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_INTR_EST_LITERÁRIOS

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Introdução aos<br />

Estudos<br />

Literários<br />

mundo do trabalho tomasse a palavra e transformasse a literatura em<br />

direito de todos, atribuiu ao jornal, uma outra forma de apresentar o<br />

texto, a função de redenção da palavra (Benjamin, 1994, pág. 125).<br />

Sob esta ótica também se pode entender melhor a atribuição<br />

de uma nova autoria ao leitor do hipertexto. Ao elaborar seu trajeto<br />

de leitura, tal como o meio eletrônico lhe possibilita, o leitor/usuário<br />

constrói um novo sentido ao texto proposto - um sentido pessoal que poderíamos até<br />

denominar como “leitura-escritura”. A refl exão sobre o hipertexto recoloca, também, em<br />

debate a questão da propriedade intelectual. Aliás, o texto eletrônico e as leis de direitos<br />

autorais estão na rota de colisão em muitos pontos e quer nos parecer que as soluções<br />

para o problema estão longe de ser encontradas. De um lado se situam autores, editores<br />

e distribuidores de livro, bem como desenvolvedores de software zelosos de seus direitos,<br />

preocupados em que se cumpram as leis que punem as cópias não autorizadas. Do outro<br />

todos os leitores usuários reproduzindo “bits” sem citar fontes. (...)<br />

A questão que se coloca é, pois, a seguinte: se o autor e texto se dispersam e se<br />

este último adquire uma multiplicidade de vozes, através dos sistemas de hipertexto,<br />

como preservar de forma eqüitativa os direitos legais dos múltiplos autores? A resposta<br />

à questão é ainda objeto de busca e o debate sobre o tema palpitante, haja visto os<br />

interesses que envolve. O que se pode defi nir é que os sistemas de hipertexto deslocam<br />

o poder de controle do texto do autor para o leitor, o que demanda novas políticas na<br />

orientação da propriedade intelectual.<br />

Texto retirado de:<br />

http://www.unicamp.br/~hans/mh/autor.html<br />

Procure ler o texto de Barthes na íntegra, “A morte do autor”, em:<br />

http://www.facom.ufba.br/sala_de_aula/sala2/barthes1.html<br />

Intertextualidades: o labirinto da citação<br />

De autor em autor, a gente acaba caindo em um texto que fala de outro texto e daí em<br />

diante. Barthes começa o texto que mencionamos no Conteúdo 3 citando uma novela de<br />

Balzac. Assim costuma acontecer com a maioria dos textos que lemos: neles encontramos<br />

referências de tantos outros autores e obras, palavras, citações que formam um labirinto<br />

que acabam por garantir uma espécie de linguagem para cada escritor, um sabor de texto<br />

diferenciado a partir do elenco que cada um delineia para si. A referência a um texto anterior<br />

gera um movimento. A este daremos o nome de intertextualidade, sabendo que dentro desta<br />

cabem outras estruturas, como por exemplo, a citação.<br />

Como se pode notar na constituição da própria palavra, intertextualidade signifi ca<br />

relação entre textos. Considerando-se texto como um recorte signifi cativo feito no processo<br />

ininterrupto de simbiose cultural, isto é, na ampla rede de signifi cações dos bens culturais,<br />

pode-se afi rmar que a intertextualidade é inerente à produção humana. O homem sempre<br />

lança mão do que já foi feito em seu processo de produção simbólica. Um texto é um<br />

“momento” que se privilegia entre um início e um fi nal escolhidos. Assim sendo, o texto,<br />

como objeto cultural, tem uma existência física que pode ser apontada e delimitada: um<br />

fi lme, um romance, um anúncio, uma música. Entretanto, esses objetos não estão ainda<br />

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