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DOIS<br />
PONTOS<br />
Tributação<br />
Aproveitando as dificuldades<br />
fiscais do governo para<br />
cumprir a meta de rombo das<br />
contas públicas de R$ 139<br />
bilhões e a inflação em<br />
queda, o setor de álcool renovou<br />
a pressão sobre a equipe<br />
econômica e conseguiu trazer<br />
de volta às discussões a<br />
possibilidade de elevação da<br />
tributação sobre a gasolina. A<br />
rigor, a alta da Contribuição<br />
de Intervenção sobre o Domínio<br />
Econômico (Cide) está no<br />
radar da equipe econômica<br />
desde março. É vista pelos<br />
técnicos como um imposto<br />
de arrecadação eficiente e<br />
que pode ajudar muito na<br />
melhoria do quadro fiscal. O<br />
principal plano em estudo era<br />
criar uma alíquota flutuante<br />
para a Cide sobre a gasolina<br />
acompanhando e se contrapondo<br />
às altas e baixas do<br />
preço. Além de arrecadar<br />
mais com o tributo mais alto,<br />
ele teria um viés “verde” para<br />
estimular o uso de etanol em<br />
carros flex.<br />
Também está em debate, e até com chance maior de<br />
êxito, a elevação do PIS/Cofins sobre a gasolina, movimento<br />
que poderia ser feito por decreto. Os que defendem<br />
o imposto apontam que a alternativa é melhor para a União<br />
porque não é necessário dividir a arrecadação com estados<br />
e municípios, ao contrário do que teria de ser feito<br />
com a Cide, e não é preciso o período de três meses para<br />
que a alta entre em vigor.<br />
Embora sem grandes impactos<br />
para o etanol no curto<br />
prazo, a nova política de preços<br />
da Petrobras reforçou os apelos<br />
do setor sucroenergético<br />
pelo retorno do diferencial tributário<br />
entre os derivados de<br />
petróleo e o álcool, que valorize<br />
as vantagens ambientais do<br />
biocombustível, especialmente<br />
em um momento em que sua<br />
competitividade é ameaçada<br />
PIS/Cofins<br />
Política<br />
pelos preços baixos do combustível<br />
fóssil. A nova política<br />
da estatal prevê reajustes mais<br />
frequentes para as cotações de<br />
gasolina e diesel nas refinarias,<br />
rompendo com as revisões<br />
mensais em vigor desde outubro<br />
de 2016. Num ambiente de<br />
preços de petróleo pressionados,<br />
isso representaria dificuldades<br />
adicionais para o setor<br />
de combustível renovável.<br />
A proposta do governo de<br />
Donald Trump de reduzir o volume<br />
obrigatório de consumo<br />
de biocombustíveis mais "limpos"<br />
em 2018 nos EUA acirra<br />
a pressão sobre a indústria de<br />
etanol do Brasil e pode elevar<br />
o superávit da balança bilateral<br />
do biocombustível em favor<br />
dos americanos em um<br />
momento em que o governo<br />
O governo federal pretende<br />
encaminhar o RenovaBio,<br />
programa do governo federal<br />
para expansão dos biocombustíveis,<br />
via medida provisória,<br />
apontam lideranças do<br />
setor sucroenergético brasileiro.<br />
É o caminho mais rápido<br />
para colocar o Renova-<br />
Bio em prática. Se fosse por<br />
projeto de lei, poderia demorar<br />
anos. A expectativa é de<br />
que a MP regulamentando o<br />
programa saia até 4 de<br />
O endividamento das indústrias<br />
de açúcar e álcool<br />
diminuiu neste ano. Estimativa<br />
do Itaú BBA aponta que<br />
o setor iniciou a atual safra,<br />
em março, com uma dívida<br />
total de R$ 84 bilhões, ante<br />
os R$ 94 bilhões de um ano<br />
antes. Mas o setor argumenta<br />
que a reforma de canaviais<br />
está comprometida,<br />
Usinas<br />
Etanol<br />
brasileiro avalia se impõe ou<br />
não uma taxa sobre as importações<br />
do produto. A Agência<br />
de Proteção Ambiental propôs<br />
um mandato para os biocombustíveis<br />
avançados (etanol<br />
de cana) de 4,24 bilhões de<br />
galões em 2018 ante 4,28 bilhões<br />
neste ano e manteve em<br />
15 bilhões de litros o para o<br />
biocombustível convencional<br />
RenovaBio<br />
agosto. Projetado em dezembro<br />
do ano passado, o<br />
RenovaBio foi à consulta pública<br />
no primeiro trimestre e<br />
teve suas diretrizes aprovadas<br />
pelo Conselho Nacional<br />
de Política Energética (CNPE)<br />
em junho. As diretrizes estratégicas<br />
direcionam para a<br />
necessidade de introduzir<br />
mecanismos de mercado<br />
para induzir a eficiência produtiva<br />
e a competição, com<br />
a menor emissão de gases.<br />
há deficiência em pesquisas<br />
e em tecnologia no<br />
campo e é necessária a implantação<br />
de um programa<br />
para destravar investimentos.<br />
O Renovabio pode contribuir<br />
para destravar investimentos<br />
maiores caso haja<br />
confiança na metodologia<br />
de precificação de longo<br />
prazo do etanol.<br />
(etanol de milho). O argumento<br />
é que o Brasil já diminuiu<br />
suas exportações aos<br />
EUA no ano passado, quando<br />
as usinas brasileiras priorizaram<br />
a produção de açúcar.<br />
Em 2016, o Brasil exportou<br />
34 milhões de galões de etanol<br />
aos EUA, não apenas longe<br />
da meta como 64% abaixo<br />
do ano anterior.<br />
França<br />
A França pretende encerrar<br />
as vendas de veículos a<br />
diesel e a gasolina até 2040<br />
e neutralizar suas emissões<br />
de carbono 10 anos depois.<br />
As propostas, como a decisão<br />
de acabar com a venda<br />
de veículos movidos a<br />
combustíveis fosseis, são<br />
uma prioridade e constituem<br />
uma "revolução", mas<br />
que as soluções estão disponíveis,<br />
e os fabricantes<br />
de automóveis franceses<br />
ajudarão nessa tarefa. Os<br />
veículos a diesel e a gasolina<br />
representaram 95,2%<br />
da frota francesa de automóveis<br />
novos no primeiro<br />
semestre, enquanto os<br />
veículos elétricos detiveram<br />
1,2% do mercado e os carros<br />
híbridos representaram<br />
3,5%.<br />
14 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>