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Outubro 2018<br />
<strong>#18</strong><br />
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Sou jornalista. Sabia, desde s<strong>em</strong>pre,<br />
que minha profissão não é das mais b<strong>em</strong><br />
pagas. Mas um baixo salário n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre<br />
é acompanhado de baixa satisfação. No<br />
caso de trabalhar com o H<strong>em</strong>pa o nível<br />
de satisfação é estratosférico, enquanto o<br />
voto de pobreza segue firme e forte.<br />
Esse papo pirangueiro é pra dizer<br />
que, de fato, <strong>em</strong>bora não mova grandes<br />
riquezas, s<strong>em</strong> dúvidas o H<strong>em</strong>pa me fez<br />
encontrar enormes amizades. Essa capa<br />
não sairia s<strong>em</strong> uns amigos, umas cervejas<br />
e um banho de onda. A viag<strong>em</strong> a <strong>Natal</strong><br />
não sairia s<strong>em</strong> a amizade e parceria da<br />
Larissa, do Micasa420. E até mesmo essa<br />
foto aí ao lado, é contribuição de um amigo,<br />
Savio, conhecido através do blog.<br />
A Nah Brisa, colega de militância, recebeu<br />
de uma outra amiga um supositório<br />
de maconha. E ela já tá tão íntima do<br />
leitor do H<strong>em</strong>padão que resolveu contar<br />
pra gente como foi a experiência com o<br />
cosmético à base de cannabis.<br />
Meu amigo de faculdade João Henriques<br />
<strong>em</strong>balou o texto sobre os 30 anos<br />
da Constituição Nacional.<br />
Se não fosse o puxão de orelha do<br />
meu camarada Michael Meneses, provavelmente<br />
eu ia perder o show do Sublime,<br />
deixaria de conhecer Mr. Big Beck e toda<br />
uma turma da fumaça que compareceu<br />
<strong>em</strong> peso no HUB-RJ. A matéria sobre isso<br />
está incrível.<br />
E mais um amigo de estrada, o S.M<br />
Hermes, contou com a ajuda da namorada<br />
na pesquisa e batucou o texto sobre os<br />
7 fumosos que já foram presos no flagra<br />
com maconha.<br />
Outro registro de amizade é o seu. Se<br />
não fosse sua confiança nesse projeto, tantos<br />
malucos não estariam se reunindo, a<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 2 <br />
cada edição, para provar que nossa cultura<br />
é feito baga de tabaco com haxixe - difícil<br />
de apagar.<br />
O cidadão ruim de roda, por lá, é conhecido<br />
como ‘cangueiro’. E potiguar, <strong>em</strong><br />
sua orig<strong>em</strong> etimológica indígena, quer dizer<br />
‘comedor de camarão’. Visitei o Rio Grande<br />
do Norte como legítimo ganjeiro e um autêntico,<br />
mas não muito munido, ‘fumador de<br />
camarão’. Prazer ter te conhecido, <strong>Natal</strong>.<br />
Qualquer dia eu volto aê!<br />
índice<br />
Supositório de Maconha<br />
7 Fumosos Presos com Erva<br />
Strain do Mês<br />
Cozinherva<br />
<strong>Especial</strong> <strong>Natal</strong> 2018<br />
30 anos da Constituição<br />
Sublime with Rome no RJ<br />
expediente<br />
Redação: João Henriques, Cadu Oliveira, Kauan<br />
Benthien, Nah Brisa, Baco Paez, Mr. Big Beck, S.<br />
M Hermes, Ankova Ximbra.<br />
Capista: Lissandro Garrido<br />
Ilustrações: Felipe Navarro<br />
Revisão de Texto: Laura Lock<br />
Tirag<strong>em</strong>: 1000<br />
Contato: redacao@h<strong>em</strong>padao.com<br />
04<br />
14<br />
22<br />
24<br />
28<br />
40<br />
44<br />
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apoia.se/<br />
HEMPADAO<br />
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Supositório de Maconha<br />
por Nah Brisa<br />
Como mulher, ou melhor, ser<br />
humano portador de um útero,<br />
já tô acostumada a, uma<br />
vez por mês, sangrar, me contorcer<br />
de dor e me perguntar:<br />
é cólica, gases ou vontade de cagar?<br />
Pois é, caro leitor, tô falando<br />
de menstruação e de uma das dores<br />
físicas mais corta-brisa que já senti: a<br />
cólica menstrual.<br />
Para alguns pode até parecer exagero<br />
da minha parte, mas, acredit<strong>em</strong>,<br />
é exatamente assim que algumas de<br />
nós nos sentimos nesses fatídicos<br />
dias. Já vi casos de manas que urram,<br />
vomitam e até desmaiam de dor.<br />
E aí meu amigo, as escolhas são<br />
poucas: ficar o dia todo na cama,<br />
com uma bolsa de água quente na<br />
barriga com ódio do mundo sentindo<br />
como se tivesse sendo esfaqueada no<br />
útero, ou tomar alguma dessas drogas<br />
vendidas s<strong>em</strong> prescrição (n<strong>em</strong> cerimônia)<br />
nas prateleiras de farmácias<br />
como se foss<strong>em</strong> inofensivas, mas que<br />
verdade pod<strong>em</strong> causar “o aumento<br />
de plaquetas nas paredes dos vasos<br />
sanguíneos. Isso propicia a formação<br />
de trombos e, por consequência, a<br />
vasoconstrição, o aumento da pressão<br />
arterial, a retenção de líquidos<br />
e a parada cardíaca”, diz Alexandre<br />
Galvão, cardiologista do Hospital<br />
Samaritano, <strong>em</strong> São Paulo.<br />
Segundo estudo publicado no European<br />
Heart Journal, pessoas que<br />
tomam ibuprofeno de maneira desregrada<br />
t<strong>em</strong> 31% mais chances de<br />
sofrer uma parada cardíaca quando<br />
comparados com qu<strong>em</strong> não utiliza o<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 4 <br />
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medicamento.<br />
Se você estiver se perguntando<br />
porque diabos eu tô falando de cólica<br />
menstrual e ibuprofeno numa revista<br />
de maconha, saiba que não é de<br />
hoje que muitas mulheres conhec<strong>em</strong><br />
o poder que só a maconha t<strong>em</strong> de<br />
aliviar uma cólica (alô, Rainha Victoria!),<br />
mas agora, com a legalização<br />
para fins medicinais e recreativos <strong>em</strong><br />
vários estados americanos, a indústria<br />
farmacêutica e suas drogas lícitas<br />
começam a perder espaço para<br />
a verdinha nessa área também! Até<br />
nossa querida Whoopi Goldberg<br />
teve uma mudança de hábito (eu fiz<br />
mesmo esse trocadilho?!) na forma<br />
como lidava com esse probl<strong>em</strong>a. E<br />
não só aderiu como lançou uma linha<br />
completa de produtos para cólica<br />
menstrual a base de maconha!<br />
Foda, né?!<br />
Outras marcas já exist<strong>em</strong> no mercado<br />
e uma amiga que mora <strong>em</strong><br />
Denver, no Colorado me trouxe uma<br />
“amostra grátis” de um produto similar<br />
da marca Foria – aquela do lubrificante<br />
que promete superorgasmos,<br />
sabe? Não sabe?! Qu<strong>em</strong> sabe não<br />
falamos sobre isso na próxima matéria,<br />
mas enfim, vamos manter o foco.<br />
O produto que ganhei nada mais é<br />
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que um “supositório” à base de óleo<br />
de coco e maconha.<br />
Já t<strong>em</strong> alguns meses que ele estava<br />
guardado no armário do banheiro<br />
esperando para ser testado, mas<br />
eu não queria usá-lo com uma cólica<br />
qualquer. Queria guardá-lo para um<br />
dia daqueles. Daqueles que a gente<br />
sente vontade de bater o mindinho<br />
na quina da mesa de propósito, só<br />
pra ver se sente menos dor, sabe? Se<br />
você for hom<strong>em</strong>, provavelmente não.<br />
E deveria ser grato por isso.<br />
Esse mês fiquei particularmente<br />
ansiosa pelo tal ciclo. Não porque<br />
queria sentir cólica e testar o “brinquedinho”,<br />
mas sim porque a menstru-<br />
ação atrasou e todos sab<strong>em</strong>os como<br />
é desesperadora essa espera, não é<br />
mesmo? Mas exatos 3 dias de atraso<br />
depois, lá estava ela. Geralmente<br />
sinto cólicas antes, mas não s<strong>em</strong>pre,<br />
e dessa vez a cólica só veio no segundo<br />
dia, convenient<strong>em</strong>ente às 3 da<br />
manhã, quando eu acordei sentindo<br />
aquele misto de intestino preso, gases<br />
e esfaqueamento no útero. Como<br />
eu juro que nunca tinha sentido antes<br />
na vida. Sério. Não sei se foi porque<br />
eu “peguei friag<strong>em</strong>”, como diria<br />
minha vó, ou porque meu útero resolveu<br />
desafiar o poder do tal supositório<br />
de maconha, mas eu literalmente<br />
chorei de dor sentada no vaso aper-<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 7 <br />
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tando as mãos contra a barriga quase<br />
que tentando arrancá-lo fora. Duvidam?<br />
Pergunt<strong>em</strong> ao meu namorado que foi<br />
acordado ao som de choros e g<strong>em</strong>idos<br />
vindo do banheiro... intimidade é uma<br />
merda né? Rsrs.<br />
Entre um g<strong>em</strong>ido e outro, uma luz<br />
se acende na minha cabeça e eu me<br />
l<strong>em</strong>bro do tal supositório esquecido no<br />
armário. Num movimento rápido e desesperado<br />
eu abro o armário, a <strong>em</strong>balag<strong>em</strong><br />
e s<strong>em</strong> pensar duas vezes insiro<br />
o “ob de maconha” na vagina e rezo<br />
para aquela dor do the mônio ir <strong>em</strong>bora<br />
logo.<br />
Volto pra cama e encontro meu<br />
namorado preocupado, deito, me<br />
aninho e fico ali ganhando uma massag<strong>em</strong><br />
na região (namorados, massagei<strong>em</strong><br />
a barriga das suas namoradas<br />
com cólica!! Isso é amor!!) enquanto<br />
a dor vai <strong>em</strong>bora s<strong>em</strong> eu n<strong>em</strong> perceber.<br />
Quando me dou conta cerca de<br />
10 minutos depois fico pasma pela<br />
rapidez com que a dor simplesmente<br />
foi <strong>em</strong>bora. H<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 8 <br />
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Fotos dos Leitores<br />
+ clicks de <strong>Natal</strong><br />
Savio<br />
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Mande a sua:<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 11 <br />
HEMPADAO<br />
@GMAIL.COM<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 11 <br />
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7 fumosos<br />
pegos no flagra<br />
Muitos fumam, poucos assum<strong>em</strong>,<br />
alguns são flagrados<br />
e outros rodam. Não é nenhuma<br />
novidade que o uso<br />
de Cannabis entre artistas,<br />
celebridades e até mesmo atletas profissionais<br />
é tão comum e diss<strong>em</strong>inado<br />
como entre nós — os meros mortais.<br />
Qu<strong>em</strong> não se l<strong>em</strong>bra do Michael<br />
Phelps, maior medalhista da história<br />
das Olimpíadas, dando uma bongada<br />
furiosa lá <strong>em</strong> 2009? E a Ludmilla<br />
então, que deixa tirar<strong>em</strong> tudo que ela<br />
t<strong>em</strong>, falar<strong>em</strong> tudo que ela faz; só não<br />
deixa encostar no seu baseado? Mas<br />
como o próprio título da matéria diz<br />
nosso foco hoje é a galera que teve<br />
algum contrat<strong>em</strong>po com a Lei por motivos<br />
de torração canábica. Como foram<br />
enquadrados, com quanta erva e<br />
no que deu... todos prontos? Here we<br />
go...<br />
Gilberto Gil<br />
Com certeza é um dos artistas mais<br />
<strong>em</strong>bl<strong>em</strong>áticos e queridos do Brasil.<br />
Nosso ex-ministro da cultura s<strong>em</strong>pre<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 14 <br />
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combateu o sist<strong>em</strong>a enquanto vanguardista<br />
de movimentos artísticos e populares.<br />
Como ex<strong>em</strong>plo, t<strong>em</strong>os a Tropicália,<br />
que surgiu no final da década de<br />
60. Em 1976, durante uma turnê com<br />
Caetano, Gal e Bethânia, Gil foi preso<br />
<strong>em</strong> flagrante <strong>em</strong> Florianópolis (SC) por<br />
fumar um do bom. Em sua defesa, ele<br />
alegou dependência física e psicológica<br />
da erva sagrada, declarando que<br />
“gostava da maconha e que seu uso<br />
não lhe fazia mal e n<strong>em</strong> lhe levava a<br />
fazer o mau”.<br />
Na época, o juiz responsável decidiu<br />
pela internação do cantor no Instituto<br />
Psiquiátrico São José. O julgamento<br />
está documentado no filme Os Doces<br />
Bárbaros.<br />
Rita Lee<br />
Ela entra no mesmo hall do Gil, sendo<br />
uma das artistas mais importantes<br />
e influentes da história do nosso país.<br />
Grande expoente da cena psicodélica<br />
dos anos 60 e 70, Rita s<strong>em</strong>pre assumiu<br />
o uso de psicoativos como algo normal,<br />
aceitável e corriqueiro.<br />
Conforme a Folha de São Paulo,<br />
<strong>em</strong> 1976 viveu sua própria t<strong>em</strong>porada<br />
carcerária, sob a acusação de porte<br />
maconha, quando estava grávida do<br />
seu primeiro filho. Ela ficou um ano <strong>em</strong><br />
prisão domiciliar, necessitando permissões<br />
especiais do juiz para sair de<br />
casa e fazer shows. Em 2012, durante<br />
seu show <strong>em</strong> Aracaju (SE), Rita foi detida<br />
pela polícia por “desacato e apologia<br />
ao crime ou ao criminoso” quando<br />
xingou e pediu um baseado para a<br />
plateia — essa representa!<br />
Mr. Catra<br />
Mr. Catra era músico e também formado<br />
<strong>em</strong> direito. Alcançou o sucesso<br />
absoluto na virada do século. Ele foi,<br />
além de tudo, um notável maconheiro,<br />
e de acordo com nosso editor, “enfrentou<br />
a caretice do nosso país e nunca<br />
teve vergonha de se assumir como maconheiro”.<br />
De acordo com a quarta faixa do<br />
seu álbum Com Todo Respeito Ao<br />
Samba (2012), chamada Baseado na<br />
Lei, “Num dicionário que eu procurei/<br />
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Estava escrito uma palavra eu encontrei/<br />
Estava escrito “baseado”, adjetivo<br />
fundado, fundamentado/ Muito mal<br />
interpretado, fort<strong>em</strong>ente criticado/ E<br />
na hipocrisia tu é condenado”.<br />
Catra foi detido <strong>em</strong> 2012 <strong>em</strong> São<br />
Paulo, quando a polícia encontrou uma<br />
pequena quantidade de maconha <strong>em</strong><br />
seu carro. Conforme o próprio, “Não<br />
foi nada de mais, e que atire a primeira<br />
pedra qu<strong>em</strong> vier me criticar”.<br />
Amy Winehouse<br />
Uma das singer/songwriters mais<br />
celebradas das últimas décadas e<br />
notória usuária de vários psicoativos<br />
e inebriantes também teve sua passag<strong>em</strong><br />
pelo sist<strong>em</strong>a carcerário. Amy<br />
Winehouse, que fala de suas predileções<br />
<strong>em</strong> relação à erva <strong>em</strong> músicas<br />
que se tornaram hits, foi presa na Noruega<br />
<strong>em</strong> 2007 com apenas 7g da<br />
verdinha.<br />
Ela conseguiu ser liberada após<br />
pagar fiança, mas como vimos mais<br />
tarde, o buraco era mais <strong>em</strong>baixo.<br />
Seu marido, Blake Fielder-Civil, gostava<br />
de droguinhas mais pesadas e<br />
puxou ela para o lado negro. O que<br />
será que teria sido de Amy se ela<br />
apenas continuasse no bluntzinho?<br />
“I love you much/ It’s not enough/<br />
You love blow and I love puff/ And<br />
life is like a pipe/ And I’m a tiny penny<br />
rolling up the walls inside.” Nesse<br />
trecho da canção “Back to Black”,<br />
do álbum homônimo, ela explica<br />
como Blake preferia a farinha, além<br />
do aspecto negativo da parceria. Talvez,<br />
se ela seguisse no cachimbo da<br />
paz, ainda teríamos a diva do soul<br />
entre nós.<br />
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Marcelo D2<br />
Whitney Houston<br />
Outro caso de uma mulher talentosíssima<br />
que se perdeu buscando outras<br />
formas de ficar brisada além da nossa<br />
doce flor, para a tristeza de todos, foi<br />
Whitney Houston.<br />
Ela tinha probl<strong>em</strong>as conjugais, sofria<br />
agressões do marido e tinha um<br />
talento além do seu t<strong>em</strong>po e de sua<br />
própria capacidade de entendimento,<br />
muito estrelato para lidar e muita mídia<br />
para conseguir se esconder.<br />
Na virada do milênio, <strong>em</strong> 2000,<br />
a cantora foi detida no Havaí após<br />
ser pega com 15g de marijuana. Os<br />
agentes de segurança tentaram manter<br />
Whitney <strong>em</strong> sua custódia, mas ela basicamente<br />
decidiu entrar no vôo para<br />
São Francisco de qualquer forma, conseguindo<br />
sair antes da polícia chegar<br />
e conseguir capturá-la. Espertinha!<br />
Por motivos de jurisdição, as queixas<br />
foram deixadas pra trás – afinal,<br />
maior que a Whitney, ninguém era.<br />
Responsabilizar a cantora pelo dito<br />
“crime” de portar a erva provavelmente<br />
criaria uma mancha na consciência de<br />
qualquer pessoa sã!<br />
Marcelo D2 é um dos ícones do<br />
movimento <strong>em</strong> prol da maconha no<br />
Brasil. Líder e integrante da banda Planet<br />
H<strong>em</strong>p, alcançou a fama nos anos<br />
90 trazendo à tona as questões sociais<br />
e políticas que até hoje marginalizam<br />
os usuários de maconha no país. Além<br />
disso, D2 t<strong>em</strong> enorme influência de Bezerra<br />
da Silva, inegável e evidente maconheiro.<br />
Em 1997, após um show da<br />
banda <strong>em</strong> Brasília, todos foram presos<br />
por apologia ao uso de entorpecentes.<br />
Mesmo assim, com todo o estigma<br />
que envolve o uso de Cannabis,<br />
o cantor e a banda deram a cara a<br />
tapa, mostrando a força que t<strong>em</strong>os enquanto<br />
catalisadores de mudanças na<br />
sociedade, seguindo até hoje na eterna<br />
batalha pela legalização da nossa<br />
plantinha inofensiva e deliciosa.<br />
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Bob Marley<br />
Robert Nesta, o maconheiro mais<br />
famoso do mundo, Rei do Reggae, é<br />
com certeza o rosto mais estampado<br />
<strong>em</strong> produtos canábicos e é conhecido<br />
por todos os usuários da Santa Maria!<br />
Seu talento musical é incontestável.<br />
Bob criou uma cena antes inexistente,<br />
tornando-se mais do que uma lenda.<br />
Diss<strong>em</strong>inou a cultura Rastafari, a paz,<br />
o amor e o uso indiscriminado de Cannabis,<br />
amém.<br />
E, por incrível que pareça (ou não),<br />
até ele mesmo, o próprio Senhor Absoluto<br />
Todo-Poderoso da Baura foi <strong>em</strong><br />
cana, mais precisamente <strong>em</strong> 1977.<br />
Conforme apurado, não se t<strong>em</strong> informações<br />
da quantidade que ele tinha<br />
<strong>em</strong> mãos na hora do flagrante, porém<br />
é plausível de se imaginar que era<br />
bastante coisa, e de qualidade. Salve<br />
Bobi Mauley! H<br />
H<br />
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C<br />
arte<br />
Só uma Palavra...<br />
por Baco Paez<br />
diz que é só palavra<br />
quando a frase é notícia<br />
verso, delícia, desgraça<br />
um palavrão ou piada<br />
pitada de sentido, sentindo<br />
a palavra é uma armadilha<br />
pinta o real de dentro pra fora<br />
e ignora o limite da verdade<br />
pra colorir vontades<br />
eis porque o discurso é uma arte<br />
sorrindo, só uma palavra<br />
dita ou velada, no fole da vida<br />
falada, família da ideia, folia<br />
sorte de qu<strong>em</strong> ouve,<br />
prazer de qu<strong>em</strong> domina<br />
pois por mais bela que seja a paisag<strong>em</strong><br />
na tela do artista super-hiper-realista<br />
nunca deixa de ser paisag<strong>em</strong><br />
M<br />
igual a palavra, por mais que sincera<br />
Y<br />
não seja simples e mera, palavra<br />
a palavra, f<strong>em</strong>inina,<br />
dona do tino do mundo<br />
letras, fon<strong>em</strong>as, sinais<br />
articulações plurais<br />
do raciocínio materializado<br />
quase não diz nada<br />
ou quando quieta, já diz tudo<br />
a dieta da palavra é comer vento<br />
e digerir assunto,<br />
até mais tarde.<br />
CM<br />
MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K<br />
sozinha, só a palavra<br />
gritada ou g<strong>em</strong>ida, no fio da língua<br />
salva, gatilho do ideal, plano<br />
norte de qu<strong>em</strong> lê,<br />
lazer de qu<strong>em</strong> poetiza.<br />
a palavra é uma sina<br />
na boca desfila,<br />
muda, encurta, transforma<br />
prolifera e profetiza<br />
preces, ditados e gírias<br />
sibila, só uma palavra<br />
arqueada no mural do t<strong>em</strong>po<br />
descrevendo e criando<br />
escrevendo, escavando o verbo<br />
costurando um texto<br />
silencia, sopra e lava<br />
no eco da madrugada<br />
violando sonhos e sentimentos<br />
um ‘não’ ou um ‘sim’, talvez<br />
a palavra, e só.<br />
falamos, ou então<br />
somos falados por ela?<br />
decerto não a inventamos<br />
mas somos invenção dela<br />
e só nela pensamos<br />
a palavra é uma casa<br />
do país chamado língua<br />
cuja história habita o humano<br />
pra cultivar pensamento<br />
e explicar a vida.<br />
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arte h<strong>em</strong>padão-01.pdf 1 01/10/2018 11:20:38<br />
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por Kauan Benthien<br />
Gorila<br />
Glue #04<br />
Grudenta <strong>em</strong><br />
todos os sentidos<br />
A Gorilla Glue foi desenvolvida pela GG Strains quando resolveram combinar a Ch<strong>em</strong> Sister, Sour<br />
Dubb e Chocolate Diesel, todas strains relativamente difíceis de se encontrar. O resultado foi um camarão<br />
delicioso que chegou a ganhar a Copa Canábica de Los Angeles <strong>em</strong> 2014 e a Hightimes<br />
Jamaican World Cup. Por ser minha strain preferida eu queria ter feito um review sobre ela muito antes<br />
mas esperei até encontrar um ex<strong>em</strong>plar de qualidade para escrever e degustar.<br />
Aparência: 4.8<br />
Pra qu<strong>em</strong> gosta de buds grandes, a GG4 não é a<br />
mais atrativa visualmente pois ela costuma ser mais<br />
compacta e densa do que grande <strong>em</strong> tamanho,<br />
sendo que um bud de 1 grama é b<strong>em</strong> pequena e<br />
pesada. Apesar disso o contraste quase perfeito<br />
dos cabelos laranjas com o verde do camarão já<br />
são de babar. Como o trim foi decente, a Gorilla<br />
Glue tá com mais cara de flor do que samambaia...<br />
Ponto positivo!<br />
Sabor: 4.9<br />
A maioria dos maconheiros descreve esse deguste<br />
como uma mistura de diesel, gasolina e café, porém<br />
doce. No meu paladar o que sinto é a presença<br />
forte de um café exótico com algum tipo de combustível<br />
que é difícil de adivinhar, quase que petróleo. A<br />
melhor parte de fumar um camarão b<strong>em</strong> cultivado é<br />
que você sente b<strong>em</strong> o gosto do começo ao fim.<br />
Leveza: 4.4<br />
A Gorilla Glue costuma ser b<strong>em</strong> suave na garganta<br />
mas como isso também depende do grower, a nota<br />
da leveza ficou um pouco mais baixa por não ter<br />
sido tão suave quanto esperado. Pela cor um pouco<br />
escura das cinzas eu chuto que o flush não deve ter<br />
sido b<strong>em</strong> feito. De qualquer maneira, consegui sentir<br />
o gosto sensacional dessa strain s<strong>em</strong> realmente ficar<br />
ardendo a garganta.<br />
Custo Benefício: 4.5<br />
A GG4 é uma strain relativamente difícil de se achar<br />
<strong>em</strong> boa qualidade e com preço decente. O que<br />
ajudou na nota do custo benefício foi o fato de eu ter<br />
conseguido essa Gorilla Glue numa troca/escambo<br />
diretamente com o grower, o que baixou muito o<br />
custo pro meu lado.<br />
Onda/Brisa: 4.2<br />
O que mais me atrai nessa strain é a brisa. Por ser<br />
híbrida dominante indica, a onda puxa os maconheiros<br />
com tolerância mais baixa pro sofá. A leseira<br />
fica na medida certa pra te manter encostado num<br />
canto s<strong>em</strong> te botar pra dormir. O alto teor de THC<br />
encontrado nessa flor costuma saciar os maconheiros<br />
mais exigentes e fãs de fumo resinado, grudento e<br />
potente. Por todas essas razões a Gorilla Glue #4<br />
ganhou a nota mais honrosa possível, 4.20!<br />
Preç<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 22 <br />
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thien<br />
Procedência:<br />
Grower Local <strong>em</strong><br />
Toronto<br />
(Canadá)<br />
Fato Curioso:<br />
O nome da strain foi feito numa brincadeira<br />
com uma marca de cola que se chama<br />
Gorilla Glue, conhecida mais ou menos<br />
como a Super Bonder no Brasil, pois<br />
além de ser super resinada e grudenta<br />
ela também costuma colar os maconheiros<br />
no sofá por um t<strong>em</strong>po depois de umas<br />
tragadas.<br />
Preço: Cerca de $6/g<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 23 <br />
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Cozinherva<br />
Azeite<br />
Canábico<br />
Modo de fazer:<br />
Ingredientes:<br />
6 copos de azeite<br />
ou óleo de canola<br />
28g de flores de cannabis,<br />
b<strong>em</strong> desfeitas, ou 57g de trim<br />
Na panela, aqueça o azeite<br />
lentamente por alguns minutos.<br />
Quando começar a sentir o cheiro<br />
do azeite, adicione um pouco<br />
da cannabis e mexa b<strong>em</strong> até ficar<br />
totalmente revestido de azeite.<br />
Continue a adicionar mais cannabis,<br />
até a cannabis toda estar<br />
misturada com o azeite. Deixe <strong>em</strong><br />
fogo brando por 45 minutos e vá<br />
mexendo ocasionalmente.<br />
Tire a panela do fogo e deixe-a<br />
esfriar, antes de filtrar. Aperte a<br />
cannabis contra um filtro de metal<br />
com a parte de trás de uma<br />
colher, para filtrar o óleo todo.<br />
Guarde o azeite num recipiente<br />
na geladeira até um máximo de 2<br />
meses e jogue os restos de cannabis<br />
para dentro do azeite.<br />
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Acessórios para Extração<br />
@loucuragreen<br />
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Ah, Professor...<br />
Policiais de Jah<br />
O ator Charles Paraventi, que<br />
ficou conhecido pelo papel do<br />
professor de biologia Afrânio na<br />
novela Malhação, afirmou, <strong>em</strong> entrevista<br />
para a revista Istoé, que foi<br />
d<strong>em</strong>itido da Globo por ser usuário<br />
de maconha.<br />
Ex<strong>em</strong>plo!!<br />
O Regimento de Polícia Montada do<br />
Canadá está revisando as normas internas,<br />
de modo a permitir que os agentes da lei<br />
possam fazer uso recreativo da maconha<br />
no período que estiver<strong>em</strong> fora de serviço.<br />
Os policiais também dev<strong>em</strong> receber treinamento<br />
on-line sobre os riscos e efeitos do<br />
uso da maconha.<br />
Viva África!<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 26 <br />
As autoridades da Tailândia<br />
anunciaram que vão utilizar 100 kg<br />
de maconha apreendidas pela polícia<br />
para fabricar medicamentos. Com<br />
esta quantidade, a estimativa é de<br />
uma produção de 10 ou 15 litros de<br />
extrato líquido de cannabis.<br />
A Corte Constitucional da África do Sul<br />
decidiu descriminalizar o consumo privado<br />
de maconha, <strong>em</strong> uma sentença histórica<br />
aprovada de forma unânime. A lei que<br />
proíbe o consumo de maconha <strong>em</strong> casa<br />
por parte de adultos é “inconstitucional e,<br />
por consequência, nula”, afirmou o juiz Raymond<br />
Zondo ao ler a decisão do tribunal.<br />
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Set<strong>em</strong>bro/18<br />
´<br />
Cana-Cola<br />
Tapa Forte<br />
A Coca-Cola estuda a possibilidade<br />
de desenvolver uma bebida não<br />
psicoativa com canabidiol (CBD) e já<br />
iniciou conversas com a Aurora Cannabis,<br />
gigante canadense do setor. Entretanto,<br />
o porta-voz da Coca-Cola, Kent<br />
Landers, afirmou que nenhuma decisão<br />
foi tomada sobre esta questão.<br />
As ações da Tesla caíram depois<br />
que o CEO da montadora, Elon Musk,<br />
fumou um baseado durante o webcast<br />
Joe Rogan Experience. As ações caíram<br />
mais de 6% no mesmo dia do fumacê.<br />
A entrevista foi realizada na Califórnia,<br />
onde a maconha é legalizada para uso<br />
recreativo.<br />
Vou jogar<br />
Arriba!<br />
Sul<br />
ado<br />
rica<br />
que<br />
asa<br />
l e,<br />
Raynal.<br />
O governo do novo presidente mexicano,<br />
Andrés Manuel López Obrador,<br />
anunciou que buscará apoio internacional,<br />
inclusive na ONU, para propor<br />
a descriminalização da maconha e da<br />
papoula no país.<br />
A Devolver Digital, distribuidora norte-americana<br />
conhecida por seus jogos excêntricos,<br />
anunciou seu mais novo título. Trata-se de Weedcraft<br />
Inc, um game no qual o jogador terá<br />
que construir e administrar uma <strong>em</strong>presa produtora<br />
de maconha.<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 27 <br />
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<strong>Especial</strong> Rio Gran<br />
<strong>Natal</strong> - 2018<br />
Com o perdão do trocadilho, nunca<br />
imaginei que, mesmo escrevendo<br />
sobre drogas, iria viajar tanto. Em<br />
mais uma parceria com a agência<br />
de viagens Micasa420 o H<strong>em</strong>pa<br />
<strong>em</strong>barcou rumo ao Rio Grande do Norte,<br />
para cobrir o Festival promovido pelo coletivo<br />
Delta9. Nessa matéria vou compartilhar<br />
com vocês como foi conhecer um<br />
pouco de <strong>Natal</strong> e suas peculiaridades.<br />
Na manhã do dia 23/08, parti pra lá.<br />
Três horinhas de um voo direto. Maravilha.<br />
Chegando lá, ainda no transporte<br />
<strong>em</strong> direção ao local da hospedag<strong>em</strong>, a<br />
guia anuncia que agosto é o mês que<br />
mais venta na cidade. No hostel, encontrei<br />
um lindo jardim de suculentas, cactos,<br />
palmeiras e uma rede (física) e wi-fi muito<br />
boas. Entre ventos e brisas, Bertrand, que<br />
vive no Brasil há 12 anos e faz a gestão<br />
do <strong>Natal</strong> Paradise junto a Rafael, me contou<br />
que “a cidade foi umas das primeiras<br />
do Brasil a ter contato com tecnologia.<br />
Isso devido à base norte-americana estabelecida<br />
por lá nos t<strong>em</strong>pos da segunda<br />
guerra”, disse ele, <strong>em</strong> sotaque meio português,<br />
meio francês.<br />
Malas despachadas, fui andando <strong>em</strong><br />
direção à praia de Ponta Negra, donde<br />
se avista o famoso Morro do Careca.<br />
Num restaurante completamente vazio,<br />
pedi parmegiana de carne mesmo sendo<br />
um estabelecimento especializado <strong>em</strong> frutos<br />
do mar. Sequela. Acendi lá fora, na<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 28 <br />
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ande do Norte<br />
FEstival<br />
Delta9<br />
por Cadu Oliveira<br />
porta, um mix de tabaco com óleo. Assunção,<br />
o garçom, salvou a pátria trazendo<br />
um banquete e apontando o caminho<br />
do cartão postal.<br />
Que orla. Que marola. Pisar nesse<br />
canto do Brasil tendo ainda o prazer, e a<br />
missão, de registrar toda viag<strong>em</strong>. À noite,<br />
encontrei o Felipe, organizador do festival<br />
e um dos criadores do Delta 9, coletivo<br />
que já t<strong>em</strong> 4 anos de estrada. Fomos<br />
conhecer Iogui, o primeiro brasileiro do<br />
nordeste a ter autorização para cultivar<br />
maconha medicinal. Aí sim.<br />
“Eu aprendi muito vendo guia do<br />
Cervantes e no livro H<strong>em</strong>p, o uso medicinal<br />
e nutricional da maconha, do Chris<br />
Conrad”, disse ele, que já experimenta<br />
jardinag<strong>em</strong> canábica há 10 anos. Iogui<br />
entrou na justiça com um pedido cuidador<br />
para a mãe, que foi diagnosticada com<br />
Parkinson.<br />
Um dia Felipe e Iogui foram participar<br />
de um debate na Câmara de Vereadores<br />
da Paraíba. No caminho, apenas<br />
uma hora e meia de carro de <strong>Natal</strong>,<br />
pensaram que o evento estaria lotado,<br />
mas chegando lá foi o contrário. Como<br />
haviam poucos defensores da erva, Iogui<br />
pegou no mic e deu um verdadeiro<br />
show, explanando a situação de saúde<br />
na família e assumindo que cultivava para<br />
ajudar no tratamento. Ali foi o começo da<br />
Reconstruir – ONG que se planeja para<br />
estender o pedido cuidador restrito a ente<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 29 <br />
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para toda a sociedade local.<br />
Atualmente, <strong>Natal</strong> já conta com cerca<br />
de 84 prescrições, completamente<br />
legais, de maconha medicinal. Como<br />
a ONG ainda não consegue fornecer<br />
r<strong>em</strong>édio a todas essas pessoas, muitas<br />
ainda precisam arcar com os altos custos<br />
da importação. Hoje <strong>em</strong> dia, parte do<br />
trabalho de Felipe, com o coletivo Delta9,<br />
é promover informação sobre a possibilidade<br />
de prescrição indo diretamente<br />
aos consultórios médicos. “É quase que<br />
fazer um lobby para o uso da maconha<br />
medicinal”, de fato. Segundo ele, a cada<br />
dez profissionais de saúde visitados dois<br />
ou três gostam da ideia. Três recusam de<br />
imediato e o resto dá alguma atenção.<br />
Pod<strong>em</strong>os ver as plantas legalizadas<br />
na Reconstruir e o espaço sendo impl<strong>em</strong>entado<br />
para uma futura sede. Trocamos<br />
ideias e fincamos raízes tão profundas<br />
quanto a do pé de Argireya, que cresce<br />
cobrindo toda a casa. S<strong>em</strong> dúvidas, um<br />
lugar onde se faz história.<br />
Rastapé e Dunas:<br />
No dia seguinte, a missão jornalística<br />
era acompanhar o tradicionalíssimo passeio<br />
de bugre, incluso no pacote do Micasa<br />
420. A condutora Marlene pilota o<br />
carrinho de motor de fusca há sete anos,<br />
tendo passado <strong>em</strong> concurso público para<br />
ser admitida, e chegou lá pra me buscar<br />
às oito da manhã.<br />
A caminho da primeira parada passamos<br />
pela Praia de Miami, apelidada<br />
na época da segunda guerra, quando a<br />
população da cidade era de 50 mil habitantes,<br />
sendo 10 mil vindos dos EUA. A<br />
cidade fervilhava, nos áureos e conturbados<br />
anos 40 do século passado. A guia<br />
l<strong>em</strong>brou que, nessa época, viveu uma<br />
mulher mitológica, apelidada Maria Boa,<br />
responsável pelo primeiro cabaré normalizado<br />
da história do país.<br />
Fui buscar sobre a história e o ‘mito’<br />
é real. Maria de Oliveira Barros, nasceu<br />
<strong>em</strong> 1920 e de fato mexeu com o imaginário<br />
de marujos e maridos da região,<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 30 <br />
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@squadafum<br />
/squadafum squadafum.com.br<br />
LINHA PREMIUM<br />
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tendo virado até nome de aeronave,<br />
t<strong>em</strong>a de trabalhos acadêmicos, dentre<br />
outras homenagens.<br />
<strong>Natal</strong> t<strong>em</strong> cerca de 700 bugueiros,<br />
todos credenciados pelo estado. Primeira<br />
parada foi na Praia da Redinha.<br />
O horizonte com a ponte ao fundo fez<br />
l<strong>em</strong>brar a Califa. Tentei apertar um longe<br />
dos turistas, mas realmente, agosto<br />
venta muito. O bugre partiu comigo e<br />
mais um casal de meia idade, trabalhadores<br />
de Minas de férias no Nordeste.<br />
Segunda parada: Aquário de Tubarões<br />
de <strong>Natal</strong>. Vinte reais a entrada.<br />
E t<strong>em</strong> mesmo alguns grandes tanques<br />
com tubarões bolados. Além disso, uma<br />
piscina aberta <strong>em</strong> que, quando possível,<br />
dá para passar a mão no tubarão.<br />
Passei os olhos rápido nos peixes e outros<br />
muitos animais do “aquário” que<br />
é, na verdade, um mini zoológico com<br />
todo tipo de mamíferos e até aves. Lá<br />
fora caminhei duas quadras para dar<br />
umas baforadas, enquanto o casal se<br />
divertia com as araras e peixes-sapos.<br />
A paradisíaca praia de Genipabu,<br />
foi a terceira parada. Depois passamos<br />
ainda por Ceará Mirin, Pitangui,<br />
Rio Pratagi, pra tomar a fantástica Caipirinha<br />
do Salu, e por Lagoa do Jacumã,<br />
onde rola skibunda e tirolesa kamikaze.<br />
Práticas que a meu ver pareciam<br />
tão perigosas – e divertidas – quanto<br />
tentar acender um entre tantos turistas<br />
tiozões. Recusei ambas ideias.<br />
Oitava parada: Dunas Douradas,<br />
“onde gravaram a novela O Clone”,<br />
disse Marlene. E, por fim, um pico<br />
triunfal na Lagoa do Pitangui, com um<br />
restaurante onde é possível comer com<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 32 <br />
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os pés dentro da lagoa. Marola máxima.<br />
O passeio estava incluso no pacote<br />
da minha viag<strong>em</strong>, mas costuma sair<br />
por 90 reais por pessoa. Que passeio,<br />
brother!!<br />
Depois do dia cansativo, cheguei<br />
e encontrei os outros hóspedes <strong>em</strong>brasando<br />
<strong>em</strong> um churrasco improvisado. A<br />
cartilha do maconheiro manda se juntar<br />
na fumaça, então fui lá. Conversa vai e<br />
v<strong>em</strong>, lá pela meia noite a trupe resolve<br />
ir para o forró Rastapé – boate local de<br />
sertanejo e muito álcool. Após desbravar,<br />
com <strong>em</strong>oção comedida, dunas e<br />
praias, como recusar conhecer a festa<br />
local? Viva o jornalismo de imersão.<br />
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Festival Delta 9:<br />
Música, Informação e Ideia!<br />
Que lugar foda para um festival canábico.<br />
A beira, entre a praia do Meio e<br />
Pontag<strong>em</strong>, um visual incrível. Cheguei por<br />
lá era 13:20, ainda <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po de conhecer<br />
parte da maravilhosa equipe de produção.<br />
Leonardo, cortando um milhão de<br />
fichas. E Luiza, dando conta de arrumar e<br />
preparar o espaço de exposição.<br />
A parte cultural do evento é recheada.<br />
Tive a honra de conhecer integrantes das<br />
três bandas que fortaleceram a vibe das<br />
caixas de som durante a festa. Teve Rasta<br />
Brothers, conjunto local formado por dois<br />
irmãos, um na batera outro no vocal e baixo.<br />
Skarimbó, destaque da noite, botando<br />
galera para dançar até debaixo de chuva.<br />
E DuSouto, mais uma grande revelação<br />
– aclamada pelo público e cantada<br />
<strong>em</strong> coro.<br />
Questionado sobre como está a cena<br />
cultural do Rio Grande do Norte, Gabriel<br />
DuSouto confessou que “do golpe pra cá<br />
ficou estranho”, referindo-se a crise econômica<br />
que faz o mercado do entretenimento<br />
estagnar. Já o Jonas indicou como dificuldade<br />
para o músico de lá o “acesso a<br />
equipamentos”, no entanto, a galera toca<br />
a vera. São três bandas que eu adoraria<br />
ver ganhar reconhecimento nacional e fazer<br />
turnê por todo o Brasil.<br />
Na porta, uma montanha de quilos de<br />
alimentos doados chamava atenção. Fui lá<br />
fora conversar com a Micarla, que vendia<br />
doces na porta do evento. “Nunca tinha<br />
visto nada sobre isso”, disse ela ao saber<br />
que o evento tinha t<strong>em</strong>ática relacionada<br />
à erva. Já o Diogo, que pela primeira<br />
vez estava frequentando o evento, acha<br />
que papel fundamental dessa realização<br />
é “para desmistificar a cultura canábica”,<br />
ele que veio com amigos e n<strong>em</strong> sabia que<br />
o festival contava com bandas.<br />
Amanda e Jessy trouxeram também um<br />
quilo para doação e, segundo elas, “o<br />
que as trouxe até o evento foi, principalmente,<br />
a possibilidade de ter mais informação<br />
sobre o assunto”, disse antes de entrar.<br />
S<strong>em</strong> dúvida, estavam no lugar certo.<br />
Stands e Gente:<br />
Passando por cada um dos stands conheci<br />
muita gente boa <strong>em</strong>penhada <strong>em</strong><br />
trabalhar no universo da cultura canábica.<br />
Estavam na escalação da direita para a esquerda:<br />
O ser de Luana, coletivo Celebrarte,<br />
ong Reconstruir, tabacaria Mr. Blunt, a<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 34 <br />
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Liga Canábica, Barracuda Head Shop e o<br />
stand do coletivo Delta9, junto com algumas<br />
revistas do H<strong>em</strong>pa.<br />
Em meio ao público encontrei uma jornalista<br />
do Tribuna do Norte. “Os veículos<br />
daqui são muito tradicionais, não sei como<br />
me mandaram”, disse Aura, que produziu<br />
um excelente conteúdo sobre o evento para<br />
a Tv Tribuna.<br />
No stand O Ser de Luana conheci a fotógrafa<br />
que trabalhou 18 anos como editora<br />
de fotografia mas largou o mercado tradicional<br />
para lançar seu projeto autoral. Hoje<br />
ela trabalha com pintura no corpo f<strong>em</strong>inino,<br />
acompanhada por sessão de fotos. “O projeto<br />
visa <strong>em</strong>poderamento, liberdade e arte.<br />
É sobre a mulher se enxergar melhor”, disse.<br />
No geral, o trabalho d<strong>em</strong>anda 4 horas de<br />
pintura. Mas o resultado é encantador, dá<br />
pra conferir pelo perfil do projeto no instagram:<br />
@oserdeluana.<br />
Conversei também com o Daniel, da Mr.<br />
Blunts, que já trabalha há 5 anos no mercado<br />
online. “ O evento tá irado, reunindo<br />
várias pessoas, abrindo a mente da galera.<br />
Esse ano venho patrocinando vários eventos,<br />
teve Matuê, BK, 3030, agora tamo aqui no<br />
Delta9, esse contato com o público é ótimo,<br />
t<strong>em</strong> que ter”, disse ele, contente com as vendas<br />
do dia. “Só não vendeu mais porque<br />
não troux<strong>em</strong>os mais”, confessou.<br />
Mas n<strong>em</strong> tudo é comércio na zona dos<br />
stands. Também troquei ideia com o Rênio,<br />
de João Pessoa, participante ativo do fórum<br />
Growroom desde 2002, <strong>em</strong> 2008, ingressa<br />
na organização da Marcha da Maconha e<br />
desde que a Liga foi fundada, se interessou<br />
<strong>em</strong> ajudar. Ele nos contou pouco sobre a<br />
associação: “A Liga Canábica surgiu na Paraíba,<br />
através de pais que tinham probl<strong>em</strong>a<br />
com crianças com epilepsia de difícil controle<br />
e que tinham grande dificuldade pra<br />
conseguir essa medicação e, que era muito<br />
cara, começaram a pagar muito caro nessa<br />
medicação, que poderia ser acessível para<br />
poucas pessoas. E acharam que tinha ali um<br />
movimento social muito forte e muito importante<br />
que precisa ser discutido. Então surgiu<br />
a Liga Canábica através principalmente de<br />
Sheila e Júlio, que são pais de Pedrinho – inclusive<br />
eles não vieram hoje pois é aniversário<br />
de Pedrinho”, l<strong>em</strong>brou o militante.<br />
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Perguntei se a Liga t<strong>em</strong> vontade de se<br />
organizar como uma associação para<br />
cultivo e produção de óleo medicinal.<br />
“T<strong>em</strong>os sim, mas como uma associação<br />
de verdade. Não vai ser como uma <strong>em</strong>presa,<br />
mas sim como uma associação de<br />
verdade. Porque o que acontece hoje,<br />
acaba não sendo isso. A liga t<strong>em</strong> essa<br />
preocupação e minha maior preocupação<br />
dentro da Liga é que isso aconteça”,<br />
disse Rênio.<br />
Às 16:20 <strong>em</strong> ponto, ou quase, começou<br />
a palestra do Iogui sobre Introdução<br />
ao Cultivo de Cannabis Indoor. O público<br />
simplesmente lotou todas as cadeiras<br />
e ainda teve gente de pé para ouvir a<br />
aula. Além de muito interessado, notei<br />
que o público era muito diverso, entre<br />
sexo e idade. “Por que é um festival de<br />
maconha não t<strong>em</strong> nada de maconha,<br />
n<strong>em</strong> um brigadeirinho? ”, soltou alguém,<br />
para risada geral.<br />
Falei também com a Ana Rodrigues,<br />
do coletivo Celebrarte, que trabalha com<br />
redução de danos <strong>em</strong> eventos. Ela também<br />
integra o grupo Filhas de Jacy, projeto<br />
de f<strong>em</strong>inismo e engajamento social<br />
de mulheres. Às 17:20 o coletivo proporcionou<br />
uma oficina sobre vaporizadores,<br />
com público lotadíssimo.<br />
Já a Barracuda “não t<strong>em</strong> um ano,<br />
não. Abriu <strong>em</strong> nov<strong>em</strong>bro do ano passado,<br />
vai completar um ano ainda”, disse o<br />
gerente Alberto. “Empreender no Brasil é<br />
difícil, pra qu<strong>em</strong> é novo mais difícil ainda,<br />
aí pra qu<strong>em</strong> ainda é gringo, aí complica,<br />
né, que eu sou espanhol”, disse ele,<br />
que t<strong>em</strong> loja física e mora na Paraíba há<br />
sete anos. Ele <strong>em</strong>preendeu e montou a<br />
primeira headshop de João Pessoa. A<br />
participação no festival, segundo ele, “foi<br />
o máximo. É uma iniciativa pioneira. Está<br />
sendo melhor do que eu imaginava”, confirmou.<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 37 <br />
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Militância e Cultura:<br />
Diego, que trabalha na organização<br />
da Marcha de <strong>Natal</strong> há nove anos, também<br />
teve t<strong>em</strong>po de trocar ideia conosco.<br />
“Desde a década de 70 tinha um pico de<br />
maconheiros aqui, na Ponta do Morcego,<br />
na Praia dos Artistas, que é conhecido<br />
por ser um lugar de resistência. Aí dentro<br />
da universidade são locais propícios ao<br />
questionamento. Dois mil e oito, nove, dez,<br />
quando foi dois mil doze ainda não tinha<br />
marcha resolv<strong>em</strong>os criar o coletivo CannabisAtiva.<br />
Chamam <strong>Natal</strong> de Nova Amsterdam<br />
porque realmente se tinha uma certa<br />
flexibilidade pra se fumar maconha, desde<br />
que você não seja da periferia” rel<strong>em</strong>brou<br />
ele.<br />
De lá pra cá são 8 marchas da maconha,<br />
muita história, encontros, congressos,<br />
debates. A militância canábica <strong>em</strong> <strong>Natal</strong><br />
venta forte o ano inteiro. E cada um dos<br />
doidões e doidonas que encontrei faz<strong>em</strong><br />
parte dessa cena viva, orgânica, vibrante<br />
e muito forte.<br />
A Fooderozo vendeu 120 pizzas e<br />
acabou a massa. No palco, o vocal do<br />
DuSouto agradece e enaltece a organiza-<br />
ção do coletivo Delta9, composto por 40<br />
pessoas. Ainda a noite ganhei de presente<br />
um H<strong>em</strong>pCake do Bon Voyage, a lombra<br />
que alimenta.<br />
Domingo. O bolo especial foi de café<br />
da manhã. Felipe, família e amigos me<br />
apresentaram a praia de Tabatinga, com<br />
seu tradicional siri e paçoca de carne de<br />
sol com feijão verde. Lá, onde os brabos<br />
pescam aratu no facho.<br />
Perguntei o que mais incomodou ao organizador<br />
do evento. “As filas”, respondeu,<br />
se referindo à d<strong>em</strong>ora para conseguir comprar<br />
comida - probl<strong>em</strong>a recorrente <strong>em</strong> eventos<br />
canábicos. Foram mais ou menos quinhentos<br />
convites vendidos e cerca de 295<br />
quilos de alimentos doados para Casa de<br />
apoio a crianças com câncer Durval Paiva.<br />
Golaço, de placa - fora o baile!<br />
Dá saudade do sotaque, do calor da<br />
água, da comida gostosa, da trilha sonora.<br />
Até da erva, difícil de achar, mas decente.<br />
Teu povo, tua militância, tua história, Rio<br />
Grande do Norte, <strong>Natal</strong>, de verdade, és<br />
patrimônio imaterial da liberdade. H<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 38 <br />
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Projeto 18 ok.indd 39 05/10/2018 06:41:17
30 anos da Constituição<br />
por João Henriques<br />
Há 30 anos, <strong>em</strong> outubro de<br />
1988, o Brasil se libertava<br />
de forma definitiva da ditadura<br />
militar ao ganhar uma<br />
nova Constituição Federal,<br />
apelidada de “Constituição Cidadã”.<br />
Já nas primeiras linhas, o texto da<br />
lei enfatiza a garantia da cidadania<br />
e dignidade do povo e a promoção<br />
de uma sociedade “s<strong>em</strong> preconceitos<br />
de orig<strong>em</strong>, raça, sexo, cor, idade e<br />
quaisquer outras formas de discriminação”.<br />
Infelizmente, a maior parte<br />
destas diretrizes nunca foi plenamente<br />
aplicada.<br />
A nossa Lei Maior também fala que<br />
“ninguém será submetido a tortura n<strong>em</strong><br />
a tratamento desumano ou degradante”.<br />
O mínimo de conhecimento sobre<br />
a realidade brasileira, principalmente<br />
do que ocorre nas periferias, prova<br />
que estamos longe de respeitar o conteúdo<br />
deste texto.<br />
Nas violações de direitos constitucionais,<br />
a política de drogas brasileira<br />
t<strong>em</strong> grande contribuição. Importante<br />
destacar que a proibição das drogas<br />
é inconstitucional na essência.<br />
Primeiro, por violar o princípio da<br />
igualdade, ao estabelecer que apenas<br />
algumas drogas são ilícitas. Também<br />
fere o princípio da lesividade,<br />
ao criminalizar uma conduta (o ato<br />
de usar drogas) que não causa danos<br />
diretos a outros, mas apenas ao<br />
próprio usuário. Por este motivo, o suicídio<br />
não é considerado crime, já que<br />
a decisão de acabar com a própria<br />
vida afeta só o próprio indivíduo. O<br />
Estado não pode intervir na escolha<br />
individual do que é consumido n<strong>em</strong><br />
controlar o direito de cada um dispor<br />
de sua própria vida.<br />
Existe uma ação tramitando no Supr<strong>em</strong>o<br />
Tribunal Federal (STF) que faz<br />
justamente o questionamento da constitucionalidade<br />
do artigo da lei de drogas<br />
(11.343/2006), que criminaliza<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 40 <br />
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o<br />
o porte de drogas destinado ao uso<br />
pessoal. O julgamento chegou a ser<br />
iniciado no plenário do STF e, após<br />
três votos favoráveis à inconstitucionalidade<br />
da lei, foi interrompido, <strong>em</strong><br />
set<strong>em</strong>bro de 2015, após um pedido<br />
de vistas do falecido ministro Teori<br />
Zavascki. O processo ficou na gaveta<br />
do substituto, ministro Alexandre de<br />
Moraes, que até hoje não liberou seu<br />
voto para recomeçar o julgamento.<br />
É importante l<strong>em</strong>brar que Alexandre<br />
de Moraes ganhou destaque na<br />
imprensa, quando ainda era Ministro<br />
da Justiça do governo Michel T<strong>em</strong>er,<br />
por se exibir para uma câmera enquanto<br />
utilizava um facão para destruir<br />
uma plantação de maconha no<br />
Paraguai.<br />
O mesmo STF precisou intervir para<br />
garantir o simples direito do brasileiro<br />
defender a legalização da maconha,<br />
com um julgamento que garantiu a realização<br />
das Marchas da Maconha<br />
<strong>em</strong> todo país. Até 2011, era comum<br />
a ofensiva autoritária de juízes proibindo<br />
a realização da manifestação canábica<br />
<strong>em</strong> cidades como São Paulo,<br />
Salvador e Rio de Janeiro. O Supr<strong>em</strong>o<br />
precisou entrar <strong>em</strong> cena para garantir<br />
o óbvio <strong>em</strong> uma sociedade d<strong>em</strong>ocrática:<br />
é livre a manifestação de pensamento<br />
e expressão.<br />
Guerra às drogas: inimiga da Constituição<br />
A aplicação da lei proibicionista<br />
a qualquer custo é responsável direta<br />
pela violação de direitos que<br />
jamais deveriam ser desrespeitados.<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 41 <br />
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Isso ocorre principalmente durante as<br />
ações policiais nas periferias do Brasil,<br />
que buscam apreender pequenas<br />
quantidades de drogas e levar para<br />
a cadeia os jovens varejistas do baixo<br />
escalão do narcotráfico.<br />
A guerra às drogas impõe uma<br />
rotina de terror para comunidades<br />
onde são realizadas as operações<br />
policiais. Milhares têm o direito de ir<br />
e vir limitado, escolas são fechadas<br />
por falta de segurança para funcionar<br />
e residências são invadidas por<br />
policiais s<strong>em</strong> mandado de busca ou<br />
prisão. Ainda mais grave é o saldo<br />
de mortos e feridos que este tipo de<br />
ação costuma gerar, mesmo sendo<br />
evidente que este tipo de ofensiva<br />
não é capaz de acabar com o mercado<br />
ilícito de drogas. A ideia de um<br />
mundo livre das drogas, idealizado<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 42 <br />
nas convenções da ONU nos anos<br />
60, jamais será atingida. Apesar do<br />
evidente fracasso deste projeto <strong>em</strong><br />
todos os locais onde ele foi aplicado,<br />
ainda são poucos os países que<br />
viraram a página do proibicionismo e<br />
adotaram um cessar-fogo.<br />
Dependendo dos resultados das<br />
eleições que vão escolher o próximo<br />
presidente do Brasil, nossa Constituição<br />
pode ser ainda mais desrespeitada.<br />
É preciso ser direto: Jair Bolsonaro,<br />
com propostas que, por ex<strong>em</strong>plo,<br />
adotam medidas brandas para policiais<br />
que ag<strong>em</strong> fora da lei no suposto<br />
combate a criminosos, representa uma<br />
ameaça real aos direitos humanos<br />
que nossa Carta Magna garante a<br />
todos brasileiros. O Estado brasileiro<br />
está longe de garantir os direitos do<br />
povo e a situação pode ficar ainda<br />
pior com a vitória deste sujeito. H<br />
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Show e Fumaça<br />
ao Vivo no RJ<br />
por Cadu Oliveira<br />
e Mr. Big Beck<br />
Fotos: Laura Lock<br />
O<br />
jornalismo sobre – e sob –<br />
drogas é uma escola. Por<br />
intermédio do amigo Michael<br />
Meneses, editor do Portal<br />
Rock Press, fui questionado<br />
porque o H<strong>em</strong>padão não estava atrás<br />
de cobrir o show do Sublime, no Rio.<br />
Por pura sequela, é claro. Eu mal sabia<br />
do contexto maconhístico absurdo<br />
que a banda t<strong>em</strong>. Não sabia que ia<br />
ter show. N<strong>em</strong> quando. N<strong>em</strong> onde. Um<br />
antilead completo.<br />
Mas nada que meia hora de pesquisa<br />
não resolva. E que pauta! Porque a<br />
banda é da Califa. Porque as músicas<br />
têm clima tropical, bom senso de humor<br />
e um monte de referência à contracultura<br />
e cultura canábica. Talvez também<br />
porque o vocal original, Bradley<br />
Nowell, morreu <strong>em</strong> 1996 de overdose<br />
de heroína. E, ainda, que o novo vocalista,<br />
o Rome, t<strong>em</strong> Bob Marley fumando<br />
um junto com Notorious Big tatuado no<br />
braço direito. É. O H<strong>em</strong>pa não podia<br />
perder esse show.<br />
Peguei o contato da assessoria e,<br />
para nossa mais repleta alegria, a resposta<br />
do credenciamento foi positiva.<br />
Chegar na zona portuária do Rio para<br />
ver um show do Sublime era a missão<br />
do sábado, dia 15 de set<strong>em</strong>bro numa<br />
noite meio ‘chove não chove’ que acabou<br />
desabando b<strong>em</strong> na hora do show.<br />
O HUB-RJ t<strong>em</strong> espaço aberto, mas a<br />
<strong>H<strong>em</strong>pada</strong> | 44 <br />
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eira<br />
eck<br />
Lock<br />
parte VIP e pista são cobertos – para<br />
alívio dos baseados, queimando s<strong>em</strong><br />
parar. Como fiquei na grade, deixei a<br />
análise crítica da apresentação para<br />
meu amigo Beckão, estreante na <strong>H<strong>em</strong>pada</strong>:<br />
Análises dos Shows – Mr. Big Beck<br />
La Raza:<br />
A surpresa da noite, foi a banda<br />
paulistana La Raza (foto abaixo). Formada<br />
por: Alex Panda (vocal), Thiago<br />
Matricardi (bateria), Rafael Bombeck<br />
(guitarra), Juninho (baixo) e DJ Daimon.<br />
Seu Rapcore com influência Nu Metal,<br />
agradou de boa aos presentes. Numa<br />
apresentação curta, conseguiram mandar<br />
o seu recado com muita força, disposição<br />
e habilidade, mesmo sendo<br />
quase desconhecidos ao público carioca.<br />
Tocaram músicas do seu álbum<br />
B<strong>em</strong> Vindos a La Raza (2017), e alguns<br />
covers espertos pra atingir a cabeça e<br />
os pés da massa. Abriram com “B<strong>em</strong><br />
Vindos a La Raza”; seguida de “Barra<br />
Qu<strong>em</strong>? ”; Fizeram uma homenag<strong>em</strong> ao<br />
recém falecido Mr. Catra, e atacaram<br />
com “Give It Away”, cover do Red Hot<br />
Chilli Peppers;<br />
Numa linha mais autoral, tocaram<br />
“Na Contra Partida” e “O B<strong>em</strong>”; Fizeram<br />
um cover esperto de “Queimado<br />
Tudo” do Planet H<strong>em</strong>p – nessa a galera<br />
não perdeu t<strong>em</strong>po e fez como solicitado;<br />
e fecharam com mais duas autorais,<br />
“Caos da Paz ” e o porradeiro “Cai<br />
Dentro”, que arrancou aplausos da<br />
galera. No saldo final, ficou um show<br />
bacana de uma banda que t<strong>em</strong> peso e<br />
habilidade pra agradar de primeira até<br />
qu<strong>em</strong> não os conhece. Vida Longa ao<br />
La Raza!!!<br />
Sublime With Rome:<br />
Nessa 7ª vinda ao Brasil, o Sublime<br />
With Rome, já chegou sabendo muito<br />
b<strong>em</strong> como chapar o público carioca.<br />
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S<strong>em</strong> maiores rodeios dispararam sua<br />
coleção de Hits, e acertaram <strong>em</strong> cheio<br />
nos anseios da massa fumacenta que se<br />
espr<strong>em</strong>eu e lotou a HUB-RJ.<br />
Começaram com “Date Rape”, seu<br />
primeiro Hit single, e o clássico maconheiro<br />
“Smoke 2 Joints” (The Toyes Cover),<br />
ambas Hits do 1º álbum 40 Oz.<br />
To Freedom (1992), com a galera cantando<br />
juntinho, e a fumaça subindo. Na<br />
sequência, “Wrong Way” do álbum<br />
Sublime (1996), só fez aumentar ainda<br />
mais a pressão. Depois de contar<br />
sua alegria <strong>em</strong> estar de volta por aqui,<br />
mandaram “Murdera” do álbum Yours<br />
Truly (2011), foi a primeira da fase com<br />
Rome, e o público junto.<br />
Depois teve a dobradinha “54-46”<br />
(Toots & The Maytals Cover)/”House<br />
Of Suffering” (Bad Brains Cover) já tradicionais<br />
no repertório dos caras, desde<br />
o t<strong>em</strong>po do saudoso Brad Nowell. Lançado<br />
<strong>em</strong> julho o single “Wicked Heart”<br />
foi uma prévia do próximo álbum, que<br />
deve sair ainda este ano, e deu uma<br />
acalmada na pressão. Já “You Better<br />
Listen” foi acompanhada <strong>em</strong> coro pelo<br />
público, e de uma pancadinha de chuva,<br />
que fez a massa se espr<strong>em</strong>er ainda<br />
mais sob a área coberta. “Garden<br />
Grove” fez a pressão subir de novo.<br />
Depois veio “Take It Or Leave It”, e outra<br />
clássica “April 29, 1992” que fez a<br />
casa tr<strong>em</strong>er, e não deixou ninguém ficar<br />
parado.<br />
Nessa altura do show, os seguranças<br />
começaram a ter mais trabalho<br />
<strong>em</strong> controlar a grade que separava as<br />
pistas. “Burritos” acendeu ainda mais a<br />
galera. E com “Panic” deu pra ter a noção<br />
de como estava cheio. “Early Man<br />
(Only Gonna Die)” do Bad Religion é<br />
outro cover das antigas que está s<strong>em</strong>pre<br />
presente. “The Ballad Of Johnny<br />
Butt” (Secret Hate Cover) fez a galera<br />
respirar, e também parou a chuva.<br />
Outro clássico “Skankin To The Beat”<br />
(Fishbone Cover) foi a única do último<br />
álbum Sirens (2015) a ser executada.<br />
Outra dobradinha antiga e já famosa<br />
nos shows, “Badfish/Let’s Go Get Sto-<br />
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ned” foi muito b<strong>em</strong> recebida e teve corinho,<br />
e mais fumessê. Mas quando a luz<br />
apagou, e o DJ LD soltou o sampler de<br />
“Doin’ Time” o clima foi lá <strong>em</strong> cima. O<br />
clássico mais que absoluto, foi cantado<br />
<strong>em</strong> uníssono por toda a casa.<br />
Pra fechar tiv<strong>em</strong>os outro Hit do 1º álbum<br />
“Scarlet Begonias” (Grateful Dead<br />
Cover), novamente <strong>em</strong> uníssono com o<br />
público. Na volta do bis, foi a vez do Hit<br />
“What I Got” acompanhada pelo roadie<br />
de Rome ao violão, e a plateia juntinho<br />
no transe. Pra fechar seu MegaHit, e<br />
com certeza a mais esperada da noite<br />
“Santeria”, que contou com <strong>em</strong>polgação<br />
máxima do público.<br />
Depois dessa, até a chuva foi <strong>em</strong>bora<br />
de vez, e ficamos nós esperando<br />
já ansiosos pela próxima volta. Valeu,<br />
Eric, Rome, DJ LD, Carlos, e o excelente<br />
e discreto Gabe (Teclados/samplers/Sopro),<br />
obrigado por essa noite<br />
sensacional!!! Long Life To Sublime<br />
With Rome!!!<br />
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Até a Última Ponta - Cadu<br />
Que encontro! Nossa equipe, junto à<br />
equipe da Rock Press, formada por Beckão<br />
e Carolina Moura, foram recebidos<br />
de forma excelente pela organização do<br />
evento. Foi um prazer compartilhar esse<br />
momento com colegas de trabalho e<br />
ainda encontrar por lá alguns leitores do<br />
H<strong>em</strong>pa, s<strong>em</strong> falar no intercâmbio entre<br />
blunts e haxs.<br />
Como não havia área para os profissionais<br />
de imag<strong>em</strong>, ficamos colados<br />
ao palco durante todo o show. No fim,<br />
quando Rome jogou a paleta da guitarra,<br />
eu tava chapadão assistindo e, imóvel,<br />
senti o objeto batendo na minha testa! E,<br />
como estava com a mochila para frente e<br />
equipamento no braço, a paleta caiu, literalmente,<br />
na minha mão. Ah... b<strong>em</strong> que<br />
ele podia ter me passado um baseado.<br />
Mas aí a gente fumaria tudo até o fim. A<br />
paleta, pelo menos, dá pra guardar pra<br />
s<strong>em</strong>pre. Que noite. Que sorte! H<br />
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Série para Brisar...<br />
Fila de Piadas é um s<strong>em</strong>anário.<br />
E se prepara que já tá no episódio<br />
104. O quadro é estrelado<br />
por Thiago Ventura, Dihh<br />
Lopes, Marcio Donato e Afonso<br />
Padilha. Comediantes de texto<br />
afiado e alta produtividade, publicam<br />
no canal 4 Amigos, nome<br />
do projeto que lota teatros <strong>em</strong><br />
São Paulo e todo Brasil. Piadas<br />
sobre maconha são recorrentes,<br />
sobretudo por ter um usuário assumido<br />
na gig. “O Brasil que eu<br />
quero é um Brasil legalizado,<br />
onde a gente possa usar maconha<br />
para um caralho”, disparou<br />
Ventura na fila sobre esse t<strong>em</strong>a.<br />
Quatro gênios do humor juntos<br />
pela amizade. Assista!<br />
livro para Embrasar...<br />
Como o nome diz, o livro de Ubirajara<br />
Ramos é uma obra contestadora. Ilustrado<br />
e com texto leve, é um livro excelente<br />
para “ler na lombra”. Dá pra<br />
achar ex<strong>em</strong>plar dele nas principais headshops<br />
do país. O livro t<strong>em</strong> uma pegada<br />
didática e tenta abordar diversos<br />
aspectos do uso da maconha, desde<br />
a medicina até a possibilidade de uso<br />
industrial do cânhamo. S<strong>em</strong> deixar de<br />
abordar aspectos de política nacional<br />
e internacional, além da presença da<br />
militãncia canábica nas ruas, abordando<br />
também, por ex<strong>em</strong>plo, o movimento<br />
da Marcha da Maconha. Ubirajara é<br />
bacharel <strong>em</strong> comunicação e lançou o<br />
livro aos 65 anos. Sensacional.<br />
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.<br />
..<br />
Conheci Skarimbó lá no Festival Delta 9 e<br />
fiquei de cara com o som. E é claro que eu<br />
não estaria sugerindo aqui se fosse palha.<br />
Abre o YouTube mais<br />
próximo e se conecta<br />
ao álbum ‘Emaranhado”.<br />
Vai valer a pena.<br />
Eles atacam com instrumental<br />
intimista na<br />
abertura do álbum e<br />
também do show.<br />
O grupo toca junto<br />
há 4 anos, preenche<br />
o palco com dois percussionistas,<br />
um batera,<br />
baixo, guitarra e<br />
voz. Magnus, Geraldo<br />
e Gerson, parte<br />
da família que tive a<br />
honra de conhcer.<br />
O som pega ainda mais ao vivo, s<strong>em</strong> dúvida,<br />
mas o álbum é um excelente cartão<br />
de visita sobre o som cheio de boas levadas<br />
e energias.<br />
Além da letra afiada e<br />
presença de palco calorosa,<br />
a banda apresenta<br />
músicos competentes <strong>em</strong><br />
suas funções. Com isso,<br />
o que t<strong>em</strong>os é um conjunto<br />
de obra fantástico.<br />
Destaque para “Santo<br />
Forte”, “Satalactrip” e a<br />
faixa que leva o nome<br />
da banda. Psicodelia<br />
purinha.<br />
Eu torço d<strong>em</strong>ais para<br />
que essa rapaziada ganhe<br />
asas para tocar esse<br />
bom por todo o Brasil. Vi<br />
o público local cantando <strong>em</strong> coro e, de coração,<br />
foi <strong>em</strong>ocionante. Avante, Skarimbó.<br />
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