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Revista Dr Plinio 73

Abril de 2004

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O PENSAMENTO FILOSÓFICO DE DR. PLINIO<br />

go que vai além de toda idéia até agora<br />

concebida. Bem entendido, não se<br />

trata dessas lâminas de granito aplicadas<br />

às paredes, sabendo-se que tal<br />

não passa de um revestimento.<br />

Não. Se me fosse dado mandar erguer<br />

uma casa ou edifício, gostaria que<br />

tivesse grossas paredes, inteiramente<br />

constituídas de material cujo colorido<br />

fosse semelhante ao de um belo vaso.<br />

De maneira que, sendo perfuradas<br />

com um prego de lado a lado, encontrar-se-ia<br />

a mesma matéria com<br />

aquela cor. Nada, portanto, de falsos<br />

revestimentos com chapas de granito<br />

ou de mármore. Falsificação, mesmo<br />

nesse terreno, não tem valor algum.<br />

À primeira vista, essa concepção<br />

pode parecer muito bonita, porém<br />

inexeqüível.<br />

Ora, cumpre levar em conta que o<br />

homem, com as modernas possibilidades<br />

industriais, pode elaborar matérias-primas<br />

mais belas do que as pedras<br />

preciosas que se acham na natureza,<br />

atingindo um grau de esplendor<br />

inenarrável.<br />

Claro está, não se deve imaginar<br />

isto para qualquer casa ou construção.<br />

Conviria, por exemplo, para uma Via<br />

de la Conciliazione, em Roma. Naquele<br />

eixo que liga o trono de São Pedro<br />

ao Castelo de Sant’Angelo, poder-seia<br />

conceber uma pavimentação com<br />

É indizível o até<br />

onde podem chegar<br />

os recursos da<br />

inteligência e da<br />

fantasia humanas<br />

gemas de raro quilate, a fim de honrar<br />

o Papa. E se podemos imaginar uma<br />

laje de asfalto ininterrupta, de ponta<br />

a ponta de uma avenida, por que não<br />

cogitar num piso todo feito de porcelana<br />

especial? Ou então de um cristal<br />

único? Seria algo magnífico e incomparável,<br />

tanto é indizível o até<br />

onde os recursos da inteligência e da<br />

fantasia são capazes de chegar.<br />

Importância do<br />

panorama para as belas<br />

construções<br />

Agrada-me tratar desse tema, pois<br />

vivo como que imerso nessas cogitações.<br />

Entretanto, é preciso ter presente<br />

que tais maravilhas devem ser concebidas<br />

apenas para determinados<br />

tipos de panorama e de povo. Com<br />

efeito, existem paisagens nas quais<br />

elas se encaixam perfeitamente. Por<br />

exemplo, na Baía de Guanabara.<br />

Como é aprazível um passeio por<br />

esse espetacular “cartão postal” do<br />

Brasil! Sair de manhã e percorrer toda<br />

a baía até à noite, presenciando o<br />

pôr-do-sol, ao mesmo tempo que um<br />

bom cicerone nos vai descrevendo seus<br />

pontos mais salientes e recordando<br />

os acontecimentos históricos que ali<br />

se desenrolaram, como a heróica resistência<br />

dos portugueses contra os<br />

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