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Fides 20 N2 - Revista do Centro Presbiteriano Andrew Jumper

Revista Fides Reformata 20 N2 (2015)

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A<strong>do</strong>ração evangélica<br />

e oração; colocar a alma, a razão e os <strong>do</strong>ns <strong>do</strong> Espírito em um esta<strong>do</strong> de alerta<br />

para o exercício <strong>do</strong> santo dever (p. 82-86). Por meio dessas sugestões práticas,<br />

Burroughs envergonha muitos que promovem hoje a visão de pureza associada<br />

ao culto. Enquanto esses fazem muito barulho através de suas reclamações<br />

e palavras grosseiras, ao mesmo tempo não se preocupam em ser persuasivos e<br />

práticos. Talvez o fato de estarem corretos em suas críticas os tornem cegos<br />

para a necessidade de ganhar aqueles que se opõem. Burroughs, o puritano<br />

inglês, por outro la<strong>do</strong>, direciona seus argumentos para atingir a consciência <strong>do</strong><br />

povo de Deus, alian<strong>do</strong> correção a sugestões práticas, visan<strong>do</strong> assim a persuasão.<br />

Um outro aspecto da a<strong>do</strong>ração importante para Burroughs é a glorificação<br />

de Deus por meio <strong>do</strong> ouvir a sua palavra. Sua argumentação se baseia no<br />

texto de Lucas 8:18: “...vede, pois, como ouvis”. Ele demonstra que ouvir a<br />

palavra é parte integrante da a<strong>do</strong>ração pública (elemento de culto) e, portanto,<br />

deve ser executada com alto grau de zelo. Burroughs afirma que os cristãos<br />

precisam se preparar para esse elemento e lembra que Deus santificará seu<br />

nome tanto naqueles que se preparam quanto naqueles que negligenciam essa<br />

obrigação para a recepção de sua palavra pregada. É impressionante notar a<br />

maneira prática e experimental com a qual Burroughs coloca diante <strong>do</strong> leitor<br />

as formas por meio das quais ele pode santificar o nome de Deus ao ouvir um<br />

sermão. Ele enfatiza que um coração temente, a sujeição humilde à autoridade<br />

da Palavra, o receber a Palavra com alegria e contentamento, dentre outras<br />

maneiras, são formas de exercitar o dever de santificar o nome de Deus quan<strong>do</strong><br />

ouvin<strong>do</strong> sua palavra (p. 196-<strong>20</strong>0).<br />

A administração <strong>do</strong>s sacramentos, sen<strong>do</strong> parte integrante da a<strong>do</strong>ração<br />

evangélica, também faz parte <strong>do</strong> exame cuida<strong>do</strong>so e pastoral de Burroughs.<br />

Aqui ele foca na ceia <strong>do</strong> Senhor e seus sermões não devem ser considera<strong>do</strong>s<br />

como expressões completas <strong>do</strong> seu pensamento teológico nessa área. Seu claro<br />

objetivo é fornecer conselhos pie<strong>do</strong>sos quanto à participação desse sacramento:<br />

como o cristão deve aproximar-se da mesa <strong>do</strong> Senhor? Seu ponto de partida é<br />

demonstrar que a ceia é de fato um elemento ordena<strong>do</strong> por Deus para sua a<strong>do</strong>ração.<br />

Ele lembra ao leitor que Deus deve ser santifica<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> esse elemento<br />

está presente no culto e que os a<strong>do</strong>ra<strong>do</strong>res precisam se preocupar em como<br />

eles santificarão a Deus quan<strong>do</strong> participam da mesa. A ênfase aqui é na natureza<br />

corporativa da ordenança. Como a igreja é um só corpo, to<strong>do</strong>s os seus membros<br />

vêm juntos para participar <strong>do</strong>s elementos desse sacramento. Essa ênfase é uma<br />

clara reação à prática romanista na qual os elementos da ceia eram toma<strong>do</strong>s<br />

apenas pelos sacer<strong>do</strong>tes representan<strong>do</strong> a congregação (p. 286-287). O puritano<br />

inglês também instrui quanto àquilo que ele denomina “autodisciplina”. De<br />

acor<strong>do</strong> com sua crítica, havia alguns que estavam se ausentan<strong>do</strong> da mesa ten<strong>do</strong><br />

como fundamento a acusação de que pessoas indignas estariam participan<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> sacramento. Burroughs condena essa prática e coloca a responsabilidade<br />

de afastar os comungantes indignos da ceia nos ombros tanto <strong>do</strong>s ministros<br />

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