ENFRENTANDO A COMPLEXIDADE REAL DO LUGAR: UM NOVO TIPO DE INCUBADORA TECNOLÓGICA DE COOPERAÇÃO POPULAR
IV Congresso da Rede Universitária de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares - Rede ITCPs e II Simpósio Internacional de Extensão Universitária em Economia Solidária, a ser realizado de 15 a 17 de abril de 2015, em Salvador/BA. ITCPs E METODOLOGIAS DE INCUBAÇÃO. EIXO TEMÁTICO III. GT 15 - Estruturas e metodologias de funcionamento das incubadoras.
IV Congresso da Rede Universitária de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares - Rede ITCPs e II Simpósio Internacional de Extensão Universitária em Economia Solidária, a ser realizado de 15 a 17 de abril de 2015, em Salvador/BA. ITCPs E METODOLOGIAS DE INCUBAÇÃO. EIXO TEMÁTICO III. GT 15 - Estruturas e metodologias de funcionamento das incubadoras.
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<strong>ENFRENTAN<strong>DO</strong></strong> A <strong>COMPLEXIDA<strong>DE</strong></strong> <strong>REAL</strong> <strong>DO</strong> <strong>LUGAR</strong>: <strong>UM</strong> <strong>NOVO</strong> <strong>TIPO</strong> <strong>DE</strong><br />
INCUBA<strong>DO</strong>RA <strong>TECNOLÓGICA</strong> <strong>DE</strong> <strong>COOPERAÇÃO</strong> <strong>POPULAR</strong><br />
ITCPs E METO<strong>DO</strong>LOGIAS <strong>DE</strong> INCUBAÇÃO<br />
Francisco Renato Vieira da Costa Ferreira (UENF-PROEX-ITEP)<br />
Email: eco.renato.ferreira@hotmail.com; telefone: + 55 22 999991643.<br />
RES<strong>UM</strong>O<br />
Neste artigo procuro enfrentar a complexidade com o "objetivo ambicioso" de um pesquisador<br />
universitário, não docente, que deve ser ampliar os debates científicos de crises do(no) mundo<br />
real nosso contemporâneo. Debates de posições, contradições, antagonismos e concorrências,<br />
mediante abordagens críticas que levam em conta outra universidade na construção de outra<br />
sociedade. Esse mundo real será visto pela perspectiva de um mundo humano suportado por<br />
uma incubadora tecnológica "ligada" por TICs aos olhos, aos ouvidos, às pontas dos dedos e<br />
às bocas de gente local (re)(pro)ativa. Valho-me de ambiente, estrutura, metodologia e<br />
processos de um ciberespaço que deve funcionar como catalisador na integração humana de<br />
complexidade teleológica. Um ciberespaço que contribuirá para estruturar, organizar e<br />
fortalecer o "indivíduo", o "cidadão" e o "empreendedor" numa "rede" de democracia efetiva.<br />
Palavras-chave: complexidade teleológica; incubadora cibernética; integração humana.<br />
EIXO TEMÁTICO III<br />
GT 15 - Estruturas e metodologias de funcionamento das incubadoras
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INTRODUÇÃO<br />
O propósito essencial deste artigo é introduzir e disseminar uma nova<br />
concepção de (des)envolvimento do ser humano - como "indivíduo", "cidadão" e<br />
"empreendedor" - na complexidade do seu lugar de viver numa "sociedade", em "rede"<br />
local, regional e global.<br />
Cohen (1976) afirmou que esta é a grande questão social: "o que é que mantém<br />
unida uma sociedade?". E acrescentou que essa remete para uma outra questão social<br />
importante "o que faz funcionar a sociedade?". E arrematou que desta questão emergiu<br />
uma outra questão: "como é que diferentes conjuntos de atividades, a ocorrerem dentro<br />
de uma sociedade ou subsistema de uma sociedade, não se obstruem mutuamente e<br />
podem mesmo chegar a prestar apoio uns aos outros?". E ligou esta última questão ao<br />
respectivo problema: "problema da interdependência funcional" ou "problema da<br />
integração de sistemas".<br />
Cerca de vinte anos depois, Dowbor (1996), colocou mais esta outra questão:<br />
"É melhor ser cidadão local ou cidadão do mundo?". Mas, ao mesmo tempo, ele foi<br />
dizendo que, afinal de contas essa pergunta: "[...] não tem sentido na medida em que a<br />
cidadania tem hoje de se exercer em diversos níveis de espaços articulados". E<br />
justificou-se com esta assertiva: "Transferir a cidadania para níveis cada vez mais<br />
amplos, e cada vez mais distantes do cidadão, é transferir o poder significativo para<br />
mega-estruturas multinacionais, enquanto se dilui a cidadania no anonimato".<br />
Entretanto, Morin (2000) apresentou este problema-chave: "instaurar a<br />
convivialidade tanto com nossas idéias quanto com nossos mitos". E destacou este<br />
problema universal humano de todo cidadão do novo milênio, que pode ser<br />
identificado por esta assertiva "o conhecimento do mundo como mundo é necessidade<br />
ao mesmo tempo intelectual e vital". Problema esse aberto por estas outras duas<br />
questões: "como ter acesso às informações sobre o mundo e como ter a possibilidade de<br />
articulá-las e organizá-las?"; e "Como perceber e conceber o Contexto, o Global (a<br />
relação todo/partes), o Multidimensional, o Complexo?". Questões essas que ele ligou a<br />
esta outra assertiva "para articular e organizar os conhecimentos e assim reconhecer e<br />
conhecer os problemas do mundo, é necessária a reforma do pensamento". Porém,<br />
Morin (2000) acrescentou um gravame a esse problema universal "pela inadequação<br />
cada vez mais ampla, profunda e grave entre, de um lado, os saberes desunidos,
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divididos, compartimentados e, de outro, as realidades ou problemas cada vez mais<br />
multidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais e<br />
planetários". Complementando que, "nessa inadequação - que compete à 'educação do<br />
futuro' confrontar - tornam-se invisíveis: o contexto; o global; o multidimensional; e o<br />
complexo". E Morin (2000) - colocando esta outra assertiva importante "os problemas<br />
essenciais nunca são parcelados e os problemas globais são cada vez mais essenciais" -,<br />
observou que "de fato", aqueles saberes: 1º) "fecham-se sobre si mesmos, sem permitir<br />
sua integração na problemática global ou na concepção de conjunto do objeto do qual<br />
ela só considera um aspecto ou uma parte"; e 2º) nessa clausura, "impedem tanto a<br />
percepção do global (que ela fragmenta em parcelas), quanto a percepção do essencial<br />
(que ela dissolve), como até mesmo tratar corretamente os problemas particulares (que<br />
só podem ser propostos e pensados em seu contexto)". Além disso, Morin (2000)<br />
abordou ainda o problema crucial - que, segundo ele, se apresentou "logo no início do<br />
século XX" -, identificando-o a partir desta outra questão: "Ficaremos submissos à<br />
tecnosfera ou saberemos viver em simbiose com ela?".<br />
Por conseguinte, observando-se as bases dessa problemática, em Cohen<br />
(problema da interdependência funcional ou problema da integração de sistemas),<br />
em Dowbor (transferir o poder significativo para mega-estruturas multinacionais,<br />
enquanto se dilui a cidadania no anonimato) e em Morin (problema-chave,<br />
problema universal agravado e problema crucial), bem como tendo em vista o<br />
"propósito essencial" deste artigo (introduzir e disseminar uma nova concepção de<br />
(des)envolvimento humano), pode-se afirmar que a adaptação sociocientífica de<br />
modernas incubadoras enfrenta este GRAVE PROBLEMA: falta de acesso,<br />
estruturado e (meta)(hiper)direcional, às informações significativas e integradas<br />
para cada indivíduo no seu lugar de viver. Falta essa que impede as populações locais<br />
de articular e organizar tais informações, efetiva, eficiente e eficazmente, para perceber<br />
e conceber o contexto, o global (a relação todo-partes), o multidimensional (a relação<br />
partes-partes e meta-partes) e o complexo (a relação todo-partes-partes-todo), sem<br />
intolerância para com os que pensam, criticam e agem diferente do "atual" paradigma<br />
hegemônico humano. Ou coloca essas populações locais submissas à tecnosfera,<br />
impedindo-as de saber viver em simbiose com esta.<br />
Essa falta de acesso embota o mundo real "achado" pelos saberes eruditos<br />
(ratificados por "doutos") e os saberes não-eruditos (não ratificados por "doutos").
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Quando a construção do espaço público universitário implica fortemente na qualidade<br />
da própria vida universitária e da realidade onde a universidade é inserida. Logo, devese<br />
unir teleologicamente 1 a qualidade daquilo que se apresenta diverso num campus,<br />
mediante o diálogo entre excludentes complementares ("doutos" e "não doutos") e<br />
reflexões sobre complementares excludentes ("saberes eruditos" e os "saberes nãoeruditos").<br />
Assim sendo, é imprescindível compreender os processos da função social<br />
pública "inerentes" à uni(di)versidade 2 do campus de ensino superior e analisar a<br />
possibilidade de integração cibernética 3 da função de extensão universitária em<br />
simbiose efetiva, eficiente e eficaz.<br />
Para tudo isso - segundo Silva e Menezes (2005) - é preciso seguir por um<br />
percurso que requer ser reinventado a cada etapa e no qual precisamos não somente de<br />
regras, mas de muita criatividade e imaginação.<br />
Nesse percurso de regras, criatividade e imaginação, há que: primeiro,<br />
pesquisar, analisar e sintetizar sobre o estado da arte de teorias referentes a sistemas<br />
complexos humanos e a problemáticas sociais; segundo, pesquisar, analisar e sintetizar<br />
sobre processos da função social pública universitária; terceiro, pesquisar, analisar e<br />
sintetizar sobre a integração administrativa na universidade; e quarto, esboçar uma<br />
ciberintegração de pesquisa, ensino e extensão. É nesse percurso traçado na/da<br />
complexidade cultural de um campus, que emerge aquela uni(di)versidade por uma<br />
estrutura e metodologia de funcionamento de um novo tipo de Incubadora<br />
Tecnológica de Cooperação "Popular" (ITCP) - em que esta procura estruturar,<br />
organizar e fortalecer o "indivíduo", o "cidadão" e o "empreendedor" - no seu lugar de<br />
viver "em rede" no "município" - para o exercício de uma democracia efetiva 4 .<br />
1 Não confundir com "teologicamente". Teleológico: dirigido por uma imagem do futuro na mente dos<br />
participantes ativos, capazes de influir sobre o sistema (BOULDING, 1965). Ou seja, dirigido por uma<br />
visão transformadora de um (ou mais de um) sistema.<br />
2 Uni(di)versidade: neologismo criado por mim para designar tanto a diversidade numa unidade, percebida<br />
ou a perceber pela universidade, quanto a unidade nessa diversidade, percebida, pensada ou catalisada por<br />
uma universidade. O “(DI)” representa quer os princípios dialógico e diacrônico do pensamento<br />
complexo, na relação complexa diversidade↔universidade, quer a espiral (intra)(inter)(retro)ativa de<br />
excludentes complementares (ou complementaridades excludentes) do saber dito erudito e do saber dito<br />
popular. Esse neologismo representa um possível choque cultural sincrético:<br />
...→local↔regional↔global→...<br />
3 Cibernética: ciência da comunicação e do controle, seja no animal (racional ou não) seja na máquina, a<br />
qual permite que conhecimentos e descobertas de uma ciência possam ter condições de aplicação a outras<br />
ciências.<br />
4 Lembra-se aqui que, no Brasil, a atual Constituição Federal (de 1988) foi/é considerada como<br />
"constituição cidadã" e " constituição municipalista".
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INCUBA<strong>DO</strong>RAS <strong>TECNOLÓGICA</strong>S<br />
As incubadoras foram concebidas, segundo RIBEIRO e ANDRA<strong>DE</strong> (2008),<br />
"como ambientes de apoio ao empreendedor e aos empreendimentos, e de estímulo à<br />
criação de empresas inovadoras com elevado componente tecnológico de seus produtos,<br />
processos e serviços e pela utilização de modernos métodos de gestão".<br />
Os três tipos de incubadoras tecnológicas mais divulgados (e seus núcleos de<br />
pesquisa acadêmica) são voltados para o "mercado": incubadora empresarial<br />
(engajando a "nata empreendedora", no seu espaço físico); e/ou incubadora virtual<br />
(engajando a "nata empreendedora", fora do seu espaço físico); e/ou incubadoras<br />
sociais (ou incubadoras de "Pobres", perpetuando a "mediocridade empreendedora").<br />
Eu evidencio um quarto tipo, um novo tipo de incubadora tecnológica: incubadora<br />
cibernética ou ciberincubadora (engajando, formando, capacitando e orientando<br />
indivíduos - e/ou grupos - "dominados-excluídos", fora do seu espaço físico).<br />
Incubadoras Empresariais<br />
Para o MCT (2000), esta é a definição de incubadora de empresas 5 : "um<br />
mecanismo que estimula a criação e o desenvolvimento de micro e pequenas empresas<br />
industriais ou de prestação de serviços, de base tecnológica ou de manufaturas leves por<br />
meio da formação complementar do empreendedor em seus aspectos técnicos e<br />
gerenciais". Um mecanismo que "facilita e agiliza o processo de inovação tecnológica<br />
nas micro e pequenas empresas", mediante a disponibilização de "um espaço físico<br />
especialmente construído ou adaptado para alojar temporariamente micro e pequenas<br />
empresas industriais ou de prestação de serviços e que, necessariamente, dispõe de uma<br />
série de serviços e facilidades (...)".<br />
Quase uma década depois, Smilor e Gill (apud ZABLOCKI, 2007) disseram<br />
que incubadora é uma organização que “procura dar forma e substância – isto é,<br />
estrutura e credibilidade - a empreendimentos iniciantes ou emergentes.<br />
Conseqüentemente, uma incubadora de novos negócios é uma instalação que mantém<br />
condições controladas para assistir ao desenvolvimento de novas empresas".<br />
5 Segundo o Programa Nacional de Apoio a Incubadoras de Empresas (PNI) - programa específico para<br />
incubadoras de empresas. Apoio para implantação e consolidação de incubadoras, da Coordenação de<br />
Sistemas Locais de Inovação da Secretaria de Política Tecnológica Empresarial (SEPTE) do Ministério<br />
da Ciência e Tecnologia (MCT).<br />
.
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Enquanto o próprio Zablocki (2007) disse que "a maioria das incubadoras<br />
prefere a abordagem focada na empresa, cobrando taxas de mercado para alugar e<br />
oferecer serviços como benefícios de valor-adicionado pelo aluguel de espaços na<br />
incubadora - por isso, provavelmente, as incubadoras são melhor definidas como<br />
programas do que como facilidades". Ele afirmou que "quase 90% (noventa por cento)<br />
das incubadoras são operadas por ONGs (Organizações Não-Governamentais) com o<br />
propósito de estimular o crescimento do trabalho humano em vários setores da<br />
economia local". E que "algumas incubadoras, particularmente aquelas que lidam com<br />
ensino superior, enfatizam o desenvolvimento baseado na tecnologia".<br />
Incubadoras Sociais ou Incubadoras de "Pobres"<br />
Para Bocayuva Cunha e Varanda (2007), "a inovação trazida pelas ITCPs 6 é<br />
mais ampla que as introduzidas pelas incubadoras convencionais". Isso porque essa<br />
inovação "permite à gente pobre se inserir na produção social pelo seu próprio esforço",<br />
porém num "esforço é duplicado, pois implica no aprendizado de como entender a<br />
autogestão e participar dela". Eles disseram que "cada cooperativa popular tem de abrir<br />
espaço em mercados e ao mesmo tempo seus membros têm de aprender a viver e<br />
trabalhar inseridos em relações de produção horizontais — ninguém manda em<br />
ninguém". E acrescentaram que: 1) "a atividade delas relaciona-se com grupos<br />
populares e, a partir dos mecanismos educativos de democratização dos saberes, através<br />
de dinâmicas interativas de aprendizagem, estende, socializa e transfere recursos<br />
intelectuais e meios técnicos"; 2) "o resultado é uma reversão nos esquemas das<br />
trajetórias clássicas de incubação voltadas para as empresas de base tecnológica"; e 3)<br />
"as ITCPs contribuem para ordenar o quadro confuso da disputa sobre os rumos que<br />
devem tomar as iniciativas dispersas de capacitação para o trabalho - até agora<br />
realizadas de forma pouco sistemática e menos consistente (por atores públicos, pelo<br />
sistema S 7 , por ONGs e por movimentos sociais)".<br />
6 ITCPs: Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares.<br />
7 SISTEMA "S": formado, entre outros serviços de educação e cultura do trabalhador, por SEBRAE<br />
(Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Médias Empresas), SENAC (Serviço Nacional de<br />
Aprendizagem do Comércio), SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), SENAT (Serviço<br />
Nacional de Aprendizagem em Transportes), SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial),<br />
SESC (Serviço Social do Comércio), SESCOOP (Serviço Nacional de Aprendizagem do<br />
Cooperativismo), SESI (Serviço Social da Indústria) e SEST (Serviço Social de Transportes).
Página 7 de 20<br />
Segundo a Rede (2009), a ação das ITCPs "origina, necessariamente, um<br />
processo de intensa articulação entre pesquisa, ensino e extensão nas universidades em<br />
que funcionam". Para essa Rede, as demandas por esse tipo de incubadora são<br />
"originadas" de grupos de economia solidária 8 , os quais, "sem dispor de capital<br />
acumulado previamente, tentam empreender economicamente de forma coletiva, a partir<br />
de suas experiência e qualificações profissionais". E, por isso, necessitam de "assessoria<br />
e formação para seus empreendimentos" e em várias áreas 9 . Portanto, essa Rede afirma<br />
que "o que as incubadoras fazem é colocar professores e estudantes das mais diversas<br />
áreas, atuando interdisciplinariamente, para atender as demandas dos grupos". E garante<br />
que "isto exige muita pesquisa, capacidade de atuação em equipe, qualificação dos<br />
cursos universitários e, finalmente, processos adequados de extensão universitária".<br />
Uma extensão universitária que deve aproximar-se fortemente das ações de<br />
pesquisa e ensino universitários para buscar novas formas de relação da universidade<br />
com as camadas populares da sociedade. Isso, mediante incubadoras como estruturas<br />
interdisciplinares que reúnem docentes, técnicos e discentes, das mais diversas áreas.<br />
Onde a incubação é um processo educativo, em que universidade e empreendimentos<br />
populares interagem no sentido de produzir e difundir conhecimentos conjuntamente -<br />
para potencializar a "economia solidária" e desenvolver "ações socioemancipatórias".<br />
Logo, pode-se afirmar aqui que essas ITCPs são incubadoras sociais ou<br />
incubadoras de "pobres".<br />
Incubadoras Virtuais<br />
Segundo a ANPROTEC/SEBRAE (2002), o detalhe essencial de uma<br />
incubadora virtual é que ela "apoia somente empreendedores e empresas localizadas<br />
fora do seu espaço físico [da incubadora], por meio de um atendimento integrado e<br />
diferenciado".<br />
Conforme Lóssio (2010), entre as ferramentas em "implementação para<br />
viabilizar e fomentar o modelo dessa incubação virtual" encontram-se: "um sistema<br />
integrado de gestão, que pretende dar apoio aos negócios ligados a incubadora nesta<br />
modalidade"; e "o desenvolvimento de um portal corporativo e colaborativo".<br />
8 Grupos que reunem "trabalhadores desocupados" ou em situação de "trabalho precário" (RE<strong>DE</strong>, 2009).<br />
9 Áreas: tecnologia, gestão, relações humanas, direito, saúde etc.
Página 8 de 20<br />
Quer esse tipo de empreendedorismo (sustentável e consistente), quer um<br />
portal corporativo (não vertical, como as modernas corporações capitalistas ou<br />
cooperativas, mas horizontal abrangendo uma determinada região delimitadora de<br />
vários locais nela confinados), quer um sistema integrado de gestão desse portal, quer<br />
a localização dos "incubados" (empreendedores, empreendimentos e processos<br />
sociais) fora do espaço físico da incubadora virtual, tudo isso está subjacente ao<br />
"esboço" das incubadoras cibernéticas.<br />
Incubadoras Cibernéticas<br />
Morin (2000) alerta para o fato de que "os desenvolvimentos da tecnociência<br />
são ambivalentes". Por um lado, "encolheram a Terra e deram condição imediata de<br />
comunicação a todos os pontos do globo" - com isso, "proporcionaram meios para<br />
alimentar todo o planeta e para assegurar a todos os seus habitantes um mínimo de bemestar".<br />
Por outro lado, "criaram também as piores condições de morte e de destruição".<br />
De toda a forma, nesses desenvolvimentos tecnicocientíficos, "os seres humanos<br />
servem-se das máquinas, que escravizam energia, mas são, ao mesmo tempo,<br />
escravizados por elas". Nesse "encolher" da Terra e nessa "servidão/escravidão" entre<br />
humanos e máquinas, para Morin (2000), "o ser humano e a sociedade humana são<br />
unidades complexas multidimensionais de interação do que é biológico [eu digo, biofísico-químico],<br />
psíquico, social, afetivo e racional (comportando as dimensões<br />
histórica, econômica, sociológica, religiosa)". Destaco aqui apenas a dimensão<br />
econômica, na qual, parafraseando Dowbor (1996), o grande argumento é que o espaço<br />
pequeno não é "viável", sabendo-se que "na realidade, a mesma dinâmica que nos<br />
levou aos espaços globais nos fornece as tecnologias para a reconstituição de uma<br />
humanidade organizada em torno a comunidades que se reconhecem internamente, mas<br />
também interagem, comunicam com o resto do mundo, participam de forma organizada<br />
de espaços mais amplos".<br />
Não obstante essa ambivalência - tendo agora em mente aquelas "dimensões"<br />
bio-físico-química, histórica, econômica, sociológica e religiosa -, Morin (2000)<br />
assevera que "deve-se promover a 'inteligência geral', apta a referir-se ao complexo, ao<br />
contexto, de modo multidimensional e dentro da concepção global, e não se deve isolar<br />
uma parte do todo nem as partes umas das outras".
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Ora, o desenvolvimento da tecnociência atual - em que a tecnologia e a ciência,<br />
principalmente pelas TICs, bem como pelas ciências computacionais e engenharia de<br />
computação (hardware/software), "encolheram" o antropomundo real/virtual - permite<br />
que hoje se possa moldar um mundo antrópico real/virtual, que é, ao mesmo tempo,<br />
"finitamente grande" e "finitamente pequeno", num só espaço-tempo. Mais<br />
especificamente, pode-se tanto encolher um local (ou locais) ou uma região ou nação<br />
ou nações ou continentes ou oceanos ou o próprio planeta ou o próprio sistema solar, ou<br />
o próprio cosmos, como (re)produzir ou (re)fragmentar qualquer elemento ou processo<br />
incubados. Mas há que fazê-lo sempre numa perspectiva topo-antropocêntrica - isto é,<br />
numa perspectiva a partir do ser humano complexo e direcionado, quer como<br />
indivíduo, quer como elemento de uma sociedade humana (ou antropossociedade),<br />
integrados num ecossistema existente sem e com intervenção antrópica.<br />
Assim, as incubadoras tecnológicas devem ser incubadoras cibernéticas<br />
complexo-teleológicas. Em detrimento das "incubadoras empresariais/virtuais" e das<br />
"incubadoras sociais", que forçam e alimentam um mundo antrópico, enviesando-o a<br />
partir de suas posições - respectivamente, de promoção e reconhecimento da<br />
superioridade dos "empreendedores empresariais/virtuais" e de promoção e<br />
reconhecimento de inferioridade dos "empreendedores sociais".<br />
INCUBA<strong>DO</strong>RA CIBERNÉTICA PARA UNI(DI)VERSIDA<strong>DE</strong><br />
Numa uni(di)versidade - parafraseando a seguir Silva (2002) - há um elemento<br />
estabilizador e agregador que existe tanto na lógica estrutural da unidade quanto da<br />
lógica organizacional do ambiente e que permite uma nova visão da realidade, baseado<br />
na identificação da pertinência entre essas duas lógicas relacionais. Em que essa<br />
pertinência é o padrão que liga, é o sagrado que encanta, é o nexo do complexo, é a<br />
química do processo. Adicionalmente, no processo de planejamento estratégico,<br />
inaugura-se uma nova dialógica e busca-se o raciocínio complexo 10 para a comunicação<br />
entre lógica da intuição 11 e lógica da razão 12 . E a interação dessas quatro lógicas por um<br />
mecanismo catalisador 13 que permite estabilizações e agregados dinâmicos em<br />
10 O raciocínio complexo como um entendimento dialógico, difuso e estratégico.<br />
11 A lógica da intuição é unicista e agregadora, alimentada pelo sagrado do indivíduo ou do grupo.<br />
12 A lógica da razão é disjuntiva e esquartejadora, em cujo diagnóstico estratégico o futuro é uma extensão<br />
do presente com dados do passado.<br />
13 Catalisador: (re)ação entre duas ou mais pessoas/forças, provocadas/precipitadas, aceleradas/retardadas,<br />
por um agente/forças estranhas - especialmente quando esse agente/força se conservam essencialmente<br />
inalterados no final dessa (re)ação.
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ambientes hostis. Esse catalisador é uma Incubadora Tecnológica de Integração<br />
Humana (ITIH ou InTeInHu).<br />
Na medida em que essa incubadora permite (re)identificar, (re)conhecer, separar<br />
e (re)unir para (re)estruturar, (re)organizar e (re)fortalecer cada indivíduo e cada lugar<br />
de viver - em relações pertinentes a uma democracia efetiva no que foi "tecido junto",<br />
usando uma "orientação" ética 14 de cunho hologramático 15 e teleológico que vise a<br />
encontrar um conjunto de padrões culturais interdependentes e agrupados em torno de<br />
um elemento nuclear -, esse catalisador passa a denominar-se Incubadora Tecnológica<br />
de Integração Humana Complexo-Teleológica (ITIH_CT).<br />
E na medida em que essa incubadora oferece um sistema de organização<br />
complexa, probabilística e auto-regulada, de processamento de informações e controles<br />
que auxiliam outras ciências na extensão universitária à realidade onde a universidade<br />
está inserida, esse catalisador passa a denominar-se Incubadora Cibernética de<br />
Integração Humana Complexo-Teleológica (ICIH_CT) ou Ciber-Incubadora de<br />
Integração Humana Complexo-Teleológica (CIIH_CT) 16 .<br />
Nessa CIIH_CT, cada indivíduo (auto)instala-se virtual e digitalmente para<br />
agir suportado ciberneticamente no seu/a partir do seu lugar de viver: (re)estruturado;<br />
(re)organizado; fortalecido ou (re)formado; (des)envolvido; (re)educado; preparado<br />
estrategica, tatica e operacionalmente; (re)integrado social e ambientalmente;<br />
protegido pela segurança do anonimato; e informado efetiva, eficiente e eficazmente;.<br />
Essa CIIH_CT torna-se uma unidade racional possível com um ambiente<br />
simbionte tecno-humano, na qual a prioridade é a vida humana assistida por técnicas e<br />
tecnologias humanas de ponta em processos de incubação de transformação<br />
individual e/ou de grupos.<br />
Portanto, essa CIIH_CT, como um novo tipo de incubadora, é um "meio<br />
complexo" estabilizador, protetor e agregador de vidas humanas num ambiente<br />
simbionte tecno-humano, em rede "local↔regional↔global", de integração sistêmica<br />
hologramática, teleológica e cibernética de uma sociedade local eclética.<br />
14 Ética: estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana.<br />
15 Hologramático: parte que contêm o “todo” do qual faz “parte” e, simultaneamente, está contida nesse<br />
"todo".<br />
16 Para efeitos deste artigo, preferindo o prefixo "ciber", opto pela denominação Ciber-Incubadora de<br />
Integração Humana Complexo-Teleológica (CIIH_CT).
Página 11 de 20<br />
Além disso, essa CIIH_CT é também um "instrumento organizacional" para a<br />
construção e (des)envolvimento de uma sociedade local mais humana e responsável.<br />
Pois ela viabiliza a interação de diversidade, multiplicidade, pluralidade, metamorfoses<br />
e hiperligações - em "padrões que ligam", "sagrados que encantam", "nexos do<br />
complexo" e "químicas de processos" - mediante Ciências Sociais Aplicadas (CSA ou<br />
CiSoAp) suportadas ciberneticamente por Combinações de Tecnologias de Informação<br />
e de Comunicação (TIC's) e das Tecnologias de Hardware e Software (THS's) - um<br />
Combo_TIC_THS.<br />
Assim, para o "esboço" da CIIH_CT, evidencio neste artigo apenas: 1) o seu<br />
ambiente sociocientífico; 2) a sua estrutura; e 3) o seu processo de incubação.<br />
Ambiente sociocientífico<br />
Dowbor (1996) afirmou que "as hierarquizações tradicionais dos espaços já são<br />
insuficientes, ou inadequadas" e que "precisamos de muito mais democracia, de uma<br />
visão mais horizontal e inter-conectada da estrutura social".<br />
A CIIH_CT busca essa interconectividade no "espaço↔tempo" de cada<br />
indivíduo na estrutura social de seu "lugar de viver"- com Tempo de Vida Corpórea<br />
(TeViHACor), Tempo de Vida Social (TeViHASo) e Tempo de Vida Social de<br />
Contribuição (TeViHASoCo) 17 .<br />
E fá-lo enfrentando teleologicamente a complexidade "própria" de uma<br />
realidade sociocientífica que é notoriamente hostil ao que é considerado "popular".<br />
Em que o ambiente social é uma pseudodemocracia, controlada por "poderes<br />
demagógicos distantes", onde os representantes de diversas populações subvertem as<br />
relações de poder democrático a partir da complexa "cadeia↔(in)(e)volutiva". Num<br />
"emaranhado" da descendência humana organizada em/a partir de "próteses<br />
territoriais" e "próteses disciplinares" que emergiram desta "cadeia cultural" de<br />
influências de propagação recíproca que "vêm cozinhando" o caldo antrópico global 18 :<br />
... sino ↔ hindu ↔ persa ↔ mesopotâmico ↔ egípcio ↔ fenício ↔ cretense ↔<br />
17 A sonoplastia das siglas dos "tempos individuais" (e noutros pontos) é propositada.<br />
18 Dessa mixórdia de culturas e contra-culturas, (pseudo)dominantes e (pseudo)paradigmáticas, destaca-se<br />
aqui uma tetra-influência de alguns signos e traços herdados pelo mundo contemporâneo da cultura<br />
heleno-romana, mais conhecida por cultura greco-romana, bem como da cultura anglicanoamericana.<br />
Que no Brasil assume a forma falsa de penta-influência, com a inclusão da herança colonial<br />
portuguesa que, na transição dos séculos XV e XVI, transportou no "ventre" de seus navios os germes (e<br />
vermes) daquela cultura greco-romana e "iniciou" o processo de globalização que atingiu seu "ápice" na<br />
nossa contemporaneidade.
Página 12 de 20<br />
heleno↔ romano ↔ teuto ↔ anglicano ↔ americano ... Num "tombo do Globo"<br />
que, segundo Lamego (1974) se fez pela primeira vez com os "portugueses" quando<br />
"suas naus, prenhes de audácia, de cobiça e de aventura, ninam sobre o mar, em seus<br />
ventres rotundos, a supergestação de vários novos mundos".<br />
Portanto, foi o homem do "tombo do Globo" que trouxe pelo oceano Atlântico a<br />
herança colonial da paisagem cultural do mundo europeu para as terras dos<br />
"ameríndios" - o novo mundo 19 . Essa herança colonial é que permitiu a transposição da<br />
paisagem cultural "greco-romana" para as paisagens naturais "locais" e,<br />
consequentemente, a sobreposição, anulação e encobrimento destas.<br />
Uma paisagem cultural em que, segundo Dowbor (1996), a "tendência" para um<br />
reforço generalizado da gestão política representa uma importante evolução da<br />
democracia representativa 20 para uma democracia participativa 21 . Uma vez que a<br />
democracia representativa (ou moderna) concedeu a ilusão da prerrogativa da "voz<br />
ativa" e da quimera do poder de mando dos cidadãos de um local, de uma região e de<br />
uma nação, na Incubadora (CIIH_CT) - bem como no Laboratório (CLIH_CT) e no<br />
Grupo de Pesquisa (GPIH_CT), referidos mais adiante -, só poderão participar<br />
"agentes de mudança" comprometidos com uma genuína sociedade humana de<br />
democracia efetiva e que estejam disponíveis para a uni(di)versidade.<br />
Uma herança pela qual o ambiente científico é controlado por uma<br />
"docentocracia" 22 na qual os "doutores" de cada cátedra comandam e administram<br />
aristotelicamente os projetos de pesquisa nas universidades - que são financiados por<br />
recursos de terceiros, públicos e/ou privados -, mas para atender apenas às "suas" linhas<br />
de pesquisa científica. Principalmente nos projetos de pesquisa executados com recursos<br />
do erário, paradoxalmente, o "objetivo ambicioso" que interessa é o do "doutorpesquisador",<br />
mesmo que esse objetivo não esteja alinhado com os objetivos da<br />
unidade disciplinar autônoma pela qual ele é responsável, nem com os objetivos maiores<br />
da universidade pública.<br />
19 "Novo mundo" só do ponto de vista desse homem do "tombo do Globo".<br />
20 Democracia Representativa ou Democracia Moderna, na qual "se é cidadão uma vez a cada quatro<br />
anos" (<strong>DO</strong>WBOR, 1996).<br />
21 Democracia Participativa, na qual "grande parte das opções concretas relacionadas com as condições de<br />
vida e a organização do nosso cotidiano passam a ser geridas pelos próprios cidadãos" (<strong>DO</strong>WBOR,<br />
1996).<br />
22 Docentocracia: sf (lat docente, professor ou professora + gr kratía, governo) neologismo criado por<br />
mim e que significa governo por professores, não necessariamente doutores.
Página 13 de 20<br />
No entanto, os objetivos maiores da universidade 23 devem levar em conta as<br />
preocupações com o primordial interesse do outro como indivíduo e da sociedade<br />
humana como um todo 24 - que banca indiretamente as pesquisas desenvolvidas por<br />
aquela - nas tentativas de organização humana no caos humano, no caos da<br />
informação, no caos da tecnologia, no caos social, no caos da natureza...<br />
Porém, o que se observa é que essas cátedras da Academia Moderna<br />
Aristotélica (AMA) transformaram quer o Passeio Socrático Aleatório (PSA) quer a<br />
Academus "Platónica" (AP) em Ilhotas Catedráticas de Enxertos Acadêmicos em<br />
Enclaves Urbanos (ICEAEU). Em que a empiria contemporânea, consubstanciada em<br />
"trabalhos de campo", tem tido papel de mero coadjuvante nas teses dos "doutores",<br />
dissertações de "mestres", monografias de "especialistas" e trabalhos de conclusão de<br />
curso de "graduados". Os casos raros de "devolutiva" acrescentaram pouco aos que<br />
"viraram" dados e números estatísticos "significativos". Por tudo isso, o pensar de<br />
forma metódica, mas livre, transformou-se em "tortura acadêmica" de muitos<br />
"instituída" por tão poucos. Neste sentido, na dicotomia teoria versus empiria, o<br />
pensar é tanto um ato de rebeldia quanto um ato de pseudo-cidadania! Desse modo, a<br />
ciência "tem ajudado" a (pseudo)democracia alimentando "fazedores" de<br />
(pseudo)política e "prometedores" de (pseudo)bem-estar social! E o resultado ficou<br />
evidente em 2013, no Brasil, no fim escaldante do Outono e no início quente do<br />
Inverno...<br />
Mesmo perante tamanha hostilidade "socioacadêmica" - e até por isso -, a<br />
CIIH_CT deve ficar fisicamente num Laboratório Cibernético de Integração Humana<br />
Complexo-Teleológica (LCIH_CT) ou Ciber-Laboratório de Integração Humana<br />
Complexo-Teleológica (CLIH_CT) 25 . Este ciber-laboratório deve ser uma unidade<br />
administrativa ligada à Pro-Reitoria de Extensão (PROEX) de uma Universidade<br />
Pública.<br />
23 A universidade como manifestação concreta do "saber metódico" não necessariamente "cartesiano".<br />
24 A sociedade humana como manifestação concreta do "saber ingênuo" não necessariamente "sem<br />
método".<br />
25 Para efeitos deste artigo, preferindo o prefixo "ciber", opto pela denominação Ciber-Laboratório de<br />
Integração Humana Complexo-Teleológica (CLIH_CT).
Página 14 de 20<br />
Estrutura geral<br />
Dowbor (1996) disse que "o espaço compartilhado no cotidiano [...] tem de ser<br />
reconstituído, não numa visão poética de um small is beautiful generalizado".<br />
Numa visão de um small is necessary and unavoidable, o CLIH_CT, como<br />
ciber-laboratório, deve ser constituído por instalação física comedida, máquinas,<br />
utensílios e equipamentos "inteligentes" e aplicações informáticas sofisticados. Esse<br />
deve ser usado por um Grupo de Pesquisa de Integração Humana Complexo-<br />
Teleológica (GPIH_CT) que fará ensaios (meta)(hiper)disciplinares e que monitorará<br />
a CIIH_CT na Unidade Cibernética de Integração Ambiental Complexo-Teleológica<br />
Individual-Social (UCIA_CT_IS) ou Ciber-Unidade de Integração Ambiental<br />
Complexo-Teleológica Individual-Social (CUIA_CT_IS) 26 dum "lugar de viver"<br />
diferenciado em Ecótopos 27 e Biótopos 28 .<br />
Em especial a CIIH_CT, como ciber-incubadora, é um espaço tecnológico<br />
compartilhado no cotidiano de pessoas que, individualmente ou em conjunto,<br />
participam e decidem, significativamente, na (re)articulação complexo-teleológica de<br />
seu espaço local em rede com outro(s) espaço(s) local(is) - do mesmo ou de outro<br />
espaço regional, numa sociedade global complexa.<br />
Integrando essa "estrutura geral", devem ser estabelecidos princípios, valores 29 ,<br />
missão, visão, estratégia (política, objetivos, ações, metas, indicadores, instrumentos,<br />
parcerias, autoplanejamento, automonitoramento e autocontrole), táticas e operações, do<br />
CLIH_CT, da CIIH_CT e do GPIH_CT.<br />
E tudo deve convergir na CUIA_CT_IS para tentar a vivência, convivência e<br />
sobrevivência humanas 30 numa corporação horizontal de coliderança, cooperação e<br />
corresponsabilidade, mediante uma integração sistêmica hologramática<br />
interfuncional 31 no (des)envolvimento de um "lugar de viver" por Processos de<br />
26 Para efeitos deste artigo, preferindo o prefixo "ciber", opto pela denominação Ciber-Unidade de<br />
Integração Ambiental Complexo-Teleológica Individual-Social (CUIA_CT_IS).<br />
27 O ecótopo é por onde o indivíduo ou o grupo se movimenta, caracterizando o "nomadismo".<br />
28 O biótopo fixa o indivíduo ou o grupo, evidenciando o "sedentarismo".<br />
29 Valores de existência (carregados de valores potenciais de subsistência e sobrevivência) que<br />
condicionam os valores funcionais. Valores alotrópicos e Valores entrópicos que condicionam os<br />
valores funcionais de existências alteradas; e Valores Antrópicos.<br />
30 Interdependência Funcional medida por este indicador: Índice de Vivência, Convivência e<br />
Sobrevivência Humana (IVCSH).<br />
31 Integração de sistemas captada por esta matriz (a)biótica: Sistema Integrado de Hologramas<br />
Interfuncionais (SIHI).
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Incubação Cibernética de Integração Humana Complexo-Teleológica (PICIH_CT) ou<br />
Processos de Ciber-Incubação de Integração Humana Complexo-Teleológica<br />
(PCIIH_CT) 32 .<br />
Processo de Incubação<br />
Dowbor (1996) disse que, num processo de reordenamento dos espaços, "o<br />
indivíduo encontra-se desorientado". E que numa linha de estudos "as novas tecnologias<br />
e a conectividade eletrônica abrem novos canais de articulação social em torno aos<br />
espaços do conhecimento compartilhado". Enquanto que outros estudos "têm mais<br />
presente a dramática marginalização de dois terços da humanidade, neste processo de<br />
modernização desigual".<br />
O processo de incubação da tanto reordena espaços do "conhecimento<br />
compartilhado" quanto orienta ocupantes humanos desses espaços e neles<br />
"marginalizados", sob a forma de um Processo Humano Social (ProHuSo) de<br />
dinâmicas humanas normais e abnormais - catalisadas por "novas tecnologias" e<br />
"conectividade eletrônica" que traçam novos caminhos de articulação social.<br />
Esse ProHuSo inicia-se a partir de diversos "ingredientes", dos quais se destaca<br />
cada indivíduo marginalizado ("dominado-excluído") que, em espiral retroativarecursiva,<br />
está sujeito a vários perigos e desafios, corre riscos para gerar<br />
responsavelmente produtos, subprodutos, desperdícios e resíduos, e causa impactos à<br />
sua envolvente... O paradoxo é que cada indivíduo não marginalizado ("dominanteincluído"),<br />
ao ser excluído de um ProHuSo, passa automaticamente a "fazer parte" dos<br />
"excluídos". E é esse paradoxo que "obriga" qualquer ser humano, num lugar de viver,<br />
a identificar-se e a empreender de modo eclético, responsável e sistemático, alinhando<br />
estrategicamente atividades e interesses naturalmente antagônicos de "dominantes" e<br />
"dominados", "grandes", "médios" e "pequenos". Ou seja, a "entrada" (input) no<br />
ProHuSo é para TO<strong>DO</strong>S!<br />
Outras "entradas" (inputs) do ProHuSo são estes três macro-princípios que<br />
"guiam" o pensamento complexo, segundo Morin (1990): 1º) o macro-princípio<br />
dialógico, que permite "manter a dualidade no seio da unidade" e associar "dois termos<br />
ao mesmo tempo complementares e antagônicos" (complementaridades excludentes);<br />
32 Para efeitos deste artigo, preferindo o prefixo "ciber", opto pela denominação Processos de Ciber-<br />
Incubação de Integração Humana Complexo-Teleológica (PCIIH_CT).
Página 16 de 20<br />
2º) o macro-princípio da recursão organizacional, que rompe com "a ideia linear de<br />
causa→efeito, uma vez que o efeito retorna sobre a causa em um ciclo auto-organizador<br />
e produtor" 33 ; e 3º) o macro-princípio holográfico ou hologramático, em que "Não<br />
apenas a parte está no todo, mas o todo está na parte" 34 .<br />
E outras "entradas" (inputs) do ProHuSo são estes três princípios que, a partir<br />
de Beims (2008), também "guiam" o pensamento complexo de Morin: 1º) princípio<br />
sistêmico ou organizacional, que liga o conhecimento das partes ao conhecimento do<br />
todo 35 (excludências complementares); 2º) o princípio de autoeco-organização, em<br />
que "os seres vivos 36 são auto-organizadores que se autoproduzem incessantemente, e<br />
através disso despendem energia para salvaguardar a própria autonomia" - e, como esses<br />
seres vivos necessitam de extrair energia, informação e organização no seu habitat, "a<br />
autonomia deles é inseparável dessa dependência, e torna-se imperativo concebê-los<br />
como autoeco-organizadores"; e 3º) o princípio da reintrodução - daquele que conhece<br />
em todo conhecimento -, que "opera a restauração do sujeito e ilumina a problemática<br />
cognitiva central" (da percepção à teoria científica, todo conhecimento é uma<br />
reconstrução/tradução por um espírito/cérebro numa certa cultura e num determinado<br />
tempo).<br />
Adicionei estas outras "entradas" (inputs) no ProHuSo - dois princípios que<br />
magnetizam a "supremacia" do conhecimento integrado de seres humanos, a qual<br />
potencializa um clima organizacional favorável à (intra)(inter)(retro)ação desses seres<br />
humanos: o princípio da incerteza, subjacente à probabilidade de ocorrência de<br />
fenômeno(s); e o princípio da revolução sistêmica, pelo qual um sistema local se abre<br />
e fecha em função das conveniências locais.<br />
O ProHuSo segue um Método de Incubação Cibernética de Integração Humana<br />
Complexo-Teleológica (MICIH_CT) ou Método de Ciber-Incubação de Integração<br />
33 Eu esquematizo desta forma: causa↔efeito.<br />
34 Segundo Morin (1990): "no mundo biológico, cada célula tem a informação genética de todo o<br />
indivíduo; no mundo material, todas as substâncias são obtidas por repetição de padrões".<br />
35 Para Morin (1990): primeiro, “um todo é mais do que a soma das partes que o constituem”; segundo, “o<br />
todo é então menor que a soma das partes” (a nova realidade inibe as qualidades das partes); e terceiro, “o<br />
todo é simultaneamente mais e menos que a soma das partes”!<br />
36 Segundo Beims (2008), "o princípio de auto-eco-organização vale evidentemente de maneira específica<br />
para os humanos, que desenvolvem a sua autonomia na dependência da cultura, e para as sociedades que<br />
dependem do meio geoecológico".
Página 17 de 20<br />
Humana Complexo-Teleológica (MCIIH_CT) 37 . E o "processo de transformação" é<br />
composto por estes dez grandes passos: 1º) sensibilização de partes interessadas<br />
potenciais; 2º) mobilização de partes interessadas; 3º) (re)formação do núcleo da<br />
incubadora; 4º) identificação dos "dominados-incluídos" e dos "dominados-excluídos"<br />
num lugar de viver; 5º) (re)caracterização desses "dominados-incluídos" e dos<br />
"dominados-excluídos"; 6º) (re)estruturação de ensino, aprendizagem e formação<br />
intuitivo-racionais teleológicos; 7º) (re)integração sistêmica e (inter)(intra)dependência<br />
funcional na observação, reflexão, decisão e responsabilidade,<br />
de um mundo na<br />
complexidade da unidade aberta 38 ; 8º) produção antropo-ética (do)no lugar de viver; 9º)<br />
coesão social aferida por automonitoramento, autocontrole e automedição de graus de<br />
satisfação no lugar de viver; e 10º) (des)envolvimento humano no lugar de viver,<br />
(hiper)(trans) (meta)disciplinar e integrado na sua região.<br />
O resultado dessa transformação compõe-se de "saídas" (outputs) do ProHuSo<br />
relacionadas num sistema integrado de interdependências funcionais de: um produto;<br />
um ou mais subprodutos; desperdícios; e resíduos (in)controlados.<br />
O produto do ProHuSo é único: um Indivíduo Fortalecido, Capaz e<br />
Empreendedor (InFoCaEm) responsável pela própria vivência, convivência e<br />
sobrevivência, na sua Uni(di)versidade.<br />
Os principais subprodutos do ProHuSo são estes sete: 1º) indivíduo fortalecido<br />
em sua moral, sua intuição e seu raciocínio; 2º) indivíduo capaz de exercer sua<br />
cidadania e de trabalhar eticamente em equipe 39 ; 3º) indivíduo empreendedor<br />
objetivando atividades humanas necessárias para "ele" e/ou para "outros"; 4º) núcleo da<br />
incubadora formado por "indivíduos primordiais"; 5º) produtos e serviços éticos do<br />
lugar de viver; 6º) grau(s) de satisfação humana no lugar de viver, qualificados pelo<br />
SIHI e quantificados pelo IVCSH, individual e social; e 7º) neo-estabilização do<br />
ambiente integrado (u)tópico CUIA_CT_IS.<br />
Estes podem ser cinco dos desperdícios principais 40<br />
do ProHuSo... 1º) o<br />
mutável homo imaginarius, participando de redes sociais mundiais virtuais, com "outra<br />
vida" ou "avatar", mas esquecendo-se de sua "vida real" de valores, inércias, interesses,<br />
37 Para efeitos deste artigo, preferindo o prefixo "ciber", opto pela denominação Método de Ciber-<br />
Incubação de Integração Humana Complexo-Teleológica (MCIIH_CT).<br />
38 Ciber-Unidade de Integração Ambiental Complexo-Teleológica Individual-Social (CUIA_CT_IS).<br />
39 Não confundir "equipe" com "grupo".<br />
40 Bem detalhados em minha monografia (DA COSTA FERREIRA, 2011).
Página 18 de 20<br />
coerções, fortalezas, oportunidades, fraquezas, ameaças, proveitos, limitações, riscos e<br />
desafios. 2º) o inconsequente homo poeticus, acossado por seus sonhos, devaneios e<br />
idealismos, e frustrado em seu amor repreendido. 3º) o irresponsável homo ludens ou<br />
falso homo economicus, no "jogo da vida" 41 . 4º) o irrefletido homo consumans, tanto<br />
desamparado no consumo essencial à sua subsistência e sua sobrevivência, quanto<br />
perdulário no seu consumo suntuoso e supérfluo. 5º) o incansável (empacado e<br />
incompreensível) Homo Operarius Populis Mercatus - uma mixórdia de Consumans<br />
Burrus, Logisticus, Falsificantis, Falsus, Organismus, Proletarius Burrus, Otiosus e<br />
Filantropus. Além disso, também é desperdício a efetiva irrelevância dos problemas<br />
sociais "antes considerados relevantes pelos cidadãos".<br />
E estes podem ser quatro dos resíduos principais 42 do ProHuSo... 1º) o<br />
aparentemente invisível ("por isso", inimputável) Homo Demens - dominando o homo<br />
sapiens, fabricando armas e drogas pesadas, e urdindo nações, grupos, leis, contratos,<br />
intrigas, guerras e guerrilhas. 2º) o temível Homo Luciferus - composto de Malus<br />
Tolerantis, Cogitus Interruptus, Malus Alter Humanus Anonimus, Malus Principatus,<br />
Ego Responsabilis Anonimus, Ego Inumanus Anonimus e Erga Omnes. 3º) o ignóbil<br />
Homo Dolus Malus Globalis - composto de Infraprosaicus, Ignorantis, Monetarius,<br />
Tributus, Censoris, Miserabilis, Ultrafaber, Usurarius e Corruptus. 4º) o presumível<br />
responsável Homo Sapiens, ou seu "aprimorado" Homo Sapiens Sapiens. Além disso,<br />
também são considerados "resíduos": pessoas de origem local permanecendo ou<br />
transformadas em cidadãos irresponsáveis; pessoas de origem local permanecendo ou<br />
transformadas em empreendedores irresponsáveis; e problemas sociais dos cidadãos - de<br />
origem local - não solucionados.<br />
Todos esses (e/ou outros) "desperdícios" e/ou "resíduos" devem ser reavaliados<br />
pelos empreendedores humanos. Se essa reavaliação os mantiver como problemas<br />
sociais, estes retornarão recursivamente ao processo de incubação como um dos<br />
insumos deste; senão, deverão ser 'destruídos' mediante sua cristalização no histórico de<br />
aprendizado da ciber-incubadora (CIIH_CT).<br />
41 Jogos da vida, dentre outros: jogo lotérico para as famílias; jogo de mercado e jogo de logística para os<br />
empresários; jogo democrático; e jogo de privilégios para os partidos políticos, governos, empresas e<br />
academias<br />
42 Também detalhados em minha monografia (DA COSTA FERREIRA, 2011).
Página 19 de 20<br />
CONCLUSÃO<br />
Qualquer pesquisador universitário entenderá que suas "tessituras teóricas" para<br />
de fato explicar a nossa contemporaneidade passam forçosamente pela sua "metafórica<br />
saída da cidade" e da categoria "urbano". Ele atentará para as "reais fontes primárias"<br />
que estarão como matéria-prima na ponta de seus dedos através de uma incubadora<br />
cibernética que servirá de instrumento de fortalecimento de identidade e luta social em<br />
cada lugar. E será ele que aproximará de forma inteligível o "saber científico" do "saber<br />
popular", para enfrentar a realidade humana através da ciência e da política genuínas,<br />
as quais são indissociáveis das questões humanas em cada lugar de viver. Num percurso<br />
que bifurca em: uma trilha para atender as demandas do status quo; e um caminho que<br />
possibilita verdadeiramente apresentar alternativas de transformação de vida na<br />
realidade presente.<br />
Finalmente, nesse (e por esse) mecanismo (trans)(meta)estabilizador que é a<br />
ciber-incubadora (CIIH_CT), qualquer pessoa de um mesmo lugar de viver,<br />
"dominante-incluído" e/ou "dominado-excluído", devidamente (re)educado e<br />
(in)formado, decide e comunica, livre e responsavelmente, sozinho ou em equipe,<br />
sobre seu(s) caminho(s), de forma intuitiva, afetiva e racional, e de maneira efetiva,<br />
eficiente e eficaz.<br />
Termino este artigo sobre um novo tipo de incubadora tecnológica para<br />
estruturar, organizar e fortalecer cada "cidadão" e cada "município" no exercício de<br />
uma democracia efetiva. Mas, citando Dowbor (1996), o rumo que aponto prende-se<br />
mais à necessidade de "manter esperanças" do que a "certezas científicas"...<br />
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