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[ P E S Q U I S A ]<br />
Homem:<br />
um ser social?<br />
Pesquisas comprovam que a<br />
vida coletiva em grandes bandos<br />
proporciona maior desenvolvimento<br />
da inteligência dos lêmures e dos<br />
macacos-de-cheiro<br />
Vivemos em um tempo onde<br />
as redes sociais foram priorizadas<br />
como ferramentas<br />
de aproximação humana, contudo, o<br />
relacionamento pessoal, a convivência<br />
em grupo ainda é um grande exercício.<br />
Mas se entre hum<strong>ano</strong>s conviver em<br />
grupo é motivo de competitividade e<br />
até mesmo de intrigas, entre os demais<br />
primatas a situação é diferente.<br />
Não é preciso Twitter, nem Facebook<br />
para eles manterem contato com os<br />
demais membros do seu agrupamento,<br />
pelo contrário: a vida em bando é a<br />
melhor opção para estes animais, que<br />
assim desenvolvem significantemente<br />
sua capacidade cognitiva e inteligência.<br />
É o que apontam dois estudos publicados,<br />
no início do <strong>ano</strong>, em diferentes<br />
<strong>revista</strong>s científicas.<br />
Realizados a partir de experimentos<br />
com os macacos-de-cheiro e lêmures,<br />
o estudo aponta que, quando se trata<br />
de sobrevivência e malícia, na regra dos<br />
lêmures, típicos na Ilha de Madagascar,<br />
quanto maior o grupo, mais esperteza<br />
é adquirida. A constatação é baseada<br />
em estudo realizado por pesquisadores<br />
da Universidade de Duke, nos Estados<br />
Unidos, publicado na <strong>revista</strong> PLOS<br />
One, que relacionou o aumento das<br />
habilidades cognitivas destes animais ao<br />
tamanho de seus círculos de relacionamento.<br />
O resultado revelou que os lêmures<br />
que vivem em grandes grupos têm o<br />
comportamento refletido sobre as ações<br />
dos próprios companheiros de espécie,<br />
tornando-os mais aptos a resolverem um<br />
problema, proporcional à quantidade<br />
de interações com os demais. “Conseguimos<br />
provar que o tamanho do grupo<br />
está relacionado com a capacidade da<br />
espécie de resolver problemas sociais”,<br />
aponta Evan MacLean, pesquisador<br />
que liderou o estudo, comprovando<br />
que grupos maiores tinham inteligência<br />
social favorecida em relação aos demais,<br />
neste contexto.<br />
Tão astutos quanto os lêmures, os<br />
macacos-de-cheiro, da América do Sul,<br />
também provaram ser bastante sociais.<br />
Desta vez, o estudo da Universidade de<br />
St. Andrews, na Escócia, com publicação<br />
no periódico Current Biology, analisou<br />
as interações sociais dos primatas a<br />
partir de dois grupos: um com 22<br />
integrantes e outro com seis. Os machos<br />
dominantes de cada bando foram<br />
treinados para abrirem embalagens de<br />
frutas, baseados em diferentes técnicas.<br />
Durante a observação, foi avaliado o<br />
aprendizado dos outros membros em<br />
contato com seus respectivos líderes.<br />
Os experimentos conseguiram identificar<br />
características bem próximas ao<br />
comportamento hum<strong>ano</strong>.<br />
Aqueles mais integrados com o<br />
grupo – ou seja, os mais populares –<br />
foram considerados mais propensos a<br />
adquirirem novos hábitos culturais com<br />
maior agilidade do que os menos que<br />
tinham menos vínculos com os demais.<br />
Andy Whiten, autor da pesquisa, ressaltou<br />
em suas descobertas que “a posição<br />
de um indivíduo dentro do seu grupo<br />
influencia sua aquisição de inovações”,<br />
obtendo resultado semelhante ao do<br />
primeiro estudo.<br />
Com informações do iG<br />
24 REVISTA ECOLÓGICA Nº 7 Ano V www.<strong>revista</strong><strong>ecologica</strong>.com