Velozes R6 / Mônaco
Toda a ação no Grande Prêmio da Espanha e a sensacional vitória de Hamilton, mais tudo o que vai acontecer no próximo final de semana em Monte Carlo, no GP de Mônaco! Mais: Perfil de Graham Hill, o dono da Tríplice Coroa, com um mini-poster dele. Também tem um calendário de mesa para você baixar e imprimir aí na sua casa. Tudo Grátis!
Toda a ação no Grande Prêmio da Espanha e a sensacional vitória de Hamilton, mais tudo o que vai acontecer no próximo final de semana em Monte Carlo, no GP de Mônaco! Mais: Perfil de Graham Hill, o dono da Tríplice Coroa, com um mini-poster dele. Também tem um calendário de mesa para você baixar e imprimir aí na sua casa. Tudo Grátis!
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Graham HILL .<br />
Norman Graham Hill,<br />
Cavaleiro do Império Britânico (OBE) é um<br />
personagem muito especial! É o único piloto a ter<br />
conquistado a Tríplice Coroa do Automobilismo, as<br />
vitórias nas três mais importantes corridas do<br />
Mundo, o Grande Prêmio de <strong>Mônaco</strong>, as 24 Horas<br />
de Le Mans e as 500 Milhas de Indianápolis.<br />
De quebra, ganhou dois títulos mundiais de pilotos.<br />
Nascido em 15 de fevereiro de 1929 em Londres, se<br />
formou em engenharia e foi trabalhar na Smiths,<br />
famosa fábrica de relógios de painel de<br />
instrumentos de automóveis. Após cumprir seu<br />
período militar na Royal Navy, voltou à Smiths.<br />
Curiosamente, nessa época Hill ainda não tinha<br />
carta de motorista, tirou a sua já com 24 anos de<br />
idade! No começo, Graham estava mais interessado<br />
em motocicletas, mas um dia viu um anúncio de um<br />
Driving Day de baixo custo em Brands Hatch, perto<br />
de Londres, e foi dirigir.<br />
E acabou tomando gosto pelos carros de corrida.<br />
Conseguiu um emprego de mecânico na Lotus Cars<br />
e logo tentou convencer seu patrão a dar-lhe uma<br />
chance em um de seus carros, mas Colin Chapman<br />
queria antes ver o que seu mecânico conseguia<br />
fazer com um Cooper 500cc de Fórmula 3.<br />
Satisfeito com o que viu, Chapman entregou um de<br />
seus Mk.12 de Fórmula 2 para Hill disputar algumas<br />
provas na Inglaterra. Quando a Coventry Engines<br />
aumentou seu motor Climax para 2,2 litros,<br />
Chapman decidiu entrar na Fórmula 1, e alinhou<br />
dois Mk.12 B para Hill e o piloto principal da casa,<br />
Cliff Allison no GP de <strong>Mônaco</strong>. Hill classificou P15<br />
para a largada e abandonou com um eixo partido.<br />
A partir da França, a Lotus passou para o Mk.16,<br />
seu primeiro carro com motor traseiro, mas a<br />
sequência de abandonos continuou até Monza,<br />
quando Hill finalmente completou seu primeiro GP,<br />
em sexto lugar. Mas naqueles tempos a pontuação<br />
sé era dada até o quinto posto.<br />
1959 foi igualmente decepcionante, um monte de<br />
quebras e um sétimo lugar em Zandvoort. Por isso,<br />
Hill decidiu mudar para a BRM em 1960.<br />
A essa altura, a BRM era mais veloz que a Lotus, mas<br />
quebrava tanto quanto... mesmo assim, Hill pode<br />
conquistar um brilhante terceiro lugar na Holanda,<br />
seu primeiro pódio e seus primeiros pontos na F1.<br />
A saga de abandonos continuou por 1961 adentro,<br />
com apenas duas corridas completadas. Mesmo se<br />
classificando para largar sempre nas três primeiras<br />
filas, a carreira de Hill a essa altura começava a<br />
entrar numa encruzilhada. Enquanto Stirling Moss<br />
ainda era o grande nome inglês na Fórmula 1, surgia<br />
com força o jovem Jim Clark na Lotus. Ao mesmo<br />
tempo, os carros de John Cooper eram os melhores<br />
F1 ingleses e ainda havia a Ferrari com seus<br />
sharknoses, os narizes de tubarão, a abocanhar<br />
todas as vitórias.<br />
A BRM estava afundando, e levava Hill junto. Assim,<br />
na segunda metade de 1961, os Irmãos Owen<br />
tomaram providências para virar a mesa e devolver<br />
à BRM a condição de representante da engenharia<br />
britânica que ela foi criada para ser.<br />
Um novo motor de 1.500cc, desenhado para<br />
disputar com os ágeis Ferrari Dino e Coventry-<br />
Climax, foi montado num chassis inteiramente novo,<br />
desenhado por um engenheiro que estava no time<br />
desde 1950 (!), Tony Rudd, que pela primeira vez<br />
tinha poder para chefiar todo o departamento de<br />
projetos. O novo conjunto, BRM P-57, ficou pronto a<br />
tempo para correr na Itália e nos Estados Unidos,<br />
duas provas onde Tony Brooks, em sua última<br />
temporada da F1, marcou um quinto e um terceiro<br />
lugares. Hill abandonou em ambas.<br />
1962 começou com o norte-americano Richie<br />
Ginther no lugar de Brooks, e com a vitória de<br />
Graham Hill na corrida de abertura do Mundial, o<br />
Grande Prêmio da Holanda em Zandvoort. Era a<br />
primeira vitória de Hill na Fórmula 1.<br />
<strong>Mônaco</strong>, a corrida seguinte, foi decepcionante, pois<br />
Hill largou na primeira fila mas só terminou em<br />
sexto.<br />
Segundo na Bélgica, Hill amargou um nono lugar em<br />
Rouen, depois de novamente largar da primeira fila.<br />
Em Aintree, na Inglaterra, Hill foi o quinto, num dia<br />
onde os oito primeiros foram carros ingleses.<br />
A essa altura, Graham liderava o Mundial com 1<br />
ponto de vantagem sobre Jim Clark e dois sobre<br />
Bruce McLaren; BRM, Lotus e Cooper.<br />
Então as coisas clarearam para os lados da BRM.<br />
Graham vence de ponta-a-ponta numa<br />
Nürburgring molhada pela chuva, depois de<br />
largar da primeira fila ao lado da Porsche de Dan<br />
Gurney, o pole-position. Essa corrida foi<br />
marcada pela estréia da Brabham. Jim Clark<br />
chega em quarto, McLaren em quinto e Hill<br />
aumenta sua vantagem para sete pontos.<br />
Graham vence em seguida a corrida em Monza,<br />
onde a Lotus moeu cinco caixas de câmbio entre<br />
treinos e corrida, e Clark não pontua. McLaren<br />
faz o terceiro lugar, e assume a vice liderança do<br />
Mundial de Pilotos a quinze pontos de Hill.<br />
Então a F1 atravessou o Atlântico para correr nos<br />
Estados Unidos. A Ferrari não foi. Numa corrida<br />
completamente dominada por Jim Clark, os três<br />
pilotos disputantes do título terminaram nas três<br />
primeiras posições, Clark-Hill-McLaren.<br />
Com a vitória e o sistema de descartes de<br />
pontos, Clark ficou a nove pontos de Hill.<br />
Valeriam apenas os cinco melhores resultados<br />
da temporada de nove corridas e Hill já tinha 3<br />
vitórias e dois segundos lugares. Clark ainda<br />
podia somar mais um resultado, mas só a vitória<br />
lhe daria o título. Mesma coisa no Mundial de<br />
Construtores, só a vitória daria o título à Lotus.<br />
Nessa situação, todos voltaram para o outro lado<br />
do Atlântico e seguiram para o sul, rumo ao<br />
Oceano Índico, que banha a cidade de East<br />
London, na África do Sul.<br />
Clark fez a pole e sumiu na liderança.<br />
Hill fez o segundo tempo e correu em segundo<br />
por 62 das 82 voltas da prova.<br />
Foi quando um vazamento de óleo no carro de<br />
Jim Clark o obrigou a abandonar a corrida e o<br />
Mundial. Clark sofreria a mesma decepção –<br />
abandono a poucas voltas da vitória e do título,<br />
dois anos depois, no México!<br />
Graham Hill foi em frente e venceu. Venceu a<br />
corrida, venceu o Mundial!