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Jornal Paraná Setembro 2015

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Estruturar o solo em vez de revolver<br />

Para o professor doutor Denizart<br />

Bolonhezi, manejo de<br />

solo não se resume a práticas<br />

mecânicas. “Não é com ferro<br />

que se estrutura o solo.<br />

Quando se movimenta este<br />

utilizando grade e aiveca, o<br />

que se ganhou com a rotação<br />

de culturas ou com a palha<br />

deixada com a colheita mecânica<br />

de cana crua é jogado<br />

fora, resultando na perda do<br />

equilíbrio do solo. Movimentar<br />

o solo não garante<br />

qualquer aumento de produtividade”.<br />

Ao contrário. Além de provocar<br />

processos erosivos, a<br />

prática reduz a matéria orgânica,<br />

há maior emissão de<br />

gases de efeito estufa e custo<br />

maior. O preparo do solo para<br />

o plantio de cana tem um<br />

peso considerável no custo de<br />

implantação, valor este que<br />

tende a ser 30% maior onde<br />

há colheita de cana crua.<br />

“Mesmo se não houvesse aumento<br />

de produtividade com<br />

a adoção do plantio direto, só<br />

a redução de custo já resultaria<br />

em lucro”.<br />

Denizart defendeu que,<br />

contra a compactação do<br />

solo, a solução é controle de<br />

tráfego e a colocação de raízes<br />

no sistema, melhorando<br />

a estrutura do solo. “Mexer<br />

no solo é paliativo e não resolve<br />

o problema. Preparo<br />

profundo do solo só beneficia<br />

no primeiro corte, porque no<br />

segundo o problema já voltou.<br />

Tem que pensar em melhorar<br />

a entrelinha da cana<br />

com cultura intercalar, de<br />

forma biológica, colocando<br />

raiz”, disse, lembrando que o<br />

plantio direto na cana é facilitado<br />

com o uso de uma leguminosa<br />

na reforma da<br />

cana.<br />

Denizart citou ainda que a<br />

Austrália enfrentou um problema<br />

semelhante de queda<br />

de produtividade nos canaviais<br />

há anos, apesar do uso<br />

de variedades cada vez mais<br />

produtivas. E que trabalhos<br />

com rotação de cultura e<br />

plantio direto resultaram em<br />

Apostando numa mudança<br />

de conceito no plantio<br />

comercial da cana de<br />

açúcar, a Syngenta tem trabalhado<br />

no desenvolvimento<br />

do New Plene, produto<br />

considerado uma espécie de<br />

“semente de cana”. Segundo<br />

o engenheiro agrônomo<br />

Victor Hugo Silveira, da<br />

área de Desenvolvimento<br />

Técnico de Mercado Cana<br />

de Açúcar da empresa, a<br />

tecnologia é complementar<br />

ao Plene Evolve, indicado<br />

para a formação de viveiros<br />

pré-primários, e ao Plene<br />

PB, mudas pré-brotadas<br />

usadas na implantação dos<br />

“Semente de cana”<br />

viveiros primários, secundários<br />

e no preenchimento de<br />

falhas.<br />

O New Plene vem sendo<br />

desenvolvido em parceria<br />

com o setor sucroenergético<br />

e deve ser lançado em<br />

2017. Comparado com o<br />

sistema convencional de<br />

plantio, este promete maior<br />

velocidade de multiplicação<br />

e um menor custo unitário<br />

por tonelada, além da<br />

maior flexibilidade, simplicidade<br />

e conveniência, permitindo<br />

armazenamento<br />

em câmara fria, alto rendimento<br />

operacional e menor<br />

um aumento de mais de 20%<br />

na produtividade de colmos,<br />

redução de custos e melhora<br />

da qualidade do solo, com<br />

aumento da quantidade de<br />

minhocas, de inimigos naturais<br />

das pragas, bactérias e<br />

fungos benéficos e até um<br />

maior controle de nematoides<br />

de vários tipos, reduzindo<br />

consideravelmente a população<br />

destes.<br />

impacto ambiental e operacional.<br />

Silveira diz que também<br />

facilita o transporte, onde<br />

com um caminhão refrigerado<br />

para 30 toneladas é<br />

possível plantar 150 hectares,<br />

destinando as áreas<br />

para a produção comercial.<br />

Possibilitará também a redução<br />

de investimentos e<br />

custos, uma vez que reduzirá<br />

a quantidade de máquinas,<br />

estrutura de apoio e<br />

mão de obra envolvida no<br />

processo de plantio com<br />

aumento significativo dos<br />

rendimentos operacionais.<br />

<strong>Setembro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 13

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