Previz2 - 11.07 VRamalho

Nos 70 anos de Vítor Ramalho
A vida leva-nos por muitos caminhos. Por escolha, por obrigação ou tão-só
por acaso. Em cada lugar, há pessoas à nossa espera, ou somos nós que as
procuramos. No fim, o que ficam são os seus gestos, com tudo o que representam.
Na reitoria da Universidade de Lisboa, aprendi a distinguir dois tipos de professores:
os que entravam no meu gabinete apenas, e unicamente, para resolverem
problemas pessoais; e aqueles que vinham sempre para resolver assuntos da
própria universidade.
Na política tive uma experiência semelhante. Uma campanha, e mais ainda uma
campanha presidencial, é uma longa maratona, com altos e baixos, momentos
de euforia e de desalento. Aprendi a distinguir dois tipos de pessoas: as que
se aproximavam, e se mostravam, nos momentos fáceis, mas logo se tornavam
invisíveis nos momentos difíceis; e aquelas que apareciam quando mais precisávamos
de uma palavra ou apenas de um olhar.
A campanha presidencial permitiu-me conhecer melhor Vítor Ramalho. Vi nele
uma dedicação profunda a causas, a ideais, que vão muito para além de nós, e
dos nossos interesses. Pude sempre contar com a sua presença, principalmente
nos momentos mais duros, quando se percebe bem o calculismo de uns e a
generosidade de outros.
Quero dizer-lhe que não esqueço estes gestos e tudo o que representam.
No fim, são eles que ficam. Para sempre.
Muito obrigado.
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António Sampaio da Nóvoa