15.02.2017 Views

TRANSPORTE.LOG_Edição 53

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Informativo do SISTEMA FE<strong>TRANSPORTE</strong>S e SEST SENAT-ES<br />

<strong>Edição</strong> nº <strong>53</strong> • Janeiro/Fevereiro 2017<br />

O que 2017<br />

reserva para o Brasil?<br />

Apesar das incertezas, senador Ricardo Ferraço está confiante na retomada da economia<br />

Ao longo dos 12 meses de 2016, o que<br />

não faltou no Brasil foram notícias ruins<br />

acerca da economia. Somada à crise política,<br />

a turbulência financeira causou recessão,<br />

aumento da inflação e do desemprego,<br />

e dúvidas com relação ao futuro. Agentes<br />

do mercado acreditavam que o início da<br />

gestão de Michel Temer traria de volta a<br />

confiança dos investidores internacionais,<br />

o que – pelo menos até agora! – não se<br />

concretizou. Some-se a isso a posse de<br />

Donald Trump na Casa Branca. Mesmo<br />

que ele não coloque em prática um protecionismo<br />

do mercado americano, sua<br />

atuação gera dúvidas, pois os Estados<br />

Unidos são um dos principais destinos<br />

das exportações brasileiras.<br />

Para todos os lados que se olhe, pairam<br />

questionamentos. Ainda assim, o senador<br />

Ricardo Ferraço (PSDB-ES) aposta que<br />

2017 marcará a retomada nacional e fala<br />

um pouco sobre suas expectativas em<br />

entrevista ao “Transporte.Log”.<br />

<strong>TRANSPORTE</strong>.<strong>LOG</strong> – O ano de 2017 chegou<br />

e continuamos vivendo mergulhados<br />

num cenário de incertezas. Quais suas<br />

expectativas para a economia brasileira<br />

em 2017?<br />

RICARDO FERRAÇO – Os desafios<br />

deixados para o governo do presidente<br />

Michel Temer, pela gestão da<br />

presidente afastada Dilma Rousseff,<br />

foram e ainda são gigantescos. Os<br />

dois últimos anos representaram o<br />

maior período recessivo da história<br />

nacional e deixaram um saldo de 12<br />

milhões de desempregados, número<br />

que ainda continua crescendo, embora<br />

em ritmo menor. Este ano representa,<br />

seguramente, um período de retomada,<br />

mas que requer todo o empenho<br />

dos agentes políticos para avançar no<br />

máximo que as condições permitem. E<br />

nesse sentido, vamos apoiar todas as<br />

iniciativas para acelerar esse processo<br />

ainda lento de recuperação.<br />

Apesar do otimismo, o senador<br />

reconhece que o ano vai exigir empenho<br />

dos agentes políticos para avançar no<br />

processo ainda lento de recuperação<br />

Quais são as estimativas do senhor para<br />

questões relacionadas à inflação, desemprego,<br />

juros, câmbio e contas públicas?<br />

É impossível fazer um prognóstico preciso,<br />

pois muitos números dependem<br />

ainda de decisões a serem tomadas<br />

pelo Congresso e pelo governo, além do<br />

comportamento da economia mundial,<br />

particularmente no que se refere aos reflexos<br />

para o comércio mundial do novo<br />

governo dos Estados Unidos. Todavia,<br />

certamente podemos apostar em dados<br />

melhores em todos esses indicadores.<br />

A inflação já vem decaindo desde os<br />

últimos meses do ano passado, abrindo<br />

espaço também para a redução dos juros<br />

básicos a um dígito. As contas públicas<br />

da União registrarão novo rombo assustador,<br />

um pouco menor que o recorde<br />

de 2016, conforme indica o Orçamento<br />

Federal, que prevê déficit primário de R$<br />

139 bilhões. O efeito positivo da fixação<br />

de um teto de gastos será observado<br />

gradualmente ao longo dos anos.<br />

Em se tratando de retomada da economia,<br />

qual será o grande desafio do Brasil ao<br />

longo de 2017?<br />

A recuperação da confiança de investidores<br />

e consumidores continua<br />

sendo o maior desafio para garantir<br />

uma retomada segura. Neste sentido,<br />

a aprovação da reforma da Previdência<br />

é, obviamente, o tema mais<br />

importante para o Congresso e para o<br />

governo em 2017. De sua aprovação<br />

dependerá o sucesso de outra medida<br />

essencial tomada ano passado, que<br />

foi o estabelecimento de um teto para<br />

expansão dos gastos federais atrelado<br />

à variação da inflação no ano anterior.<br />

Essas e outras reformas estruturantes<br />

precisam ser encaradas como estímulo<br />

ao emprego e redução dos custos na<br />

tomada de empréstimos.<br />

Continua na página 2.


FE<strong>TRANSPORTE</strong>S<br />

PALAVRA DO PRESIDENTE<br />

Para começar, uma<br />

edição renovada e cheia<br />

de assuntos relevantes<br />

Quando começamos a pensar o primeiro<br />

“Transporte.Log” do ano de 2017, havia<br />

dito que queria uma edição forte, com<br />

boas entrevistas, assuntos relevantes.<br />

Eu gostei bastante do material que está<br />

em suas mãos e espero que você, leitor,<br />

também goste.<br />

Abrimos nosso jornal com uma entrevista<br />

com o senador Ricardo Ferraço, que fala<br />

um pouco sobre economia, perspectivas<br />

para o ano e possibilidade de retomada,<br />

e ainda temos outra, com Paulo Ruy Carnelli,<br />

secretário de Estado de Transportes<br />

e Obras Públicas, que nos trouxe boas<br />

notícias relacionadas à mobilidade urbana<br />

e infraestrutura. A curto e médio prazos,<br />

as obras e intervenções sobre as quais<br />

cita na matéria, certamente, garantirão<br />

avanços e desenvolvimento importantes<br />

para todo o Estado.<br />

Trazemos, ainda, duas análises importantíssimas<br />

para o setor: uma que<br />

aborda questões referentes ao transporte<br />

coletivo e outra a respeito dos valores do<br />

frete, assunto reincidente no segmento<br />

de cargas e logística.<br />

E para fechar a edição, as páginas<br />

do Sest Senat estão focadas<br />

em notícias sobre sustentabilidade,<br />

capacitação<br />

profissional, bem-estar<br />

e saúde, assuntos que<br />

não podem faltar no meu,<br />

no seu, no nosso dia<br />

a dia.<br />

Boa leitura e<br />

até mês que vem!<br />

Reforma da Previdência:<br />

o futuro em pauta<br />

A Previdência<br />

Social é um dos principais<br />

desafios da<br />

economia brasileira<br />

para as próximas décadas.<br />

Existem – e<br />

não é de hoje! – sérios<br />

problemas no<br />

desenho do sistema<br />

de repasse de aposentadorias<br />

e pensões<br />

que exigem<br />

ajustes em função<br />

das transformações<br />

da população brasileira,<br />

que prometem<br />

se acentuar ainda<br />

mais nos próximos anos. Em novembro,<br />

meses após assumir a Presidência<br />

da República, o governo federal<br />

lançou um projeto de reforma que<br />

gerou uma enxurrada de críticas por<br />

parte de setores organizados e de cidadãos<br />

que temem perda de direitos.<br />

E embora reconheça que exista um<br />

clima hostil no ar, o senador Ricardo<br />

Ferraço não acha que isso dificultará<br />

a agenda econômica do ano.<br />

“O debate em torno da reforma da<br />

Previdência certamente não é fácil,<br />

pois envolve o futuro das pessoas,<br />

tanto as que estão prestes a trabalhar<br />

quanto as que<br />

ainda vão ingressar<br />

no mercado de trabalho.<br />

A realidade<br />

não é a ideal, como<br />

gostaríamos que<br />

fosse. No entanto,<br />

temos de encarar o<br />

fato de que o sistema<br />

previdenciário,<br />

tal qual se configura<br />

hoje, caminha para<br />

a insolvência. Temos<br />

distorções variadas<br />

nos pagamentos<br />

de benefícios e um<br />

quadro demográfico<br />

de envelhecimento da população<br />

com queda na natalidade que apontam<br />

nessa terrível direção”, garante<br />

Ferraço.<br />

O senador fez questão de lembrar<br />

que não é de hoje que o problema da<br />

Previdência estava colocado na mesa,<br />

mas até então nada havia sido feito.<br />

“A diferença agora é que não mais<br />

podemos adiar decisões, sob pena de<br />

inviabilizar pensões e aposentadorias<br />

mais adiante e impedir o Estado brasileiro<br />

de cumprir sua missão de cuidar<br />

do bem-estar geral da sua população”,<br />

encerra.<br />

Dentre as reformas<br />

que vejo como<br />

importantes para a<br />

retomada econômica,<br />

destaco o projeto de<br />

minha autoria que<br />

estabelece no País<br />

a jornada flexível de<br />

trabalho, o que poderia<br />

gerar oportunidades<br />

de emprego<br />

instantaneamente.<br />

Ricardo Ferraço, senador<br />

Jerson Antonio Picoli<br />

Presidente da Fetransportes<br />

“Temos de encarar o fato de que o sistema previdenciário, tal qual se configura hoje, caminha para a<br />

insolvência”, diz Ricardo Ferraço<br />

PUBLICAÇÃO MENSAL DO SISTEMA FE<strong>TRANSPORTE</strong>S E SEST SENAT-ES Rua Constante Sodré, 265 - Santa Lúcia - Vitória - ES - CEP 29055-420<br />

SUPERINTENDENTE FE<strong>TRANSPORTE</strong>S: Sandro Perovano Tel: (27) 2125-7642 EDITORA: Anna Carolina Passos Tel: (27) 2125-7618<br />

imprensa@fetransportes.org.br / imprensa@transcares.com.br PRODUÇÃO EDITORIAL: Anna Carolina Passos - Gestão e Assessoria<br />

em Comunicação TEXTOS: Anna Carolina Passos • Imprensa@gvbus.org.br (Assessoria de Imprensa GVBus) FOTOGRAFIAS: Divulgação<br />

e Sest Senat PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO: Bios Tel.: (27) 3222-0645 IMPRESSÃO: Grafitusa<br />

2 | <strong>TRANSPORTE</strong>.<strong>LOG</strong> | JANEIRO/FEVEREIRO 2017


FE<strong>TRANSPORTE</strong>S<br />

Mais mobilidade e infraestrutura<br />

Conclusão das obras da avenida Leitão<br />

da Silva e da rodovia José Sette, finalização<br />

da rodovia Leste-Oeste, revitalização da<br />

orla do Canal de Guarapari, melhorias nas<br />

entradas Sul e Norte de Vitória, ampliação<br />

da capacidade da Rodovia Carlos Lindenberg,<br />

implantação de faixa preferencial para<br />

ônibus do sistema metropolitano. Neste<br />

momento, muitos são os projetos de mobilidade<br />

e infraestrutura do Estado. Projetos<br />

estes que, segundo o secretário de Estado<br />

de Transportes e Obras Públicas, Paulo Ruy<br />

Carnelli, vão melhorar a mobilidade urbana<br />

da população capixaba, abrir novas frentes<br />

de desenvolvimento e gerar empregos.<br />

De tudo o que está em andamento – ou<br />

prestes a começar –, Carnelli elege a conclusão<br />

da Leitão da Silva e da José Sette,<br />

e a inauguração da Leste-Oeste como as<br />

obras principais.<br />

“A Leitão da Silva, cuja segunda fase<br />

das obras deve terminar em um ano, abrirá<br />

um novo capítulo de nossa mobilidade,<br />

proporcionando melhorias para ciclista,<br />

pedestre, motorista e para o sistema de<br />

transporte coletivo. Isso sem falar no comércio,<br />

que vai aproveitar a revitalização da<br />

via. A José Sette, que é uma mini Leitão da<br />

Silva, área de comércio grande e movimentado,<br />

também será modernizada, inclusive<br />

com a ampliação do Terminal de Itacibá. E<br />

a Leste-Oeste será um novo eixo de desenvolvimento<br />

na parte sul metropolitana,<br />

capaz de atrair empresas e condomínios<br />

residenciais, e possibilitará a criação de<br />

novas linhas de ônibus, permitindo melhores<br />

condições de deslocamento das pessoas”,<br />

resumiu o secretário.<br />

Melhorias à vista<br />

AVENIDA LEITÃO DA SILVA – A primeira etapa das obras de ampliação e modernização está em fase de<br />

conclusão e a segunda, já contratada, começará nos próximos meses, com duração de um ano. No final da<br />

intervenção, a Leitão da Silva passará a ter três faixas em cada sentido, passeios reabilitados, galeria coberta,<br />

ciclovia e melhoria da macrodrenagem, possibilitando o escoamento mais rápido da água das chuvas<br />

e reduzindo os alagamentos históricos que prejudicam a região.<br />

RODOVIA JOSÉ SETTE – As obras de ampliação e modernização foram retomadas em junho do ano passado.<br />

As equipes estão trabalhando no trecho de Alto Lage, com os serviços de duplicação de pista. As obras,<br />

previstas para serem concluídas em 2018, incluirão, ainda, a construção de galeria pluvial, ponte, ciclovia,<br />

nova sinalização e calçada-cidadã.<br />

LESTE-OESTE – Com conclusão prevista para o final do ano, o Corredor Leste-Oeste vai criar uma nova<br />

ligação entre as BRs 262 e 101, de Cariacica (Contorno) à Rodovia Darly Santos, em Vila Velha. Estão em<br />

execução obras de pavimentação do trecho de 2,2 quilômetros, entre os bairros Rio Marinho, em Vila Velha, e<br />

Campo Belo, em Cariacica; construção do viaduto de acesso ao bairro Santa Catarina e viário complementar;<br />

ponte sobre o Rio Marinho; canalização do Rio Marinho; transposição de adutora da Cesan, em Cariacica; e a<br />

conclusão de trecho do Corredor Sudeste, com implantação de ciclovia e canalização do Córrego Maria Preta.<br />

Obras estratégicas de norte a sul<br />

Corredor Leste-Oeste: novo eixo de desenvolvimento<br />

A Setop está concluindo as tratativas<br />

com o BNDES para o aporte de R$ <strong>53</strong>0<br />

milhões já contratados, com os quais irá<br />

executar o pacote de obras estratégicas<br />

para tratar os principais gargalos do viário<br />

metropolitano – as obras da Avenida<br />

José Sette estão incluídas neste pacote.<br />

As entradas Sul e Norte<br />

de Vitória estão recebendo<br />

atenção especial, e o<br />

objetivo é dar início às<br />

intervenções e implantar<br />

corredores preferenciais<br />

para ônibus (BRS).<br />

Com a implantação<br />

do complexo viário do<br />

Portal do Príncipe, serão<br />

construídas mais 3,5 km<br />

de novas vias, que eliminarão<br />

a retenção de tráfego. Em relação<br />

à entrada Norte de Vitória, está em fase<br />

de conclusão o projeto de ampliação da<br />

BR-101, entre o Aeroporto de Vitória e o<br />

viaduto da Vale.<br />

Também fazem parte do programa<br />

a ampliação da capacidade da Rodovia<br />

Esse conjunto<br />

de investimentos<br />

vai gerar mais de<br />

1.400 empregos no<br />

sistema viário.<br />

Paulo Ruy Carnelli,<br />

secretário de Estado<br />

e Transportes e Obras<br />

Públicas<br />

Carlos Lindenberg, no trecho da Rodovia<br />

Darly Santos-Cobi, em Vila Velha.<br />

Há, ainda, outras obras na lista de melhorias<br />

para a mobilidade e infraestrutura,<br />

mas fora do pacote do BNDES. A primeira<br />

é o Contorno do Mestre Álvaro, que vai<br />

retirar o trânsito de veículos pesados do<br />

perímetro urbano da entrada da Serra e do<br />

acesso Norte a Vitória.<br />

A segunda da lista é a revitalização da<br />

Orla do Canal de Guarapari, com instalação<br />

de ciclovias, bicicletários, construção do<br />

novo cais, e intervenções de paisagismo.<br />

E no interior, as obras de duplicação<br />

da Rodovia Cachoeiro-Coutinho foram<br />

retomadas. Todo o sul do Estado vai ser<br />

beneficiado com a duplicação de 11 km<br />

da ES 482, entre Cachoeiro de Itapemirim<br />

e aquele distrito.<br />

JANEIRO/FEVEREIRO 2017 | <strong>TRANSPORTE</strong>.<strong>LOG</strong> | 3


GVBUS<br />

O dilema do transporte público no Brasil<br />

Por Otávio Vieira da Cunha Filho<br />

Enquanto o<br />

usuário for o único<br />

responsável pelo<br />

custo do transporte,<br />

o dilema sobre as<br />

tarifas e a mobilidade<br />

urbana continuará.<br />

Sim, alternativas<br />

existem<br />

Entramos, a partir do mês de dezembro,<br />

no emblemático período de reajustes<br />

de tarifas de ônibus em todo o País. A<br />

sociedade voltou a questionar preços de<br />

passagens e a avaliar se são justas ou não.<br />

É difícil convencer os usuários sobre a necessidade<br />

de aumentos no cenário de forte<br />

crise econômica, com tanto desemprego.<br />

Entretanto, enquanto o usuário for o<br />

único responsável por pagar o custo do<br />

serviço haverá sempre o dilema do valor da<br />

tarifa, que é elevado, na visão do passageiro<br />

– até pela limitação da qualidade – e, ao<br />

mesmo tempo, torna-se insuficiente para<br />

cobrir os custos das empresas operadoras.<br />

A cada ano esse dilema da tarifa pesa<br />

no desenvolvimento e evolução da mobilidade<br />

urbana no Brasil. A questão estagnou<br />

na seguinte dialética: como baixar o preço<br />

das passagens do transporte público se<br />

somente o valor das passagens banca esse<br />

serviço? E como melhorar a qualidade sem<br />

aumentar o custo ao usuário?<br />

O cerne da dialética está no custo do<br />

transporte público, incluindo investimentos,<br />

custeio da operação, tributos e gratuidades,<br />

que em grande parte é suportado pelo<br />

usuário. A política de custeio do serviço<br />

onera intensamente os passageiros que<br />

não contam com algum tipo de subsídio,<br />

tornando a tarifa muito elevada, e, por outro<br />

lado, impede que sejam feitos investimentos<br />

mais significativos na qualificação.<br />

A Lei de Mobilidade Urbana (Lei<br />

12.587/12) oferece a possibilidade de separação<br />

entre o que o usuário deve pagar<br />

e o valor da remuneração do operador do<br />

transporte. Dessa forma, as autoridades<br />

de transporte podem optar pela subvenção,<br />

cobrindo a diferença entre uma<br />

tarifa que não sacrifique a maior parte<br />

dos passageiros e o custo do serviço.<br />

Muitas cidades europeias subvencionam<br />

o transporte público, permitindo que os<br />

usuários paguem menos de 50% dos<br />

custos do transporte.<br />

Quem arca com a subvenção? No<br />

Brasil, nos poucos locais onde existe,<br />

está invariavelmente atrelada ao dinheiro<br />

do orçamento, seja federal, estadual ou<br />

municipal. Mundialmente, essa é uma<br />

das fontes de subvenção, porém muitos<br />

países adotam modelos diferenciados,<br />

combinando recursos públicos com<br />

outras fontes. É nesse ponto que o<br />

País precisa avançar.<br />

Uma das alternativas para a subvenção<br />

está em fontes estabelecidas por políticas<br />

sociais referentes a beneficiários de gratuidades<br />

no transporte público. Existem<br />

diversos fundos de recursos para atender<br />

necessidades de idosos, de estudantes e<br />

de pessoas com deficiência, que também<br />

poderiam ser utilizados para cobrir os<br />

custos dos benefícios tarifários, que hoje<br />

oneram em 17% a composição da tarifa.<br />

O caminho para enfrentar o grande<br />

desafio de priorizar o transporte público<br />

em detrimento do individual – única saída<br />

para solucionar esse nó da mobilidade<br />

urbana – passa por medidas inteligentes,<br />

que já são adotadas em outros países que<br />

venceram o dilema do transporte público<br />

que enfrentamos hoje. É o caso de Londres,<br />

Estocolmo e Singapura, com o pedágio<br />

urbano. Por esse sistema, o proprietário<br />

do automóvel paga para utilizar as vias de<br />

parte da cidade. Além de reduzir congestionamentos,<br />

a medida gera recursos para<br />

o serviço de transporte coletivo.<br />

Também devem ser examinadas alternativas<br />

como o redirecionamento da<br />

cobrança de estacionamento de veículos<br />

particulares em vias públicas (as zonas<br />

azuis), a taxação de estacionamentos privados<br />

e o redirecionamento de recursos<br />

auferidos com o imposto já existente sobre<br />

a propriedade dos veículos automotivos.<br />

Vem de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília<br />

o exemplo mais recente sobre a fragilidade<br />

e ineficiência do sistema de subsídio<br />

amparado por orçamentos públicos. Todas<br />

essas capitais estão em débito com as empresas,<br />

porque diante da crise não conseguem<br />

repassar as verbas do orçamento para<br />

complementar o custeio das passagens.<br />

Por isso, a Frente Nacional de Prefeitos,<br />

em sintonia com os exemplos de fora do<br />

Brasil, defende a taxação sobre combustíveis<br />

usados nos automóveis particulares.<br />

Neste caso, um percentual aplicado ao valor<br />

da gasolina, do álcool e do gás natural<br />

veicular seria carreado diretamente para<br />

custear o transporte público.<br />

Saídas existem. A questão é definir qual<br />

modelo atende melhor ao direito constitucional<br />

de ir e vir de forma digna, segura e<br />

eficiente. E o quanto estamos dispostos<br />

a pagar por isso, mesmo com todo o<br />

contingenciamento de recursos públicos.<br />

Qualquer que seja a alternativa escolhida,<br />

uma coisa é certa: não se faz.<br />

| Otávio Cunha é presidente-executivo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU)<br />

4 | <strong>TRANSPORTE</strong>.<strong>LOG</strong> | JANEIRO/FEVEREIRO 2017


TRANSCARES<br />

A tragédia dos fretes baixos<br />

Por Antonio Lauro Valdivia Neto<br />

No dia 29 de novembro de 2016, os<br />

brasileiros e o mundo foram surpreendidos<br />

pela notícia da queda do avião da LaMia<br />

na Colômbia, que deixou 71 mortos e seis<br />

sobreviventes, estando entre estes, além da<br />

tripulação, a delegação da Chapecoense e<br />

alguns jornalistas brasileiros.<br />

As investigações indicam como principal<br />

causa do acidente a falta de combustível (a<br />

ausência de explosão aponta para tanques<br />

vazios e a presença de pouco mato e terra<br />

na turbina é um indício de que o motor já<br />

não funcionava quando se deu a queda). A<br />

questão que se coloca é por que o comandante<br />

da aeronave, que também era sócio<br />

da companhia, iria arriscar sua vida, sem<br />

considerar a dos demais passageiros, não<br />

fazendo a parada para reabastecimento, que<br />

inclusive estava programada e custaria algo<br />

como 25 mil reais. Será que foi ganância,<br />

ignorância ou necessidade?<br />

Não dá para acreditar que a ganância<br />

e muito menos a ignorância tenham sido<br />

as motivações que o levaram a tomar tal<br />

decisão. O mais provável neste caso, assim<br />

como em outros, é que a empresa tenha<br />

aceitado o serviço com um frete baixo, o<br />

que lhe trouxe a necessidade de executar<br />

o serviço com um custo baixíssimo, para<br />

conseguir algum resultado.<br />

Pode-se aventar, ainda, que o mesmo<br />

artifício já havia sido utilizado em situações<br />

anteriores. E como tais viagens aconteceram<br />

sem imprevistos, a prática provavelmente foi<br />

incorporada à forma de operar da empresa<br />

– que não soube avaliar de maneira correta<br />

os riscos de tal decisão!<br />

Este é mais um dos exemplos causados<br />

pela pressão de resultados, que é legítima e,<br />

sem dúvida, deve estar presente em todos<br />

os negócios. O que não é correto é ceder à<br />

pressão para baixar o preço a valor inferior<br />

ao aceitável e correr depois atrás do prejuízo<br />

com ações, na grande maioria das vezes,<br />

condenáveis do ponto de vista da ética,<br />

da legalidade e, como se viu no caso da<br />

LaMia, sacrificando a segurança dos bens,<br />

dos funcionários e, de forma mais ampla,<br />

da sociedade como um todo.<br />

Da mesma forma, também não dá para<br />

isentar o contratante, que achou ter feito<br />

um bom negócio com o pagamento do<br />

“frete baixo”, provavelmente sem levar em<br />

consideração outros fatores além do valor<br />

a ser pago, como qualidade do serviço e<br />

segurança.<br />

No transporte rodoviário de cargas, esta<br />

prática, infelizmente, também está bem difundida.<br />

Contrata-se pelo menor frete, sem<br />

o questionamento dos recursos que serão<br />

utilizados para a execução do serviço. Não<br />

é razoável acreditar que uma empresa de<br />

transporte, seja ela de qualquer modal, possa<br />

trabalhar cumprindo todas as regras legais<br />

e de segurança, prestando um serviço de<br />

qualidade com valores recebidos abaixo<br />

dos custos – principalmente no médio e<br />

longo prazos.<br />

Ainda falando do TRC, é relativamente<br />

fácil encontrar soluções para os fretes baixos:<br />

o excesso de jornada do motorista,<br />

o excesso de carga, o não pagamento de<br />

encargos e direitos aos funcionários, assim<br />

como a falta de recolhimento de impostos.<br />

Mas há empresas que vão além, não fazem<br />

a manutenção adequada dos seus veículos,<br />

não têm seguro, não averbam a carga,<br />

trabalham com veículos velhos, funcionários<br />

despreparados e desmotivados, entre<br />

outras “soluções”.<br />

A tragédia com o time da Chapecoense<br />

nos faz lembrar da responsabilidade de contratante<br />

e contratado na hora de cobrar um<br />

frete. A busca pelo menor custo, como já foi<br />

frisado, é legítima e desejável, mas deve ter<br />

limites, não pode, em hipótese alguma, se<br />

admitir o sacrifício da segurança! E como o<br />

poder econômico tende a estar nas mãos<br />

dos contratantes, é importante que este<br />

use tal vantagem para avaliar melhor as<br />

condições do contratado e desconfiar de<br />

fretes baixos, dos descontos excessivos,<br />

das vantagens concedidas, entre outras.<br />

E não é difícil detectar quais são os<br />

prestadores de serviço que, provavelmente,<br />

vão utilizar essas medidas citadas. Se,<br />

historicamente, o lucro do setor situa-se na<br />

casa dos 5% e se o serviço é prestado com<br />

os mesmos tipos de veículos, nas mesmas<br />

estradas, com os mesmos combustíveis,<br />

pagando-se os mesmos impostos, ou seja,<br />

com praticamente os mesmos recursos,<br />

como se admite ou se aceita a existência<br />

de fretes com 20, 30, 40 e até 50% de desconto<br />

ou abaixo do custo? Vale lembrar que<br />

a última pesquisa da NTC mostrou uma defasagem<br />

média no frete de 9,81% na carga<br />

fracionada e 22,3% na carga lotação – sem<br />

considerar os impostos.<br />

Enfim, o que se espera é que não ocorram<br />

mais tragédias para comprovar o que<br />

foi descrito acima. E, chamar a atenção para<br />

a responsabilidade que o contratante tem<br />

quando aceita pagar por um frete baixo,<br />

mesmo que a lei não lhe imponha nenhuma<br />

penalidade.<br />

Antonio Lauro Valdivia Neto é especialista em<br />

transportes e Assessor Técnico da Associação<br />

Nacional do Transporte de Cargas – NTC&Logística<br />

JANEIRO/FEVEREIRO 2017 | <strong>TRANSPORTE</strong>.<strong>LOG</strong> | 5


SEST SENAT<br />

Uma responsabilidade<br />

que é de todos nós!<br />

Sest Senat dá o pontapé inicial às suas campanhas<br />

anuais com um dos temas mais factuais do momento:<br />

responsabilidade socioambiental<br />

O ano de 2017 começou com uma<br />

novidade na agenda de campanhas nacionais<br />

do Sest Senat: novos temas para<br />

serem trabalhados ao longo do ano. Abril<br />

vai abordar a Semana Mundial da Saúde,<br />

no mês seguinte as ações serão voltadas<br />

ao Maio Amarelo, em julho será trabalhado<br />

o Dia do Motorista, agosto terá mobilização<br />

para combate ao uso de drogas e álcool,<br />

em setembro acontecerá o Dia Nacional<br />

do Trânsito, em novembro e dezembro as<br />

atividades serão em prol da redução de<br />

acidentes e roubo de cargas nas rodovias.<br />

E para dar o pontapé inicial, durante todo o<br />

mês de fevereiro as equipes das unidades<br />

voltaram suas atenções para a Campanha<br />

Responsabilidade Socioambiental – Meio<br />

Ambiente e Eficiência Energética.<br />

A programação da equipe do Sest Senat<br />

de Cariacica está voltada para vários<br />

públicos. Os jovens aprendizes participarão<br />

de uma palestra temática com foco em<br />

conscientização. Com a turma da Melhor<br />

Idade será realizada uma Oficina de Reciclagem<br />

de Pneus e os participantes vão<br />

transformar pneus usados e descartados<br />

em pufes e vasos de plantas. E para a<br />

equipe da unidade e de empresas do setor,<br />

haverá campanha de redução do uso de<br />

copos descartáveis.<br />

Ainda na Grande Vitória, mas na unidade<br />

da Serra, na última semana de fevereiro<br />

será realizada uma blitz, cujo material de<br />

conscientização e divulgação está sendo<br />

criado e confeccionado pelos aprendizes<br />

da unidade. Antes disso, porém, a equipe<br />

participará de palestras temáticas na ArcelorMittal,<br />

Vix Logística e Júlio Simões.<br />

Na Região Sul, os profissionais do Sest<br />

Senat de Cachoeiro estão apostando numa<br />

ação em parceria com a Transportadora<br />

Jolivan, de Iconha, que vai alinhar meio ambiente<br />

e sustentabilidade. Os instrutores estão<br />

ensinando os colaboradores sobre a correta<br />

separação de resíduos recicláveis dentro da<br />

empresa. E com base nessa orientação, os<br />

resíduos recicláveis serão doados à Associação<br />

de Catadores de Recicláveis de Iconha.<br />

Para tratar o assunto, a unidade Arthur<br />

Picoli, de Colatina, convidou Sergio Pereira<br />

Leite, da Viação Águia Branca, para dar<br />

uma palestra no Sest Senat e também<br />

na própria empresa. “Escolhemos este<br />

palestrante porque a Águia Branca é a<br />

única empresa de Colatina que possui ISO<br />

2014. Entendemos, portanto, que ela tem<br />

boas práticas e experiências para passar<br />

ao setor”, justificou o Coordenador de<br />

Promoção Social, Ronaldo Corrêa de Faria.<br />

Alunos da unidade e trabalhadores de<br />

empresas de transporte de São Mateus e<br />

Linhares serão envolvidos nas programações<br />

do Sest Senat de São Mateus. Para<br />

esse público, haverá palestras e DDS (Diálogo<br />

Diário de Segurança) que abordarão,<br />

dentre outros assuntos, a importância da<br />

preservação dos recursos naturais, o correto<br />

descarte de pneus no meio ambiente e os<br />

3 Rs da sustentabilidade (Reduzir, Reutilizar<br />

e Reciclar). E além disso, no dia 18 de<br />

fevereiro, cinco profissionais da unidade,<br />

acompanhados de 25 voluntários do setor,<br />

plantaram mil unidades de mudas nativas<br />

nas encostas da Nascente do Bomburral,<br />

em São Mateus.<br />

Com o corpo e a mente em dia<br />

Neste início de ano, em todas as suas consultas,<br />

Nathália Torres Castello tem alertado sobre a<br />

importância das refeições ricas em frutas, legumes,<br />

verduras, vitaminas, fibras e sais minerais<br />

Tão importante quanto<br />

manter o corpo em dia é<br />

ter saúde. E em tempos de<br />

alta temperatura, ter saúde<br />

é sinônimo de alimentação<br />

leve e refrescante. Calor,<br />

definitivamente, não combina<br />

com comidas pesadas.<br />

Nathália Torres Castello, nutricionista do<br />

Sest Senat de Cachoeiro de Itapemirim<br />

Em via de regra, início de ano é sempre<br />

a mesma coisa: passada a comilança das<br />

festas de Natal e Ano Novo, tudo o que as<br />

pessoas mais querem é perder os quilinhos<br />

extras achados e entrar em forma para curtir<br />

o Carnaval com tudo em cima. A boa notícia,<br />

segundo a nutricionista do Sest Senat de<br />

Cachoeiro de Itapemirim, Nathália Torres<br />

Castello, é que isso é possível, desde que<br />

haja um casamento perfeito entre alimentação<br />

saudável e atividades físicas regulares.<br />

“Para um resultado eficaz, não adianta<br />

um sem o outro, principalmente se a meta<br />

exigir efeito a curto prazo, como é o caso<br />

do Carnaval”, garante a especialista.<br />

E ela chama a atenção para outro detalhe<br />

– que, aliás, passa despercebido por<br />

muita gente. A estrada que leva ao emagrecimento<br />

“faz parada obrigatória” em cinco<br />

ou seis refeições diárias, nunca menos do<br />

que isso! E todas elas, lembra a profissional,<br />

precisam ser ricas em frutas, legumes,<br />

verduras, vitaminas, fibras e sais minerais.<br />

“Comer apenas salada não vai atender<br />

à necessidade nutricional de ninguém. Daí,<br />

então, a necessidade de nossa alimentação<br />

conter carboidratos, proteínas e lipídios<br />

bons”, explica Nathália.<br />

E para beber? Os sucos estão liberados<br />

e ela indica os de melão, melancia, limão,<br />

abacaxi e maracujá como ótimas pedidas.<br />

E se você fizer os combinados, melhor<br />

ainda, pois une duas vitaminas. Palavra<br />

de nutricionista!<br />

Carboidrato,<br />

proteínas,<br />

lipídios: onde<br />

encontrá-los!<br />

CARBOIDRATOS: pão integral, mandioca,<br />

batata doce, cereais, mel, milho, tapioca.<br />

PROTEÍNA: leite, ovos, soja, tofu e carnes<br />

em geral.<br />

LIPÍDIOS BONS: azeite de oliva, abacate,<br />

nozes, peixe, atum, sardinha, salmão.<br />

6 | <strong>TRANSPORTE</strong>.<strong>LOG</strong> | JANEIRO/FEVEREIRO 2017


SEST SENAT<br />

Esta menina<br />

sabe das coisas!<br />

Jovem aprendiz do Sest Senat da Serra fala um pouco sobre<br />

as experiências que o programa está lhe proporcionando<br />

Sara Lelé Malheiros tem apenas 16<br />

anos, mora em Nova Almeida, na Serra,<br />

e sempre soube dar valor ao conhecimento<br />

e à experiência. Foi assim que<br />

ela chegou, em 5 de maio de 2016, ao<br />

Programa Jovem Aprendiz do Sest Senat<br />

da Serra, através da Unimar Transportes.<br />

Então aluna do 2º Ano do Ensino Médio,<br />

ela queria ingressar no projeto e viu as<br />

portas da empresa se abrirem após uma<br />

indicação.<br />

“Estava procurando alguma empresa<br />

onde pudesse entrar como aprendiz e<br />

me indicaram a Unimar. Mandei meu<br />

currículo e deu certo”, comemora a<br />

menina, filha e sobrinha de profissionais<br />

do setor – o pai, inclusive, já foi<br />

trabalhador da empresa e o tio ainda<br />

integra o quadro pessoal.<br />

Oito meses se passaram e Sara tem<br />

total consciência do que a participação<br />

no projeto proporcionará em sua vida.<br />

“Estou tendo acesso a uma gama de<br />

experiências e conhecimento que já<br />

estão fazendo a diferença. Afinal, trata-<br />

-se do meu primeiro contato com a vida<br />

profissional”, destaca a jovem.<br />

E os benefícios não param por aí! Segundo<br />

Sara, quem passa pelo programa<br />

adquire ótimas doses de responsabilidade,<br />

faz novas amizades e aprende,<br />

desde cedo, como se comportar no<br />

ambiente corporativo. “Isso sem falar do<br />

network que fazemos em sala de aula e<br />

fora dela também”, ressalta, mostrando<br />

que está ligada às principais questões<br />

que movem o mercado atual. “Estou<br />

Quem pode ser aprendiz?<br />

gostando bastante de tudo o que estou<br />

vendo”, resume.<br />

Sabedoria que vem de casa<br />

Dona de uma maturidade pouco<br />

comum para uma adolescente, Sara<br />

reconhece que ser uma jovem aprendiz<br />

está lhe abrindo novos horizontes. Mas<br />

garante que muito de sua “visão de<br />

mundo” vem de casa, da criação que<br />

recebeu dos pais.<br />

“Admito que o programa<br />

ampliou minha visão<br />

para muita coisa relacionada<br />

ao mercado<br />

de trabalho, mas<br />

sempre tive apoio e<br />

direcionamento dos<br />

meus pais. Na verdade,<br />

quem me<br />

deu as primeiras<br />

lições acerca da<br />

importância do<br />

estudo, da experiência,<br />

da preparação<br />

para a vida,<br />

foram eles”, reconhece.<br />

E novos planos<br />

estão a caminho...<br />

No final<br />

deste ano, Sara vai<br />

prestar Vestibular<br />

e já sonha com a<br />

vaga na universidade.<br />

O aprendiz é o adolescente ou jovem entre 14 e 24 anos que esteja matriculado e frequentando<br />

a escola, caso não tenha concluído o Ensino Médio e inscrito em programa de aprendizagem<br />

(art. 428, caput e § 1º, da CLT).<br />

Caso o aprendiz seja pessoa com deficiência, não haverá limite máximo de idade para a contratação<br />

(art. 428, § 5º, da CLT).<br />

Nas localidades onde não houver oferta de Ensino Médio para o cumprimento do disposto no<br />

§ 1º do art. 428 da CLT, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a frequência à escola,<br />

desde que ele já tenha concluído o Ensino Fundamental (art. 428, § 7º, da CLT). Caso não tenha<br />

concluído esta etapa, esta exigência deverá ser atendida, ou seja, a contratação só será válida<br />

com a frequência do aprendiz à escola.<br />

Fonte: Manual de Aprendizagem, Ministério do Trabalho e Emprego – Versão 2014.<br />

Sonhando ingressar no setor, Arthur Cordeiro Zupelli<br />

procurou o Sest Senat de Colatina e se capacitou nos<br />

cinco treinamentos obrigatórios para profissionais do<br />

setor<br />

Escrevendo uma<br />

nova história...<br />

Desempregado há seis meses, Arthur Cordeiro<br />

Zupelli decidiu escrever uma nova história<br />

profissional. E o primeiro capítulo dessa narrativa<br />

começou no Sest Senat Arthur Picoli, em Colatina,<br />

onde o rapaz de 23 anos decidiu fazer os cinco<br />

treinamentos obrigatórios para qualquer pessoa<br />

que queira ingressar no setor de transportes: os<br />

cursos da Resolução 285 do Conselho Nacional<br />

do Trânsito (Contran) – Transporte Coletivo de<br />

Passageiros, Transporte Escolar, Movimentação<br />

de Produtos Perigosos (Mopp), Transporte de<br />

Cargas Indivisíveis e Transporte de Emergência.<br />

Ex-trabalhador do setor de Comércio, Arthur<br />

admite que sempre teve vontade de atuar no transporte.<br />

E quando foi desligado da concessionária<br />

de veículos onde trabalhava, decidiu acreditar<br />

no sonho e investir nos cursos.<br />

“Ficar desempregado nunca é bom, mas vi<br />

nele uma oportunidade de tentar a vaga de emprego<br />

com a qual tanto sonho”, disse ele, que<br />

já trocou a categoria da CNH para D e confessa<br />

ter preferência pelo segmento de passageiros.<br />

O rapaz chegou ao Sest Senat através da indicação<br />

de amigos, que elogiaram o bom nível da<br />

instituição, e garante ter aproveitado cada minuto<br />

dos cursos que fez nos últimos meses. “Além do<br />

conhecimento técnico, que me possibilitará ser<br />

um bom profissional, vou aproveitar bastante<br />

coisa em minha vida pessoal”.<br />

Perguntado se está preparado para estrear<br />

na nova carreira, Arthur é bem sincero. “Embora<br />

esteja com o conhecimento teórico em dia, ainda<br />

me falta experiência. E esse é um compromisso<br />

que manterei, comigo mesmo e com a profissão.<br />

Agora, com os certificados em mãos, vou refazer<br />

meu currículo e partir em busca de meu primeiro<br />

emprego como profissional de transporte”, finaliza,<br />

certo de que novos capítulos, com finais<br />

felizes, estão prontos a ser escritos.<br />

JANEIRO/FEVEREIRO 2017 | <strong>TRANSPORTE</strong>.<strong>LOG</strong> | 7


SEST SENAT<br />

Você está cuidando de sua saúde mental?<br />

Campanha criada por<br />

psicólogos brasileiros,<br />

o Janeiro Branco tem o<br />

objetivo de mostrar às<br />

pessoas a importância de<br />

dar mais atenção ao seu<br />

bem-estar psíquico<br />

Profissional do setor de<br />

transportes e paciente<br />

da área de saúde do<br />

Sest Senat de São<br />

Mateus, Jhon Lenon<br />

de Melo Almeida já<br />

recebeu de Juliana<br />

Vailant Dalfior Furlin<br />

várias orientações<br />

acerca do Janeiro<br />

Branco<br />

Pense rápido: quantas vezes você<br />

não aproveitou a virada do ano para<br />

definir ou refazer planos: perder peso,<br />

mudar de emprego, voltar a estudar,<br />

casar, ter um filho, trocar de carro, fazer<br />

a viagem dos sonhos, cuidar da saúde...<br />

Porém, em via de regra, esse “cuidar<br />

da saúde” limita-se ao corpo. Então,<br />

numa tentativa de fazer as pessoas se<br />

lembrar de dar mais atenção à mente e<br />

a seu bem-estar psíquico, um grupo de<br />

psicólogos brasileiros criou a campanha<br />

Janeiro Branco. E a escolha do mês<br />

não foi à toa: ele foi o eleito justamente<br />

porque nesta época as pessoas estão,<br />

tradicionalmente, mais focadas em resoluções<br />

e metas, o que as instigaria a<br />

olhar (e ouvir!) seu eu interior.<br />

Segundo a Organização Mundial<br />

da Saúde (OMS), estar mentalmente<br />

saudável é o estado de bem-estar no<br />

qual uma pessoa consegue desempenhar<br />

suas habilidades e lidar com as<br />

inquietudes da vida, é capaz de trabalhar<br />

de forma produtiva e contribuir<br />

para a sua comunidade. No entanto, a<br />

correria e o estresse do dia a dia estão,<br />

cada vez mais, dificultando essa “nobre”<br />

missão de levar a vida de maneira<br />

leve. Daí, então, nasceu a campanha,<br />

cuja proposta e essência foram muito<br />

bem defendidas pela psicóloga do Sest<br />

Senat de São Mateus, Juliana Vailant<br />

Dalfior Furlin.<br />

“A escolha de janeiro para desenvolver<br />

a campanha não poderia ter<br />

sido mais propícia, pois o primeiro<br />

mês do ano é uma época tradicionalmente<br />

festiva, em que as pessoas<br />

estão mais voltadas para o reequilíbrio<br />

de suas emoções, renovação de suas<br />

metas e recolocação no seu meio”,<br />

argumenta.<br />

E esse olhar para si, segundo a<br />

especialista, favorece uma mudança<br />

de comportamento que, em alguns<br />

casos, pode levar a pessoa a desfazer<br />

um “pré-conceito”: o tratamento<br />

psicológico.<br />

Juliana afirma que muita gente ainda<br />

olha torto para a Psicologia e não<br />

imagina o quanto o trabalho deste profissional<br />

faz a diferença no tratamento<br />

de doenças psicossomáticas, como<br />

gastrite, depressão, úlcera e enxaqueca,<br />

dentre outras. “Nosso corpo fala<br />

por nós! E doenças psicossomáticas,<br />

em via de regra, não têm uma causa.<br />

Daí a importância de tratar não só o<br />

corpo, mas a mente. E aí entramos<br />

nós!”, explicou.<br />

Trabalho de formiguinha<br />

Junto com o restante da equipe de<br />

São Mateus, Juliana descobriu uma<br />

boa forma para “quebrar o gelo” do<br />

público da Região Norte: manter uma<br />

rotina de visitas mensais às empresas<br />

da região para apresentar o trabalho<br />

do profissional de Psicologia. E a estratégia<br />

está dando resultado! Já nos<br />

últimos meses de 2016 a demanda<br />

cresceu a olhos vistos. E a psicóloga<br />

está comemorando os novos pacientes.<br />

“Muitas vezes, o que falta para as<br />

pessoas olharem para a Psicologia com<br />

outros olhos e buscar ajuda é o conhecimento.<br />

E tenho certeza que o Janeiro<br />

Branco nos permitirá mudar um pouco<br />

essa história. O segredo da vida saudável<br />

é termos corpo e mente sãos”, finalizou.<br />

Você quer falar com as unidades capixabas do Sest Senat?<br />

Fique ligado em nossos contatos:<br />

Acompanhe nossas notícias no site www.sestsenates.org.br<br />

e em nossa fanpage www.facebook.com/sestsenates<br />

Sest Senat de Cariacica_________________(27) 2123-3450<br />

Sest Senat de Serra____________________(27) 3246-2300<br />

Sest Senat de Cachoeiro de Itapemirim___(28) 2101-0100<br />

Sest Senat de Colatina__________________(27) 2101-8000<br />

Sest Senat de São Mateus_______________(27) 3773-3380<br />

8 | <strong>TRANSPORTE</strong>.<strong>LOG</strong> | JANEIRO/FEVEREIRO 2017

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!