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Documento (.pdf) - Biblioteca Digital - Universidade do Porto

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Vidas e ilustrações de Santas penitentes desnudas, no deserto e em peregrinação,<br />

no Flos Sanctorum de 1513<br />

absueltos: d’ to<strong>do</strong>s sus pecca<strong>do</strong>s. & ellos partierõ luego de rroma<br />

para yr su romeria:»<br />

(8.) [Na volta da dura romaria/peregrinação, chegam<br />

a uma aldeia onde um homem acolhia por caridade os<br />

peregrinos, mas tinha uma mulher bêbeda]<br />

«& los de la cibdad quan<strong>do</strong> los uierõ asi desnu<strong>do</strong>s: fueron<br />

marauilla<strong>do</strong>s: mayormẽte por ser tan allega<strong>do</strong>s al papa: & salierõ:<br />

& fuerõse su camino [a su romería] por grãdes nieues: & frios: &<br />

aguas∙ E ala tornada de su romeria: veniẽ<strong>do</strong> por el camino adicha<br />

tomolos la noche en vna aldea: enla qual moraua vn ombre [bueno<br />

muy] rico que acogia alos pobres por amor de dios: por complir<br />

las obras de misericordia∙ E este buen ombre tenia vna muger muy<br />

amiga del vino: que cada dia se embriagaua: & entrã<strong>do</strong> los romeros<br />

por el aldea muertos de frio: & [muy] cansa<strong>do</strong>s∙ & aquella muger<br />

estã<strong>do</strong> biẽ beoda: cõ otras sus bezinas: dixo por los romeros∙ Uedes<br />

aqui <strong>do</strong>nde vienẽ quatro diablos muy feos: & ellos preguntã<strong>do</strong> por el<br />

meson: amostrarõles la casa deste buẽ õbre: & fuerõ alla: & dixeron<br />

ala muger que les diese posada: por amor sde ihũ xpõ∙»<br />

(9.) [A mulher bêbeda insulta-os, mas chega o mari<strong>do</strong> que<br />

a obriga a acolhê-los. O mari<strong>do</strong> ausenta-se, e ela encerra-os<br />

numa pocilga molhada]<br />

«& ella mostroles mala volũtat con su vino: maldiziẽ<strong>do</strong>los [de su<br />

boca] ∙ & las vezinas d’ziãle que los acogiese: que asi fazia su mari<strong>do</strong>:<br />

& nũca lo quiso fazer: ni pudieron conella∙ E estã<strong>do</strong> asi allego el buẽ<br />

honbre: & dixo a su muger que los acogiese: & [f. 209 d] que les diese<br />

d’ comer: & los pusiese ala lũbre: & ella metiolos [FSlp.Lis.1513, f.<br />

163 a] em casa com maa võtade. & o boõ homẽ foyse folgar cõ seus<br />

vizinhos & amigos 124 . & elle tardã<strong>do</strong> muyto que nõ tornou a sua casa<br />

a maa molher nõ fez nada <strong>do</strong> que seu mari<strong>do</strong> lhe mãdara nẽ lhes deu<br />

nẽhũa consollaçõ & os fez emtrar em hũa pocilga de porcos que estaua<br />

toda molhada & os ẽçarrou dentro cõ chaue 125 :»<br />

(10.) [Os romeiros/peregrinos fazem oração, a mulher bêbeda<br />

vai-se deitar e o mari<strong>do</strong> tem que entrar em casa pelo telha<strong>do</strong>]<br />

124 Texto que também aparece na Ls.Sev.1520-21: «con sus amigos e vezinos» (ed. CABASÉS, 2007, 534 b);<br />

não figuran<strong>do</strong> na Ls.Bur.1499. Trata-se de um acrescento explicativo, como os que vimos atrás, na transcrição<br />

que fiz <strong>do</strong> texto da Ls.Bur.1499.<br />

125 Também na Ls.Sev.1520-21: «y encerrólos dentro con llave» (ed. CABASÉS, 2007, 534 b); mas não na<br />

Ls.Bur.1499.<br />

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