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Revista Dr Plinio 012

Março de 1999

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LUZES DA CIVILIZAÇÃO CRISTÃ<br />

mais benquerenças. E é porque a alma católica me encanta,<br />

é porque nela discirno o reluzimento do Divino<br />

Espírito Santo, que me apraz admirar Chambord.<br />

Nesse castelo, tudo é amabilidade, harmonia, leveza,<br />

elegância, força e coragem. Ora, é a graça de<br />

Deus que concede aos homens a possibilidade de<br />

serem assim e de imprimirem nas suas obras reflexos<br />

desses predicados. E a graça lhes vem através da Igreja<br />

Católica, de seus ensinamentos, de seu apostolado e<br />

maternal influência. Graças e influxo materno que,<br />

em Chambord, tocaram profundamente minha sensibilidade.<br />

“Chambord<br />

é uma das irradiações do<br />

magnífico ocaso da<br />

Cristandade medieval”<br />

<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> contemplando o castelo,<br />

durante sua visita em 1988<br />

Essa maravilha que eu sonhava<br />

em conhecer, achava-se fechada aos<br />

turistas na tarde em que ali cheguei.<br />

Sozinha, silenciosa, envolta nas<br />

discretas penumbras do pré-anoitecer<br />

que começava. O conjunto refletia<br />

aquela espécie de poesia, de tristeza<br />

e de beleza especiais das coisas<br />

abandonadas. Separava-me do castelo<br />

um terreno coberto por uma erva<br />

que nasceu de modo mais ou<br />

menos fortuito, mas que adquiriu<br />

extraordinário encanto, realçado<br />

aqui e ali por graciosas florzinhas<br />

brancas surgindo inocentemente da<br />

relva.<br />

À direita, destacava-se uma capelinha<br />

de gótico flamboyant, do século<br />

passado, em perfeita harmonia<br />

com o estilo de Chambord.<br />

A floresta, sobre a qual incidia<br />

uma luminosidade amena, pareceume<br />

de rara beleza, imersa em suave<br />

e discreta melancolia. Contemplando<br />

aquelas árvores, tinha-se a impressão<br />

de ver um mundo de personagens<br />

que participaram de toda<br />

a existência áurea de Chambord, e<br />

que agora se encontravam para<br />

além do rio que nos separa da eternidade,<br />

considerando com certo pesar<br />

a derrota de tudo quanto eles<br />

conheceram e representaram.<br />

Já o castelo, com sua imensa beleza,<br />

altivez e fantasia, erguia-se à<br />

maneira de um grand-seigneur passeando<br />

por seus domínios. Hierático,<br />

algum tanto distante do mundo<br />

ao seu redor, um grand-seigneur<br />

que, no mesmo dia, pela manhã tomou<br />

parte numa batalha, à tarde recebeu<br />

convidados para uma festa na<br />

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