04.10.2017 Views

Fides 20 N2 - Revista do Centro Presbiteriano Andrew Jumper

Revista Fides Reformata 20 N2 (2015)

Revista Fides Reformata 20 N2 (2015)

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

FIDES REFORMATA XX, Nº 2 (<strong>20</strong>15): 135-139<br />

é que o a<strong>do</strong>ra<strong>do</strong>r precisa cultuar a Deus da maneira como ele mesmo ordena.<br />

“Eles ofereceram fogo que Deus não havia ordena<strong>do</strong>. Por isso digo que todas<br />

as coisas na a<strong>do</strong>ração a Deus precisam ter autorização da Palavra de Deus. É<br />

necessário que seja algo ordena<strong>do</strong>; não é suficiente que não seja proibi<strong>do</strong>”<br />

(p. 22). Burroughs explica de uma maneira muito interessante o que era aquele<br />

“fogo estranho” ofereci<strong>do</strong> pelos sacer<strong>do</strong>tes desobedientes. Depois de explicar<br />

o seu senti<strong>do</strong> literal (que aquele era um fogo procedente de um outro lugar que<br />

não o altar) e de aplicar esse senti<strong>do</strong> da expressão à execução de elementos<br />

litúrgicos não ordena<strong>do</strong>s, Burroughs mira o coração <strong>do</strong>s leitores levan<strong>do</strong>-os<br />

para a esfera das emoções e <strong>do</strong>s sentimentos. Ele afirma: “Acima de qualquer<br />

outro fogo estranho, tomem cuida<strong>do</strong> com o fogo estranho da paixão e da ira,<br />

especialmente na a<strong>do</strong>ração a Deus” (p. 37-38). Em outras palavras, de acor<strong>do</strong><br />

com Burroughs, alguns trazem fogo estranho perante o Senhor não apenas<br />

quan<strong>do</strong> algo não ordena<strong>do</strong> em sua santa palavra é pratica<strong>do</strong> no culto público,<br />

mas também quan<strong>do</strong> a igreja traz para a a<strong>do</strong>ração sentimentos, pensamentos<br />

e sensações não dignas daquele momento tão sublime e sacro.<br />

Burroughs utiliza boa parte <strong>do</strong> livro para explicar a importância da participação<br />

<strong>do</strong> a<strong>do</strong>ra<strong>do</strong>r no culto público ao Senhor e a necessidade de preparação<br />

para se aproximar <strong>do</strong> santíssimo Deus em a<strong>do</strong>ração. Ele estabelece uma relação<br />

entre as ideias de aproximar-se de Deus e de cultuar a Deus. Ele aponta<br />

três fatores que conectam as duas atitudes: (1) quan<strong>do</strong> nos achegamos para a<br />

a<strong>do</strong>ração estamos cumprin<strong>do</strong> nosso papel como criaturas na entrega a Deus<br />

daquilo que devemos a ele; (2) nos aproximamos de Deus na a<strong>do</strong>ração porque<br />

esse é o momento específico que ele “usa para comunicar suas maravilhosas,<br />

preciosas, esplêndidas e gloriosas misericórdias ao seu povo” (p. 52); (3) é<br />

especialmente quan<strong>do</strong> um cristão aproxima-se de Deus em a<strong>do</strong>ração que ele<br />

põe em prática sua “fé e humildade e todas as virtudes <strong>do</strong> Espírito” (p. 53). Se o<br />

leitor ainda não tiver si<strong>do</strong> convenci<strong>do</strong> de que ele não apenas deve apresentar-se<br />

diante de Deus em a<strong>do</strong>ração, mas que sua própria alma necessita desse momento<br />

de culto público, Burroughs adiciona que “se a<strong>do</strong>rar a Deus é aproximar-se dele,<br />

então negligenciar a a<strong>do</strong>ração a Deus é afastar-se dele” (p. 59).<br />

Quanto à preparação para a a<strong>do</strong>ração, de acor<strong>do</strong> com Burroughs, ela é<br />

equivalente ao chama<strong>do</strong> bíblico para a purificação antes da entrada na santa<br />

presença de Deus. Para ele é um erro tremen<strong>do</strong> um cristão adentrar a a<strong>do</strong>ração<br />

sem preparação: “Grande parte <strong>do</strong> tempo da a<strong>do</strong>ração geralmente é desperdiça<strong>do</strong><br />

antes mesmo de conseguirmos trazer nosso coração até a a<strong>do</strong>ração. Esse é<br />

um grande e lamentável mal, perder qualquer parte <strong>do</strong> momento da a<strong>do</strong>ração”<br />

(p. 77). Burroughs não se limita a apresentar apenas críticas. Manten<strong>do</strong> o seu<br />

excelente tom pastoral, ele oferece cinco ações como forma de remediar o problema<br />

da preparação: encher o coração com a perspectiva adequada de quem<br />

Deus é; esvaziar o coração de to<strong>do</strong>s os padrões pecaminosos; desconectar o<br />

coração de to<strong>do</strong>s os assuntos temporais e terrenos; estar em constante vigília<br />

137

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!