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Revista Dr Plinio 191

Fevereiro 2014

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ela mandava guardar as partes cortadas<br />

e dizia: “Guardem porque há<br />

gente que ficará feliz tendo isso!”<br />

Tal era a certeza de que de que ela<br />

estava na verdadeira via, e chegaria<br />

aonde deveria chegar.<br />

Almas que descortinam<br />

panoramas assombrosos e<br />

imensos<br />

É claro que os panoramas contemplados<br />

por quem é chamado para<br />

uma obra especial são mais altos,<br />

mais belos, mais largos do que os panoramas<br />

vistos por quem é chamado<br />

para uma obra comum. Porque<br />

a providência especial coloca o homem<br />

em proporção de ver melhor<br />

uma série de coisas, que um homem<br />

posto na providência geral não está<br />

chamado a contemplar. E, por isso,<br />

os santos veem muito mais e melhor<br />

do que aqueles que não são santos.<br />

Quem é santo? Não devemos<br />

imaginar que santos são apenas os que figuram na lista<br />

dos canonizados pela Igreja; é de Fé que todos esses são<br />

santos. Mas absolutamente não é se pode afirmar que,<br />

além desses, não haja muitos santos. De maneira que<br />

não podemos saber qual é o fluxo, o aspecto geral da santidade<br />

ao longo de todos os tempos, porque não conhecemos<br />

o total dos santos. Mas no Céu se saberá.<br />

Se essas almas praticaram, em grau heroico, as virtudes<br />

teologais da Fé, Esperança e Caridade, mais as quatro<br />

virtudes cardeais, ficaram santas. Elas tiveram um panorama<br />

e uma proporção especiais, e foram até a ponta<br />

desse panorama e dessa proporção, os quais correspondem,<br />

para cada um, a um calvário individual.<br />

Nosso Senhor Jesus Cristo chegou a toda a sua estatura,<br />

no alto da Cruz, no topo do Calvário. Assim também<br />

a pessoa precisa percorrer, na Terra, sobretudo quando<br />

tem um chamado especial, um longo caminho em que ela<br />

vê cada vez mais panoramas assombrosos e imensos. E,<br />

de outro lado, ela carrega um fardo cada vez maior, mas<br />

a pessoa vai crescendo na medida em que aumenta o seu<br />

fardo, porque a graça de Deus cresce na medida em que<br />

aumentam as nossas provações.<br />

Panorama, glória, trono<br />

Santa Teresinha pouco antes de sua morte<br />

nuvens, vêm neblinas, onde estão<br />

os panoramas? A pessoa só sente<br />

a cruz que está pesando nas costas,<br />

mas toca para a frente. Custe o que<br />

custar, é preciso subir! Quando chega<br />

ao píncaro, a pessoa compreende:<br />

viveu como devia, realizou aquilo<br />

que tinha que realizar, viu todo o<br />

seu panorama. No Céu, ela conseguiu<br />

seu trono.<br />

Donde aquelas palavras magníficas<br />

de São Paulo, ao morrer:<br />

“Combati o bom combate, percorri<br />

a minha carreira inteira; Senhor,<br />

dai-me agora o prêmio da vossa<br />

glória” 1 . Panorama, glória, trono!<br />

As palavras do Apóstolo, em<br />

última análise, o que queriam dizer?<br />

“Senhor, eu cheguei a todas<br />

as altitudes a que Vós me chamastes,<br />

carreguei todos os fardos que<br />

Vós quisestes. Daqui a pouco vem<br />

o último e enorme tormento: minha<br />

alma se separará do meu corpo,<br />

mas é um minuto. Senhor, depois,<br />

eu espero a vossa glória!” Está inteiramente acertado,<br />

perfeitamente bem.<br />

Quando falei do gênero humano, a certa altura de minha<br />

exposição mostrei que todos os homens constituem<br />

uma coleção. Mas essa coleção tem uma particularidade<br />

única que nenhuma outra coleção possui. Os homens<br />

formam um conjunto, mas não há nenhuma coleção de<br />

outros seres contendo um elemento que esteja para essa<br />

coleção como Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora<br />

estão para os outros homens.<br />

É mais fácil e breve falar aqui em Nosso Senhor Jesus<br />

Cristo. Ele compendia, elevadas a um grau inimaginável,<br />

todas as perfeições dos homens. E Ele, sozinho, é mais<br />

belo, mais nobre, mais santo do que todos os panoramas<br />

que se possa constituir de toda a humanidade.<br />

Então deveríamos imaginar os homens constituindo<br />

um mosaico, mas Nosso Senhor, muito mais do que a pedra<br />

central ou uma pedra preciosa num mosaico comum,<br />

é o Ente vivo que o mosaico representa. Mas, de algum<br />

modo misterioso, o mosaico participa d’Ele. Assim temos<br />

uma ideia de qual é a relação, e podemos aplicar facilmente<br />

a proporção a Nossa Senhora. v<br />

(Extraído de conferência de 10/1/1981)<br />

Às vezes anoitece e a pessoa tem que fazer parte do caminho<br />

em que não vê panoramas. Anda no escuro. Vêm<br />

1) Cf. 2Tm 4, 7-8.<br />

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