06.12.2017 Views

Revista Curinga Edição 02

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Até que a MORTE<br />

nos una ainda mais<br />

p. 32<br />

p. 33<br />

p. 34<br />

TEXTO: Elisabeth Camilo, Eugene Francklin e<br />

Maria Aparecida Pinto<br />

EDIÇÃO GRÁFICA: Eloiza Leal E Gracy Laport<br />

TOCA RAUUUUUUUL!!!<br />

Há quem afirme que o amor termina<br />

quando a morte chega, mas nesta edição<br />

da revista <strong>Curinga</strong>, vamos provar o contrário:<br />

o desejo de nunca esquecer o outro<br />

– aquele outro que marcou a nossa história<br />

em algum momento da vida – permanece.<br />

A memória insiste em nos fazer lembrar e<br />

a velha disputa entre Eros e Tanatos jamais<br />

vai ter um fim. E, assim, os fãs nunca se<br />

esquecem do ídolo.<br />

Um corpo se vai, mas a voz permanece carregando<br />

o seu legado. Assim, muitos cantores<br />

dão alento aos seus ouvintes órfãos e<br />

eternizam a sua obra. Por meio de homenagens<br />

póstumas revigoram a sua intensidade<br />

perante o público e se cravam na memória<br />

dos que ainda os admiram.<br />

Filmes biográficos e documentários são<br />

alguns dos modos de homenagear ídolos<br />

postumamente. Nestes, a vida dos artistas<br />

é construída por trechos: depoimentos de<br />

amigos, imagens de arquivo e uma trilha<br />

musical que emoldura tudo. Os quebracabeças<br />

não se constituem em imagens<br />

facilmente, mas no processo o resultado<br />

final sempre revela algo.<br />

Os livros sempre dizem muito, especialmente<br />

sobre os mortos. Quem dialoga com<br />

os textos conversa com o íntimo dos autores.<br />

E se estes nos deixaram, a única forma<br />

é dialogar com os rastros de poesia e de<br />

vida. Assim, os escritores se vão, mas suas<br />

obras continuam a lhes prestar tributos.<br />

Trata-se de um legado quase autossuficiente.<br />

Porque... Quem não gosta de conversar<br />

com as letras?<br />

O texto constitui-se de letras, pequenas<br />

e amigáveis letras, que, em conjunto, tecem<br />

palavras. Assim, formam-se rios que percorrem<br />

um campo aberto, trasbordam em<br />

tecido e em sentido. Conjugando-se em fibras.<br />

Linhas de sílabas, músculos de história<br />

e sangue de autores. A literatura nutre-se<br />

deste processo em uma anatomia humana<br />

que se abre em narrativa. Assim, os sentidos<br />

dos autores esvaem-se, mas não para muito<br />

longe. Encontram-se nas obras. Porém, é<br />

preciso tornar acessível a compreensão dos<br />

dizeres daqueles que não se encontram. Tarefa<br />

quase contrária à função dos escritores<br />

e, principalmente, dos poetas. O discurso<br />

imortaliza o personagem.<br />

abril 2012<br />

31

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!