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2017_0619 - Revista LEVE 2a edição

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Destinos<br />

Não são só as belas paisagens<br />

que fazem do<br />

Arquipélago dos Açores<br />

um lugar especial. Descoberta<br />

pelos navegantes<br />

portugueses por volta<br />

de 1400, a região tem<br />

características geográficas que revelam<br />

um contraste de formas nunca visto em<br />

outro lugar da Terra. O motivo? O território<br />

português fica em cima de três<br />

placas tectônicas (Americana, Africana<br />

e Euroasiática), responsáveis por provocar<br />

uma intensa atividade vulcânica<br />

na região. Desse movimento, brotaram<br />

lá quase 2 mil vulcões, que, mais tarde,<br />

fizeram nascer ilhas perdidas nas águas<br />

do oceano Atlântico.<br />

Das principais, nove “filhas da lava”<br />

formam um conjunto de ilhas distribuído<br />

em 600 quilômetros de mar – abrigo para<br />

cerca de 250 mil habitantes. Na região<br />

central ficam as ilhas de São Jorge, Graciosa,<br />

Terceira, Pico e Faial. No leste, São<br />

Miguel e Santa Maria. Já na região ocidental,<br />

as ilhas de Flores e do Corvo. São verdadeiros<br />

jardins secretos com cenários<br />

deslumbrantes, costas escarpadas, praias<br />

de águas cristalinas, lagoas em tons de<br />

azul e verde (as chamadas “caldeiras”,<br />

que surgiram nas crateras dos vulcões),<br />

cavernas, águas termais e uma grande<br />

variedade de espécies animais e vegetais.<br />

Isso sem falar da culinária típica, que, por<br />

si só, já é um bom motivo para incluir os<br />

Açores no seu próximo roteiro de viagens.<br />

Para completar, o clima, mesmo imprevisível,<br />

se mantém ameno ao longo do ano,<br />

com temperaturas entre 16ºC e 25ºC. De<br />

barco, avião, caminhando ou pedalando,<br />

veja, a seguir, o que é possível conhecer<br />

em algumas das ilhas.<br />

Ilha das Flores<br />

Considerada uma das<br />

ilhas mais bonitas do<br />

arquipélago, é integrada à<br />

rede mundial de Reservas<br />

da Biosfera pela Unesco e<br />

famosa pelas cascatas e<br />

lagoas. Aliás, ver as Sete<br />

Lagoas (Negra, Branca,<br />

Seca, Rasa, Comprida,<br />

Lomba e Funda) alojadas<br />

dentro da caldeira de<br />

um dos vulcões é uma<br />

experiência inesquecível. Se<br />

for época da floração das<br />

hortênsias, mais ainda: as<br />

margens verdes das lagoas<br />

ganham tons incrivelmente<br />

azulados e rosados na<br />

presença delas.<br />

Ilha do Faial<br />

Que tal visitar o vulcão mais jovem do planeta? O Vulcão de Capelinhos, que só tem 59 anos,<br />

sacudiu a Ilha do Faial em 1957, com 450 terremotos e uma noite de destruição. Depois,<br />

adormeceu suavemente e deixou como herança uma paisagem cinzenta. Foram tantas cinzas<br />

que saíram dele que o tamanho da ilha aumentou em 2,4 quilômetros quadrados.<br />

Ilha de São Miguel<br />

Na maior e principal ilha do<br />

arquipélago, onde vive metade da<br />

população açoriana, as atrações<br />

são muitas. Para ver paisagens<br />

extraordinárias, pode-se fazer<br />

uma caminhada pelos trilhos<br />

da Lagoa do Canário até o<br />

Miradouro da Grota do Inferno.<br />

A vista, considerada uma das<br />

mais lindas da ilha, revela lugares<br />

impressionantes como a Caldeira<br />

das Sete Cidades e a Lagoa de<br />

Santiago, dois “buracos” repletos<br />

de água e cercados pela vegetação<br />

pincelada por diversos tons de<br />

verde. Vale tomar um banho nas<br />

águas termais da Piscina Natural<br />

da Ferraria, rodeada por rochas<br />

de lava negra. Se estiver fresco,<br />

que tal tomar o mais antigo chá<br />

da Europa? Perto dali, é possível<br />

conhecer as plantações do Chá<br />

Gorreana, cuja fábrica foi fundada<br />

em 1883. Para completar, o Vale<br />

das Furnas guarda várias iguarias,<br />

entre elas o “cozido das caldeiras”,<br />

feito em fornos naturais gerados<br />

pela atividade vulcânica, na terra<br />

mesmo, e as águas, que têm<br />

sabor, cor e são famosas por curar<br />

diversas doenças.<br />

Fotos: Shutterstock<br />

Ilha do Pico<br />

Além de ser o pico mais alto de Portugal, com 2.351<br />

metros de altitude, esse lugar tem vinhedos seculares<br />

fincados em uma região, ao pé do monte, que é<br />

considerada Patrimônio Mundial pela Unesco. Conhecer<br />

os vinhos que surgem das vinhas plantadas sobre<br />

pedras basálticas é mergulhar também na história dos<br />

habitantes dessa ilha, já que a vinicultura começou no<br />

século 15, com a chegada dos primeiros moradores.<br />

Ilha de Santa Maria<br />

Aqui, a dica é fazer uma caminhada pelo deserto – sim, o arquipélago tem um! Chamado<br />

Barreiro da Faneca ou Deserto Vermelho, trata-se de uma região semidesértica cuja superfície,<br />

de relevo ondulado, é formada por argilas vermelhas, resultantes da alteração dos piroclastos<br />

(fragmentos de rocha que são expulsos pelos vulcões durante a erupção).<br />

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<strong>LEVE</strong> 02 . MAR/MAI <strong>2017</strong><br />

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