partiu da empresa Treetap ao receber daempresa Veja Fair Trade a demanda de fornecimento de borrachanativa com origem fair trade para a produção de solado de tênis. Apartir de informações do LATEQ-UnB, definiu-se que a Associaçãode Produtores da Reserva Extrativista Chico Mendes em Assis Brasil –AMOPREAB seria o ponto de partida para a retomada da produçãode borracha-FDL. Neste contexto, teve início uma série de articulaçõespara a estruturação desta nova cadeia de valor, culminando com acriação de um grupo multi-institucional em dezembro de 2007.Capítulo 2As Experiências <strong>De</strong>senvolvidas no Acre22 23

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