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Jornal Paraná Agosto 2017

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DOIS<br />

PONTOS<br />

Tributação<br />

Aproveitando as dificuldades<br />

fiscais do governo para<br />

cumprir a meta de rombo das<br />

contas públicas de R$ 139<br />

bilhões e a inflação em<br />

queda, o setor de álcool renovou<br />

a pressão sobre a equipe<br />

econômica e conseguiu trazer<br />

de volta às discussões a<br />

possibilidade de elevação da<br />

tributação sobre a gasolina. A<br />

rigor, a alta da Contribuição<br />

de Intervenção sobre o Domínio<br />

Econômico (Cide) está no<br />

radar da equipe econômica<br />

desde março. É vista pelos<br />

técnicos como um imposto<br />

de arrecadação eficiente e<br />

que pode ajudar muito na<br />

melhoria do quadro fiscal. O<br />

principal plano em estudo era<br />

criar uma alíquota flutuante<br />

para a Cide sobre a gasolina<br />

acompanhando e se contrapondo<br />

às altas e baixas do<br />

preço. Além de arrecadar<br />

mais com o tributo mais alto,<br />

ele teria um viés “verde” para<br />

estimular o uso de etanol em<br />

carros flex.<br />

Também está em debate, e até com chance maior de<br />

êxito, a elevação do PIS/Cofins sobre a gasolina, movimento<br />

que poderia ser feito por decreto. Os que defendem<br />

o imposto apontam que a alternativa é melhor para a União<br />

porque não é necessário dividir a arrecadação com estados<br />

e municípios, ao contrário do que teria de ser feito<br />

com a Cide, e não é preciso o período de três meses para<br />

que a alta entre em vigor.<br />

Embora sem grandes impactos<br />

para o etanol no curto<br />

prazo, a nova política de preços<br />

da Petrobras reforçou os apelos<br />

do setor sucroenergético<br />

pelo retorno do diferencial tributário<br />

entre os derivados de<br />

petróleo e o álcool, que valorize<br />

as vantagens ambientais do<br />

biocombustível, especialmente<br />

em um momento em que sua<br />

competitividade é ameaçada<br />

PIS/Cofins<br />

Política<br />

pelos preços baixos do combustível<br />

fóssil. A nova política<br />

da estatal prevê reajustes mais<br />

frequentes para as cotações de<br />

gasolina e diesel nas refinarias,<br />

rompendo com as revisões<br />

mensais em vigor desde outubro<br />

de 2016. Num ambiente de<br />

preços de petróleo pressionados,<br />

isso representaria dificuldades<br />

adicionais para o setor<br />

de combustível renovável.<br />

A proposta do governo de<br />

Donald Trump de reduzir o volume<br />

obrigatório de consumo<br />

de biocombustíveis mais "limpos"<br />

em 2018 nos EUA acirra<br />

a pressão sobre a indústria de<br />

etanol do Brasil e pode elevar<br />

o superávit da balança bilateral<br />

do biocombustível em favor<br />

dos americanos em um<br />

momento em que o governo<br />

O governo federal pretende<br />

encaminhar o RenovaBio,<br />

programa do governo federal<br />

para expansão dos biocombustíveis,<br />

via medida provisória,<br />

apontam lideranças do<br />

setor sucroenergético brasileiro.<br />

É o caminho mais rápido<br />

para colocar o Renova-<br />

Bio em prática. Se fosse por<br />

projeto de lei, poderia demorar<br />

anos. A expectativa é de<br />

que a MP regulamentando o<br />

programa saia até 4 de<br />

O endividamento das indústrias<br />

de açúcar e álcool<br />

diminuiu neste ano. Estimativa<br />

do Itaú BBA aponta que<br />

o setor iniciou a atual safra,<br />

em março, com uma dívida<br />

total de R$ 84 bilhões, ante<br />

os R$ 94 bilhões de um ano<br />

antes. Mas o setor argumenta<br />

que a reforma de canaviais<br />

está comprometida,<br />

Usinas<br />

Etanol<br />

brasileiro avalia se impõe ou<br />

não uma taxa sobre as importações<br />

do produto. A Agência<br />

de Proteção Ambiental propôs<br />

um mandato para os biocombustíveis<br />

avançados (etanol<br />

de cana) de 4,24 bilhões de<br />

galões em 2018 ante 4,28 bilhões<br />

neste ano e manteve em<br />

15 bilhões de litros o para o<br />

biocombustível convencional<br />

RenovaBio<br />

agosto. Projetado em dezembro<br />

do ano passado, o<br />

RenovaBio foi à consulta pública<br />

no primeiro trimestre e<br />

teve suas diretrizes aprovadas<br />

pelo Conselho Nacional<br />

de Política Energética (CNPE)<br />

em junho. As diretrizes estratégicas<br />

direcionam para a<br />

necessidade de introduzir<br />

mecanismos de mercado<br />

para induzir a eficiência produtiva<br />

e a competição, com<br />

a menor emissão de gases.<br />

há deficiência em pesquisas<br />

e em tecnologia no<br />

campo e é necessária a implantação<br />

de um programa<br />

para destravar investimentos.<br />

O Renovabio pode contribuir<br />

para destravar investimentos<br />

maiores caso haja<br />

confiança na metodologia<br />

de precificação de longo<br />

prazo do etanol.<br />

(etanol de milho). O argumento<br />

é que o Brasil já diminuiu<br />

suas exportações aos<br />

EUA no ano passado, quando<br />

as usinas brasileiras priorizaram<br />

a produção de açúcar.<br />

Em 2016, o Brasil exportou<br />

34 milhões de galões de etanol<br />

aos EUA, não apenas longe<br />

da meta como 64% abaixo<br />

do ano anterior.<br />

França<br />

A França pretende encerrar<br />

as vendas de veículos a<br />

diesel e a gasolina até 2040<br />

e neutralizar suas emissões<br />

de carbono 10 anos depois.<br />

As propostas, como a decisão<br />

de acabar com a venda<br />

de veículos movidos a<br />

combustíveis fosseis, são<br />

uma prioridade e constituem<br />

uma "revolução", mas<br />

que as soluções estão disponíveis,<br />

e os fabricantes<br />

de automóveis franceses<br />

ajudarão nessa tarefa. Os<br />

veículos a diesel e a gasolina<br />

representaram 95,2%<br />

da frota francesa de automóveis<br />

novos no primeiro<br />

semestre, enquanto os<br />

veículos elétricos detiveram<br />

1,2% do mercado e os carros<br />

híbridos representaram<br />

3,5%.<br />

14 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>

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