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Jornal Paraná Setembro 2015

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SYNTEGRAÇÃO<br />

Manter o solo fértil<br />

tem se tornado uma<br />

missão cada vez mais<br />

difícil e mais cara. E a experiência<br />

mostra que, se não<br />

cuidar, chega uma hora em<br />

que não se consegue mais<br />

corrigi-lo, alertou o pesquisador<br />

doutor Denizart Bolonhezi<br />

(IAC/APTA), que<br />

defende o plantio direto da<br />

cana como parte da solução.<br />

Ele citou que a erosão<br />

custa só ao estado de São<br />

Paulo mais de US$ 212 milhões<br />

ao ano, considerando<br />

os efeitos direitos e indiretos<br />

das perdas de solo. Que há<br />

estimativa de que há mais<br />

de 430 milhões de hectares<br />

de solo degradado no mundo.<br />

E que outros 23 bilhões<br />

de toneladas de solo são erodidos<br />

por ano. Isso numa realidade<br />

em que somente<br />

1/32 da terra apresenta potencial<br />

de uso para a agricultura.<br />

“Em 1961 havia 0,41 hectare<br />

cultivado por habitante.<br />

Em 2007 era 0,21 e em<br />

2050 haverá menos de 0,1<br />

hectare para a produção de<br />

alimentos, fibras e energia<br />

Cada vez mais comuns nos<br />

canaviais, as falhas no estande<br />

podem ser eliminadas<br />

com o uso das mudas de<br />

cana Plene PB, também<br />

indicadas para a formação<br />

de viveiros com alta sanidade<br />

e qualidade, segundo o<br />

engenheiro agrônomo Victor<br />

Hugo Silveira, da área<br />

de Desenvolvimento Técnico<br />

de Mercado Cana de<br />

Açúcar da Syngenta. Ele<br />

ressalta que esse é um mercado<br />

crescente para o produto,<br />

pois permite a recomposição<br />

da produtividade do<br />

canavial, maior rendimento<br />

Adeus ao preparo convencional<br />

Para o pesquisador do IAC, o setor de cana tem que aprender com o de grãos,<br />

onde a área de plantio direto cresceu muito<br />

para cada habitante no<br />

mundo. Considerando a expectativa<br />

de que haverá 9<br />

bilhões de pessoas em 2050,<br />

a produção terá que aumentar<br />

entre 60% e 110%”, afirmou.<br />

Diante dessa realidade, é<br />

cada vez maior a cobrança<br />

com relação ao cuidado com<br />

o solo e isso se dá de forma<br />

especial no que se refere à<br />

produção de cana de açúcar,<br />

devido ao foco na sustentabilidade<br />

ambiental de seus<br />

produtos, destacou o pesquisador<br />

doutor.<br />

Por outro lado, há o paradigma<br />

de que se tem que<br />

preparar o solo de forma intensiva.<br />

“Preparo profundo<br />

de solo não deve ser padrão”,<br />

ressaltou citando que as culturas<br />

da mandioca, batata e<br />

cana de açúcar são os mais<br />

citados como prejudiciais<br />

devido ao potencial de erosão.<br />

Defensor da agricultura<br />

conservacionista, o pesquisador<br />

disse que o setor de<br />

cana tem que aprender com<br />

o de grãos, onde a área de<br />

operacional das máquinas<br />

na colheita, posterga a reforma<br />

e reduz os custos da<br />

matéria prima.<br />

As mudas pré-brotadas<br />

podem ser usadas para preencher<br />

falhas de plantio, de<br />

soqueira, de áreas de ataques<br />

de pragas de solo, de acabamento<br />

de sulcação e de<br />

caixa de terraço embutido.<br />

Para isso, a Syngenta está<br />

criando parcerias para o desenvolvimento<br />

de soluções<br />

que permitam a viabilidade<br />

técnica e econômica deste<br />

replantio. Já há, inclusive,<br />

Denizart: é crescente a cobrança com relação ao cuidado com todo ecossistema<br />

plantio direto cresceu muito.<br />

“Com toda essa crise hídrica,<br />

tem que otimizar o<br />

uso de água e a melhor forma<br />

é com cobertura do solo,<br />

adotando-se o plantio direto.<br />

As culturas sofrem menos<br />

com as instabilidades do<br />

clima”.<br />

A palha residual e o sistema<br />

radicular deixados não<br />

só retêm e conservam mais<br />

água, como reduzem as<br />

temperaturas no nível do<br />

solo, favorecendo a atividade<br />

protótipos de máquinas para<br />

o plantio das mudas nestes<br />

espaços.<br />

Silveira alerta, entretanto,<br />

que o replantio de falhas em<br />

soqueira e áreas de pragas<br />

exige que o solo seja preparado<br />

para permitir uma<br />

operação adequada de<br />

transplantes das mudas,<br />

bem como garantir condições<br />

para seu pegamento e<br />

desenvolvimento.<br />

Também, é preciso que o<br />

replantio ocorra no máximo<br />

até 45 dias após o plantio ou<br />

microbiana, a ciclagem de<br />

nutrientes e dando melhores<br />

condições para as culturas.<br />

Nas áreas de plantio direto,<br />

a cana apresenta menos falhas<br />

na brotação e maior<br />

perfilhamento.<br />

“O solo é o ecossistema<br />

mais complexo do mundo.<br />

Em 100 gramas de solo há<br />

mais microorganismos que a<br />

população da China. Por<br />

isso a presença de palha e<br />

raízes no solo é fundamental.<br />

Os resíduos vegetais são<br />

Para formar viveiros ou replantar falhas<br />

o tamanho da soqueira não<br />

ultrapasse 40 centímetros de<br />

altura (duas a quatro folhas)<br />

para minimizar a competição<br />

em relação às mudas<br />

transplantadas. Da mesma<br />

forma, o tamanho da falha<br />

precisa ter mais de 1,5<br />

metro e ter mais de 20% de<br />

falhas no canavial, e o replantio<br />

ocorrer, preferencialmente,<br />

após a fertirrigação,<br />

irrigação ou chuva<br />

(20 a 30 mm), com até<br />

dois dias para entrada na<br />

área.<br />

as fontes de energia que alimentam<br />

todo esse ecossistema”,<br />

explicou.<br />

Denizart alertou que o intenso<br />

preparo, a compactação<br />

e o excesso de fertilizantes<br />

podem impactar<br />

negativamente a biologia do<br />

solo. E que o terraceamento<br />

adotado para a colheita mecânica<br />

de cana crua é incompatível<br />

com uma intensa<br />

movimentação do solo.<br />

“Os riscos de erosão são<br />

enormes”.<br />

Quando usadas nos viveiros,<br />

Silveira lembra que as<br />

mudas pré-brotadas permitem<br />

explorar o máximo potencial<br />

das variedades comerciais,<br />

antecipar a introdução<br />

de novos materiais e<br />

evitar a disseminação de<br />

pragas e doenças sistêmicas.<br />

Também proporciona<br />

maiores taxas de multiplicação,<br />

alto vigor, homogeneidade<br />

das plantas, excelente<br />

perfilhamento, liberação da<br />

área de viveiro para moagem,<br />

evita reforma antecipada<br />

dos canaviais e aumenta<br />

a rentabilidade do<br />

negócio.<br />

12<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Setembro</strong> <strong>2015</strong>

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