Já no Mundial de Pilotos, a coisa não foi tão fácil, e Hill somou apenas 2 pontos de um quinto lugar em Zeltweg, na Áustria. Como Ecclestone tirou o carro de seu exsócio Ron Tauranac de linha, e enquanto o carro de Murray não ficava pronto, a Brabham correu no começo de 1972 com o carro de 1970, o BT-33, e com ele Hill conquistou um sexto lugar na Argentina. O novo BT-37 não foi grande coisa...e os carros sofriam com constantes quebras, pois Bernie não investia na manutenção do carro. Afastado da equipe ao final da temporada, Graham Hill conseguiu um patrocínio da marca de cigarros Embassy, e montou sua própria equipe em 1973, com um carro da Shadow. O esquema não somou nenhum ponto no ano, mas a empresa de tabaco manteve o apoio para 1974, quando Hill contratou dois chassis à Lola Cars baseados no F-5000 da Lola e expandiu a operação para dois carros. Com o Embassy Lola T-370, Hill somou um ponto no GP da Suécia de 1974. Para 1975, os planos incluíam um carro de projeto próprio. Enquanto o Hill GH-1 não ficava pronto, o Lola foi mantido e o alemão Rolf Stommelen contratado. Hill e Rolf tiveram fracos desempenhos nas duas primeiras provas do ano, e então Stommelen se acidentou em Montjuich na batida que matou vários espectadores e encerrou sua carreira na F-1. A decepção maior, contudo, veio em <strong>Mônaco</strong>, quando o ainda Mr. Monaco não conseguiu se classificar para a largada. O piloto estava terminado. Assumia definitivamente o Chefe de Equipe. LE MANS Desde seu primeiro ano como piloto profissional, Graham Hill correu em Le Mans. Entre 1958 e 1966, Hill correu todos os anos, e venceu uma vez na sua categoria em 1963 com o Rover-BRM. Também chegou em segundo na geral em 1964 com uma Ferrari 330P. Em todas as outras vezes abandonou. Em 1972, a francesa Matra concentrou seus esforços para vencer a tradicional prova na Sarthe, e só participou da prova de Le Mans no Mundial de Marcas. Compareceu com uma armada de 3 carros MS-670, muito leves e velozes, e mais um MS-660 do ano anterior. Já a Ferrari, invicta no campeonato, decidiu não participar. Graham Hill foi convidado para pilotar numa MS-670, fazendo dupla com o experiente Henry Pescarolo. A dupla principal era formada por Jean-Pierre Beltoise e Chris Amon, mas esse carro abandonou na terceira volta! A oposição mais forte era da Lola T280 da equipe de Joachim Bonnier, que se revezou com as Matras na liderança até que, por volta das 08:30 da manhã de domingo, Bonnier foi atrapalhado por uma Ferrari esporte, bateu nos rails, decolou e explodiu contra as árvores, matando o piloto suíço, 8 meses depois de outro grande piloto suíço, Jo Siffert, ter tido o mesmo fim. Daí até o final, a dupla Pescarolo-Hill conduziu a prova e terminou 11 voltas à frente do segundo lugar, outra MS-670. Estava conquistada a Tríplice Coroa por Graham Hill! O único piloto da história a conseguir esse feito até hoje. E tão cedo, nenhum outro surgirá, ainda que Jacques Villeneuve esteja tentando. Mesmo com todas essas conquistas, Hill acabou ofuscado pelo brilho das estrelas escocesas Jim Clark e Jackie Stewart, assim como seu filho Damon acabou ofuscado por Michael Schumacher apesar das brilhantes conquistas que obteve na carreira. Graham Hill casou-se com Bette, e teve duas meninas além do filho Damon. Graham e Damon foram a primeira família de pai e filho campeões mundiais de F-1. No ano passado, os Rosberg entraram na lista. No final de novembro de 1975, Hill e sua equipe estavam testando o novo Hill GH-2 em Paul Ricard, na França. Na volta, em seu Piper Aztec que ele mesmo costumava pilotar, Hill não conseguiu encontrar a pista do aeroporto de Elstree por causa do denso nevoeiro, e caiu nas proximidades de um campo de golfe, matando Graham, seu pupilo Tony Brise, o projetista da equipe Andy Smallman, o chefe Ray Brimble e dois mecânicos. O motivo da queda teria sido falta de combustível, já que o avião não explodiu. Foi o fim da equipe, e Bette teve que arcar com enormes dívidas, pois Graham não tinha feito o seguro de viagem. Ela e os filhos tiveram uma vida duríssima desde então, e foi com enorme dificuldade que Damon a convenceu a deixar ele seguir a carreira de piloto. Damon começou tarde, não teve grande brilho nas categorias menores, mas foi para a Williams, aprendeu o caminho das pedras e venceu, tornando-se campeão mundial por seu talento. Mais um ponto de contato entre ele e seu pai!
Um homem de família? Aqui, Graham aparece junto com Bette e Damon em Brands Hatch. Como Graham gastava tudo o que ganhava com os carros, foi Bette quem pagou o casamento deles... Além de bom piloto, Graham Hill também era um bom-vivant. Um sujeito sempre de bem com a vida, que amava curtir as festas com os amigos – antigos ou recentes, como se vê na foto acima à direita, bancando a bailarina. Ao lado, Damon, Bette e Brigitte no enterro de Hill Graham também apareceu em shows na televisão britânica e atuou no filme Grand Prix, onde chegou a ter falas junto com os atores. No still do filme, abaixo, ele aparece em primeiro plano argumentando algo sobre a pista de Spa numa reunião dos pilotos. Pode-se ver Bruce McLaren, de paletó, na extrema direita e a cabeça de Dan Gurney, além do ator James Garner, que fazia o mocinho do filme.