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Revista Dr Plinio 81

Dezembro de 2004

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Editorial<br />

Triunfante albor do Reinado de Maria<br />

Há cento e cinqüenta anos, na manhã do dia 8 de dezembro, o Papa Bem-aventurado Pio IX proclamava<br />

o Dogma da Imaculada Conceição. Do alto deste Sinai do Novo Testamento que é a Cátedra<br />

Infalível da Verdade, o Pontífice declarou: “A doutrina que defende ter sido a Beatíssima Virgem<br />

Maria preservada de toda a mancha do pecado original, desde o primeiro instante da sua concepção, por<br />

singular graça e privilégio de Deus onipotente e em atenção aos merecimentos de Jesus Cristo salvador do gênero<br />

humano, foi revelada por Deus e, portanto, deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis” 1 .<br />

Dando início às celebrações dessa magna data mariana, quis o Papa João Paulo II honrá-la com sua recente<br />

peregrinação ao Santuário de Lourdes, onde, quatro anos após aquela declaração dogmática, Nossa<br />

Senhora apareceu a Santa Bernadette Soubirous, dizendo-lhe (no dialeto local): “Eu sou a Imaculada Conceição”.<br />

Era, pelos próprios lábios da Rainha do Céu, uma espécie de ratificação da sentença pontifícia.<br />

Mais. O milagre de Lourdes corroborando o dogma, afirmará <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> em memorável artigo, representava<br />

uma retumbante vitória do bem sobre o mal, da Contra-Revolução sobre a Revolução, abrindo as vias<br />

para a implantação do Reino de Maria neste mundo:<br />

“Ver um Vigário de Jesus Cristo erguer-se na plenitude e na majestade de seu poder, para proclamar um dogma<br />

em pleno século XIX, era presenciar um desafio admiravelmente sobranceiro e arrojado ao ceticismo triunfante,<br />

que já então corroía até as entranhas a civilização ocidental. (...)<br />

“E não estava só nisto o que ousaríamos chamar o sal do glorioso acontecimento da definição do dogma.<br />

É impossível pensar na Virgem Imaculada sem ao mesmo tempo lembrar a serpente cuja cabeça Ela esmagou<br />

triunfal e definitivamente com o calcanhar. (...) Ora, ver assim afirmada [a apoteose] de sua máxima, de sua invariável,<br />

de sua inflexível inimiga, era, para o poder das trevas, a mais horrível das humilhações. De onde um<br />

concerto de vozes humanas e rugidos satânicos por todo o mundo, semelhante a uma imensa e fragorosa tempestade.<br />

Ver que contra essa tempestade de paixões inconfessáveis, de ódios ameaçadores, de desesperos furiosos,<br />

se erguia só, e intrépida, a figura majestosa do Vigário de Cristo, desarmada de todos os recursos da Terra e<br />

fiada apenas no auxílio do Céu, era fonte, para os verdadeiros católicos, de um júbilo igual ao que sentiram os<br />

Apóstolos vendo erguer-se, na tempestade desencadeada sobre o Lago de Genesaré, a figura divinamente varonil<br />

do Salvador, a comandar soberanamente os ventos e o mar: ‘Venti et mare oboediunt ei’ (Mt 8, 27).<br />

“Assim como diante dos hunos se deixaram derrotar ou debandaram todos os generais e governadores do Império<br />

Romano, assim também, diante da Revolução, estavam em deplorável derrota ou debandada, em número<br />

incontável, os que na sociedade temporal deveriam defender a Igreja e a civilização cristã.<br />

“Nesta situação, de uma nobre e solene dramaticidade, Pio IX, como São Leão Magno, era o único a enfrentar<br />

o adversário e a lhe impor a retirada. Recuar? A proposição parece ousada. Entretanto, nada mais verdadeiro.<br />

A partir de 1854, a Revolução começou a sofrer suas grandes derrotas.<br />

“É certo que, na aparência como na realidade, ela continuou a desenvolver seu império sobre a Terra. O igualitarismo,<br />

a sensualidade, o ceticismo foram alcançando vitórias sempre mais radicais e extensas. Mas algo de<br />

novo surgiu. E este algo, que é modesto, apagado, insignificante de aspecto, por sua vez vem crescendo incoercivelmente<br />

e acabará por matar a Revolução. (...)<br />

“O que quer dizer, afinal, que de acordo com a Mensagem de Fátima, os dias do domínio da impiedade estão<br />

contados. A definição do dogma da Imaculada Conceição marcou o início de uma sucessão de fatos que conduzirá<br />

ao Reinado de Maria.” 2<br />

1<br />

) Bula Ineffabilis Deus, de 8/12/1854; 2 ) Catolicismo, nº 86, fevereiro de 1958.<br />

DECLARAÇÃO: Conformando-nos com os decretos do Sumo Pontífice Urbano VIII, de 13 de março de 1625 e<br />

de 5 de junho de 1631, declaramos não querer antecipar o juízo da Santa Igreja no emprego de palavras ou<br />

na apreciação dos fatos edificantes publicados nesta revista. Em nossa intenção, os títulos elogiosos não têm<br />

outro sentido senão o ordinário, e em tudo nos submetemos, com filial amor, às decisões da Santa Igreja.<br />

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