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revista_ecologica_edicao_7_ano_5

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[ P E S Q U I S A ]<br />

Homem:<br />

um ser social?<br />

Pesquisas comprovam que a<br />

vida coletiva em grandes bandos<br />

proporciona maior desenvolvimento<br />

da inteligência dos lêmures e dos<br />

macacos-de-cheiro<br />

Vivemos em um tempo onde<br />

as redes sociais foram priorizadas<br />

como ferramentas<br />

de aproximação humana, contudo, o<br />

relacionamento pessoal, a convivência<br />

em grupo ainda é um grande exercício.<br />

Mas se entre hum<strong>ano</strong>s conviver em<br />

grupo é motivo de competitividade e<br />

até mesmo de intrigas, entre os demais<br />

primatas a situação é diferente.<br />

Não é preciso Twitter, nem Facebook<br />

para eles manterem contato com os<br />

demais membros do seu agrupamento,<br />

pelo contrário: a vida em bando é a<br />

melhor opção para estes animais, que<br />

assim desenvolvem significantemente<br />

sua capacidade cognitiva e inteligência.<br />

É o que apontam dois estudos publicados,<br />

no início do <strong>ano</strong>, em diferentes<br />

<strong>revista</strong>s científicas.<br />

Realizados a partir de experimentos<br />

com os macacos-de-cheiro e lêmures,<br />

o estudo aponta que, quando se trata<br />

de sobrevivência e malícia, na regra dos<br />

lêmures, típicos na Ilha de Madagascar,<br />

quanto maior o grupo, mais esperteza<br />

é adquirida. A constatação é baseada<br />

em estudo realizado por pesquisadores<br />

da Universidade de Duke, nos Estados<br />

Unidos, publicado na <strong>revista</strong> PLOS<br />

One, que relacionou o aumento das<br />

habilidades cognitivas destes animais ao<br />

tamanho de seus círculos de relacionamento.<br />

O resultado revelou que os lêmures<br />

que vivem em grandes grupos têm o<br />

comportamento refletido sobre as ações<br />

dos próprios companheiros de espécie,<br />

tornando-os mais aptos a resolverem um<br />

problema, proporcional à quantidade<br />

de interações com os demais. “Conseguimos<br />

provar que o tamanho do grupo<br />

está relacionado com a capacidade da<br />

espécie de resolver problemas sociais”,<br />

aponta Evan MacLean, pesquisador<br />

que liderou o estudo, comprovando<br />

que grupos maiores tinham inteligência<br />

social favorecida em relação aos demais,<br />

neste contexto.<br />

Tão astutos quanto os lêmures, os<br />

macacos-de-cheiro, da América do Sul,<br />

também provaram ser bastante sociais.<br />

Desta vez, o estudo da Universidade de<br />

St. Andrews, na Escócia, com publicação<br />

no periódico Current Biology, analisou<br />

as interações sociais dos primatas a<br />

partir de dois grupos: um com 22<br />

integrantes e outro com seis. Os machos<br />

dominantes de cada bando foram<br />

treinados para abrirem embalagens de<br />

frutas, baseados em diferentes técnicas.<br />

Durante a observação, foi avaliado o<br />

aprendizado dos outros membros em<br />

contato com seus respectivos líderes.<br />

Os experimentos conseguiram identificar<br />

características bem próximas ao<br />

comportamento hum<strong>ano</strong>.<br />

Aqueles mais integrados com o<br />

grupo – ou seja, os mais populares –<br />

foram considerados mais propensos a<br />

adquirirem novos hábitos culturais com<br />

maior agilidade do que os menos que<br />

tinham menos vínculos com os demais.<br />

Andy Whiten, autor da pesquisa, ressaltou<br />

em suas descobertas que “a posição<br />

de um indivíduo dentro do seu grupo<br />

influencia sua aquisição de inovações”,<br />

obtendo resultado semelhante ao do<br />

primeiro estudo.<br />

Com informações do iG<br />

24 REVISTA ECOLÓGICA Nº 7 Ano V www.<strong>revista</strong><strong>ecologica</strong>.com

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