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Revista Curinga Edição 02

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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O Brasil figura nas estatísticas como um dos<br />

países mais acessíveis do mundo. Mas, olhe em<br />

volta. O que você vê lhe revela essa realidade? A<br />

verdade é que o Brasil assim é considerado no<br />

ranking mundial de acessibilidade graças à sua<br />

legislação, que elaborou o Estatuto do Portador<br />

de Deficiência, consistente em quase 70 páginas,<br />

para prever todas as situações que devam assistir<br />

o deficiente. Ainda há a Norma Brasileira para<br />

Acessibilidade, desenvolvida pela ABNT, que<br />

tem 97 páginas de indicações a respeito de como<br />

devem ser os espaços físicos para que atendam<br />

a todas as necessidades de qualquer usuário.<br />

Acontece que, na prática, a questão se configura<br />

em um festival de desrespeito e desinteresse por<br />

parte da sociedade.<br />

As iniciativas na área continuam sendo mais<br />

teóricas do que práticas. Portais como o ”Acessibilidade”<br />

, o DaSilva<br />

e o Acessibilidade Brasil<br />

oferecem boas<br />

informações para quem queira tornar o seu meio<br />

ambiente mais acessível, mas ainda são uma<br />

ação muito restrita. Falta a participação governamental,<br />

adaptando espaços físicos e garantindo a<br />

cidadania de todos os seus contribuintes.<br />

De acordo com o censo demográfico de 2010,<br />

conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia<br />

e Estatística, o Brasil tem quase 14% de sua<br />

população com algum tipo de deficiência física ou<br />

intelectual: de seus 191 milhões de habitantes,<br />

aproximadamente 26 milhões são deficientes. O<br />

número é elevado, se comparado com os dados<br />

mundiais, que apontam para uma média de 10<br />

a 12% da população portadora de alguma necessidade<br />

especial. Mas o Banco Mundial considera<br />

que há uma dificuldade em estimar um número<br />

exato, já que os critérios de avaliação da deficiência<br />

variam de país para país.<br />

A Universidade Federal de Ouro Preto mantém<br />

o projeto Acessibilidade, vinculado ao seu<br />

Núcleo de Educação Inclusiva. Este projeto<br />

consiste em um levantamento das condições de<br />

acesso dos campi Ouro Preto, Mariana e João<br />

Monlevade. Thiago Silva, aluno do 6º. período do<br />

curso de Educação Física é bolsista do Núcleo do<br />

projeto. Questionado sobre quais providências os<br />

cidadãos comuns podem tomar para tornarem os<br />

espaços físicos mais acessíveis, Thiago diz que: “é<br />

importante respeitar as leis sobre o tema, procurar<br />

pessoas esclarecidas no assunto e se informar<br />

sobre como ajudar as pessoas que têm necessidades<br />

especiais”.SuperAção<br />

SuperAção<br />

Quando o filho tinha dezesseis anos, a mãe de<br />

Felipe Riguni Lopes, mais conhecido na Universidade<br />

como Furado, o levou ao oftalmologista.<br />

Ela observou que seu filho via TV muito de perto,<br />

dentre outros hábitos peculiares, que o atrapalhavam<br />

em atividades cotidianas. Descobriu que<br />

ele portava uma séria infecção nos olhos, que lhe<br />

rendeu dezessetes cirurgias nos olhos e a perda<br />

gradativa da visão. Em 2006, quando a sua doença<br />

estabilizou, já tinha perdido quase toda a visão.<br />

Furado, que morava em Linhares, no Espírito<br />

Santo, e ainda não tinha esse apelido, cursava<br />

o ensino médio; já sem poder escrever ou ler,<br />

contou com a ajuda da família e dos amigos para<br />

terminar os estudos básicos.<br />

abril 2012<br />

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