Matéria Prima 87

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FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
A MANIFESTAÇAO
DOS PARTIDÁRIOS
DE DILMA
ROUSSEFF
o professor Feijó cunha a metáfora que sustentou
a argumentação da crise política dali
para a frente, a fatídica palavra “pedalada”.
Para explicar ao aluno a irregularidade,
Feijó usou um vocábulo que Ribamar
nunca ouvira nesse contexto e que depois
se propagou: “Na área técnica, a gente
chama de ‘pedalada’, a postergação de
um pagamento de um mês para outro ou
de um ano para outro”, disse o professor
de contabilidade, completando: Ӄ claro
que isso afeta o resultado fiscal do mês
ou do ano”. Ribamar tinha o furo.
SEM DIÁLOGO, A BASE DESMORONA. O trio de
autores de “Anatomia...” vai narrando na trilha
de suas especialidades, sem se desviar do enfoque
financeiro. Fatos políticos aqui e ali aparecem.
Lava Jato, oposição no Congresso e
desmoronamento da base de apoio ao governo
pontuam alguns momentos decisivos.
Neste particular vale destacar o desembarque
do PT. As lideranças do partido
pouco a pouco perdiam contato com o
Palácio. Esse desdobramento era atribuído
à impermeabilidade da presidente. Dizia
a senadora Marta Suplicy, de São Paulo:
“Não ouve, não adianta falar”.
Foi a própria senadora que apresentou
a tábua de salvação, lançando o atrapalhado
lema: “Volta Lula”. O ex-presidente
relutava. O partido pressionava. A eleição
estava ali à frente, em 2014. Veja-se a
transcrição do texto do livro:
“O movimento que pedia a volta de Lula
cresceria em intensidade até o Encontro
Nacional do PT, em maio, que acabaria
por aprovar o nome de Dilma como précandidata.
Um ministro presente ao evento
contou que, a pedido de Dilma, houve uma
conversa reservada entre ela e Lula.”
UM DISCURSO QUE NUNCA FOI LIDO. A expectativa
era enorme sobre quem, afinal, seria
anunciado candidato à eleição de outubro.
Horas depois do encontro, indagada por
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MARÇO DE 2017 • MATERIAPRIMAREVISTA.COM.BR