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Ano 01 | Edição <strong>005</strong> | Maringá, maio de <strong>2018</strong> | Jornal Comunitário de Maringá<br />
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 15<br />
HÁ VIDA, APENAS, GALO GUERREIRO<br />
Nelson Alexandre<br />
“Teus ombros suportam o mundo”...<br />
(Carlos Drummond de Andrade)<br />
GEM - Grêmio de Esportes Maringá - Campeão Paranaense de 1977<br />
MARINGÁ - Não há nada mais<br />
especial neste mundo, do que o<br />
amor e a dedicação por alguma coisa<br />
que beira à extinção. O amor incomensurável<br />
diante à grande cortina<br />
de fumaça da realidade iminente,<br />
seja ela do poder econômico<br />
ou midiático.<br />
Em Maringá, cidade onde nasceu<br />
o narrador que vos fala, há tempos,<br />
vem lutando uma certa agremiação<br />
que, de certo modo, ficou<br />
opaca, uma estrela que já despontou<br />
num céu de glórias, que já teve<br />
milhares de dedos terrenos apontando<br />
em sua direção, sendo adorada<br />
como a um deus. Mas diante de<br />
muitas décadas, as glórias, também,<br />
estiveram casadas com infortúnios,<br />
com reveses dolorosos que<br />
fizeram a estrela se desgarrar da<br />
constelação de vitórias.<br />
Apesar do tom metafórico, alusivo<br />
às emoções que tiram os nossos<br />
pés do chão, o intuito deste texto<br />
é justamente o do efeito contrário.<br />
É fazer crer. É fazer com que a<br />
planta do pé atinja a crosta da Terra,<br />
como a do jogador de futebol<br />
quando pisa no gramado onde vai<br />
lutar para satisfazer a massa que<br />
aguarda o gol, a mesma massa, o<br />
povo que lotava o estádio Willie<br />
Davids, qualquer que fosse o dia e<br />
horário para testemunhar o filho<br />
pródigo da cidade vencer mais um<br />
oponente e mostrar sua imponência<br />
diante de quem quer que fosse<br />
que pisasse em seus domínios.<br />
Como escreveu o poeta Carlos<br />
Drummond de Andrade: “Teus ombros<br />
suportam o mundo e ele não pesa<br />
mais que a mão de uma criança”,<br />
então, é com a esperança que jorra<br />
do coração de uma criança que, mais<br />
uma vez, o Grêmio de Esportes<br />
Maringá, diante de todas as adversidades,<br />
diante de todos os olhares de<br />
reprovação, diante ao julgamento<br />
dos olhares dos deuses do futebol,<br />
no ano de <strong>2018</strong>, lança mais uma vez<br />
no tablado da “sorte”, seus dados,<br />
sua investida para tentar, novamente,<br />
sair da posição incômoda que atualmente<br />
ocupa no cenário futebolístico<br />
do Paraná e do Brasil.<br />
O Grêmio Maringá é uma espécie<br />
de “Highlander”, como o narrador<br />
que vos fala já foi denominado<br />
pelo editor deste jornal, denominação<br />
que quer dizer: “Guerreiro<br />
imortal”, ou seja, aquele que luta<br />
por uma causa nobre e, mesmo diante<br />
de todas as desgraças, viradas<br />
de mesa, falta de apoio, descrença,<br />
palavras proferidas para o desânimo,<br />
ele segue em frente, empunhando<br />
uma espada na direção de<br />
um exército contrário, pronto para<br />
fazê-lo descrer de tudo que acredita<br />
e luta, e apesar da honraria prestada<br />
pelo editor, é necessária uma<br />
ressalva, nenhum guerreiro, sozinho,<br />
pode vencer uma guerra, ele<br />
precisa de que seus companheiros<br />
o acompanhem, que creiam.<br />
O maior patrimônio que um time<br />
de futebol pode ter é a fidelidade<br />
de sua torcida, mesmo encarando<br />
o imenso abismo que se abre diante<br />
de seu brasão e de sua história.<br />
O intuito deste texto é fazer crer. É<br />
um chamamento para que, agora,<br />
no início de maio, façamos crer<br />
aqueles que vão vestir a camisa preta<br />
e branca do Grêmio Maringá, primeiramente,<br />
na categoria de base<br />
Sub-17 e logo mais entre agosto e<br />
setembro, no Campeonato Profissional<br />
da Terceira Divisão.<br />
Mesmo que muitos na cidade<br />
de Maringá digam o contrário, creiam,<br />
o Grêmio está vivo, mesmo jogando<br />
em uma divisão inferior à<br />
qual estava acostumado a representar<br />
a cidade de Maringá. O que<br />
move o mundo e o futebol é a convicção<br />
aliada à fé. Há vida, apenas,<br />
Galo Guerreiro, teus ombros suportam<br />
o mundo... mas quando vários<br />
deles estão firmes na base, é<br />
mais fácil levantar o mundo.<br />
É mais fácil fazer crer os incrédulos.<br />
Pois quando acreditamos,<br />
como diz o poeta, ele não pesa mais<br />
que a mão de uma criança, então,<br />
vencemos.■