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Estruturar o solo em vez de revolver<br />
Para o professor doutor Denizart<br />
Bolonhezi, manejo de<br />
solo não se resume a práticas<br />
mecânicas. “Não é com ferro<br />
que se estrutura o solo.<br />
Quando se movimenta este<br />
utilizando grade e aiveca, o<br />
que se ganhou com a rotação<br />
de culturas ou com a palha<br />
deixada com a colheita mecânica<br />
de cana crua é jogado<br />
fora, resultando na perda do<br />
equilíbrio do solo. Movimentar<br />
o solo não garante<br />
qualquer aumento de produtividade”.<br />
Ao contrário. Além de provocar<br />
processos erosivos, a<br />
prática reduz a matéria orgânica,<br />
há maior emissão de<br />
gases de efeito estufa e custo<br />
maior. O preparo do solo para<br />
o plantio de cana tem um<br />
peso considerável no custo de<br />
implantação, valor este que<br />
tende a ser 30% maior onde<br />
há colheita de cana crua.<br />
“Mesmo se não houvesse aumento<br />
de produtividade com<br />
a adoção do plantio direto, só<br />
a redução de custo já resultaria<br />
em lucro”.<br />
Denizart defendeu que,<br />
contra a compactação do<br />
solo, a solução é controle de<br />
tráfego e a colocação de raízes<br />
no sistema, melhorando<br />
a estrutura do solo. “Mexer<br />
no solo é paliativo e não resolve<br />
o problema. Preparo<br />
profundo do solo só beneficia<br />
no primeiro corte, porque no<br />
segundo o problema já voltou.<br />
Tem que pensar em melhorar<br />
a entrelinha da cana<br />
com cultura intercalar, de<br />
forma biológica, colocando<br />
raiz”, disse, lembrando que o<br />
plantio direto na cana é facilitado<br />
com o uso de uma leguminosa<br />
na reforma da<br />
cana.<br />
Denizart citou ainda que a<br />
Austrália enfrentou um problema<br />
semelhante de queda<br />
de produtividade nos canaviais<br />
há anos, apesar do uso<br />
de variedades cada vez mais<br />
produtivas. E que trabalhos<br />
com rotação de cultura e<br />
plantio direto resultaram em<br />
Apostando numa mudança<br />
de conceito no plantio<br />
comercial da cana de<br />
açúcar, a Syngenta tem trabalhado<br />
no desenvolvimento<br />
do New Plene, produto<br />
considerado uma espécie de<br />
“semente de cana”. Segundo<br />
o engenheiro agrônomo<br />
Victor Hugo Silveira, da<br />
área de Desenvolvimento<br />
Técnico de Mercado Cana<br />
de Açúcar da empresa, a<br />
tecnologia é complementar<br />
ao Plene Evolve, indicado<br />
para a formação de viveiros<br />
pré-primários, e ao Plene<br />
PB, mudas pré-brotadas<br />
usadas na implantação dos<br />
“Semente de cana”<br />
viveiros primários, secundários<br />
e no preenchimento de<br />
falhas.<br />
O New Plene vem sendo<br />
desenvolvido em parceria<br />
com o setor sucroenergético<br />
e deve ser lançado em<br />
2017. Comparado com o<br />
sistema convencional de<br />
plantio, este promete maior<br />
velocidade de multiplicação<br />
e um menor custo unitário<br />
por tonelada, além da<br />
maior flexibilidade, simplicidade<br />
e conveniência, permitindo<br />
armazenamento<br />
em câmara fria, alto rendimento<br />
operacional e menor<br />
um aumento de mais de 20%<br />
na produtividade de colmos,<br />
redução de custos e melhora<br />
da qualidade do solo, com<br />
aumento da quantidade de<br />
minhocas, de inimigos naturais<br />
das pragas, bactérias e<br />
fungos benéficos e até um<br />
maior controle de nematoides<br />
de vários tipos, reduzindo<br />
consideravelmente a população<br />
destes.<br />
impacto ambiental e operacional.<br />
Silveira diz que também<br />
facilita o transporte, onde<br />
com um caminhão refrigerado<br />
para 30 toneladas é<br />
possível plantar 150 hectares,<br />
destinando as áreas<br />
para a produção comercial.<br />
Possibilitará também a redução<br />
de investimentos e<br />
custos, uma vez que reduzirá<br />
a quantidade de máquinas,<br />
estrutura de apoio e<br />
mão de obra envolvida no<br />
processo de plantio com<br />
aumento significativo dos<br />
rendimentos operacionais.<br />
<strong>Setembro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 13