Hempada #01

fumando maconha naquele momento.
Mas, na verdade, a história é a seguinte:
Um belo dia, um membro da guarda
costeira veio falar com os 5 jovens
que estavam por lá que não conseguiria
mais cuidar de sua plantação de maconha
próxima a Point Reyes Peninsula.
Munidos dessa informação, e de um
mapa do local, os Waldos resolveram ir
em busca dessa colheita grátis.
Os rapazes eram atletas da escola, treinavam
todo dia e, por isso, marcaram
de se encontrar na estátua
de Louis Pasteur do
lado de fora da escola,
às 4:20. Esse era o
horário que acabava
o treino e eles estariam
livres para ir
em busca da plantação.
“Nós lembrávamos
uns aos outros
pelos corredores
que íamos nos encontrar
às 4:20. No começo
era 4:20-Louis, mas acabamos
deixando pra lá o Louis”, disse
Waldo Steve ao Huffington Post.
Eles nunca encontraram nada de
plantação. O que eles estavam fazendo,
mesmo sem saber, era a criação de um
código internacional dos maconheiros.
Entre eles, falar 420 já levava a entender:
“vamos fumar um?”, ou... “você
está chapado?”. Segundo Steve, “nossos
professores não sabiam do que estávamos
falando, nossos pais também não
sabiam.”
18 | Hempada
Como o símbolo ganhou o mundo?
Naquela época – final dos anos 60,
utopia hippie na Califórnia – a banda
Grateful Dead se mudou e foi para
apenas alguns quarteirões da escola. O
irmão mais velho do Waldo Dave era
amigo do baixista da banda, Phil Lesh.
Dessa maneira, eles foram convivendo
com o grupo, frequentando festas e
o termo foi se espalhando sem que ninguém
percebesse. Os Dead fizeram turnê
mundial nos anos 70 e 80 e o termo
se popularizou na cena underground
entre os fãs da
banda.
Em 1990, Steve
Bloom, então repórter
da revista High
Times, recebeu um
flyer no estacionamento
do show do
Grateful Dead que
dizia mais ou menos
assim: “vamos nos encontrar
às 4:20, no dia
20/04 para ‘420-ing’” e dizia
o lugar do encontro. Além disso, o
flyer ainda contava uma história hipotética
de como isso teria surgido – que era
um código da polícia.
Bloom publicou sua descoberta na
edição de Maio de 1991 da Revista, mas
a história estava parcialmente correta,
como foi descoberto posteriormente.
Daí pra frente, a High Times começou
a publicar sempre o termo e a onda acabou
pegando.
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