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Gilberto Silva, o nosso pentacampeão!<br />

Por Fábio Barbosa<br />

Com informações de gilbertosilva.com.br<br />

O zagueiro e<br />

volante, pentacampeão<br />

mundial de futebol,<br />

Gilberto Silva é de<br />

Lagoa da Prata. Jogador<br />

experiente, com currículo<br />

internacional, tornou-se<br />

referência no futebol. E<br />

não foi à toa. Em 18 anos<br />

de carreira foram cinco<br />

clubes defendidos e claro,<br />

seleção brasileiro. Três<br />

copas do mundo e vários<br />

campeonatos nacionais.<br />

“Sou o filho mais<br />

velho de Nízio da Silva e<br />

de Maria Izabel e irmão<br />

de Jane, Juscélia e Joelma.<br />

Até os 12 anos, morei com<br />

minha família em uma vila<br />

de trabalhadores chamada<br />

Luciânia, localizada há<br />

cerca de 5 km de Lagoa da<br />

Prata. Na época, meu pai<br />

trabalhava em uma usina de<br />

açúcar que tinha o mesmo<br />

nome da vila e, depois de<br />

uma greve, em 1989, ele foi<br />

demitido juntamente com<br />

outros empregados”, conta<br />

Gilberto sobre sua infância.<br />

Após a demissão do pai<br />

surgiu a possibilidade de<br />

comprar uma pequena<br />

casa na cidade. Apesar<br />

do pouco dinheiro que a<br />

família tinha, conseguiram<br />

adquirir o imóvel, mas<br />

não sobrou para fazer a<br />

reforma. Gilberto então<br />

teve de dividir o quarto<br />

com as irmãs durante<br />

anos. Mas ao notar a<br />

situação, resolveu começar<br />

a trabalhar aos 11 anos. A<br />

primeira experiência foi na<br />

colheita de café em uma<br />

fazenda da região. Mas<br />

o menino era<br />

esforçado<br />

e não parou<br />

por aí. “Aos 12<br />

anos passei a reformar<br />

sofás e com 13 anos<br />

tive uma chance como<br />

servente de pedreiro.<br />

Esta oportunidade<br />

surgiu graças ao sr. José<br />

Antônio Vidal, dono<br />

da escolinha onde eu<br />

jogava futebol, o Lagoa<br />

Futebol Clube. Mesmo<br />

trabalhando durante a<br />

semana, eu arrumava um<br />

tempinho para jogar bola<br />

e continuar meus estudos a<br />

noite”, lembra o jogador.<br />

Em 1990 dona<br />

Maria Izabel adoeceu.<br />

Foi preciso então parar<br />

os estudos para cuidar<br />

das irmãs. “Continuei<br />

trabalhando para custear as<br />

despesas com o tratamento<br />

de saúde dela, mas não<br />

deixei de jogar futebol. Em<br />

1993, com 16 anos, surgiu<br />

uma oportunidade de<br />

fazer um teste no Atlético<br />

Mineiro, mas não passei.<br />

Alguns meses depois fiz<br />

um teste no América<br />

Mineiro e fui aprovado”,<br />

conta Gilberto que ficou no<br />

time durante cinco meses<br />

por causa novamente dos<br />

cuidados<br />

que tinha<br />

com a mãe.<br />

Retornou para<br />

Lagoa da Prata<br />

e foi trabalhar em<br />

uma fábrica de doces, por<br />

lá ficou dois anos. Em 1996,<br />

retornou ao América,<br />

onde jogou até 1999. “No<br />

mesmo ano, depois de uma<br />

disputa entre o Cruzeiro<br />

e o Atlético, assinei um<br />

contrato com o Galo”,<br />

destaca o jogador que ficou<br />

no time Atlético Mineiro<br />

de 2000 a 2002.<br />

Mas o sucesso<br />

maior estava por vir.<br />

Em 2002 foi convocado<br />

para a Seleção Brasileira<br />

na Copa do Mundo da<br />

Coréia-Japão. O mineiro<br />

foi titular em todos os<br />

jogos da campanha do<br />

pentacampeonato sendo<br />

o responsável pelo passe<br />

que resultou no gol de<br />

Ronaldo contra a Turquia<br />

classificando o Brasil para<br />

a final. E jogou tão bem<br />

que ganhou os olhares<br />

do mundo. “Após a copa<br />

fui transferido para o<br />

Arsenal, da Inglaterra. No<br />

clube inglês permaneci<br />

por seis anos e contribuí<br />

para a conquista, de<br />

forma invicta, do título<br />

da temporada 2003-2004.<br />

Esta invencibilidade durou<br />

por 49 partidas, sendo até<br />

hoje a maior da história<br />

do futebol inglês”, lembra<br />

o jogador que em voltou à<br />

Seleção Brasileira na Copa<br />

de 2006 na Alemanha e em<br />

2008 foi morar na Grécia<br />

e jogar no Panathinaikos.<br />

“Em 2010, conquistei<br />

o Campeonato Grego e<br />

também a Copa da Grécia.<br />

No ano seguinte, voltei<br />

para o meu país vestindo<br />

a camisa do Grêmio,<br />

de Porto Alegre, onde<br />

permaneci por um ano e<br />

meio”, conta o jogador que<br />

também foi convocado<br />

novamente para a Copa de<br />

2010 na África do Sul.<br />

Como o bom<br />

filho a casa torna, em<br />

2013, Gilberto voltou<br />

ao Atlético Mineiro. A<br />

participação do jogador<br />

no time foi decisiva para<br />

a conquista inédita da<br />

Copa Libertadores da<br />

América. A presença<br />

dele e sua força inspirou<br />

os demais jogadores que<br />

reconheceram nele a<br />

força de um líder. Mas<br />

como todo ídolo tem<br />

dias de glória e dias<br />

de desafios, o mineiro<br />

sofreu uma lesão no<br />

joelho direito e teve que<br />

se submeter a cirurgias.<br />

A recuperação foi longa e<br />

ele voltou aos gramados,<br />

se aposentou aos 39<br />

anos, com uma carreira<br />

vitoriosa e de ascensão<br />

através do esporte.<br />

Sem esquecer da<br />

cidade natal realiza todos<br />

anos o Lagoa da Prata<br />

Solidária, onde reúne<br />

jogadores e celebridades<br />

para uma partida com<br />

TABELA DE TÍTULOS<br />

Seleção Brasileira<br />

Copa do Mundo: 2002<br />

Copa das Confederações: 2005 e 2009<br />

Copa América: 2007<br />

América-MG<br />

Campeonato Brasileiro – Série B: 1997<br />

Atlético Mineiro<br />

Campeonato Mineiro: 2000 e 2013<br />

Copa Libertadores da América: 2013<br />

Arsenal<br />

Premier League: 2003–04<br />

FA Cup: 2003 e 2005<br />

FA Community Shield: 2002 e 2004<br />

Panathinaikos<br />

Campeonato Grego: 2010<br />

Copa da Grécia: 2010<br />

fins solidários sempre<br />

ajudando instituições de<br />

caridade.<br />

Gilberto saiu<br />

dos gramados, mas não<br />

abandonou o futebol. É<br />

consultor internacional e<br />

empreendedor. “Todos nós<br />

podemos contribuir com<br />

o futebol. Nós queremos<br />

um futuro melhor para o<br />

torcedor. Tem muita gente<br />

matando a paixão pelo<br />

futebol, e elas precisam<br />

ser punidas. As crianças<br />

têm que ir para o campo<br />

para torcer, vibrar, sem<br />

desconfiança. Nunca tinha<br />

assistido um momento<br />

desses, como está hoje,<br />

com essa quantidade de<br />

corrupção. Isso tem que<br />

mudar. Nunca vou deixar<br />

de dar minha opinião”,<br />

disse ele na entrevista<br />

coletiva ao anunciar a<br />

aposentadoria em 11 de

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