Velozes R6 / Mônaco

Graham HILL
1963 também começou com vitória, desta vez
em Mônaco – a primeira das cinco de Hill no
Principado. Agora com dez corridas com a
inclusão de um GP do México, os seis melhores
resultados seriam considerados, os demais
seriam descartados.
Mas Jim Clark e a Lotus 25 de chassis
monocoque foram avassaladores! Jimmy venceu
sete vezes no ano, e assim se deu ao luxo de
descartar uma...vitória!
Graham venceu apenas mais uma vez na
temporada, nos Estados Unidos, e terminou em
segundo no Mundial de Pilotos.
Um novo carro estava pronto para 1964, e Hill
aproveitou a melhor maneabilidade do novo P-
61B para vencer Mônaco outra vez. Um terceiro
lugar em Zandvoort o deixou empatado em
pontos com Clark, mas depois o escocês venceu
em Spa e na Inglaterra e abriu seis pontos para
Hill. Parecia que Clark e a Lotus estavam a
caminho do bi-campeonato, mas então o
fazendeiro de Kilmany enfrentou três abandonos
seguidos, o que deixou Hill na ponta do Mundial,
dois pontos à frente de Clark e mais dois à frente
de John Surtees, da Ferrari.
Clark voltou a vencer, desta vez nos Estados
Unidos, com Surtees em segundo na Ferrari
pintada de azul e branco - as cores da NART, a
equipe de Luigi Chinetti, o representante das
Ferrari na América. Hill chegou em quarto e
todos foram para a decisão no México.
Na pista da capital mexicana, Clark fez a pole e
sumiu na frente, tudo igualzinho à decisão de
1962. Hill vinha em terceiro, com Surtees longe
em quinto. De repente, a Lotus de Clark começa
a soltar uma fumaça azulada, indicação segura
de vazamento de óleo. A duas voltas da
bandeirada, a fumaça ficando mais grossa,
Bandini, o companheiro de Surtees na Ferrari,
Clark e Hill lado a lado na decisão do Mundial de 1961 na África do Sul
erra uma freada e enche a traseira da BRM de
Hill , que á obrigado a abandonar a prova
quando liderava o Mundial e seu adversário
estava indicando que ia abandonar a corrida.
Igualzinho a 62, um vazamento de óleo fez a
Lotus travar e Clark perder o título, desta vez na
penúltima volta!
Bom, Surtees vindo em terceiro somava mais 4
pontos e como estava 5 atrás de Hill, bastava a
corrida terminar assim para Graham Hill vencer o
Mundial. Mas estamos falando de Ferrari, e os
mecânicos da Scuderia correm para o fundo dos
boxes, que dá para a entrada da Peraltada, a
última curva do circuito, e acenam para Bandini,
agora o segundo colocado, parar e deixar
Surtees passar e somar os 6 pontos do segundo
lugar. Se precisasse, eles jogavam uma chave de
roda na cabeça do Lorenzo! Mas não precisam,
Bandini reduz o passo e deixa Surtees passar, o
multi-campeão das motos ganhando seu
primeiro título mundial nas quatro rodas.
Hill termina vice-campeão novamente.
Numa exata repetição de 1963, Hill vence em
Mônaco e nos Estados Unidos em 1965,
enquanto Clark domina a F1 com seu novo carro
e ganha o Mundial com facilidade, inclusive
deixando de correr em Mônaco para ir vencer as
500 Milhas de Indianápolis com a Lotus-Ford.
O BRM P-61B está envelhecendo, já não é mais
tão competitivo, e a BRM apronta um sucessor,
mas o novo carro, chassis P-83, traz na traseira
uma novidade e uma aberração, um motor em
H! No caso, quatro cabeçotes de quatro cilindros
unidos num mesmo bloco, formando um motor
de 16 cilindros, quase como um motor de avião.
Não deu certo!
Pior ainda, seu novo companheiro de equipe,
Jackie Stewart, começa a receber muita atenção.
O campeonato de 1966 é uma lástima, o motor
H16 quebrou todas as vezes. Parece que a
Honda se inspirou nisso na sua preparação para
este ano!
Enquanto as coisas afundam na F-1, Hill e
Stewart recebem um convite da Lola para
disputar as 500 Milhas de Indianápolis.
Não, o motor da Lola não era Honda. Era o
mesmo Ford que equipava as Lotus.
Hill qualifica em 15º . Na largada, o piloto à sua
frente na quarta fila dá um excelente pulo, mas
toca em Gordon Johncock e inicia uma Big One
que vai envolver 14 carros, 11 dos quais não
voltam mais. Hill consegue se livrar do balé de
carros rodando e batendo ao seu redor, e assim,
ao fechar a primeira volta está em nono lugar.
A corrida é paralisada e recomeça depois de
mais de 80 minutos para limpeza da pista.
Jim Clark domina o grupo, mas roda sozinho e
seu motor morre. Volta à pista uma volta atrás
mas recupera a volta. Jackie Stewart então é o
líder. O atrito provoca o abandono de diversos
carros de ponta, e aos poucos Hill vai subindo de
posições até chegar ao quarto lugar, atrás de
Stewart, Clark, Johncock e Jim McElrath. Clark
roda novamente e se atrasa de novo, Johncock
tem que diminuir o ritmo para ter gasolina para
chegar ao final e fica para trás.
A esta altura, 180 voltas, Jackie Stewart e Jim
McElrath estão em disputa aberta pela vitória,
Hill vem quase uma volta atrás em terceiro, mas
McElrath gastou muita gasolina e tem que fazer
um splash-and-go e por mais gasolina. Agora as
Lolas estão em primeiro e segundo!
A dez voltas do fim, a Lola de Stewart pára com o
motor quebrado. Graham Hill é o novo líder a
dez voltas do fim e vence as 500 Milhas de
Indianápolis, Clark em segundo e Johncock em
terceiro, Beberrão McElrath acaba em quarto.
500 Milhas de Indianápolis de 1966 – a pose do vencedor