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Fé, Esperança e Caridade num Carlos que<br />
não desanima<br />
A Chanson insinua o problema. Quando combatiam<br />
os Pares, ela narra suas proezas. Depois que estes desapareceram,<br />
ela canta o que Carlos faz diretamente. Ele<br />
substituiu seus valorosos guerreiros e escreveu todo o futuro<br />
da França, mesmo abalado pelo golpe terrível de<br />
Roncesvalles.<br />
Pela coragem um pouco imprudente de Roland — este<br />
deveria ter ouvido Olivier — e por todas as outras circunstâncias,<br />
a obra de Carlos na Espanha estava arrasada.<br />
Coisa amarga: o par mais fiel e amigo, sobrinho dele,<br />
cometeu a imprudência que causou a derrota de seu exército.<br />
Ele chorou esse sobrinho, perdoou-o e combateu por<br />
ele, suscitando uma outra França atrás de si, que prosseguiu<br />
a luta.<br />
Durante o auge da sua epopéia, nalgum momento em<br />
que ele estivesse sentindo uma falta como que irreparável<br />
dos seus valentes, Carlos teria se perguntado: “Essa gente<br />
que me segue, dará origem a novos Pares? Há uma nova<br />
França nesses soldados que agora me obedecem, ou são<br />
apenas um resto que me acompanha? Estarei combatendo<br />
à toa?”<br />
É uma questão que não pode ter deixado de saltar ao<br />
espírito dele — e quantas vezes! — durante a batalha.<br />
Nisso tudo há um Carlos que não desanima, imbuído<br />
de Fé, Esperança, Caridade, e que sabe serem necessários<br />
No duro revés que sofreu, Carlos<br />
Magno se mostrou um varão cheio de<br />
Fé, Esperança e Caridade<br />
À esquerda, a Batalha de Roncesvalles;<br />
abaixo, o Imperador Carlos chora a<br />
morte de Roland (ilustrações do séc. XV)<br />
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