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Xandinha, a campeã de atletismo que conquistou o
mundo
Por Fábio Barbosa
Alexandra Maria Pimenta
da Silva, a Xandinha,
é uma jovem sonhadora que
conquistou o mundo através
do esporte. Com 1,68 m de
altura ela se agigantou nas
competições, conquistou medalhas
e elevou o nome de
Lagoa da Prata. Determinada
e corajosa, é uma heroína do
atletismo e representa a força
feminina que não desiste de
lutar jamais.
Filha do casal Maria
Aparecida Pimenta Silva
e Antônio Rodrigues da Silva,
Xandinha é lagopratense,
nascida e criada. Estudou em
escola pública e lá, no bairro
Marília, incentivada pelo
professor de educação física
Henrique (He-man) começou
a praticar esportes. Em casa
tinha o exemplo do pai, que
foi jogador de futebol e tornou-se
um grande motivador.
Era dedicada e isto lhe rendeu
um convite para jogar handebol
nos Jogos Escolares de Lagoa
da Prata, em 2012. “Nesta
mesma época, o professor
Abel me chamou para um
teste no atletismo. Fui muito
bem e comecei a treinar”,
conta a atleta que no mesmo
ano viajou para competir
nas Olimpíadas Escolares de
Poços de Caldas (MG), realizada
pelo Comitê Olímpico
Brasileiro e Ministério dos
Esportes. A participação lhe
rendeu medalha de prata, na
categoria mirim de arremesso
de dardos. “No mesmo ano
viajei para o campeonato brasileiro
de atletismo e consegui
a 8ª colocação”, lembra.
Em João Pessoa
(PB), Xandinha também
participou do Campeonato
Brasileiro de Atletismo e
desta vez conquistou o ouro.
“Quebrei o recorde da competição
no arremesso de peso.
Também fui classificada para
o sul-americano que aconteceu
na Colômbia”, conta com
orgulho. No primeiro evento
internacional foi segunda colocada
e viajou para Áustria,
onde também quebrou o recorde
da competição e para a
República Checa, onde conquistou
o bronze.
A atleta não descansava,
era focada e disciplinada.
Em 2013, toda essa
dedicação foi recompensada
na Colômbia no último arremesso
de dardos. Faltando
minutos para encerrar a prova,
a campeã conquistou uma
vaga para os Jogos Olímpicos
de Verão da Juventude de
2014, oficialmente conhecido
como Jogos Olímpicos de Najing.
“Viajei para a China e fui
finalista olímpica. Fiquei em
8º lugar. Foi uma experiência
incrível”, conta Xandinha que
também participou do Campeonato
Brasileiro de Lançamento
de Dardos e foi a grande
campeã, repetindo o feito
em 2015 e 2016. Também foi
considerada a melhor atleta
no Campeonato Brasileiro
Caixa de Atletismo e Campeonato
Brasileiro Interclubes.
Na Polônia, em
2016, quebrou o recorde da
competição e foi a única atleta
mulher no World Champions
Juniors. “Fiquei em 12º lugar,
algo inédito para o nosso atletismo”,
destaca a jovem. Mas a
carreira que estava em ascensão
precisou ser interrompida
após esta viagem. Durante
os treinos em São Caetano
(SP), Xandinha sentiu fortes
dores na coluna e descobriu
uma lesão. “Me machuquei
por causa dos treinos em excesso.
Quando você é profissional,
precisa exigir mais do
seu corpo. Ir até os limites, ou
além”, revela. Ao deixar para
trás sua trajetória de sucesso
e conquistas, a atleta recebeu
uma enxurrada de carinho,
tanto dos amigos do atletismo,
como de pessoas que
sempre a incentivaram. Retornou
para Lagoa da Prata
com um currículo invejável,
mas guardando a humildade
que sempre lhe acompanhou.
“O tratamento é longo e ainda
vou começar. Sorte minha
que conto com muitas pessoas
boas em Lagoa que irão me
ajudar. Pessoas que sempre
me ajudaram desde o começo.
Deixei a carreira de atleta,
iniciei o curso de educação física,
mas ainda não terminei”,
conta.
Hoje Xandinha se
especializou em massagem
esportiva e aplica tudo que
aprendeu no curso e no atletismo
para incentivar os novos
atletas. Uma, em especial
dentro de casa. A irmã mais
nova, Jordania Rodrigues Pimenta
Silva, de 14 anos, que
já pratica esportes e pretende
seguir carreira. “Ela ainda
está na fase de decisão sobre
o que fazer, mas tem ido bem
em arremesso de bardos e
corrida. Eu dou o máximo
de incentivo, afinal iniciei do
mesmo jeito e acredito no
poder de transformação do
esporte”, destaca.
“Foi um momento
muito especial da minha vida,
aprendei a ter responsabilidade
e tive muito conhecimento.
Conheci muito do esporte.
Conheci muitos lugares que
tinha vontade e tudo graças
ao esporte. Quero continua
praticando, mas como hobby,
sem competição. Mas agora
tenho outros sonhos. Afinal
sonhos começam e são concluídos.
Afinal eles precisam
se tornar realidade”, encerra
a atleta que guarda todas as
lembrança dos lugares por
onde passou e as medalhas.
Uma maneia de recordar e
manter vivo a trajetória e sucesso
no esporte.